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F.Q. A - 11.

º ano

Química

2020/2021
1. Aspetos quantitativos das reações
químicas
1.1. Reações químicas
 Qualquer transformação que leve à formação de novas substâncias designa-se de

reação química.

 Numa reação química, as substâncias iniciais (reagentes), gastam-se e vão

surgindo novas substâncias (produtos da reação).

 Pela Lei da Conservação de Massa ou Lei de Lavoisier temos o mesmo número de

átomos, de todos os elementos químicos presentes, constantes do início ao fim

da reação química.
 Uma reação química (esquema químico) é acertada com os coeficientes

estequiométricos para obedecer à Lei de Lavoisier.

 Numa equação iónica, além de a Lei de Lavoisier ter de ser obedecida, a equação

também tem de estar acertada quanto às cargas: a carga total dos reagentes tem

de ser igual à carga total dos produtos da reação. Substâncias que se mantenham

iguais nos reagentes e nos produtos da reação podem ser omitidas.


Exercícios:
1. Acerte as seguintes equações (esquemas químicos):

a) NO(g) + O2(g)  N2O4(g)

b) Fe2O3(s) + CO(g)  CO2(g) + Fe(s)

c) NF3(g) + H2(g)  N2(g) + HF(g)

d) NH3(g) + O2(g)  NO(g) + H2O(g)

e) Cu(s) + Ag+(aq)  Cu2+ (aq) + Ag(s)

Relações estequiométricas
 Uma equação química pode ser “lida” na forma molecular (os coeficientes têm de

ser os menores números inteiros possíveis) ou na forma molar.


C
  H 4 ( g ) +2 O 2 ( g ) → C O 2 ( g ) +2 H 2 O (g)

 Nesta reação de combustão tanto se pode considerar que os reagentes reagem na

proporção 1 molécula de CH4 para 2 moléculas de O2 como 1 mol de CH4 para 2 mol

de O2.
 Numa reação química, as informações dadas sobre reagentes e produtos da

reação, deverão ser transformadas para se obter a quantidade de substância

(excepcionalmente volumes), para se estabelecerem as relações entre reagentes

e produtos.
 𝑉 𝑚 ( PTN ) = 22,4 dm 3 / mol
  𝑁   𝑚   𝑉
𝑛= 𝑀= 𝑉 𝑚=
𝑁𝐴 𝑛 𝑛  𝑁 𝐴 =6,02 x 1023 mol −1
Lei de Proust ou Lei das Proporções Defi nidas
 Em qualquer reação química, a proporção em que os reagentes se combinam

entre si, bem como a proporção em que se formam os produtos da reação, é

sempre a mesma e essa informação é-nos dada pelos coeficientes

estequiométricos.

 Exercícios das páginas 18 e 40, 41 e 42.


1.2. Reagente limitante e reagentes em
excesso
 Reagente limitante – Reagente que apresenta a menor quantidade de matéria, em

relação à proporção estequiométrica, limitando a quantidade de produto que se

pode formar.

 Reagente em excesso – Reagente cuja quantidade estequiométrica numa mistura

reacional é superior à quantidade estequiométrica do reagente limitante.

 Quando todos os reagentes estão nas proporções estequiométricas não há

reagente limitante nem em excesso.

 Os cálculos de proporcionalidades estequiométricas só podem ser feitos com o

reagente limitante.
Exemplo
 N
2 ( g ) +3 H 2 ( g ) ⇌ 2 N H 3 (g)
Situação 1 1 mol 4 mol
Reagente limitante
Situação 2 0,5 mol 1,4 mol
Situação 3 0,7 mol 2,1 mol Reagentes em proporções
estequiométricas

Quais serão as quantidades máximas de NH 3 que se poderão formar, nas 3 situações?

 N
2 ( g ) +3 H 2 ( g ) ⇌ 2 N H 3 (g)
Situação 1 1 mol 4 mol 2 mol
Situação 2 0,5 mol 1,4 mol 0,93 mol
Situação 3 0,7 mol 2,1 mol 1,4 mol
Determinação do reagente limitante

 Quando se tem a quantidade química de todos os reagentes, deve-se dividir cada

uma pelo seu coeficiente estequiométrico. O menor valor será o reagente

limitante.

 Ao se dividir cada reagente pelo seu coeficiente estequiométrico permite-nos

saber “quantas vezes aquele reagente permite correr a reação”.

 Exercícios das páginas 22 e 43, 44 e 45.


1.3. Grau de pureza de um reagente
 A utilização de reagentes impuros na indústria é muito frequente pois obtê-los

com elevado grau de pureza não compensa economicamente, na maioria das

situações.

 O grau de pureza, em percentagem, é dado pela expressão:

  massa pura
Grau de pureza(% )= x 100
massa total

 Exercícios das páginas 24, 45 e 46.


1.4. Rendimento de uma reação química
 Uma reação diz-se completa quando pelo menos um reagente (o limitante) se

esgota completamente.

 A grande maioria das reações químicas são incompletas. Nenhum dos reagentes

se esgota completamente.

 O rendimento de uma reação relaciona a quantidade realmente obtida de um dos

produtos da reação, com a quantidade máxima desse produto, que seria possível

obter, se o reagente limitante se esgotasse.

