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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO LUSÍADA DE BENGUELA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLÓGICAS


CURSO DE INFORMÁTICA
INSTALAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE REDES

CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS

Ano Lectivo 2020


Professor: José Antunes Bastos Cameira
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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
Conteúdo

3.1 Conceitos sobre Cabeamento Estruturado


3.2 Cabos Metálicos
3.3 Cabos de Fibra Óptica
3.4 Cabeamento de Backbone
3.5 Cabeamento Horizontal
3.6 Certificação da Infraestrutura de Cabeamento
3.7 Redes Sem-Fio - Wireless

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
Objectivos

Objectivos:
Compreender a necessidade de padronização de redes.
Estudar o sistema de cabeamento estructurada.
Estudar a redes sem fio e sua emergência na implementação de redes locais
Onde funcionam os serviços e protocolos.
Saber distinguir protocolos de serviços.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.1 Conceitos sobre Cabeamento Estruturado

• Existem muitos segredos por trás de um bom projecto de cabelagem ou


cabeamento para redes locais. Abordaremos os principais conceitos de
cabeamento Estructurado, bem como serão apresentados os cabos, e
conectores.
• Por definição, um S.C.E. (Sistema de Cabeamento Estructurado) pode ser
entendido como um sistema que entrega qualquer tipo de media ao usuário,
seja dados, voz ou imagem.
• Uma tomada em uma área de trabalho não é simplesmente uma conexão de
dados, mas também pode ser usada para outras finalidades, como a conexão
de um telefone.
• Ela é vista como uma tomada de telecomunicações. Portanto, Cabeamento
Estruturado é um sistema que permite a implementação de diferentes
tecnologias e serviços de telecomunicação e automação predial por meio de
uma infra-estructura única e padronizada de cabelagem.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.1.1 Os Subsistemas de um S.C.E.

• Existem normas que regem o projecto e a construção da infra-estructura de


redes. Actualmente as normas ANSI/TIA-568-C são as que estão em vigor e
definem todas as regras de projecto.
• De acordo com estas normas, um S.C.E. é composto por seis subsistemas:
1. Infra-estructura de Entrada;
2. Sala de Equipamentos;
3. Cabeamento de Backbone;
4. Cabeamento Horizontal;
5. Sala de Telecomunicações;
6. Área de Trabalho ou Posto de Trabalho.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.1.1 Os Subsistemas de um S.C.E. A Infra-estructura de Entrada

• A Infra-estructura de Entrada pode ser entendida como sendo um ponto de


divisão entre o cabeamento externo e o cabeamento interna do prédio.
• É onde termina a responsabilidade da prestadora de serviços de
telecomunicação e onde começa a da empresa.
• Normalmente é um quadro na parede, na entrada do edifício, onde fica o DG
(distribuidor geral) de telefonia e os protectores das linhas telefónicas, fibras
cabo coaxial , TV cabo. (veja a figura a seguir).

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.1.1 Os Subsistemas de um S.C.E. A Sala de Equipamentos.

• A Sala de Equipamentos ( Server Room) é o local onde se concentram os


principais equipamentos da rede, como os servidores, os no-breaks, os
switches e patchpanels principais (veremos o conceito de patch-panel a
seguir), e também onde o sistema de cabeamento começa.
• Deve ser projectada para atender toda uma empresa ou um campus.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.1.1 Os Subsistemas de um S.C.E. O Cabeamento de Backbone .

• O Cabeamento de Backbone é a parte do S.C.E. que interconecta as salas de


telecomunicações, a sala de equipamento e infra-estructura de entrada do
edifício (Backbone significa “espinha dorsal” em português).
• A cabeamento de Backbone pode ser classificada em Backbone de Edifício ou
Backbone de Campus. O Backbone de Edifício é aquele que faz a conexão dos
diversos pavimentos (andares) ou dos diversos sectores dentro de um mesmo
prédio. Já o Backbone de Campus é o que faz a conexão dos diversos prédios de
uma empresa, localizados geograficamente próximos uns dos outros.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.1.1 Os Subsistemas de um S.C.E. O Cabeamento Horizontal.

