Aula 08

FUNDAMENTOS DA PSICOLOGIA DA SAÚDE
AULA 8: A PSICOLOGIA HOSPITALAR E O ATENDIMENTO

MULTIDISCIPLINAR
Profª. Beatriz Acampora

Conteúdo Programático desta aula
 Assunto 1 – Inserção do
psicólogo no âmbito hospitalar
AULA 8 – A PSICOLOGIA HOSPITALAR E O ATENDIMENTO

 Assunto 2 – Atuação da Psicologia

Clínica nos hospitais

 Assunto 3 – A atuação do
psicólogo no hospital

 Assunto 4 – Humanização no
ambiente Hospitalar

Assunto 1 – Inserção do psicólogo no âmbito hospitalar
Até meados no Século XVIII o psicólogo era visto no

hospital como um profissional para tratar os loucos,
focado apenas nas psicopatologias e a intervenções
em pacientes psiquiátricos com apresentação de
caso grave.

Antes do Século XVIII os hospitais eram interpretados como

depósitos de insanos nas suas mais diferentes patologias.
Todos aqueles que tinham um comportamento considerado
desviante da norma, era inserido nos hospitais como forma
de serem excluídos da sociedade e não contaminarem os
saudáveis. Então, eram inseridos ali leprosos, idosos, loucos,
tuberculosos, etc.

Após Século XVIII hospital foi interpretado como um espaço

de assistência, separação, pois cada patologia ou
comportamento anormal tinha seu espaço separado, os
doentes não ficavam mais misturados, mas por outro lado
permaneciam excluídos, porque esta medida não tinha a
intensão de inseri-los novamente na sociedade.

Nesta mesma época medicina e hospital tinham funções

diferentes. O médico não tinha seu espaço no hospital para
tratar o paciente e promover-lhe a cura, pois a intenção era
jamais inserir os indivíduos anormais em sociedade.

Isto foi tornando os Hospitais superlotados, havendo a

necessidade de criar uma medida que intervisse neste
problema, então começa a mudar a postura dos profissionais
neste espaço. Sobre isto Salto (2007, p.12) afirma que:

A partir do momento em que o hospital foi concebido como

um instrumento de cura e a distribuição do espaço tornou-se
terapêutico, o médico passou a ser o principal responsável
pela organização do local. Aparece assim, o personagem do
médico de hospital.

Neste momento não aparece somente o médico no

hospital, surge toda uma equipe multidisciplinar
para prestar atendimento ao paciente na sua
totalidade, tais como médicos, psicólogos,
assistentes sociais, enfermeiros, entre outros.

A resistência foi muito grande no começo e ainda é no que

diz respeito aos outros profissionais da saúde e
principalmente os médicos para com o trabalho do psicólogo.
Não se sabe se por receio, por desconhecimento ou por não
acreditar nos resultados, mas isto já tem sido vencido com
os grandes resultados que a Psicologia tem trazido aos
hospitais.

Na década de 1960, quando a Psicologia Clínica entrou nos

hospitais, o psicólogo fazia o papel de avaliador como
provedor de serviços de psicometria tanto a nível clínico
como de pesquisa, e sal atenção era exclusivamente às
doenças mentais”. Ou seja, apesar de entrar no hospital o
psicólogo ainda enfrentou muitas barreiras quanto a sua
atuação neste contexto.

Assunto 2 – Atuação da Psicologia Clínica nos hospitais

A Psicologia clínica tem uma vasta atuação no ambiente
hospitalar. Ela procura conscientizar pacientes quanto ao
uso de cigarros e bebidas alcóolicas e seus riscos a saúde;
ela ajuda o médico na identificação de uma doença que não
tem diagnóstico clínico, conhecidas como psicossomáticas;
ela faz levantamentos sobre atendimentos no ambiente
hospitalar e presta resultados para melhorar as medidas de
intervenção de todos os profissionais que trabalham neste
espaço, entre outras funções.
O psicólogo no ambiente hospitalar trabalha com o

direito do ser humano que lhe foi tirado, sendo este
a saúde. Ainda aborda as aceitações do paciente em
relação às agressões recebidas pelo ambiente da
saúde.

Se o psicólogo quiser analisar o comportamento em

indivíduos com patologias físicas e que não são
vistas nos exames, mas que tem indícios de
fundamentação psicológica deve levar em
consideração as seguintes possibilidades:

1 - Comportamentos que direta e indiretamente diminuem

ou aumentam a probabilidade de contrair uma doença.
2 - Comportamentos que aumentam o risco de contrair uma
doença ou de agravar um estado patológico já existente.
3 - Comportamentos que reduzem o risco de contrair uma
doença ou ajudam no seu tratamento e podem até contribuir
para uma remissão total.