  𝑛𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜   𝑚 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜
𝜂 ( % )= x 100 𝜂 ( % )= x 100
𝑛𝑡𝑒 ó 𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑚 𝑡𝑒 ó 𝑟𝑖𝑐𝑜
 Em casos excepcionais uma reação pode ser completa (pelo menos um dos

reagentes esgota-se) mas o rendimento não ser de 100 %.

 As situações anteriores ocorrem, quase sempre, em situações industriais em que

há, por exemplo, uma reação paralela (secundária) que consome um reagente

sem conhecimento, uma fuga de reagente ou produto de reação do reator, os

reagentes não eram puros mas esse facto era desconhecido, etc.

 O rendimento pode variar entre:


 0 % <𝜂 ≤100 %

 Exercícios páginas 27 e 46.


1.5. Economia atómica e Química verde
 A Química verde visa o desenvolvimento sustentável e procura alternativas

economicamente viáveis para eliminar ou minimizar a formação de resíduos

gerados nos procedimentos químicos.

 A Química verde tem 3 objetivos para se conseguir um processo de síntese

eficiente:

 Produto final com um rendimento máximo;

 Maximização da incorporação dos átomos dos reagentes no produto final;

 Minimização da formação de resíduos.

 A Economia Atómica percentual é dada pela fórmula:


 𝐴𝐸 ( % ) = 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 á 𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑖𝑛𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜𝑟𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑗𝑎𝑑𝑜 x 100
𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 á 𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠 𝑛𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
 Ler página 32 sobre os 12 princípios da Química Verde.

 Exercícios da página 47.


2. Equilíbrio químico e extensão das
reações químicas
2.1. Reações incompletas e equilíbrio químico

 Sempre que, pelo menos um dos reagentes, se esgota dizemos que a reação é

completa. Neste caso separa-se os reagentes dos produtos da reação por .

 Designa-se de reação incompleta de equilíbrio quando nenhum dos reagentes se

esgota e os produtos formados reagem entre si regenerando os reagentes.


 
 Na situação anterior os reagentes são separados dos produtos da reação por e ao

sentido da reação dos reagentes para os produtos chama-se sentido direto

(reação direta) e dos produtos para os reagentes sentido inverso (reação


Exemplo
 N 2 O 4 ( g ) ⇌ 2 N O 2 ( g)

 Quando se atinge o equilíbrio químico a reação não “pára”, apenas a velocidade

de transformação de reagentes em produtos (velocidade da reação direta) e a

velocidade de transformação de produtos em reagentes (velocidade da reação

inversa) se igualam.
 
Análise de gráfi cos
Equilíbrio químico
 O equilíbrio químico é um processo dinâmico (as velocidades das reações direta e

inversa igualam-se) não se registando variação das propriedades macroscópicas

mensuráveis do sistema (cor, pressão, temperatura, concentrações, volume,

densidade, etc).

 Um equilíbrio químico é heterogéneo quando há mais do que um estado físico ou

apenas um estado físico mas com diferentes fases.

 Um equilíbrio químico é homogéneo quando todos os reagentes e produtos se

encontram na mesma fase (no mesmo estado físico formando uma mistura

homogénea).
 Para se determinar as concentrações ou quantidades de substância de reagentes e

produtos da reação, em qualquer instante até se atingir o equilíbrio químico, usa-

se uma tabela para organização da informação.

 Exercícios das páginas 54, 78, 79 e 80.


2.2. Extensão das reações químicas
 Um estado de equilíbrio pode ser estabelecido a partir de qualquer combinação de

concentrações/quantidades de reagentes ou produtos da reação desde que todos

os reagentes ou produtos estejam presentes no início.

 Cato Guldberg e Peter Waage verificaram que quaisquer que fossem as

concentrações iniciais de partida dos reagentes, no equilíbrio, todos tinham a

mesma “constante de equilíbrio, Kc”.


 A expressão da lei do equilíbrio, conhecida como Lei da ação das massas ou Lei de

Guldberg-Waage, aplicada a uma reação genérica incompleta que atingiu o

equilíbrio químico é dada por:

a A+b B ⇌ c C +d D
  [ C ]c❑ [ D ]❑d
  𝐾 𝑐= a b
[ A ]❑ [ B ]❑

 Para sistemas químicos com baixas concentrações o valor da constante de

equilíbrio é sempre o mesmo, quaisquer que sejam as concentrações iniciais da

mistura reacional.

 A constante de equilíbrio é uma grandeza adimensional.

 Exercício da página 58.


Constante de equilíbrio e extensão da reação
 A constante de equilíbrio é sempre a mesma para baixas concentrações, no

entanto, varia com a temperatura. Por esse motivo é necessário indicar o valor da

temperatura para um dado Kc.

 A extensão de uma reação é avaliada pelo valor de Kc.

 Se Kc >> 1, a reação ocorre extensamente no sentido direto, predominando os

produtos quando se atingir o estado de equilíbrio.

 Se Kc << 1, a reação ocorre em pequena extensão no sentido direto, predominando

os reagentes quando se atingir o estado de equilíbrio.


