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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO I

PROFª. Lourdes Abrantes


A ESCOLA NÃO PODE TUDO, MAS PODE
ALGUMA COISA”.

(PAULO FREIRE, POLÍTICA E EDUCAÇÃO,


2001)
A EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS
- Educação através de trocas sociais
- Atividades que eram transmitidas eram aquelas ligadas
tanto à sobrevivência da comunidade (como caça, pesca,
luta) quanto a questões espirituais, artesanais, simbólicas,
culturais
- Processos informais: socialização

SOCIEDADES PRIMITIVAS
EDUCAÇÃO NO PERÍODO
COLONIAL
“Os índios são papel em branco”.

(Padre Manuel de Nóbrega líder jesuíta no Brasil, em carta


enviada à corte portuguesa)
Ainda que houvesse uma segregação clara entre os ensinamentos
repassados aos índios e aos filhos dos colonos, a educação jesuítica
seguia (ou tentava seguir) um documento curricular: o Ratio Studiorum.
Elaborado em 1599, a diretriz curricular era a base do conteúdo pensada
pela Igreja. No Ratio constava o ensino da gramática média, da
gramática superior, das humanidades, da retórica, da filosofia e da
teologia. A partir do ensino das letras, começava a se formar no país uma
organização da sociedade hierarquizada pelo acesso à alfabetização. Isto
é: teria mais chances de prosperar na colônia aquele que aprendesse a ler
e escrever.
A obra educativa dos jesuítas estava integrada à
política colonizadora; durante pouco mais de
dois séculos foi a responsável quase exclusiva
pela educação no período.

Além de ser um ensino totalmente acrítico e


alheio à realidade da vida da colônia, foi aos
poucos se transformando em uma educação
de elite e, em consequência, num
instrumento de ascensão social.
Em 1759, Sebastião José de Carvalho, o marquês de Pombal, primeiro-
ministro de Portugal, após entrar em conflito com os jesuítas, os expulsou de
todas as colônias portuguesas, suprimindo todas as suas escolas.

Com a supressão das escolas jesuíticas, “a educação


brasileira (...) vivenciou uma grande ruptura histórica num
processo já implantado e consolidado como modelo
educacional” (Bello, 1992).

Ao todo, até ser expulsa do Brasil, a Companhia de Jesus


criou 25 residências, 36 missões e 17 colégios e
seminários.
A Reforma Pombalina na Educação
(1772)

-Marca o início do ensino laico no Brasil


-O Brasil dá seus primeiros passos na criação de um ensino
público. A desestruturação da escola jesuíta, porém, fez com que
os índios perdessem espaço no sistema de ensino. Por outro lado, a
reorganização tornou o professor uma figura central do processo
educacional.
-Neste período, foram criadas as aulas régias, ministradas por
docentes concursados, que eram funcionários do Estado.
A Reforma Pombalina na Educação
(1772)
-As aulas régias eram realizadas nas casas dos próprios
professores. Essa pulverização dos locais de ensino foi
uma das principais dificuldades enfrentadas pelo
governo português, que, além de não conseguir dar
conta da formação de professores, deixou vários jovens
sem acesso às aulas.
-Não havia sistematização da idade escolar. Eram
atendidas crianças a partir dos sete anos, mas não existia
um limite estabelecido para o tempo de estudo.
-  
EDUCAÇÃO NO PERÍODO IMPERIAL
(1808-1889)
 Desenvolvimento cultural, principalmente na capital
 Preocupação com o ensino superior em detrimento de
outros níveis de ensino
 Caráter classista da educação: objetivo da educação era
formar dirigentes
 Criação de cursos de nível superior e regulamentação das
vias de acesso (ensino secundário e exames de ingresso)

A VINDA DA FAMÍLIA
REAL PARA O BRASIL
 A primeira Constituição Brasileira (1824) garantia seu Art. 179 “a instrução
primária e gratuita a todos os cidadãos”

 No ano de 1827, uma lei determinou a criação de escolas de primeiras letras


em todos os lugares e vilas, além de escolas para meninas, nunca
concretizadas anteriormente

 Em 1834, o governo monárquico inaugurou a primeira escola de formação


de professores, a Escola Normal de Niterói. Durante os primeiros 50 anos
de funcionamento, as escolas normais eram frequentadas quase que
exclusivamente por homens

A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
(1822)
EDUCAÇÃO NA PRIMEIRA
REPÚBLICA
 Após a proclamação da República, algumas reformas pontuais foram
realizadas. A primeira delas foi do ministro da Instrução, Benjamin
Constant, realizada em 1890, com foco no ensino superior. As
escolas de base, no entanto, não entraram nas prioridades dos
primeiros governos republicanos.