4 - Comportamentos que podem produzir patologias direta

ou indiretamente.
5 - Comportamentos diretamente relacionados a doenças são
aqueles que produzem contato direto com o agente
patogênico (acidentes, contato com agente infeccioso,
contato agentes tóxicos).

6 - Comportamentos indiretos- são comportamentos que não

produzem contato direto, mas aumentam a vulnerabilidade
do organismo (abuso de automedicação, fumar, beber,
dietas exageradamente restritivas ou abusivas, excesso de
exercícios físicos).
7 - Ausência de comportamentos de autoproteção,
comportamentos de redução de exposição do organismo a
agentes ou contingências.

É muito importante que o psicólogo clínicos esteja atento a

todas reações do corpo e do organismo no cotidiano do
paciente que traz suas queixas. Desta forma, conseguirá unir
as informações dos médicos com as informações sobre o seu
comportamento.
AULA
* 8 – A PSICOLOGIA HOSPITALAR E O ATENDIMENTO
Assunto 3 – A atuação do psicólogo no hospital
A atuação do psicólogo hospitalar não deixa de ser uma

atuação da saúde, mas tem obrigações diferentes de outros
espaços também voltados para o bem estar do paciente.
A Psicologia da Saúde é uma especialização da Psicologia que

aplica seus princípios, técnicas e conhecimentos científicos
para avaliar, diagnosticar, tratar, modificar e prevenir os
problemas físicos, mentais ou qualquer outro relevante para
os processos de saúde e doença.


A Psicologia Hospitalar é definida como:
Conjunto de contribuições científicas, educativas e
profissionais que as diferentes disciplinas psicológicas
fornecem para dar melhor assistência aos pacientes no
hospital. O psicólogo hospitalar seria aquele que reúne esses
conhecimentos e técnicas para aplicá-los de maneira
coordenada e sistemática, visando à melhora da assistência
integral do paciente hospitalizado, sem se limitar, por isso,
ao tempo específico da hospitalização.
O objetivo da Psicologia Hospitalar é melhorar a assistência

integral do paciente que se encontra hospitalizado, com
controle dos sintomas que causam o mal estar.

A Psicologia Hospitalar surge com o intuito de prestar uma

atenção maior ao paciente que se encontra na situação de
estar doente. Ouvir-lhe, ouvir sua família, comunicar-se com
os outros profissionais para que as necessidades básicas
sejam atendidas, são algumas das ajudas prestadas pelo
psicólogo.


Seis tarefas básicas do psicólogo que trabalha em hospital:
1) função de coordenação: relativa às atividades com os

funcionários do hospital;
2) função de ajuda à adaptação: em que o psicólogo
intervém na qualidade do processo de adaptação e
recuperação do paciente internado;
3) função de interconsulta: atua como consultor, ajudando
outros profissionais a lidarem com o paciente;

4) função de enlace: intervenção, através do delineamento e

execução de programas junto com outros profissionais, para
modificar ou instalar comportamentos adequados dos
pacientes;
5) função assistencial direta: atua diretamente com o
paciente, e
6) função de gestão de recursos humanos: para aprimorar os
serviços dos profissionais da organização.

Percebe-se que a atuação do Psicólogo no contexto

hospitalar não é tão simples e restrita. Existe um
leque de possibilidades para que o psicólogo possa
buscar o bem estar da equipe de saúde, do paciente
e dos seus familiares.

Assunto 4 –Humanização no ambiente Hospitalar
A humanização no espaço hospitalar tem buscado trazer uma

maior proximidade entre as equipes de saúde e os pacientes.
Visa um atendimento de qualidade, não focado somente nas
doenças, mas nas necessidades do cliente e da equipe de
saúde uma maneira ampla, de forma, que todos se sintam
assistidos e atendidos com a devida atenção.


Humanizar abarca uma noção de atendimento individualizado,
voltado às necessidades particulares e individuais de cada
sujeito envolvido neste contexto. Assim, humanizar o
atendimento é estar atento e disponível às necessidades do
outro, e, neste contexto, insere-se a necessidade de tornar
também mais humana as condições de trabalho da equipe de
saúde. Humanizar envolve mudanças importantes na cultura
institucional e, como consequência, nos relacionamentos
interpessoais estabelecidos dentro do hospital.

De acordo com Baptista (2010, p. 230) é preciso

“reintroduzir o humano no funcionamento do hospital, não
reduzindo o paciente ao papel de uma usina de órgãos
danificados, podendo, desta forma, possibilitar que cada
paciente continue vivendo como ser humano”.

O médico não deve ficar restrito apenas as teorias sobre o

funcionamento do corpo humano, deve preocupar-se com o
funcionamento da mente e procurar entender um pouco
sobre os diferentes tipos de personalidade.