Relação entre K c das reações direta e inversa
(reação reversível)
2
 N 2 O 4 ( g ) ⇌ 2 N O 2 ( g)
 
[N O ] 2 ❑
𝐾 𝑐 , 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑎 = ❑
[ N2 O ] 4 ❑


  N O 2 ( g ) ⇌ N 2 O 4 ( g)
2
 
[ N 2O ] 4 ❑
𝐾 𝑐 ,𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎 = 2
[N O ] 2 ❑

 A relação entre as duas constantes de equilíbrio é:

  1
𝐾 𝑐 , direta x 𝐾 𝑐 ,inversa =1 ⟺ 𝐾 𝑐, direta =
𝐾 𝑐 , inversa

 Se Kc, direta >> 1, então, Kc, inversa << 1 e vice-versa.

 Exercício da página 60.


Quociente da reação, Q c

 A forma de verificarmos se, num determinado instante, um sistema está em

equilíbrio e, se não estiver, em que sentido (direto ou inverso) se deslocará, é

calculando o quociente da reação, Qc.

 Qc é calculado exatamente da mesma forma que Kc (com os valores das

concentrações para o instante em análise) e o seu valor é comparado com Kc:

 Se Qc = Kc, o sistema está em equilíbrio (vreação direta = vreação inversa);

 Se Qc < Kc, o sistema não está em equilíbrio, para que o valor de Qc aumente até

atingir o valor de Kc, o sistema deslocar-se-á, predominantemente, no sentido

direto (vreação direta > vreação inversa), até atingir o equilíbrio;


 Se Qc > Kc, o sistema não está em equilíbrio, para que o valor de Qc diminua até

atingir o valor de Kc, o sistema deslocar-se-á, predominantemente, no sentido

inverso (vreação direta < vreação inversa), até atingir o equilíbrio.

 Exercícios das páginas 62, 81, 82, 83, 84 e 85.


2.3. Fatores que alteram o equilíbrio químico
 Sempre que se provoca uma perturbação no estado de equilíbrio por alteração:

 da pressão total do sistema em fase gasosa;

 da temperatura do sistema;

 da concentração de uma ou mais substâncias envolvidas no equilíbrio.

O sistema deixa de estar em equilíbrio e a reação evoluirá, predominantemente,

num dos sentidos (direto ou inverso) até que um novo estado de equilíbrio seja

estabelecido.

Princípio de Le Châtelier
 Quando um sistema em equilíbrio químico é submetido a uma perturbação, o

sistema deslocar-se-á no sentido (direto ou inverso) que contrarie essa

perturbação.
1) Efeito da concentração
 Se a um sistema em equilíbrio é adicionado um reagente ou um produto da reação,

o sistema deslocar-se-á, no sentido de o consumir parcialmente, evoluindo,

predominantemente, no sentido direto e inverso, respetivamente.

 Se a um sistema em equilíbrio é removido um reagente ou um produto da reação, o

sistema deslocar-se-á, no sentido de o repor parcialmente, evoluindo,

predominantemente, no sentido inverso e direto, respetivamente.

 A constante de equilíbrio mantém-se a mesma pois não houve alterações de

temperatura.

 Exercício da página 65.


2) Efeito do volume e da pressão
 De acordo com o Princípio de Le Châtelier, se um sistema em equilíbrio é perturbado

pelo aumento (ou diminuição) da pressão, por diminuição (ou aumento) do volume,

o sistema contrariará essa perturbação, evoluindo no sentido em que se forme um

menor (ou maior) número de substâncias gasosas.

Exemplo
 N 2 O 4 ( g ) ⇌ 2 N O 2 ( g)

 Neste caso, se o sistema estiver em equilíbrio e se aumentar a pressão, o sistema

desloca-se, predominantemente, no sentido inverso, para diminuir o número de

substâncias gasosas e assim diminuir a pressão do sistema, atingindo, novamente, o

equilíbrio.
 Devem ser considerados apenas os coeficientes estequiométricos das substâncias

gasosas, se as não houver ou forem iguais nos reagentes e produtos da reação, o

sistema não sai do equilíbrio por variação da pressão/volume.

 A constante de equilíbrio mantém-se a mesma pois não houve alterações de

temperatura.

3) Efeito da temperatura

 Numa reação incompleta de equilíbrio, se a reação direta é exotérmica, a inversa

será endotérmica e vice-versa.

 De acordo com o Princípio de Le Châtelier, se a um sistema em equilíbrio se diminuir

a temperatura, a reação evoluirá no sentido que compense essa diminuição,

libertando energia, favorecendo o sentido exotérmico.


 De acordo com o Princípio de Le Châtelier, se a um sistema em equilíbrio se

aumentar a temperatura, a reação evoluirá no sentido que compense esse aumento,

absorvendo energia, favorecendo o sentido endotérmico.

Exemplos
 Tabela ou gráfico em que se verifica que Kc aumenta

com a temperatura. Será a reação endotérmica ou

exotérmica?

 Pelo gráfico constata-se que um aumento de T implica um aumento de Kc.

 Um aumento de Kc (atendendo à expressão da constante) implica que a

concentração dos produtos da reação aumente e a concentração dos reagentes

diminua. Deslocando-se a reação no sentido direto.


 Pelo Princípio de Le Châtelier um aumento de T, a um sistema em equilíbrio,

implica o deslocamento da reação no sentido endotérmico.

 Resumindo, da informação fornecida conclui-se que um aumento de T

(temperatura) deslocou o sistema no sentido direto e pelo Princípio de Le

Châtelier, um aumento de T, desloca o sistema no sentido endotérmico. Então, o

sentido direto é endotérmico.

