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UFCD 6465 :Prevenção " Mais vale uma boa lavagem do que uma má

e Controlo na Infeção, desinfeção"


Esterilização

Formanda: Vet. ª Elizabeth Silva


Mediadora : Dr ª Claúdia Lameiras
Coordenadora: Dr ª Susana Carvalho

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Serviço Central
de Esterilização Neste serviço não existe relacionamento direto com os doentes, mas as
funções são mais ou tanto importantes, pois é este serviço que garante aos
de um hospital : restantes os dispositivos médicos (pinças, tesouras, kits de cirurgia, material
de ventilação, etc.) seguramente livres de micro-organismos.
O SCE influencia tudo o que se passa em todo o hospital, pois se não atuar
corretamente corre-se o risco de limitar as cirurgias praticadas, não haver
material essencial à vida do doente ou propagarem-se infeções. Reconhecendo
deste modo o porquê da sua existência e não saltando qualquer passo de um
método de esterilização exemplar.

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 Para que os matérias clínicos fiquem nas condições
preconizadas, que proporcionem segurança na utilização
e não funcionem como difusores de micro-organismos, é
necessário seguir à risca todos os passos de limpeza,
desinfeção e/ou esterilização estipulados.
 Estes cuidados são cruciais no contexto de prevenção e
controlo de infeção, tendo em conta que muitos
materiais utlizados entram em contacto com soluções de
continuidade, feridas, sangue, fezes, urina, etc.,
potenciais transportadores de micro-organismos
infeciosos.

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O correto
funcionamento de
um Serviço Central
de Esterilização vai
influenciar todo o
funcionamento a
nível hospitalar:

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São necessários
cuidados específicos
como a limpeza,
desinfeção e
esterilização dos
materiais utilizados.

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Instrumentação
Cirúrgica:

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1. DIÉRESE: é o momento de rompimento dos tecidos, por meio de instrumentos cortantes. Ex. bisturi (frio ou elétrico) e tesouras.
Instrumentos de Diérese

Instrumentos de 2.
3.
É a fase de abertura, tem a função de cortar e dissecar os tecidos.
Constituído pelos bisturis, tesouras, trépano e outros, utilizados nas cirurgias gerais, assim como nas especiais.

Diérese:

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 Pinças hemostáticas destinadas ao pinçamento de pequenos vasos sangrantes para ligadura e também para pinçar
Instrumentos para fios de sutura e tecidos orgânicos como aponeurose, peritónio etc.

Hemostasia
Definitiva:

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 Destina-se para fechamento da ferido cirúrgica.
Instrumentos para  Representado basicamente pelas agulhas de sutura,
porta agulhas, e principalmente pelos fios cirúrgicos,
Síntese: grampos e fitas adesivas de pele

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Pinças vasculares pra hemostasia temporária: são traumáticas porque possuem na
superfície de contacto com o vaso um dente amento especial que fazem
Instrumentos hemostasias e não lesam os vasos.
Auxiliares:

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Pinça de Campo:

Tem pontas agudas ou dentes para fixar os campos á pele,


prender os campos entre si, ou fixar objetos nos campos.

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São afastadores, instrumentos mecânicos para afastar os tecidos seccionados expondo os
planos anatómicos ou órgãos
Subjacentes
Afastadores
(instrumentos de
exposição) :

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 São aqueles destinados a agarrar tecidos, chamados de pinças de dissecção.

 Hemostasia é a fase de contenção do sangramento de vasos

 As pinças traumáticas são usadas para hemostasia temporária

Instrumentos de
Preensão:

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Exposto de acordo com as especialidades cirúrgicas, gastrointestinal, torácica,
cardiovascular, ortopédica, neurológica, Gino-obstétrica, oftálmica,
otorrinolaringológica e urogenital.
Instrumentos
Especiais:

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Tipologia de
Material Clínico:

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Equipamento/Material Classificação segundo o Descontaminação Descontaminação Observações
risco Recomenda Alternativa

Arrastadeiras Não-Critico Desinfeção térmica em Apenas como último Individualizar sempre que
máquina de recurso : Lavagem possível.
lavar/desinfetar manual e desinfeção da Nos casos de diarreia usar
superfície exterior com sacos de arrastadeiras.
NaDCC, 2500ppm

Spaulding (1968), Aspirador e tubo de


aspiração
Não-Critico Desinfeção térmica em
máquina de
Se não houver máquina
usar sistema descartável
propôs uma lavar/desinfetar

classificação dos Ambu Semicrítico Desinfeção térmica(de


alto nível ), em máquina
Desmontar lavagem
manual c/água e
Deve ser individualizado

materiais em três níveis de lavar/desinfetar detergente . Esterilizar a


vapor ou plasma.
de risco e o necessário :
Bacias de Higiene Não-Crítico Desinfeção térmica em Lavagem manual com
máquina de água quente e detergente,
lavar/desinfetar secagem e desinfeção
com álcool a 70º