• A Cabeamento Horizontal é a parte do SCE que conecta a Sala de


Telecomunicações às tomadas de telecomunicação das Áreas de Trabalho do
mesmo pavimento ou pavimentos adjacentes.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.1.1 Os Subsistemas de um S.C.E. A Sala de Telecomunicações.

• A Sala de Telecomunicações é o local onde é feita a conexão entre o


Cabeamento de Backbone e o Cabeamento Horizontal. É onde fica o
Distribuidor de Piso (normalmente o Switch e o Patch-Panel) do pavimento ou
do sector do edifício.
• É um espaço que deve ser projectado visando acesso controlado aos
equipamentos que lá se encontram. Muitas vezes a Sala de Telecomunicações
não precisa ser necessariamente uma “sala”: é comum que estes espaços
sejam projectados com racks.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.1.1 Os Subsistemas de um S.C.E. A Sala de Telecomunicações.

• A Área de Trabalho. Este é o local onde os usuários do sistema interagem


com seus dispositivos de trabalho (computador, telefone, etc.). A norma diz
que devem ser instaladas pelo menos duas tomadas de telecomunicação na
área de trabalho do usuário.
• Esta recomendação se dá pelo facto de que, de acordo com o conceito de
cabeamento Estruturada, a tomada não deve ser vista apenas como uma
tomada de dados, mas também como um ponto de telefone ou outro sistema
qualquer de telecomunicação.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.1.2 O Patch Panel

• O Patch Panel é um dos principais componentes de um S.C.E. Ele não é um


dispositivo activo da rede, sendo apenas um painel metálico composto por
várias tomadas de rede.
• Sua função é permitir a realização de manobras de rearranjo do cabeamento
estruturado, de modo simples, através de conexão ou desconexão dos cabos.
• O patch panel é montado em um rack e recebe os cabos provenientes das
tomadas de telecomunicação instaladas na área de trabalho do usuário.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.1.2 O Patch Panel

• Como vimos, a função do patch panel é facilitar o rearranjo dos cabos. Além
disto, ele permite que os cabos provenientes das tomadas das áreas de trabalho
sejam fixos, diminuindo a possibilidade de rompimentos e mau contacto.
Observando a figura a seguir podemos observar que todos os cabos
provenientes das tomadas são afixados no patch panel, em sua parte traseira.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.1.2 O Patch Panel

• Assim, cada uma das tomadas terá o seu “espelho” no patch panel.
• Se quisermos configurar uma determinada para dados, basta conectar o cordão
no switch; se quisermos voz, é só conectar o cordão no PABX.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.2 Cabos Metálicos

• A infra-estructura da rede pode ser projectada com vários tipos de cabos, mas
todos são cabos metálicos ou ópticos.
1. Cabos Metálicos
• Os cabos metálicos, que são actualmente utilizados em redes locais, são
chamados de cabos de par-trançado, devido à sua forma de construção.

• Os pares de fios são trançados pois desta forma ocorre um fenómeno chamado
efeito cancelamento. O efeito de cancelamento reduz a diafonia entre os pares
de fios e diminui o nível de interferência electromagnética/radiofrequência.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.2.1 Tipos Cabos Metálicos

• Existem três tipos de cabos de par-trançado: UTP, F/UTP e S/FTP:


1. O cabo UTP (Unshielded Twisted Pair – Par-Trançado sem Blindagem) é o mais
utilizado e o mais simples, sendo empregado em praticamente todos os
projectos. Não possui nenhum tipo de blindagem, sendo mais vulnerável a
interferências (podemos ver um cabo UTP na figura anterior).
2. O cabo F/UTP (Foiled/UTP) é um cabo onde todos os pares são recobertos por
uma blindagem. Por este facto, são utilizados em locais onde possa ocorrer
algum tipo de interferência, como por exemplo, próximo a reactores de
lâmpadas fluorescentes ou áreas industriais.
3. O cabo S/FTP (Screened /Foiled Twisted Pair) possui uma blindagem em torno
de todos os pares e também um blindagem individual em torno de cada um
deles. Esta dupla blindagem o torna mais seguro do que os F/UTP e pode ser
empregado nas mesmas situações que aqueles.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.2.1 Tipos Cabos Metálicos

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.2.2 Classificação dos cabos metálicos de par trançado

• Os cabos de par-trançado são classificados (em categorias ou classes) de acordo


com sua capacidade de transmissão. A tabela a seguir mostra esta classificação.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.2.3 Cabos Metálicos. Conectores para Cabos RJ-45.