 Excluindo as situações raras de reações

atérmicas (H = 0), uma variação de temperatura

implica sempre alteração do Kc.

 Exercícios das páginas 73, 86, 87, 88, 89 e 90.


3. Reações ácido-base
3.1. Ácidos e bases
 Após se descobrir que as soluções contendo ácidos e bases são boas condutoras

elétricas, o químico sueco Svante Arrhenius propôs um novo e mais consistente

conceito de ácido e base.

 Ácido de Arrhenius – Substância que origina iões hidrogénio, H+, quando é dissolvida

em água.

 Base de Arrhenius – Substância que origina iões hidróxido, HO-, quando é dissolvida

em água.
Conceito de ácido e base de Brönsted e Lowry
 Uma espécie ácida apenas doa o protão (H+) na presença de uma base aceitadora

desse protão, e vice-versa, de tal modo que as reações ácido-base são reações de

transferência de protões.

 Ácido de Brönsted e Lowry – Toda a espécie química (molecular ou iónica) capaz de

ceder/doar protões a outra.

 Base de Brönsted e Lowry – Toda a espécie química (molecular ou iónica) capaz de

captar/receber protões.
 Uma das falhas da teoria de Arrhenius resolvida com a teoria de Bronsted e Lowry

foi o facto de, em determinadas situações, dissolviam-se substâncias em água que

não continham iões hidróxido mas esta ficava com caráter básico.

3.2. Acidez e basicidade de soluções


Autoionização da água

 A água forma, espontaneamente e em pequena extensão, iões H 3O+ e HO-, por

transferência de um protão de uma molécula de água para outra.


 A esta reação química chama-se autoionização da água e a sua constante de

equilíbrio (designada produto iónico da água) é dada pela expressão:

  𝐾 𝑤 =¿

 As substâncias cujas suas concentrações praticamente não variam no decorrer da

reação (líquidos) ou que não se distribuam uniformemente por toda a mistura

(sólidos) não entram na constante de equilíbrio.


 A 25 C:
  𝐾 𝑤 =¿

 A reação de autoionização da água é muito pouco extensa só cerca de 2 em cada 10 9

moléculas se encontram ionizadas a 25 C.

 Quando a água é pura (quimicamente pura) ou contém apenas substâncias sem

qualquer caráter ácido ou básico os iões H3O+ e HO- provêm, apenas, da

autoionização da água e as suas concentrações são iguais.

  (25 C)
 Quando se adiciona uma substância com caráter ácido ou básico à água as

concentrações dos iões hidrónio/oxónio e hidróxido deixam de ser iguais mas, no

equilíbrio, serão inversamente proporcionais.


Efeito da temperatura na autoionização da água

 Como a autoionização da água é um processo endotérmico, um aumento da

temperatura desloca a reação no sentido direto, aumentando a extensão da

autoionização (aumenta Kw).

 Exercício da página 101.


Escala de pH de Sorensen
 Na maioria das situações a concentração do ião oxónio (também chamada

concentração hidrogeniónica) é muito baixa e torna-se mais prático representá-la

após o uso de uma operação matemática.

  𝑝 H =− log ¿

 Com o valor de pH pode-se obter [H3O+] pela operação matemática:

 
¿
 Quanto maior for a [H3O+] menor será o pH e mais ácida será a solução.
  ¿
  ¿
 Tal como existe o pH para o catião oxónio também existe pOH para o anião

hidróxido.
 𝑝 OH =− log( [ H O− ] / mol dm −3 )

 A 25 C e na água neutra:

 
¿
  𝑝 OH = 𝑝𝐻=7,00
 Se aplicarmos a função matemática pX (pX = - log X) a Kw:

  𝐾 𝑤 =¿
 𝑝 𝐾 𝑤 = 𝑝𝐻 + 𝑝𝑂𝐻 =14,00
 A 25 C, em qualquer solução aquosa (ácida ou básica):

  𝑝𝐻 + 𝑝𝑂𝐻 =14,00
Soluções ácidas, básicas e neutras
 Qualquer que seja a temperatura, uma solução será ácida quando:

 [H3O+] > [HO-]

 a 25 C, quando [H3O+] > 1,0 x 10-7 mol dm-3, pH < 7,00

 Qualquer que seja a temperatura, uma solução será básica quando:

 [H3O+] < [HO-]

 a 25 C, quando [HO-] > 1,0 x 10-7 mol dm-3, pH > 7,00
 Qualquer que seja a temperatura, uma solução será neutra quando:

 [H3O+] = [HO-]

 a 25 C, quando [H3O+] = 1,0 x 10-7 mol dm-3, pH = 7,00


pH da água neutra a diferentes temperaturas

 Exercícios das páginas 105, 151, 152, 153 e 154.


3.3. Ácidos e bases em soluções aquosas

Ionização e dissociação
 A dissociação de uma substância em água é um processo que ocorre quando a

substância já é formada por iões (substância iónica).

 A ionização de uma substância em água é um processo que ocorre quando uma

substância molecular (ligações covalentes) reage com a água, originando iões.


