Você está na página 1de 145

AQUISIÇÃO DE

PROCESSOS LÓGICOS
MATEMÁTICOS
Professora Renata Araujo dos Santos

1
COMO TUDO
COMEÇOU...

2
Como começa a
aprendizagem matemática

3
Matemática: ught ou oba!

Os números fazem parte do nosso cotidiano:


■ números telefônicos,
■ balanços financeiros,
■ senhas bancárias,
■ checagem de velocidade etc.

É uma das mais valiosas e importantes invenções da humanidade; sem ela a


ciência e a sociedade provavelmente não teriam evoluído!
Falando em evolução...

■ Vamos testemunhar a participação de vários povos na


antiguidade que participaram dessa evolução.
■ Os homens pré históricos já faziam marcas em ossos de
animais ou pedaços de madeira quando pescavam ou caçavam.
■ Com o advento da agricultura, o excedente para a ser
comercializado, o que exigiu a criação de métodos de contagem
mais práticos. Isto porque a utilização das pedras para
contagem dos rebanhos de ovelhas, já não era mais suficiente.
No Egito
■ Os egípcios criam um sistema de
numeração no século XVIII que
utilizava hieróglifos (7 números chave)
que correspondiam a determinadas
quantidades. Para este povo, a ordem
dos símbolos não alterava o valor
numérico.
Em Roma

■ Os romanos desenvolveram um
sistema numérico aproveitando
as próprias letras do alfabeto
(7números chave).Aqui a ordem
altera o valor numérico.
Na Índia

■ Os hindus possuíam valiosos


métodos de cálculos.
■ Ele realizavam os cálculos por
meio de apenas nove símbolos.
No mundo árabe
■ Uma característica árabe era sua capacidade
em absorver, aperfeiçoar e divulgar as
descobertas de outras civilizações.

■ Os árabes tiveram um papel importante na


cultura e na matemática aperfeiçoando a
aritmética, originária da Índia; a Álgebra de
fontes gregas, hindus e babilônicas; a
trigonometria e a geometria da Grécia.
Na Europa

■ Com o declínio árabe, a Europa que estava em ascensão sócio político cultural pôde
assumir o papel de liderança dando continuidade ao estudo da matemática.
A matemática na atualidade

Roteiro dos assuntos deste módulo

■ Funções que dão sustentação para a área do pensamento matemático


■ Conteúdos matemáticos
12
13
Aprendizagem com o meio
Quando entram na escola, já apresentam uma
vivência com os números e algumas ideias de
onde usamos. Isso nos prova que o
conhecimento começa no ambiente externo e
a criança ali interioriza a contagem dos
números.

14
15
Assim como no desenvolvimento da linguagem,
no desenvolvimento do conhecimento
matemático a criança possui uma variedade de
termos que expressam julgamentos
quantitativos sem precisão numérica, como
maior, menor, mais ou menos, o que permite
atribuir rótulos linguísticos para comparação de
tamanhos. 
Esses julgamentos, que operam sem qualquer
processo de medição, são baseados no que
Resnick  chama de esquema de comparação
protoquantitativo. 

16
O esquema proto – quantitativo da comparação : graças a isso, as crianças
podem ter uma série de termos que expressam julgamentos de quantidade sem
precisão numérica, como maiores, menores, mais ou menos, etc. Através desse
esquema, rótulos linguísticos são atribuídos à comparação de tamanho.

17
O esquema proto-quantitativo de decremento incremental : com esse
esquema, as crianças de três anos são capazes de raciocinar sobre mudanças
nas quantidades quando algum elemento é adicionado ou removido.

18
E O esquema protocuantitativo parte-todo : permite pré-escolares para aceitar que
qualquer parte pode ser dividida em partes menores e que, se voltar juntos levam ao
original. Eles podem pensar que, quando juntam duas quantidades, obtêm uma quantidade
maior. Implicitamente, eles começam a conhecer a propriedade auditiva das quantidades.

19
Esses esquemas não são suficientes para lidar com tarefas
quantitativas; portanto, eles precisam usar ferramentas de
quantificação mais precisas, como a contagem.

20
Quando uma criança inicia o processo de contagem, entendemos que elas entendem o que
são os números, porém ao falar oralmente é diferente de afirmarmos que ela abstraiu esse
conceito e que tenham construído uma relação de ordem e posição hierárquica.

21
22
Para Ramos (2009), a construção dos
números precisa ser favorecida por
um trabalho envolvendo a
classificação e a seriedade de objetos.

