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Aprendizagem e

contexto sociofamiliar
Prof. Renata Araujo dos Santos
Minha família
A família tem passado na última
década por transformações, com
mudanças de paradigmas, tradições e
ideologias.
O que tem cooperado para essas
mudanças?
▪ Diminuição do número de casamentos e
aumento das uniões consensuais

▪ Aumento da idade média dos casamentos.


▪ Definição e aumento de uniões estáveis
entre casais homossexuais.
▪ Ligeiro decréscimo de famílias nucleares
com filhos
▪ Aumento de famílias monoparentais,
chefiadas por mulheres.

▪ Aumento das famílias unipessoais.

▪ Aumento do número e tempo de


permanência dos filhos morando com os
pais.
▪ Diminuição da mortalidade infantil, mas
aumento da mortalidade juvenil.

▪ Aumento da incidência de gravidez na


adolescência.

▪ Crescente número de separações e


divórcios.
O tradicional “Até que a morte nos separe”,
foi substituído pelo “eterno enquanto dure”

Onde se cria e recria a vida em família,


numa variedade de arranjos de parentescos,
domicílios e sistemas colaborativos.
Configurações
familiares atuais
Família não é mais só pai, mãe e filhos,
mas qualquer arranjo formado não
somente por consanguinidade, função
reprodutora e heterossexualidade.
FUNÇÕES GERAIS DA FAMÍLIA
Duas funções básicas:

∎assegurar a sobrevivência de seus membros


∎ajudar a modelar suas qualidade humanas
Necessidades sociais Necessidades afetivas

Garantir o pleno desenvolvimento dos indivíduos

Necessidades biológicas Necessidades intelectuais


Família é o conjunto das leituras que cada
componente faz das relações que vive no
meio social e no meio familiar.
Tipos de família
diferente da família
nuclear
Famílias mononucleares ou mono
parentais

Produção independente ou aquelas onde


não há relação parental com um dos
progenitores. Maioria sustentada só por
mulheres.
Famílias binucleares

Onde há a guarda compartilhada com


relação parental após a separação,
mantendo pai e mãe responsáveis pelos
cuidados cotidianos dos filhos.
Famílias reconstituídas

Uma família onde há a junção de duas


famílias binucleares.
Os meus, os seus e os nossos.
Famílias homoafetivas

Caracterizada pela união de pessoas do


mesmo sexo que se baseia no afeto,
amor, respeito e comunhão de vida. O
reconhecimento dessa figura jurídica se
deu diante da observação da sociedade.
Família...
Na psicopedagogia, receberemos todos
os tipos de família e nosso papel é
oferecer diretrizes que orientam o educar
de pais e filhos, facilitando a relação
efetiva entre eles.
Vivemos num período onde muitos pais
não conseguem se encontrar, ficando
entre os modelos de educação que foram
criados e modelos que querem adotar
para educar seus filhos. Saindo-se de um
extremo e indo para o outro.
Vivemos um tempo em que se faz
necessário repensar o que certos valores
representam no núcleo familiar, resgatar
valores perdidos e eliminar ações
negativas.
O nascimento de
uma criança
Com o nascimento de uma criança, faz
com que todos os membros avancem um
grau no sistema de relacionamento.
Ontem filhos, hoje pais.

Ontem pais, hoje avós


Tornar-se um progenitor não é um
processo biológico ou de papel no caso
da adoção apenas, mas também um
processo psicológico, modificando o
equilíbrio entre trabalho, amigos, irmãos
e pais.
Além de ter um significado diferente para
diversas pessoas.
O estudo dos papéis parentais permite
refletir sobre o valor da intimidade, da
afetividade e do respeito nas relações
familiares.
Educar é um processo no qual educador e
educando se fazem mutuamente na
convivência. Um confere a identidade e
referencia do outro.
A utilização de punições, da coerção e da
violência física como prática educativa, é
questionável
A busca do equilíbrio na educação dos
filhos fica muito bem evidenciada nos
conflitos vividos pelos pais no que diz
respeito aos métodos corretos de se
fazerem ouvir e respeitar.
Qual os nomes idades e profissões?

Como foi a decisão de adotar uma criança?

Vocês sabem sobre os pais biológicos da criança?

Como é o dia a dia da criança? Onde fica enquanto


trabalham?

Como funciona a questão de cuidados da criança,


alimentação, higiene, sono, limites... As responsabilidades
são divididas ou juntas de forma harmônica?

Quais são as suas expectativas quanto pais para o futuro


da criança?

Quais as mudanças que uma filha trouxe na vida de


vocês?
Vínculos
Vínculo é a estrutura relacional em
que ocorre uma experiência emocional
entre duas ou mais pessoas ou partes
da mesma pessoa.
Estudos comparativos sobre o tipo de
vínculo da criança com o pai e mãe
sugerem que:
▪ Mulher e homem são igualmente
capazes de desenvolver um vínculo
sensível e consistente com o filho.