• Os conectores a serem utilizados com os cabos de Par-Trançado são chamados


de RJ-45. Veja nas figuras a seguir que existem os conectores comuns (para
serem usados com o cabo UTP) e os blindados (que devem ser usados com os
cabos blindados).

• Além dos conectores, há também as tomadas RJ-45 (fêmea) comuns e


blindadas, como pode ser observado nas figuras a seguir.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.2.4 Padrões de Cores

• Os cabos de par-trançado têm quatro pares que são identificados por cores.
• Existem dois padrões para a montagem do cabo em conectores e tomadas, que
são chamados de T-568A e T-568B. Na figura a seguir estão sendo mostrados dois
conectores já montados com a sequência correcta de cada padrão.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.2.4 Padrões de Cores

• Não existe melhor ou pior. Na verdade, deve-se adoptar um deles e utilizar em


todo o projecto me instalação. O padrão mais usado é o T-568A:
1. Pino 1: Branco do Verde
2. Pino 2: Verde
3. Pino 3: Branco do Laranja
4. Pino 4: Azul
5. Pino 5: Branco do Azul
6. Pino 6: Laranja
7. Pino 7: Branco do Marrom
8. Pino 8: Marrom

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.2.4 Padrões de Cores

• Ao montar uma tomada, deve-se prestar muita atenção à identificação de cores


dos contactos. Na figura a seguir podemos ver uma tomada já montada.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.2.5 Montagem dos Conectores e Tomadas.

• O procedimento de montagem do cabo nos conectores e tomadas é chamado


de conectorização, também chamado de crimpagem. Para realizar a
conectorização são necessárias ferramentas adequadas. O Alicate de Crimpar é
a ferramenta utilizada para a montagem dos conectores RJ-45.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.2.5 Montagem dos Conectores e Tomadas.

• Para a montagem das tomadas, é preciso utilizar o Punch Down. Existem


tomadas que podem ser montadas sem a utilização desta ferramenta, bastando
que o instalador encaixe uma pequena peça plástica nos fios.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.3 Cabos de Fibra Óptica

• As Fibras Ópticas são fabricadas a partir do vidro e, portanto, não conduzem


energia eléctrica, mas sim luz.
• Devido a este facto, são totalmente imunes às interferências electromagnéticas,
além de também suportar distâncias maiores e melhores taxas de transmissão.
• Mas o seu alto custo ainda torna proibitivo seu uso em toda a rede, sendo
utilizada em situações específicas como veremos mais à frente.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.3 Cabos de Fibra Óptica. Classificação

• As Fibras Ópticas podem ser classificadas em Monomodo e Multimodo.


1. As Fibras Monomodo são extremamente finas, com alto custo de fabricação.
Por ser muito fina, a dispersão da luz em seu interior é menor, o que permite
maior banda passante (altas taxas de transmissão) e distâncias maiores que a
Fibra Multimodo.
2. As Fibras Multimodo são mais grossas que as Monomodo, mais baratas e
apresentam maior dispersão da luz. Assim, suportam menores taxas de
transmissão e menores distâncias do que as Monomodo. É o tipo mais utilizado
nas instalações.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.3.1 Conectores para Fibras Ópticas.

Existem muitos tipos de conectores para fibras ópticas, cada um voltado para uma
aplicação específica.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.3.1 Conectores para Fibras Ópticas.

• Para destacar, alguns dos mais utilizados são:


1. 586SC:

2. SC Duplex:

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.3.1 Conectores para Fibras Ópticas.