23
Princípios e habilidades necessárias para
melhorar a tarefa de contagem

24
O princípio da correspondência um a um : envolve rotular cada elemento de um conjunto
apenas uma vez. Envolve a coordenação de dois processos: participação e rotulagem, por meio
da partição, controlam os elementos contados e os que ainda serão contados, enquanto
possuem uma série de rótulos, de modo que cada um corresponde a um objeto do conjunto
contado , mesmo que eles não sigam a sequência correta.

25
O princípio da ordem estabelecida : estipula que, para contar, é
essencial estabelecer uma sequência coerente, embora esse princípio
possa ser aplicado sem o uso da sequência numérica convencional.

26
O princípio da cardinalidade : estabelece que o último rótulo da
sequência numérica representa o cardinal do conjunto, a
quantidade de elementos contidos no conjunto.

27
O princípio da abstração : determina que os princípios anteriores
podem ser aplicados a qualquer tipo de conjunto, tanto com
elementos homogêneos quanto com elementos heterogêneos.

28
O princípio da irrelevância : indica que a ordem na qual os elementos
estão listados é irrelevante para a designação cardinal. Eles podem ser
contados da direita para a esquerda ou vice-versa, sem afetar o resultado.

29
Esses princípios estabelecem as regras processuais sobre como contar um
conjunto de objetos. A partir das próprias experiências, a criança adquire a
sequência numérica convencional e permitirá que ela estabeleça quantos
elementos um conjunto possui, ou seja, domine a contagem.

30
O número
31
Segundo Piaget, a criança não terá um
domínio de conceituar adequadamente
um número, até que ela seja capaz de
conservar quantidades, tornar reversíveis
as operações, classificar e seriar.

32
A conservação
ocorre quando a
criança consegue
entender que uma
quantidade não
depende da
arrumação, forma
ou posição dos
objetos.

33
O sistema de numeração

34
35
36
Para que as crianças percebam o valor posicional,
é muito importante que elas primeiramente
tenham compreendido perfeitamente a unidade e
assim, de forma muito concreta, que seja
trabalhada as dezenas e assim por diante.

37
O QUE VOCÊ FARIA SE
GANHASSE CEM TRILHÕES
DE REAIS?

38
39
40
É muito importante lembrar que sempre que
formos ensinar algo, devemos ensinar da
forma como o aprendente aprende e não da
forma no qual achamos que devemos ensinar

E que todos os conceitos, inclusive os números


fazem parte de um processo que envolve:
 

41
42
DIFICULDADES
APRENDIZAGEM
MATEMÁTICA

43
Por que a matemática é
o bicho papão da
escola?

44
45
Ensinar ou transmitir conhecimento

46
ENSINA
R

47
TRANSMITIR
CONHECIMENT
O

48
BUSCANDO
INSERIR NA
REALIDAD
E DOS
ALUNOS

49
50
51
52
Divulgação Cientifica - Revista Principia/2017
27%

18%

14% 14%

9% 9%

5%
4%

1% 0% 0%
Falta de compreensão O aluno não lembra Forma com que o Falta de incentivo da Dificuldade de Falta de tempo para Falta de compreensão Desânimo pelo grande Falta de domínio do Dificuldade de Falta de condições
e interpretação dos conteúdos das professor apresenta o família concentração estudar fora da sala de de determinados nº de reprovações em conteúdo por parte do memorização físicas e
séries anteriores conteúdo aula conteúdos matemática professor organizacional da
53 escola
Como nós podemos ajudar?

Os números e as equações em diversas ocasiões,


só tem sentido quando se aprende o contexto da
resolução dos problemas e a necessidade
daquilo. Ao contrário, elas são apenas decoradas
e assim, que passam ao desuso, já não se
lembram mais de como resolver.

54
No sítio da dona Maria tem criação de galinhas e porcos totalizando 9
animais no total há 24 pés desses animais. Qual a quantidade de
galinhas e porcos dona Maria cria seu sítio?

55
Por isso é muito importante mudar a
forma como a criança vê a matemática e
depois verificar quais as reais
dificuldades.

56
Discalculia

57
58
Dificuldade na aplicação de Confundem números com
ideias matemáticas no dia a sons similares.
dia.

Dificuldade para seguir


Dificuldade para sequencias numéricas.
aprender a contar, medir,
classificar objetos e
identificar símbolos Discalculia
matemáticos.

Escreve os números
Costuma se confundir nas invertidos.
operações mentais e no
entendimento de conceitos
matemáticos.
Dificuldade com medidas,
horas, dinheiro... 59
60
Como a discalculia interfere no processo
de aprendizagem?