▪ O tipo de relação que a criança tem


com o pai, está totalmente ligado à
relação que a criança tem com a mãe.
▪ O envolvimento dos pais nos cuidados
da criança, independente do
relacionamento com a mãe, está
associado a maior capacidade da
criança desenvolver empatia e se
relacionar com outras crianças. Além de
melhor desenvolvimento cognitivo.
▪ Os filhos de beneficiam quando existe
uma boa relação conjugal,
desenvolvendo-se mais
harmonicamente.
Devemos lembrar que a família é o
primeiro e o mais importante elo em
nossa rede social, modeladora da
subjetividade e introdutora da cultura.
A busca do equilíbrio na educação dos
filhos fica muito bem evidenciada nos
conflitos vividos pelos pais no que diz
respeito a métodos corretos de se
fazerem ouvir e respeitar
Na família contemporânea, autoridade não
é algo inerente ao papel que os pais
representam na família, mas antes de tudo
uma conquista.
Autoridade é algo pessoal e intransferível
que está totalmente ligada ao vínculo,
autoestima e reconhecimento do nosso
valor como indivíduo e a apropriação do
papel que desempenhamos na relação.
Autoridade Autoritarismo
Desenvolvimento moral é um processo de
construção interior. Ele não é inato, mas
socialmente construído.

E a essência da moralidade está no


respeito que o individuo adquire pelas
regras.
Três sentimentos básicos que entrelaçados,
constituirão as bases da moralidade:
▪ O amor que se inicia com uma
necessidade de afeição que irá de
desenvolver até a adolescência.
▪ O medo que ocorre em relação as
pessoas mais fortes
▪ E o respeito que é um misto de amor e
medo.
Segundo Piaget, a criança passa por três
estágios de desenvolvimento moral:
▪ Anomia - não existem regras e normas. O
bebê, por exemplo, quando está com fome,
chora e quer ser alimentado na hora. As
necessidades básicas determinam as
normas de conduta. Na medida em que
cresce, vai percebendo que o “mundo” tem
suas regras.
▪ Heteronomia - os deveres são vistos como
externos, impostos e não como obrigações
elaboradas pela consciência. O Bem é visto
como o cumprimento da ordem, o certo é a
observância da regra que não pode ser
transgredida nem relativizada por
interpretações flexíveis. Obedece às normas
por meio da punição. Na ausência da
autoridade ocorre a desordem, a
indisciplina.
▪ Autonomia - o indivíduo adquire a
consciência moral. Os deveres são
cumpridos com consciência de sua
necessidade e significação. Possui
princípios éticos e morais.
Na ausência da autoridade, continua o mesmo. É
responsável, autodisciplinado e justo.
A responsabilidade pelos atos é proporcional à
intenção e não apenas pelas consequências do
ato.
Piaget afirma que os três sentimentos
morais dependerá da ênfase colocada em
cada uma delas durante o processo de
educação da criança.
Na educação fundada apenas no temor:
Autoritarismo

Na educação fundada apenas no amor:


Permissividade
E o que fala a teoria de
Lawrence Kohlberg?
Quando vamos avaliar as dificuldades
de uma criança, devemos lembrar que
é como se fosse um quebra cabeça
PEDAGÓGICO

FAMILIAR

CEREBRAL ESCOLAR FUNCIONAL


Dificuldades de Aprendizagem
Problemas
Problemas
Emocionais
Psicomotores

Problemas
Problemas de Cognitivos
Atenção

Problemas de
Memória
Problemas
Perceptivos
Problemas
Psicolinguístico

Problemas de Comportamento
Alguns dos Fatores
envolvidos na aprendizagem
▪ Fatores psicodinâmicos: organização cerebral, visão,
audição, maturidade, psicomotricidade,

▪ Fatores sociais: nível socioeconômico, cultural, linguístico


dos pais, experiências vivenciadas, etc.

▪ Fatores emocionais e motivacionais: estabilidade


emocional, personalidade, etc.
▪ Fatores intelectuais: capacidade mental global, as
capacidades perceptivas, resolução de problemas,
etc.

▪ Fatores escolares: dispedagogia, metodologia,


relação professor x aluno, etc.

▪ Fator genético: O potencial de aprendizagem


também é herdado, a contribuição da genética é
indispensável, chega a ser mais relevante que o
envolvimento sociocultural.
Problemas familiares
que podem prejudicar
a aprendizagem
Muitas famílias delegam à escola toda a educação
dos filhos, desde o ensino das disciplinas
específicas até a educação de valores, a formação
do caráter, além da carência afetiva que muitas
crianças trazem de casa, esperando que o
professor(a) supra essa necessidade.

“Por outro lado, algumas famílias sentem-se


desautorizadas pelo professor, que toma para si
tarefas que são da competência da
família.”(Szymanski, 2003, p. 74).
Os limites situam a criança no espaço
social.
As regras são necessárias para o
convívio social, desde cedo a criança
precisa ir aprendendo as normas de
convivência, já que nenhuma pessoa é
livre para fazer o que quer.
Como ninguém gosta de limites, a
criança testa, a fim de verificar a
validade.
Porém, quando os adultos, não coloca
os limites, as crianças reagem com
birras, chantagens, a fim de que estes
se ampliem.
Assim, encontramos algumas vezes,
crianças tiranas, que não aceitam ser
contrariadas.
O valor da moralidade não está na
obediência e sim no porquê obedece-
las e cumpri-las.