• Para destacar, alguns dos mais utilizados são:


3. LC e LC Duplex:

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.3.2 Montagem dos Conectores e Tomadas

• A montagem dos conectores em fibras ópticas é uma tarefa que deve ser
executada com muito cuidado, pois devido às características de propagação da
luz, qualquer erro pode ser fatal. Existem “kits” para sua execução, como pode
ser visto na imagem a seguir.
• Existem cursos para a formação de técnicos na conectorização de fibras ópticas.
Não abordaremos detalhes neste curso, devido ao seu alto grau de
especialização.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.4 Cabeamento de Backbone

• Como vimos, o Cabeamento de Backbone é aquele que interconecta as salas de


telecomunicações, a sala de equipamento e infra-estructura de entrada do
edifício, sendo responsável, portanto, por fazer a distribuição da rede pelo
prédio.
• A topologia física a ser adoptada deve ser a Estrela, com até dois níveis
hierárquicos.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.4 Cabeamento de Backbone

• Como podemos observar na figura acima, o Cabeamento de Backbone pode


interligar vários prédios de uma empresa localizados próximos uns aos outros
(Campus), e/ou também os Distribuidores de Piso (FD) que ficam nas Salas de
Telecomunicações dentro de um mesmo prédio.
• Os cabos que podem ser utilizados no Backbone são:
1. Cabo UTP de quatro pares, 100Ω,
2. Cabo F/UTP de quatro pares, 100Ω,
3. Cabo UTP multipares (somente voz),
4. Cabo óptico multimodo 62,5/125μm ou 50/125μm,
5. Cabo óptico monomodo.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.4 Cabeamento de Backbone

• Existem dois tipos de backbone que devem ser considerados no


desenvolvimento do projecto de instalação:
1. Backbone de Edifício: é aquele que interliga os vários pavimentos de um
mesmo prédio ou os vários sectores (no caso de prédios térreos).
2. Backbone de Campus: é o que faz a interligação entre prédios diferentes.
Normalmente neste backbone utilizam-se cabos ópticos.
• Os comprimentos máximos que podem ser utilizados no cabeamento de
backbone estão descritos na tabela a seguir.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.5 Cabeamento Horizontal

• Cada pavimento (andar) ou sectores da empresa devem possuir uma Sala


de Telecomunicações. Esta “sala” pode ser até mesmo um Rack, que
conterá o Patch Panel e o(s) Switch(es) deste pavimento/sector
(estudaremos estes detalhes mais à frente).
• O Cabeamento Horizontal é aquele que interliga a Sala de
Telecomunicações às tomadas da Área de Trabalho do usuário.
• De acordo com a norma vigente, a área de trabalho deve possuir pelo
menos duas tomadas de telecomunicação, que podem ser configuradas
para dados ou voz.
• Os cabos podem ser lançados em dutos embutidos, eletrocalhas ou
bandejas suspensas no tecto.
• As canaletes de superfície também são bastante utilizadas para a
instalação dos cabos, normalmente dentro dos ambientes (salas).

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.5 Cabeamento Horizontal

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.5 Cabeamento Horizontal

• Os cabos que podem ser utilizados no Cabeamento Horizontal são:


1. Par trançado Cat. 5e ou superior de quatro pares, 100 Ω, UTP ou
F/UTP;
2. Par trançado Cat. 3 de quatro pares, 100 Ω, UTP ou F/UTP (somente
para voz);
3. Cabo óptico multimodo 50/125 μm, incluindo os cabos optimizados
para laser (OM3) (2 ou 4 fibras);
4. Cabo óptico multimodo 62,5/125 μm (2 ou 4 fibras).
• De acordo com as normas, o comprimento máximo de um canal do
Cabeamento Horizontal é de 100 metros.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.5 Cabeamento Horizontal

• Observando a figura acima, podemos perceber que o “canal” é toda a


extensão entre o Distribuidor de Piso (Switch) e o conector que será
conectado ao computador do usuário. Portanto, o canal é constituído do
cordão do switch, o cabeamento horizontal fixo e o cordão do usuário.
• Uma regra que deve ser observada no momento do projecto é que o
cabeamento fixo não deve ultrapassar 90 metros de comprimento,
enquanto a soma dos comprimentos dos cordões não deve ultrapassar 10
metros (completando os 100 metros máximos permitidos).