Banheiras Não-Crítico Lavagem com água Lavagem com água Usar proteção entre
quente e detergente, quente e detergente, crianças
desinfeção com toalhete secagem e desinfeção
embebido em NaDCC com toalhete embebido
150ppm, ou amónio em álcool a 70º
quaternário (Anios)

Biberões semicrítico Desinfeção térmica(de Lavar em máquina No caso de RN está


alto nível) em máquina de Esterilizar a vapor indicada a esterilização
lavar/desinfetar

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Equipamento/Materia Classificação segundo o Descontaminação Descontaminação Observações
l risco Recomendada alternativa
Balanças de bebé Não-crítico Lavar/desinfetar com Se não houver sujidade Usar proteção entre
toalhete embebido em visível passar com crianças
amónio quaternário toalhete embebido em
álcool a 70º
Brinquedos de borracha Não-crítico Lavagem com água e Manter limpo enquanto
ou plástico detergente ,secagem e em uso exclusivo pela
desinfeção com álcool a criança
70º

Tipologia de
Brinquedos de Não-crítico Desinfeção térmica em Se não houver máquina
pano/peluche máquina de lavar com apropriada não deve ser
TCº elevada e ciclo de dado a outra criança

Material
secagem

Bombas de leite Semicrítico Lavar com água e Se de uso individual, após Individualizar sempre que

Clínico: detergente após a


utilização. Esterilizar por
plasma
a lavagem e secagem,
basta passar com toalhete
embebido em álcool a 70º
possível

e guardar protegida.
Câmaras Expansoras semicrítico Desinfeção térmica (de Lavar com água e Individualizar.
alto nível) em máquina de detergente, secar . Em uso no mesmo doente
lavar/desinfetar Esterilizar a plasma basta manter limpa e
protegida em saco
plástico
Colchões e Almofadas Não-critico Lavar/desinfetar com Lavar com água e Descartar a cobertura que
Anios, segundo as detergente, secar e passar apresentar cortes ou
recomendações do com toalhete embebido fissuras.
fabricante em álcool a 70º
Espéculos Vaginais Crítico Lavar em máquina .
Esterilizar a vapor

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Equipamento/ material Classificação segundo o Descontaminação Descontaminação Observações
risco recomendada alternativa
Estetoscópio Não-crítico Desinfetar com toalhete Podem usar-se protetores
embebido em álcool a 70º descartáveis
Humidificador de Semicrítico Desinfeção térmica em Lavar com água e Manter seco e embalado
oxigénio máquina de detergente , secar, passar
lavar/desinfetar por álcool a 70º
Incubadoras Não-crítico Lavar/desinfetar com Lavar com detergente,
Anios segundo as enxaguar, secar e passar
recomendações do com toalhete embebido
fabricante em álcool a 70º
Instrumentos Cirúrgicos Crítico Lavar em máquina de Sempre que possível
lavar/desinfetar ou em preferir a esterilização a
tina ultrassónica . vapor (é menos poluente)
Esterilizar a vapor ou
plasma.
Jarro de Urina Não-critico Desinfeção térmica em Se for individualizado
máquina de lavar com água e
lavar/desinfetar detergente e secar
Laringoscópio semicrítico Lavar em máquina de Desinfeção de alto nível: Se o cabo não suportar
lavar/desinfetar. Máquina de lavagem/desinfeção em
Esterilizar a vapor ou a lavar/desinfetar ou máquina ,deve ser lavado
plasma Lavagem e desinfeção e desinfetado com
com Ortoftaldeído toalhete embebido em
álcool a 70º
Máscara de O2 semicrítico Descartar No mesmo doente manter
limpa e seca.

Nebulizador semicrítico Se reutilizáveis : Lavar e esterilizar por


Desinfeção térmica(de vapor ou plasma
alto nível) em máquina de
lavar/desinfetar

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Equipamento/ material Classificação segundo o Descontaminação Descontaminação Observações
risco recomendada alternativa
Otoscópio semicrítico Desinfeção térmica(de Lavar ,secar e esterilizar Manter embalado . No
alto nível) em máquina de a vapor ou plasma. mesmo doente lavar,
lavar/desinfetar secar e desinfetar com
álcool a 70º entre cada
utilização
Termómetros auriculares semicrítico Passar por álcool cabo e Usar diafragmas
suporte descartáveis
Tabuleiros e Taças Não-crítico Lavar com água e
detergente, secar e
desinfetar com toalhete
embebido em álcool a 70º
Urinóis Semicrítico Desinfeção térmica em Apenas como último Se for individualizado
máquina de recurso: lavagem manual lavar com detergente e

