O documento descreve o período do Primeiro Reinado no Brasil Imperial (1822-1831), com foco na Confederação do Equador em 1824. Liberais insatisfeitos com a centralização do poder em D. Pedro I lideraram uma rebelião separatista no Nordeste, mas foram rapidamente derrotados pelas forças imperiais, resultando em execuções e aumento da dívida externa do Brasil.
O documento descreve o período do Primeiro Reinado no Brasil Imperial (1822-1831), com foco na Confederação do Equador em 1824. Liberais insatisfeitos com a centralização do poder em D. Pedro I lideraram uma rebelião separatista no Nordeste, mas foram rapidamente derrotados pelas forças imperiais, resultando em execuções e aumento da dívida externa do Brasil.
O documento descreve o período do Primeiro Reinado no Brasil Imperial (1822-1831), com foco na Confederação do Equador em 1824. Liberais insatisfeitos com a centralização do poder em D. Pedro I lideraram uma rebelião separatista no Nordeste, mas foram rapidamente derrotados pelas forças imperiais, resultando em execuções e aumento da dívida externa do Brasil.
BR) Aula 10 – BRASIL IMPÉRIO – Primeiro Reinado (1822-1831) O Reconhecimento da Independência
O primeiro país a reconhecer oficialmente a independência do Brasil foram os
Estados Unidos da América, no ano de 1824. O reconhecimento deu-se obedecendo os princípios da Doutrina Monroe, que pregava e defendia a não intervenção da Europa - através da Santa Aliança- nos assuntos americanos. No ano de 1825 foi a vez de Portugal reconhecer a independência de sua antiga colônia. A Inglaterra atuou como mediadora entre o Brasil e Portugal. Em troca do reconhecimento, Portugal exigiu uma indenização de dois milhões de libras, que auxiliariam o Reino lusitano a saldar parte de suas dívidas com os britânicos. Como o Brasil não possuía este montante, a Inglaterra tratou de emprestar. Assim, o dinheiro exigido por Portugal nem saiu da Inglaterra e, de quebra, o Brasil tornou-se seu dependente financeiro. Graças à mediação inglesa no reconhecimento de nossa independência, esta obteve importantes regalias comerciais com a assinatura de um tratado, no ano de 1827. O acordo garantia tarifas alfandegárias preferenciais aos produtos ingleses, o que prejudicou o desenvolvimento econômico brasileiro. O novo acordo estabelecia a extinção do tráfico negreiro - clausula que não foi concretizada. Assim, o Brasil continuava a ser um exportador de produtos primários, importador de produtos manufaturados e dependente financeiramente da Inglaterra. A história do Brasil Império pode ser dividida em três fases políticas: Primeiro Reinado – 1822 a 1831
No âmbito da política interna, o primeiro conflito entre d. Pedro I e a
elite brasileira ficou por conta da elaboração da Constituição brasileira. Apesar de a convocação da Assembleia ter ocorrido no mês de junho de 1822, os trabalhos começaram apenas em maio de 1823, liderados por Antônio Carlos Andrada, irmão de José Bonifácio. O caráter liberal do projeto, que defendia o Poder Legislativo, tornava o papel do imperador apenas decorativo, retirando de D. Pedro I a força absoluta na administração pública. A CONSTITUIÇÃO DA MANDIOCA
Inspirada em alguns princípios iluministas, a nova Constituição
defendia o liberalismo econômico e a soberania nacional, deixando claro, em seus 272 artigos, um sentimento de xenofobismo em relação aos portugueses. Além disso, o projeto era antidemocrata e delegava o direito de voto aos latifundiários detentores de certa quantidade de alqueires de mandioca, garantindo a participação no pleito a poucos brasileiros, o que prejudicou os comerciantes lusitanos e a maioria da população. Esse projeto constitucional ficou conhecido como “Constituição da Mandioca”. Não aceitando a limitação ao seu poder, D. Pedro I ordenou o fechamento da Assembleia Legislativa e a prisão de inúmeros deputados, entre os quais estavam os irmãos Andradas (José Bonifácio, Martin Francisco e Antônio Carlos). Os argumentos utilizados pelo monarca para justificar sua atitude arbitrária foram as tentativas de limitação do seu poder no projeto constitucional, além das críticas realizadas pelos deputados do Partido Brasileiro aos portugueses e ao imperador nos jornais de oposição (A Sentinela e Tamoio). Nota-se que a pretensão da elite brasileira em implementar uma ordem política liberal encontrou em D. Pedro I um obstáculo. Desse modo, a Constituição da Mandioca nunca foi colocada em prática, fazendo-se necessário um novo projeto constitucional, que acabou sendo organizado de acordo com os interesses de D.Pedro I, legalizando suas tendências centralizadoras. A CONSTITUIÇÃO DE 1824 Devido ao grande incômodo gerado pelo fechamento da Assembleia Constituinte, D. Pedro I convocou um conselho para que seus membros, um total de 10 pessoas, pudessem redigir uma nova Constituição, que foi finalizada em 40 dias. Baseada, em muitos pontos, na Constituição da Mandioca, a nova Carta apresentava duas características que a diferenciava da antiga. Em primeiro lugar, o voto não seria mais determinado pelo número de alqueires de mandioca, mas pela renda dos cidadãos (voto censitário), evitando uma possível participação popular, e, ao mesmo tempo, garantindo a presença dos portugueses no pleito eleitoral. O segundo destaque