Memória curto
Concentração prazo

Organização de Memória
idéias operacional

61
Uma pessoa com discalculia pode ter
dificuldade em processos ou tarefas que
envolvam conceitos de números simples,
pois muitas vezes não possuem uma
compreensão intuitiva sobre eles

62
63
A discalculia já pode ser notada a partir da pré-escola, quando a criança tende a
ter dificuldades em compreender os termos já utilizados como igual e diferente.
Porém somente após a introdução desses símbolos e conceitos mais
específicos que é o problema se acentua e sim ser diagnosticado.

64
Há muita sobreposição entre dislexia e discalculia, já que ambos
trabalham memória de curto prazo, sequenciamento e utilização de
símbolos. Mas, embora existam casos de comorbidades, uma criança que
tem dislexia não necessariamente tem discalculia, ou vice-versa”

65
Acalculia

Para Bernardi (2006, p.18), as acalculias[...] são alterações intrínsecas ao ser humano, causadas por disfunção
no sistema nervoso central. Portanto, manifestam-se após lesão cerebral, ocorrendo posteriormente à aquisição
da função, ou seja, quando as habilidades cognitivas já havia se consolidado.

66
TIPOS DE
DISCALCULIA
De acordo com Bernardi (2006)

67
DISCALCU
LIA
VERBAL

68
DISCALCULIA
PRACTOGNÓSTIC
A,

69
DISCALCU
LIA LÉXICA

70
DISCALCU
LIA
GRÁFICA

71
DISCALCULIA
IDEOGNÓSTIC
A

72
DISCALCULIA
OPERACIONAL,

73
Dificuldades Manifestações
Dificuldade na identificação de números: O aluno pode trocar os algarismos 6 e 9, 2 e 5, dizer dois quando o algarismo é
quatro.
Incapacidade para estabelecer uma correspondência recíproca: Dizer o número a uma velocidade e expressar, oralmente, em outra
Escassa habilidade para contar compreensivamente: “Decorar” rotina dos números, ter déficit de memória, nomear de forma incorreta
os números relativos ao último dia da semana, estações do ano, férias.
Dificuldade na compreensão dos conjuntos: Compreender de maneira errada o significado de um grupo ou coleção de objetos.
Dificuldade na conservação: Não conseguir compreender que os valores 6 e 4 + 2 ou 5 + 1 se correspondem;
para eles, somente significam mais objetos.
Dificuldade no cálculo: O déficit de memória dificulta essa aprendizagem. Confusão na direcionalidade ou
apresentação das operações a realizar
Dificuldade na compreensão do conceito de medida: Não conseguir fazer estimativas acertadas sobre algo quando necessitar dispor das
medidas em unidades precisas.
Dificuldade para aprender a dizer as horas: Aprender as horas requer a compreensão dos minutos e segundos e o aluno com
discalculia quase sempre apresenta problemas.
Dificuldade na compreensão do valor das moedas: Tem problemas na aquisição da conservação da quantidade em relação à moedas,
por exemplo: 1 moeda de 25 = 5 moedas de 5.
Dificuldade na compreensão da linguagem matemática e dos símbolos: Adição, subtração, multiplicação, divisão, +, -, x, ÷
Dificuldade em resolver problemas orais: O déficit de decodificação e compreensão do processo leitor impedirá a
interpretação correta dos problemas orais.

74
Orientações para trabalhar
com as crianças com
discalculia.

75
Adaptar o uso do caderno quadriculado;

Procurar usar situações concretas nos problemas

Procure iniciar cada período da sessão com resumo da sessão anterior;

76
Dar sugestões ajudas ou guias para que a criança saiba encarar e monitorar adequadamente os erros;

Incentivar a visualização do problema, com desenhos e depois internamente.

77
AVALIAÇÕES
PSICOPEDAGÓGIC
AS

78
HISTÓRIA VITAL

ANAMNESE
com a família
79
Neste questionário constam informações desde a
época de concepção (se foi uma gravidez
desejada, a aceitação pela família), seu
desenvolvimento durante a infância. Toda a
história de vida é investigada com objetivo de
buscar informações relevantes.

80
Informações importantes:

Como a criança aprendeu a realizar determinadas


tarefas, como firmar a cabeça, engatinhar, andar, falar,
andar de bicicleta, controlar as necessidades
fisiológicas, falar, etc.

81
Na questão da saúde, são investigadas
doenças, internações, sequelas ou algum tipo
de acompanhamento ou tratamento ao qual a
criança foi submetida, medicações que fezou
faz uso.