Pares conjugados ácido-base
 Pares de partículas, a primeira ácida e a segunda básica, que diferem entre si de um

único protão.
HCl/Cl
-
H 3 O + /H 2 O
 
/NH3
H 2 O/HO -
Espécies químicas anfotéricas/anfi próticas
 São substâncias que, segundo a teoria de Bronsted e Lowry, tanto podem funcionar

como ácidos ou como bases por terem a capacidade de receberem ou doarem um

protão.
H 3 O + /H 2 O/HO -
 Exercício da página 109.
Força de ácidos e de bases
 A ionização de um ácido fraco HA, pode ser descrita pela equação:

 A constante de equilíbrio, designada constante de acidez, Ka, é dada por:

 Quando se tem uma solução aquosa de um ácido forte ele está praticamente 100 %

ionizado (  1), a constante de acidez é muito elevada e usa-se uma seta em vez de

uma dupla semisseta.


 Tal como os ácidos, as bases também se podem dissociar ou ionizar total ou

parcialmente em água.

 Quanto maior for o valor de Kb ou Ka mais forte é a base ou o ácido, mais extensa é a

reação de ácido-base considerada e maior será a concentração dos produtos da

reação em solução.
 Duas soluções, de igual concentração, uma de um ácido fraco e outra de um ácido

forte, não terão o mesmo pH. A solução do ácido forte terá menor pH (será mais

ácida).
 Exercício da página 112.

Cálculo de pH de soluções de ácidos fortes ou de


bases fortes
 Quando se tem uma solução aquosa de um ácido forte ou de uma base forte

considera-se que todo o ácido/base se encontra ionizado/dissociado e determina-

se o pH (ou pOH) fazendo – log [ácido/base].

 Exercício da página 114.


Cálculo de pH de soluções de ácidos fracos ou de
bases fracas
 Para um ácido genérico HA (para uma base seria idêntico) é necessário construir

a tabela:

 

𝐾 a =[ A ] ¿ ¿
 Exercício da página 116.
Relação entre K a de um ácido e K b da sua base
conjugada.

𝐾 𝑎 𝐾 𝑏=𝐾 𝑤
 

 Quanto mais forte for um ácido, mais fraca é a sua base conjugada e vice-versa.
 Exercícios das páginas 154, 155, 156, 157 e 158.
3.4. Acidez e basicidade em soluções aquosas
de sais
 Substâncias que não possam receber ou doar um H+ não afetam o pH de uma

solução aquosa (Exemplos: Na+, K+, Ca2+, Mg2+, Al3+, etc).


 
 Bases conjugadas de ácidos fortes são bases fracas, não tendo capacidade de

receber um H+, não afetando o pH de uma solução aquosa (Exemplos: Br-, Cl -, , ,

etc).

Sal que origina solução de caráter neutro


Sal que origina solução de caráter ácido

Sal que origina solução de caráter básico


Sal no qual catião e anião têm caráter ácido-base

 É necessário comparar o Ka da substância que está na forma ácida com o Kb da

substância que está na forma básica:

 Ka > Kb – Solução ácida

 Ka = Kb – Solução neutra

 Ka < Kb – Solução básica

 Exercício da página 121.


3.5. Titulação ácido-base
Ácido forte – base forte

 Uma reação de neutralização é uma reação entre o H3O+ proveniente do ácido e

o HO- proveniente da base.


 Quando ácido e base são fortes e são adicionados nas proporções

estequiométricas a solução resultante é neutra. Os produtos da reação são um

sal e água.

 HCl ( aq ) + NaHO ( aq ) → H O ( l )+ NaCl (aq )


2
Ácido fraco – base forte
 Forma-se água e um sal com caráter básico.

 HN O
2 ( aq )+ NaHO ( aq )  H 2 O ( l )+ NaN O 2 ( aq)

Ácido forte – base fraca


 Forma-se água e um sal com caráter ácido.
+¿ ( aq ) +N H 3 ( aq )  H 2 O ( l ) + N H 4
+ ¿ (aq) ¿
¿
 H
3O

 Exercício da página 126.

Titulação ácido-base e determinação do ponto de


equivalência

 Uma titulação ácido-base é um procedimento comum num laboratório de química.

 O objetivo de uma titulação ácido-base é descobrir (quase sempre de forma

rigorosa) a concentração do ácido ou da base.

 O titulante (ácido ou base do qual se conhece a concentração rigorosa) vai titular

o titulado (ácido ou base que se desconhece a concentração).


 A forma mais correta de fazer uma titulação é colocar a solução básica numa

bureta e a solução ácida num erlenmeyer.

c(base)
V gasto (base)

c(ácido)
V inicial (ácido)
 Numa titulação “normal” vai-se descobrir a

concentração do titulado (geralmente no

erlenmeyer).
 Ponto de equivalência – Ponto de uma titulação em que foram adicionados, no

erlenmeyer, as quantidades estequiométricas de ácido e de base para se

neutralizarem mutuamente.

 Ponto final – Ponto da titulação em que se parou de adicionar titulante. Se a

titulação estiver a ser feita com um indicador ácido-base é necessário que este

ponto esteja o mais próximo possível do ponto de equivalência.

Curvas de titulação
 Gráfico de variação de pH, em função do volume de titulante adicionado, no

decorrer de uma titulação ácido-base.


Curvas de titulação ácido forte – base forte
Curvas de titulação ácido forte – base fraca e base
forte – ácido fraco
Indicadores ácido-base
 É um indicador colorimétrico constituído por um ácido fraco ou uma base fraca

cujos pares conjugados apresentam cores diferentes.