da Constituição de 1824 foi a criação de um quarto poder: o Poder Moderador, que se colocava acima dos outros três poderes e tinha o princípio político de equilibrá-los, com a função prática, porém, de controlá-los. O novo projeto outorgado por D. Pedro I dava a ele o controle desse poder e, consequentemente, o total comando da nação. O catolicismo foi considerado religião oficial (apesar da liberdade de culto), e o imperador cumpriria o papel de chefe da Igreja no Brasil, através do Regime de Padroado. O país foi dividido em províncias e o Judiciário, exercido por juízes e tribunais, estaria subordinado ao Supremo Tribunal de Justiça, nomeado pelo imperador. Deve-se considerar que não há consenso em torno do estatuto do governo de d. Pedro I. Setores da historiografia divergem em considerá-lo absolutista ou somente autoritário. Já o Conselho de Estado, que assessorava o imperador, era um órgão consultivo, composto de membros de destaque na sociedade, que tinham um elevado poder econômico. Contexto histórico e o processo de independência Após o Dia do Fico, D. Pedro tomou uma série de medidas que desagradaram a metrópole, pois preparavam caminho para a independência do Brasil. D. Pedro convocou uma Assembleia Constituinte, organizou a Marinha de Guerra e obrigou as tropas de Portugal a voltarem para o reino. Determinou também que nenhuma lei de Portugal seria colocada em vigor sem o "cumpra-se", ou seja, sem a sua aprovação. Além disso, o futuro imperador do Brasil conclamava o povo a lutar pela independência. José Bonifácio de Andrada e Silva, conselheiro do príncipe D. Pedro, esteve no centro dos acontecimentos até a Proclamação da Independência. Como as Cortes de Lisboa partiram para o confronto direto, insistindo em reduzir o poder do príncipe, José Bonifácio e o Apostolado, casa maçônica que reunia importantes fazendeiros e políticos, com o apoio dos democratas, pressionaram D. Pedro a proclamar a independência da América Portuguesa. O príncipe fez uma rápida viagem a Minas Gerais e a São Paulo para acalmar setores da sociedade, que estavam preocupados com os últimos acontecimentos, pois acreditavam que tudo isto poderia ocasionar uma desestabilização social no país. Durante a viagem, D. Pedro recebeu uma nova carta de Portugal, que anulava a Assembleia Constituinte e exigia a volta imediata dele para a metrópole.
Estas notícias, chegaram as mãos de D. Pedro quando este estava em viagem de Santos para São Paulo. Próximo ao riacho do Ipiranga, levantou a espada e gritou: "Independência ou Morte!". Este fato histórico ocorreu no dia 7 de setembro de 1822 e marcou a Independência do Brasil. No mês de dezembro de 1822, D. Pedro foi declarado imperador do Brasil.
Desse modo, a nova Constituição, com o Poder Moderador
personificado em d. Pedro I, e o voto censitário beneficiando os portugueses, representou, novamente, a ausência de uma planificação democrática para a nação. ORGANOGRAMA DO BRASIL IMPÉRIO CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR
Muitos setores da sociedade
ficaram insatisfeitos com a Constituição de 1824, o que levou os grupos da elite do Partido Brasileiro a exercerem uma considerável pressão sobre D. Pedro I para que ele diminuísse a centralização do poder presente em seu projeto. O foco mais intenso de resistência à política de D. Pedro I ocorreu no Nordeste, através da Confederação do Equador. A oposição nordestina ao governo sediado no Rio de Janeiro já vinha ocorrendo desde 1817, com a Revolução Pernambucana. A tradição federalista e republicana da região não havia desaparecido e, com o fechamento da Assembleia Constituinte em 1823, esse sentimento voltou à tona. Os liberais de Pernambuco, inflamados pelas palavras publicadas nos jornais de oposição, como a Guarita de Pernambuco, Sentinela da Liberdade e Tífis Pernambucano, este publicado por frei Caneca, acabaram por levar a população a incentivar um possível levante contra o governo imperial.
A oposição acirrou-se ao extremo quando foi nomeado para presidente
da província um político da confiança de d. Pedro I, Francisco Pais Barreto.
Em 2 de julho de 1824, os políticos da região criaram uma república
independente no Nordeste, conhecida como Confederação do Equador. Atendendo à separação de Pernambuco, juntaram-se à rebelião as províncias do Ceará, do Rio Grande do Norte e da Paraíba. Após ser criada a república, os revoltosos utilizaram a Constituição colombiana como base do governo provisório. Entre os líderes do movimento, pode-se citar o papel fundamental de frei Caneca, Paes de Andrade e o antigo líder da Conjuração Baiana, Cipriano Barata. CONSEQUÊNCIAS:
A reação do governo central foi conduzida sob a liderança
de Francisco de Lima e Silva e com a ajuda de mercenários ingleses, que derrotaram o movimento em poucos dias. Após a vitória das forças imperiais, 16 revoltosos foram condenados ao enforcamento, entre eles o próprio frei Caneca, que teve sua pena modificada para o fuzilamento, pois nenhum carrasco se dispôs a executar o frei carmelita. Entre as consequências da Confederação do Equador, destaca-se o aumento da dívida externa brasileira, fruto dos gastos com a reação imperial a tal movimento e do desgaste político do imperador, devido à forte repressão ao movimento revoltoso.