Várias são as pesquisas no campo da humanização hospitalar,

com o intuito de tornar este ato mais constante dentro dos
hospitais e comprovar que um atendimento mais voltado
para as necessidades do outro traz resultados satisfatórios ao
tratamento.

Em uma pesquisa realizada 76 profissionais da equipe de

saúde que atua em uma UTI-Adulto, de um Hospital Escola
pertencente ao Sistema Único de Saúde, constatou-se que:
* Humanizar envolve cuidar do paciente com respeito e
responsabilidade; orientá-lo; explicar procedimentos,
mesmo para pacientes inconscientes; chamar pelo nome;
tratar como pessoa e não como diagnóstico; e respeitar a
individualidade e a identidade do mesmo.
As atitudes para humanizar o espaço consistem em: Ter um

melhor contato com o paciente; conversar, orientar, chamar
pelo nome; tratar com respeito, principalmente o médico
docente; um melhor relacionamento entre funcionários;
formar grupos para discussão de termas e reciclagem de
técnicas; padronizar e homogeneizar rotinas e regras para
todos.

Taraboulsi (2009, p.28) afirma que:

O triunfo da hotelaria está na humanização do ambiente
hospitalar: serviços eficientes que encantam, cores suaves,
plantas, jardins bem cuidados e, principalmente, pessoas
entusiasmadas interagindo com os clientes de saúde,
revelando de tal forma o segredo dessa nova proposta que o
sorriso sincero e permanente, marca registrada da satisfação
e do amor pelo trabalho realizado.


A Psicologia na área da Hotelaria deve:
•atuar preparando os profissionais para darem suporte aos
pacientes doentes;
•preparar-se para lidar com os diversos sofrimentos;
•gerenciamento e manutenção de fácil acesso;
•promover projetos que venham implantar cada vez mais seus
serviços para dentro dos hospitais;
•fazer pesquisas com levantamentos sobre as melhorias dos
pacientes que foram atendidos pela Psicologia em comparação
com os que não foram.

Taraboulsi (2009, p. 200) fecha esta ideia de uma forma
muito inteligente, afirmando que:
É necessário que haja consciência do papel que se

desempenha no ambiente hospitalar, que a alma esteja
descontraída e a disposição para com a vida em alta:
somente assim, as funções que cabem a cada membro da
equipe podem ser exercidas com satisfação e proporcionar
momentos de alegria para aqueles que estão ao seu lado ou
sob seus cuidados.

RESUMINDO:
Nesta aula você viu:
 Assunto 1 – Inserção do psicólogo no âmbito

hospitalar

RESUMINDO
 Assunto 2 – Atuação da Psicologia

Clínica nos hospitais

RESUMINDO
 Assunto 3 – A atuação do psicólogo

no hospital

RESUMINDO
 Assunto 4 – Humanização no
ambiente Hospitalar

Explorando o tema
Acesse:
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/pcp/v24n3/v24n3a07.pdf
E saiba mais sobre as possibilidades de inserção do

profissional de psicologia na saúde e no hospital!

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 Assunto 2 – Atuação da Psicologia

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Assunto 1 – Inserção do psicólogo no âmbito hospitalar

Até meados no Século XVIII o psicólogo era visto no

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Assunto 1 – Inserção do psicólogo no âmbito hospitalar

Antes do Século XVIII os hospitais eram interpretados como

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Assunto 1 – Inserção do psicólogo no âmbito hospitalar

Após Século XVIII hospital foi interpretado como um espaço

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Assunto 1 – Inserção do psicólogo no âmbito hospitalar

Nesta mesma época medicina e hospital tinham funções

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Assunto 1 – Inserção do psicólogo no âmbito hospitalar

Isto foi tornando os Hospitais superlotados, havendo a

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Assunto 1 – Inserção do psicólogo no âmbito hospitalar

A partir do momento em que o hospital foi concebido como

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Assunto 1 – Inserção do psicólogo no âmbito hospitalar

Neste momento não aparece somente o médico no

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A resistência foi muito grande no começo e ainda é no que

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Na década de 1960, quando a Psicologia Clínica entrou nos

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Assunto 2 – Atuação da Psicologia Clínica nos hospitais

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O psicólogo no ambiente hospitalar trabalha com o

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Se o psicólogo quiser analisar o comportamento em

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Assunto 2 – Atuação da Psicologia Clínica nos hospitais

1 - Comportamentos que direta e indiretamente diminuem

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4 - Comportamentos que podem produzir patologias direta

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6 - Comportamentos indiretos- são comportamentos que não

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É muito importante que o psicólogo clínicos esteja atento a

Assunto 3 – A atuação do psicólogo no hospital

A atuação do psicólogo hospitalar não deixa de ser uma

A Psicologia da Saúde é uma especialização da Psicologia que

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