 HInd ( aq ) + H 2 O ( l ) ⇌ ∈d − ( aq ) + H 3 O +¿ ( aq) ¿

 No par conjugado HInd/Ind-, a forma ácida tem uma cor diferente da forma básica

(uma delas pode ser transparente).

 Um indicador é selecionado de forma a que antes do ponto de equivalência

predomine uma cor e depois predomine a outra.


3.6. Aspectos ambientais das reações ácido-
base
 A chuva normal apresenta um valor de pH de aproximadamente 5,6, devido à

presença de CO2 presente na atmosfera, que origina ácido carbónico em água.

 H
2 O ( l ) +C O 2 ( g ) ⇌ H 2 C O 3 (aq)
− +¿( aq) ¿
 H 2 C O 3 ( aq ) + H 2 O ( l ) ⇌ HC O 3 ( aq ) + H 3 O

Poluentes atmosféricos e chuvas ácidas


 Os principais poluentes responsáveis pelas chuvas ácidas são os óxidos de

nitrogénio (NO e NO2 - NOx) que dão origem ao ácido nítrico (HNO3) e os óxidos de

enxofre (SO2 e SO3) que dão origem aos ácidos sulfuroso e sulfúrico (H2SO3 e
Consequências das chuvas ácidas
 O calcário e o mármore são os tipos de pedra mais corroídos pelas chuvas ácidas

pois são essencialmente constituídos por carbonato de cálcio.


2+ ¿ (aq )+ CO ( g )+ 3 H2 O(l ) ¿
+¿ ( aq ) →C a
 CaC O 3 ( s ) + 2 H 3 O
2
¿
4. Reações de oxidação-redução
4.1. Caracterização das reações de oxidação-
redução
 Oxidação – Processo químico no qual uma espécie química perde eletrões,

cedendo-os a uma outra.

 Redução – Processo químico no qual uma espécie química ganha eletrões,

captando-os de uma outra.

 Tal como as reações de ácido-base, também as reações de oxidação e de redução

ocorrem em simultâneo, podendo ser designadas por reações redox.


Oxidantes, redutores, oxidado e reduzido
 Oxidante – Espécie química que oxida outra, ficando reduzida (ganha eletrões que

os retirou a outra espécie química).

 Espécie Oxidada – Espécie química que perdeu eletrões.

 Redutor – Espécie química que reduz outra, ficando oxidada (perde eletrões que

os cedeu a outra espécie química).

 Espécie Reduzida – Espécie química que ganhou eletrões.


Números de oxidação
 O estado de oxidação de um elemento químico pode ser aferido pelo seu número

de oxidação.

 O número de oxidação (n.o.) é um número inteiro (positivo ou negativo) atribuído

a um átomo de um elemento químico considerando que os eletrões partilhados

entre ele e os outros átomos são atribuídos ao átomo com maior tendência para

atrair eletrões (mais eletronegativo).


Regras para atribuição de números de oxidação

1. Numa mesma molécula ou ião, todos os átomos do mesmo elemento químico têm

o mesmo número de oxidação.

2. A carga de um ião é igual à soma de todos os números de oxidação que compõem

esse mesmo ião.

3. Os metais alcalinos e alcalino-terrosos têm, sem excepção, números de oxidação +1

e +2, respectivamente.

4. O hidrogénio tem número de oxidação +1, excepto quando está com metais e com

o boro, que passa a ser designado hidreto, tendo -1.

5. O flúor tem n. o. -1, sem nenhuma excepção.


6. O oxigénio tem n. o. de -2, excepto nos peróxidos, que tem -1. Só poderá ser

peróxido quando se tem apenas 2 oxigénios e se as regras acima assim o

obrigarem.

7. Excepto se as regras acima o obrigarem, elementos do grupo 16 têm n. o. de -2 e os

do grupo 17 têm n. o. de -1.

Exercícios
1. Determine o número de oxidação de todos os elementos químicos em:

 
Na+, O2, H2O2, HF, CH4, , LiH, H3PO4, CO2, SO2, H2O, Fe2O3, NaCl, BH3 e Li2O2.
Semiequações de oxidação e redução e equação
global
 Quando se tem uma equação química de oxidação-redução, para a escrita das

semiequações deve-se atribuir a cada elemento químico o seu número de oxidação.

0 0 +2 -1 −
2+¿ ( aq ) +2 C l ( aq) ¿
 C l 2 ( g ) + Zn ( s ) → Z n

redução
oxidação

Semiequação de oxidação: Zn(s)  Zn2+(aq) + 2 e-

Semiequação de redução: Cl2(g) + 2 e-  2 Cl-(aq)

 A soma das duas semiequações dá a equação global.

 Os pares de oxidação-redução ou pares oxidante-redutor são: Cl2/Cl- e Zn2+/Zn

 Exercícios das páginas 170, 174, 176, 190, 191 e 192.


4.2. Força relativa de oxidantes e redutores
Série Eletroquímica

 Numa solução contendo Cu2+ (CuSO4)

coloca-se magnésio metálico (Mg) e

verifica-se que há reação.

 Numa solução contendo Mg2+ (MgSO4)

coloca-se cobre metálico (Cu) e verifica-se

que não há reação.


 Embora de forma muito pouco extensa o Mg2+ reaja com o Cu, a extensão da

reação só é significativa quando se tem Cu2+ a reagir com o Mg.