82
ANAMNES
E
com a escola
83
Como o professor percebe o aluno,

Níveis de interação com outras crianças,

Comportamentos.

84
Adaptar o questionário
escolar, conforme a
idade, série, problema...

85
E.O.C.A

(entrevista operativa
centrada na Aprendizagem)

86
87
Fala Muito ou pouco?

Como se expressa? Sua fala tem sequência de fatos?

Fala de suas ideias, vontades e desejos?

Como explora os objetos?

Tem consciência do que é real e imaginários?

Responde tudo o que foi perguntado?

Inicia a exploração dos objetos ou necessita que lhe diga o que fazer?

Tem conhecimento de suas dificuldades?

88
Teste Psicomotor

89
90
Cada área apresenta características próprias
e especificas, que devem ser respeitadas e
trabalhadas.

91
Provas operatórias piagentianas
função de ser um parâmetro do
desenvolvimento cognitivo.

92
O nível que a criança irá alcançar em cada
uma das etapas revelará o grau de sua
estrutura operatória. Desta forma, será
possível identificar o nível do pensamento
alcançado por ela. As respostas podem ser
classificadas dentro de três níveis (Visca,
2008 e Sampaio, 2014):

93
94
95
96
97
98
99
100
101
102
103
Acima de 11 anos
104
Acima de 11 anos

105
106
NÍVEL 1 – CONDUTAS NÃO
CONSERVATIVAS OU AUSÊNCIA.

NÍVEL 2 – CONDUTAS
INTERMEDIÁRIAS

NÍVEL 3 – CONDUTA CONSERVATIVA

107
108
109
110
Avaliação diagnóstica matemática

Vamos dar uma olhadinha na BNCC

111
A aprendizagem
matemática por
caminhos lúdicos

112
Qual a melhor maneira de despertar a
atenção dos alunos em meio a tantos
recursos tecnológicos que temos hoje?

113
De acordo com Piaget (1978), as atividades lúdicas atingem um caráter educativo, tanto na
formação psicomotora, como também na formação da personalidade das crianças. Os jogos
com regras são considerados como uma ferramenta indispensável para este processo. Através
do contato com o outro a criança vai internalizar conceitos básicos de convivência.

114
Lino Macedo (2000) ressalta que os jogos possibilitam a produção de uma experiência significativa para as crianças, tanto em termos de
conteúdos escolares, como no desenvolvimento de competências e habilidades.

115
116
Jogo para ser trabalhado de forma
pedagógica

117
118
119
Os jogos podem contribuir para um trabalho de formação de atitudes.

Enfrentar desafios, lançar-se à busca de soluções, desenvolvimento da crítica, da intuição,


da criação de estratégias e da possibilidade de alterá-las quando o resultado não é
satisfatório às necessidades para aprendizagem matemática.

120
Possibilitam a construção de uma atitude
positiva perante os erros, uma vez que as
situações se sucedem rapidamente e podem
ser corrigidas de forma natural, no decorrer
da ação, sem deixar marcas negativas.

121
122
ALGUNS JOGOS
UTILIZADOS

123
Boliche ou jogo das argolas

124
125
126
Quatro cores

127
128
129
130
131
132
133
134
Corrida Matemática

135
Jogos de vitória ao acaso (roleta, dados,
pistas a percorrer...)

Nestes jogos o ganhar e o perder são


aleatórios, não dependendo da eficiência
dos jogadores. São muito úteis para
crianças que não aceitam perder.

136
Jogos de estratégia (damas, trilha, xadrez,
gamão, contra-ataque, Einsten, Senha...).

Nestes jogos, é preciso que a criança planeje


jogada, faça antecipações de suas próprias
jogadas e do adversário, comentando sobre
as estratégias que foram usadas.

137
Jogos com regras

Trabalham o raciocínio, atenção,


antecipação de situações e diferentes
estratégias.

138
139
Encontramos também muitos jogos online, que trabalham de uma forma muito interessante e divertida
todas as atividades que precisam ser trabalhadas na intervenção, só que de uma forma muito mais
próxima da realidade tecnológica de todos. Lembrando que para isso a internet tem que estar
funcionando bem e todos os jogos devem ser analisados pelo profissional antes de serem apresentados.

140
141
Criar ou adaptar um jogo
Trabalho para ser usado numa
avaliação ou intervenção
enviar para: psicopedagógica.
repsicoped@gmail.com
- Nome do jogo
- Material utilizado
- Objetivos
- Regras
- Fotos ou vídeo
142
143
144
MUITO OBRIGADA

145

Você também pode gostar