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.6 Certificação da Infraestrutura de Cabeamento

• A Certificação do cabeamento instalado é a última etapa do processo de


implantação da infra-estructura da rede. É um procedimento realizado
com um equipamento chamado Scanner.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.6 Certificação da Infraestrutura de Cabeamento
• Existem muitos modelos de Scanners no mercado, de diversos fabricantes,
com as mais variadas funcionalidades (tanto para cabos metálicos – par-
trançado – quanto para fibra óptica).
• Este aparelho faz toda a verificação do canal que estiver sendo testado,
desde a pinagem até comprimento e possíveis interferências ou
rompimentos, gravando arquivos em sua memória que depois podem ser
descarregados em um computador e gerados os relatórios para serem
entregues ao cliente.
• Muitas empresas, ao contratar o projecto e a instalação de sua rede,
exigem que seja feita a Certificação ao final.
• Para a realização dos testes, é preciso fazer a calibração inicial do
aparelho, informando, principalmente, o NVP (Velocidade Nominal de
Propagação) do cabo a ser testado, e mais algumas informações básicas.
• Depois, é só conectar o Scanner em uma das pontas do cabo (no conector
ou Patch Panel) e um Remoto é conectado à tomada na Área de Trabalho
do usuário. 39
CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.6 Certificação da Infraestrutura de Cabeamento

• O aparelho fará todo o resto automaticamente, informando se aquele


canal está dentro das normas ou se há algum problema (que será
informado no visor e no relatório).
• A seguir pode ser observado um exemplo de relatório gerado pelo Scanner
para um canal testado.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.7 Redes Sem-Fio - Wireless

• Uma Rede Sem Fios normalmente não é totalmente sem fios. O que
motivou o desenvolvimento destas redes foi, inicialmente, a possibilidade
de oferecer acesso à rede em locais onde não seria possível usar fios.
• Com o desenvolvimento e a popularização dos dispositivos móveis, as
redes sem fio tornaram-se uma ferramenta indispensável. As redes sem
fio foram padronizadas pelo IEEE (www.ieee.org) em:
– IEEE 802.15 Bluetooth PAN .
– IEEE 802.11 Wireless LAN.
– IEEE 802.16 Wireless MAN.
– IEEE 802.20 WAN (GSM).
• Abordaremos as WLAN’s (padrão IEEE 802.11 - Wireless LAN), também
conhecidas como redes WiFi.
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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.7 Redes Sem-Fio - Wireless

• Os padrões definidos pelo IEEE para as redes WiFi são:


1. IEEE 802.11a: Padrão Wi-Fi para frequência 5 GHz com capacidade teórica
de 54 Mbps.
2. IEEE 802.11b: Padrão Wi-Fi para frequência 2,4 GHz com capacidade
teórica de 11 Mbps.
3. IEEE 802.11g: Padrão Wi-Fi para frequência 2,4 GHz com capacidade
teórica de 54 Mbps.
4. IEEE 802.11n: Padrão Wi-Fi para frequência 2,4 GHz ou 5 GHz, com
capacidade teórica de 65 a 600 Mbps.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.7 Redes Sem-Fio - Wireless. Componentes.

• Componentes:

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.7 Redes Sem-Fio – Wireless. Componentes.

• Como podemos observar na figura anterior, uma rede sem fio pode ser
estructurada de duas formas: Infra-estructura e Ad-Hoc.
• O modo Infra-estructura é o utilizado normalmente. Este modo prevê a
existência de um dispositivo que controla o acesso à rede (AP – Access Point ou
então um Roteador) e que está conectado à rede cabeada.
• O modo Ad-Hoc é aquele onde os computadores conectam-se entre si, sem
passar pelo controle de um AP. Normalmente utilizado em situações
temporárias, como em uma reunião, por exemplo.
• Em uma rede sem fio o AP é o centralizador e o controlador das conexões entre
os computadores. Cada AP em operação forma o chamado BSS (Basic Service
Set), que nada mais é do que a sua área de cobertura.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.7 Redes Sem-Fio – Wireless. Componentes.

• O raio de um BSS depende de diversos factores, mas o principal deles são as


barreiras físicas, como as paredes do prédio onde será instalado. Pode variar de
10 a 100 metros.
• Para ampliar a área de cobertura da rede, vários AP’s devem ser instalados e o
conjunto dos seus BSS’s é chamado de ESS (Extended Service Set). Os
dispositivos móveis que se desloquem entre os BSS’s continuarão
conectados(Roaming).
• Para que o Roaming funcione, é necessário que todos os AP’s estejam
configurados com o mesmo SSID (Service Set Identification), que é o “nome” da
rede Wireless, porém todos devem estar em canais diferentes.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.7 Redes Sem-Fio – Wireless.. Configuração da Rede Sem Fio.