 Para poder ocorrer uma reação de oxidação-redução temos de ter duas

substâncias, uma na forma de poder ceder eletrões e outra na forma de os poder

captar e, além disso, a substância que capta os eletrões tem que ter poder

oxidante suficiente (a que cede, poder redutor suficiente) para que ocorra a

 Na situação anterior:
reação.
 Mg2+ não reage com Cu2+ (estão os 2 na forma oxidante);

 Mg não reage com Cu (estão os 2 na forma redutora);

 Mg2+ não reage com Cu (o Mg2+ não tem poder oxidante suficiente sobre o Cu ou o

Cu não tem poder redutor suficiente sobre o Mg2+);


 Mg reage com Cu2+ (o Cu2+ consegue oxidar o Mg);
 Realizando a experiência anterior para

outros metais/outras espécies químicas

obtém-se uma tabela comparativa de

poder relativo de redução (ou oxidação),

que se designa série eletroquímica.

 Desta lista conclui-se:

 Substância com maior poder redutor - Li;

 Substância com maior poder oxidante – Au3+;


 Substância com menor poder redutor - Au;
 Substância com menor poder oxidante – Li+.
Reação ácido-metal
 A reação entre um metal e um ácido é uma reação de oxidação-redução em que o

agente redutor é o metal e o agente oxidante é o catião H+ (H3O+) proveniente do

ácido.

 Quando o ácido (H+) consegue oxidar o metal, reduz-se, libertando-se sob a forma

de H2(g).
 Nem todos os metais são atacados por um ácido.

 Quanto mais distantes estiverem um oxidante e um redutor (que possam reagir entre

si) mais rápida é a reação.


 Por exemplo o H+ reage mais rapidamente (violentamente) com o Li do que com o Pb.

 À oxidação dos metais dá-se o nome de corrosão e geralmente ocorre devido ao

oxigénio atmosférico em meio húmido.

 Exercícios das páginas 183, 186, 193, 194, 195 e 196.


5. Soluções e equilíbrio de solubilidade
5.1. Mineralização das águas
 Cerca de 97 % da água existente na Terra é salgada. A restante é água doce mas cerca

de 2/3 encontra-se sob a forma de gelo nos polos.


 
 99 % dos sais que estão dissolvidos na água do mar são formados pelos iões: Na +, K+,

Mg2+, Ca2+, Cl – e .

 A salinidade corresponde à massa de resíduo seco, em gramas, por quilograma de

água. A salinidade da água do mar é 35 g kg -1 ou cerca de 3,5 %.

 Os principais gases dissolvidos na água do mar são o oxigénio e o dióxido de

carbono. O dióxido de carbono, embora seja apolar, tem uma solubilidade elevada

em água pois reage quimicamente com ela.


Processo de dissolução
 Numa dissolução predominam as interações soluto-solvente em detrimento das

interações soluto-soluto e solvente-solvente, formando uma mistura homogénea

(solução).

 Nos compostos iónicos, os catiões são atraídos electrostaticamente pelo átomo de

oxigénio da molécula da água e os aniões pelos átomos de hidrogénio. A esta

interação entre o solvente e o soluto chama-se solvatação (no caso particular da

água também se pode chamar hidratação).

 Mantendo a temperatura e pressão constantes, o tempo de dissolução de uma

substância dependerá do seu estado de divisão e da agitação.


5.2. Solubilidade de sais em água
 Há sempre uma quantidade máxima de soluto que é possível dissolver numa dada

quantidade de solvente. Quando essa quantidade é atingida a solução fica saturada.

 Designa-se por solubilidade, S, a quantidade de uma substância que se dissolve

numa dada quantidade de solvente, a uma dada temperatura e pressão, para formar

uma solução saturada.

 Quando a solubilidade é elevada esta costuma exprimir-se em massa de soluto, em

gramas, por 100 g de solvente.


Soluções insaturadas, saturadas e sobressaturadas

 Uma solução diz-se não saturada, ou insaturada, quando ainda é possível dissolver

mais massa de soluto.

 Uma solução diz-se saturada quando se dissolveu a quantidade máxima possível de

soluto e a adição de mais soluto fará com que este fique depositado no fundo do

recipiente sem se dissolver.

 Uma solução diz-se sobressaturada quando se dissolveu, momentaneamente, uma

massa de soluto acima do que a solubilidade permite (para a p e T da solução),

precipitando, posteriormente, a massa de soluto até ficar uma solução saturada.


Efeito da temperatura na solubilidade

 Além de depender da composição química do soluto (a interação solvente-soluto

assume um papel decisivo no papel de dissolução) a solubilidade de um soluto é,

geralmente, muito dependente da temperatura.


 Regra geral, a solubilidade dos sólidos aumenta com o aumento de temperatura

enquanto que a solubilidade dos gases diminui com o aumento de temperatura.

 Exercícios das páginas 207, 230, 231, 232, 233 e 234.


5.3. Equilíbrio químico e solubilidade de sais
 O processo de formação de um sal a partir dos iões dissolvidos em solução é

designado por precipitação (reação inversa da dissolução).

 No início do processo de dissolução não há precipitação. Com o aumento da

quantidade de soluto dissolvido a velocidade de precipitação vai aumentando até

igualar a velocidade de dissolução.