Aprendendo que seu desejo não é lei,


aprenderá a viver em sociedade.
Coerção,
Amor
repressão
Se os pais possibilitam aos filhos a
liberdade de errar e os incentivam a
ter consciência de suas
responsabilidades, eles aprenderão a
fazer escolhas melhores.
Ensinar com respeito, amor e
confiança é:

Ensinar a refletir sobre seus erros e


que aprendemos com eles, sem ter
vergonha de si mesmo.

Ensinar uma consciência moral e


ecológica do meio em que se vive.
Ensinar a não negação.

Ensinar a saber fazer e a pensar.

Ensinar liberdade e responsabilidade.

Ensinar cidadania.
Dar estudo é uma das preocupações
de muitos dos pais, com o desejo de
que seus filhos tenham uma profissão,
se mostrem envolvidos e
comprometidos.

Porém, não percebem que o exemplo


dentro de casa é essencial.
Ensinar o que se vive
Todos os pais querem que seus filhos
sejam felizes, no entanto, não é possível
conseguir o bem dos filhos sem antes
encontrar o bem próprio.

Não se ensina o que não se sabe.


Não se mostra o que não se tem.
O comportamento fala mais alto do
que todos os conselhos, as
explicações, os ensinamentos e as
exigências feitas.

“Ensinar sendo e aprender fazendo”


Pais separados
Quando esses usam o filho como arma
nos conflitos conjugais. Muitas vezes, sem
nenhuma defesa, com medo de ser
retaliado por eles.
Ou não costumam falar “não”, com medo
de que o filho goste mais do outro.
Família com filhos de casamento
anterior
A cobrança da nova esposa com a
inteligência acima dos filhos do
casamento anterior, principalmente
quando existe uma rivalidade entre mãe
biológica e madrasta.
Filhos
Adotivos
Filhos adotivos

Antes de uma criança ser colocada para a


adoção, a não ser que ela seja entregue
na maternidade, esgota-se todas as
tentativas para mantê-la junto à família de
origem.
Assim a adoção é a última fase para se
preservar e resgatar a convivência familiar
de uma criança ou de um adolescente.

Por isso, muitas pessoas preferem a


adoção de bebes, acreditando que não
trazem lembranças de sua vida antes da
adoção.
Recebem primeiramente uma guarda
provisória, onde há a adaptação tanto dos
pais quanto das crianças.

Infelizmente muitos pais fantasiam um


filho desejado, sem fantasmas.
A criança abrigada vivenciam uma vida
instável, com experiencia emocional frente
a instabilidade com o ingresso no mundo
dos pais adotivos.

▪ Medo da devolução
▪ Carência
▪ Ansiedade
No abrigo aprende a defender desde
pequeno as suas coisas.

Tornando-se um individuo social em uma


idade em que o normal é ser antissocial.

O vínculo com a instituição traz a marca


do perigo de uma nova separação.
Em consequência de sua história, um
contexto de segredos e uma autoestima
baixa, as crianças são mais vulneráveis a
problemas de aprendizagem.
Quando percebem que é a única
forma de chamar a atenção
Em crianças com forte alteração
emocional, se produz uma involução
intelectual com perdas nas estruturas
cognitivas, em uma ordem de sucessão
inversa a de sua construção.
Insegurança da família em relação
a escola
O conhecimento é sentido como
invasivo
Quando conhecer é preciso tentar,
experimentar
Quando aprender é uma questão
de poder
Pais que tratam seus filhos como
bebes.
Pais superprotetores
Ao avaliar as dificuldades de
aprendizagem, dentro do contexto
familiar e social, não estamos procurando
um responsável, mas tentando entender
como as situações serão encaradas e
administradas.
Podemos concluir que a influencia da
família no desenvolvimento da criança é
inquestionável, bem como o meio em que
a criança está inserida para aquisição do
conhecimento e desenvolvimento social.
Se a criança apresenta dificuldades de
aprendizagem, os pais devem prover aos
seus filhos suporte emocional,
informações e conselhos, para auxiliar no
processo de superação e ou aceitação.
Orientação aos pais e
escola
•Adquirir o hábito de leitura diária.

•Promover ambiente silencioso e postura


adequada durante a realização de tarefas e
estudos.

•Peça ajuda para escrever a lista do


supermercado.
•Escreva bilhetes, espalhe pela casa, coloque na
mochila.

•Invente uma caça ao tesouro, colocando


palavras-chave que ela já conheça.

•Mande mensagens para alguém, escrevendo com


a ajuda de sua filha(o).

•Mostre como saber ler e escrever é divertido.


•Dar autonomia para que ela sozinha faça as
atividades diárias, tais como tomar banho, vestir
a roupa, arrumar os brinquedos.

•Manter contato com a escola para poder


trabalhar em casa o quadro de merecimentos.

•Tratar sua filha como uma criança de X anos,


dando-lhe responsabilidades dentro de casa.
Avaliação

Estudo de caso

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Avaliação Individual

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