• A configuração da rede sem fio dependerá do tipo de dispositivo que você


estiver usando para distribuir o sinal (AP ou Router).
• Quando estiver usando um AP, a rede sem fio será, logicamente, uma extensão
da rede cabeada, operando na mesma faixa de endereços IP*. Para a
configuração de um AP na rede, bastará configurá-lo com um endereço IP livre
de sua rede cabeada.
• Se estiver usando um Router, na verdade existirá uma separação entre os
endereços IP* da rede WAN e da rede LAN, o que inclui a sem fio. Deverão ser
configurados um endereço IP da rede WAN e um outro endereço de rede* para
a rede LAN/sem fio. Alguns Routers permitem que sejam configurados em modo
de operação de AP. Se assim for, as configurações serão muito parecidas com as
de um AP real.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.7 Redes Sem-Fio – Wireless. Configuração da Rede Sem Fio.

• Os softwares de configuração dos AP’s diferem bastante uns dos outros, mas as
informações básicas de configuração são similares.
1. SSID: é o “nome” da sua rede sem fio. Deve ser utilizado um nome
qualquer, de fácil assimilação e que identifique a rede;
2. Endereço IP da LAN: é um endereço livre da sua rede LAN (um endereço da
mesma rede dos computadores);
3. Endereço IP da WAN: é um endereço de rede que será usado para
conectar o Router ao Modem da Internet;
4. Canal (Channel): escolha sempre um canal diferente para cada AP da sua
rede sem fio.
5. DHCP Server: é o serviço que, se habilitado, fornecerá os endereços IP aos
dispositivos móveis da rede sem fio. Se não for habilitado, os dispositivos
precisarão ter seus endereços IP configurados manualmente.
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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.7 Redes Sem-Fio – Wireless. Configuração da Rede Sem Fio.

• Normalmente os AP’s ficam conectados à rede cabeada, sendo uma extensão


desta. Assim, devem-se observar vários aspectos de segurança para que
pessoas não autorizadas tenham acesso à rede.
• Além das configurações já mencionadas, algumas outras opcionais visam
justamente o aspecto segurança:
1. Filtragem por endereço MAC: é possível cadastrar os endereços MAC* das placas de rede dos
dispositivos que tem permissão para acessar o AP e portanto a rede sem fio;
2. Criptografia: é possível configurar uma “chave” para que o usuário possa acessar a rede sem
fio. Pode-se criar uma chave WEP (menos segura) ou WPA (mais segura.

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.7 Redes Sem-Fio – Wireless. Configuração da Rede Sem Fio.

• Por exemplo: A Lusíada . Já existe uma rede local cabeada e os servidores e


estações estão configuradas com endereços IP que vão de 192.168.0.10 até
192.168.0.40, e é preciso configurar dois AP’s para esta rede, que vamos
chamar de AP1 e AP2 (hipoteticamente, dois são suficientes para cobrir a área
desejada).
• Configuração do AP1:
1. SSID: WIFI-ABC
2. Endereço IP: 192.168.0.41
3. Canal: 3
4. DHCP: desabilitado, pois o endereço IP será distribuído pelo servidorDHCP da rede cabeada.
5. Criptografia: WEP, com chave 0191918555

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
3.7 Redes Sem-Fio – Wireless. Configuração da Rede Sem Fio.

• Configuração do AP2:
1. SSID: WIFI-ABC (a mesma!)
2. Endereço IP: 192.168.0.42
3. Canal: 7
4. DHCP: também desabilitado.
5. Criptografia: WEP, com chave 0191918555 (também a mesma!)

• Fazendo a configuração dos AP’s desta forma, serão criados dois BSS’s e um ESS
que cobrirá toda a área da empresa.
• Como o SSID é o mesmo e a chave de criptografia também, os dispositivos
móveis que se movam entre os BSS’s continuarão conectados automaticamente
(Roaming).

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CAPÍTULO 3- SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUCTURADO E REDES SEM FIOS
Bibliografia

• TANENBAUM, Andrew S. Redes de Computadores. 4ªed.


• HALSALL, FRED. Computer Networking and the internet. 5ªed.
• STALLINGS, WILLIAM. Data and Computer Communications. 10ªed.

<<<Todos os livros disponíveis aos alunos>>

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