 Quando a velocidade de dissolução de um sal iguala a velocidade de precipitação a

solução diz-se saturada e é atingido o equilíbrio de solubilidade.


Constante de produto de solubilidade

 A equação química que traduz o equilíbrio de solubilidade do PbSO 4 é:

2−
2 +¿ ( aq ) +S O 4 ( aq) ¿
 PbS O
4 (s ) ⇌ P b

 A constante de equilíbrio para este tipo de equilíbrio químico é designada constante

de produto de solubilidade (Kps). E para este caso teríamos:

  𝐾 ps ( PbS O 4 )=¿
Solubilidade, S

 Para solubilidades baixas as unidades são, geralmente, mol dm-3, indicando-nos, a

uma dada temperatura, a quantidade máxima de um dado sal (em mol) que se

dissolve por litro de solução.

S S

  𝐾 ps ( PbS O 4 )= ¿

 Para sais com composição estequiométrica idêntica podem-se comparar os Kps para

se concluir sobre a solubilidade dos sais. Quanto maior o Kps maior a solubilidade.
 

S 2S

  𝐾 ps ¿

 
𝐾 𝑝𝑠
𝑆=

3

4
 Exercício da página 214.
Previsão da formação de precipitado

 Para as concentrações do catião e do anião de um determinado sal, determina-se o

valor do quociente de reação, Q, que se calcula de forma idêntica à da constante de

equilíbrio. Se o resultado for:

 Q < Kps  A solução não está saturada e a equação química deverá ter .
 
 Q = Kps  A solução está saturada e a equação química deverá ter e qualquer

quantidade de soluto adicional não se dissolverá.


 
 Q > Kps  A solução ou está saturada (com soluto sólido por dissolver no fundo do

recipiente) ou sobressaturada e a equação química deverá ter .


Junção de sais solúveis e formação de um sal
pouco solúvel

 O iodeto de potássio, KI, e o nitrato de chumbo, Pb(NO3)2, são sais muito solúveis.

 Após a junção de duas soluções contendo cada um destes sais poderia precipitar

KNO3 e/ou PbI2.

 Praticamente todos os nitratos têm solubilidade elevada mas o iodeto de chumbo,

que tem uma solubilidade bastante inferior, poderá precipitar se:


 
¿
 Exercícios das páginas 217, 235 e 236.
5.4. Alteração da solubilidade dos sais
Efeito do ião comum

 Quando se dissolve um soluto num solvente, o qual já contém uma determinada

concentração do catião ou anião a dissolver, a sua solubilidade diminui.

 Suponhamos que um determinado solvente contém [Pb2+] = 0,010 mol/L, no qual se

vai dissolver sulfato de chumbo (PbSO4). Neste caso teríamos:

(0,010 + S) S

  𝐾 ps ( PbS O 4 )= ¿
Efeito do pH
 Se algum dos iões que se dissocia (catião ou anião) tiver comportamento ácido-

base, dependendo do pH do meio no qual a dissolução é feita a sua solubilidade

pode ser maior ou menor.

 Por exemplo, no carbonato de bário, o carbonato tem comportamento ácido-base.


2−
2+¿ ( aq ) +C O3 ( aq) ¿
 B aC O 3 ( s ) ⇌ B a

 Quanto mais ácido for o meio onde se faz a dissolução, mais extensa será a reação

de formação do hidrogenocarbonato podendo até, em soluções bastante ácidas,

levar a uma formação significativa de ácido carbónico.



2− +¿ ( aq ) ⇌ HC O3 ( aq ) + H 2 O( l) ¿
 C O 3 ( aq ) + H 3 O

− +¿ ( aq ) ⇌ H 2 C O3 ( aq ) + H 2 O( l) ¿
 HC O 3 ( aq ) + H 3 O

 Neste caso, quanto menor o pH da solução onde se faz a dissolução, maior a

solubilidade do BaCO3.

Outros tipos de reações


 Qualquer tipo de reação (ácido-base, oxidação-redução ou complexação) que leve à

diminuição do catião ou anião do sal a dissolver fará aumentar a solubilidade desse

sal.

 Exercícios das páginas 220, 237 e 238.


5.5. Desmineralização de águas
 A dureza de uma água representa a concentração total dos catiões metálicos

polivalentes presentes na água que provocam a precipitação dos aniões dos ácidos

gordos presentes no sabão.

 A dureza de uma água é praticamente assegurada pelos catiões Ca 2+ e Mg2+, uma

vez que os restantes ocorrem em muito baixas concentrações.

 A dureza permanente da água é devida à presença de sais de cálcio e magnésio, que

não podem ser removidos por fervura da água.

 A dureza total de uma água (permanente e temporária) é expressa em mg/L de

CaCO3.
Efeitos associados à dureza das águas
Processos para minimizar a dureza da água

 Permuta iónica – A água dura, com os catiões Ca2+ e Mg2+,

passa por uma resina que recebe estes catiões e envia para a

água Na+, que não provoca dureza na água.

 Aditivos anticalcário – Adicionam-se compostos que reagem

com os catiões Ca2+ e Mg2+, deixando estes de estar

disponíveis quer para precipitarem com o sabão, quer para

precipitarem sob a forma de carbonatos.

 Agentes precipitantes – Recorre-se a substâncias como o

Na2CO3 e Ca(HO)2, provocando a precipitação dos sais pouco

solúveis de MaCO e CaCO .

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