 Uma das heranças do período imperial brasileiro na Constituição


Republicana de 1891 foi a manutenção da dualidade do sistema
escolar: boas e poucas escolas para as elites e escolas de qualidade
duvidosa para os demais.

 As escolas mantidas pelo governo federal eram destinadas aos mais


ricos. Sobravam para as camadas mais pobres os colégios do sistema
estadual, que, mesmo com um investimento maior após a lei
republicana, eram locais com estrutura carente e composto por
professores de baixa qualificação. 
 A tentativa de mudar essa realidade teve maior impulso a partir
da década de 1920. O movimento da Escola Nova ganhou
força no ambiente educacional, que sofreu reformas estaduais
inspiradas nas ideais escolanovistas. Nomes como o do
educador Anísio Teixeira despontaram como lideranças do
movimento.
 A Escola Nova, no Brasil, ficou marcada pela tentativa de
tornar a educação mais inclusiva e adotar um modelo mais
moderno de ensino, voltado para uma educação prática da vida,
tendo como base as ideias do filósofo americano John Dewey. 
EDUCAÇÃO NA ERA VARGAS
 Apesar do controle ideológico que havia nas salas de aula,
inicia-se um movimento em direção à criação de um sistema
organizado de ensino.
 O Decreto nº 19.850, de 11 de abril de 1931, criou o Ministério
da Educação e as secretarias de Educação dos estados
 Em 1932, com o ideal de educação obrigatória, gratuita e laica,
entre outros, surgiu o Manifesto dos Pioneiros da Educação
Nova, com o objetivo de tornar público o que era e o que
pretendia o Movimento Renovador

EDUCAÇÃO EM DEBATE
 Publicado na IV Conferência Nacional de Educação
 Consolidava a visão de um segmento da elite intelectual que, embora
com diferentes posições ideológicas, vislumbrava a possibilidade de
interferir na organização da sociedade brasileira do ponto de vista da
educação

 Redigido por Fernando de Azevedo, dentre 26 intelectuais, entre os


quais Roldão Lopes de Barros, Anísio Teixeira, Afrânio
Peixoto, Lourenço Filho, Antônio F. Almeida Junior, Roquette
Pinto, Delgado de Carvalho, Hermes Lima e Cecília Meireles

MANIFESTO DOS
PIONEIROS DA EDUCAÇÃO
(1932)
MANIFESTO DOS PIONEIROS DA
EDUCAÇÃO
(1932)
 Além de constatar a desorganização do aparelho escolar, propunha
que o Estado organizasse um plano geral de educação e defendia a
bandeira de uma escola única, pública, laica, obrigatória e gratuita
 Com a proposta de renovar a escola tradicional, objetivava-se a
aplicação da verdadeira função social da escola, pautadas na
democracia e na hierarquia das capacidades. Enaltece o exercício
dos direitos dos cidadãos brasileiros no que se refere à educação,
dentre eles: a educação pública, a escola única, a laicidade,
gratuidade e obrigatoriedade da educação
 Constituição de 1934: educação aparece como “um direito
de todos”. Educação sofre retrocessos na constituição de
1937 (Estado Novo)
 Final da década de 1940: as escolas secundárias têm forte
expansão e, aos poucos, vão perdendo seu caráter elitista,
embora o acesso ainda não fosse de todos
 Segundo dados do Serviço de Estatística do Ministério da
Educação e Cultura, em 1940, eram 155 mil frequentadores
dessa etapa escolar. Dez anos depois, o número sobre para
365 mil

ALGUNS MARCOS
IMPORTANTES
CONTEMPORANEIDADE
Todas as pessoas têm se beneficiado igualmente do sistema
educacional?

Na história da educação, por quem, para quem e como foi


organizado o conhecimento?

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