Descontaminação, lavar/desinfetar
(arrastadeiras)
e desinfeção com NaDCC
1000ppm,
secar entre utilizações

(mergulhar)durante 20m
procedimentos e
porquê da sua
necessidade:

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Recolha e
transporte de
material clínico
contaminado:
“O SCE é uma unidade
orgânica funcional de apoio
clínico, com autonomia
técnica, com recursos
materiais e humanos MISSÃO É GARANTIR A TODOS OS
próprios que lhe permitem SERVIÇOS UTILIZADORES, O O TRANSPORTE DE DISPOSITIVOS
FORNECIMENTO DE DISPOSITIVOS
realizar centralizadamente as MÉDICOS SEGUROS E EM TEMPO ÚTIL
MÉDICOS DEVE ESTAR PROTEGIDOS E
ACONDICIONADOS
atividades inerentes ao AOS RECURSOS DISPONÍVEIS, DEVE
SER FEITO EM CARRO FECHADO,
O TRANSPORTE DEVE SER FEITO DE
FORMA SEGURA POR PROFISSIONAIS
processamento global dos CASO NÃO EXISTA DEVERÃO ESTAR
CONTIDOS EM CONTENTORES
COM FORMAÇÃO;

dispositivos médicos HERMETICAMENTE FECHADOS O CONTENTOR DEVE ESTAR


FECHADO;
OS HORÁRIOS DE RECOLHA E
reutilizáveis quer sejam ENTREGA DE MATERIAL DEVEM SER OS PROFISSIONAIS TERÃO DE SER
RESPONSÁVEIS POR AMBOS OS
desinfetados ou PREVIAMENTE DEFINIDOS E
DOCUMENTADOS DE FORMA A SERVIÇOS;
esterilizados” DGS RESPONSABILIZAR AMBAS AS PARTES
PELO SEU CUMPRIMENTO

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Triagem: consiste na verificação dos dispositivos médicos no ato de receção , de modo a
verificar as faltas e posterior notificação de ocorrência ao serviço utilizador:
Deve-se descartar todos os DM de uso único;
Desmontar sempre que possível os DM de modo a garantir A EFICÁCIA DA SUA LAVAGEM,
Escolher o processo de lavagem em função das características dos DM;
Os instrumentos cirúrgicos/inox – são encaminhados para a desinfeção térmica;

As Fases do Processo Os DM de terapia respiratória são encaminhados para a desinfeção térmica/química;


Os instrumentos de microcirurgia/lúmens são encaminhados para a limpeza ultrassónica.

de Esterilização de Lavagem: Consiste no processo que remove fisicamente a contaminação, mas não destrói
material Clínico: necessariamente os micro-organismos;

Não pode ser quantificada e depende da quantidade de micro-organismos existentes e suas


características.
Consiste num pré-requisito obrigatório do processo de tratamento dos DM, pois facilita a ação do
agente desinfetante ou esterilizante, reduz a bio carga inicial protege os DM contra a corrosão e
torna seguro o seu manuseamento;

Lavagem Manual: Deve ser efetuada segundo as indicações do fabricante .Os meios não devem ser
abrasivos(escovas com cerdas macias) e não devem utilizar tempos de exposição ou concentrações
inferiores ou superiores às aconselhadas.

A lavagem manual está indicada nos casos de DM com revestimento, micro instrumentos, em DM
com lúmens, por haver necessidade de escovagem interna e DM que não podem ser submetidos a
lavagem mecânica.

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Lavagem das manual: Lavagem Mecânica:
Higienizar as mãos; É conseguida através da utilização de diferentes equipamentos, de
acordo com as características dos DM a serem lavados;
Calçar luvas de nitrilo, colocar bata e avental impermeável , mascara -Lavagem/desinfeção;
com viseira, de modo a prevenir salpicos e aerossóis; -Lavagem/desinfeção térmica;
-Lavagem/desinfeção térmica-química;
-Pré-lavagem/ultrassons;
Desmontar, desarticular, de mandrilar e abrir os DM; Os tipos de máquinas utilizados podem ser câmaras, túneis ou tinas.

Lavar todas as superfícies utilizando escovas específicas, mantendo os A H2O utilizada neste tipo de lavagens tem de ser previamente tratada,
DM debaixo de água; de forma a assegurar características essenciais como: incolor e
límpida, sem turbulência(sem fazer espuma), inodora, ph de 7, sem
elementos patogénicos e outros macia,70-140 macia, 20-50ppm
(considerada 0-70 muito macia, 70-140 macia,140-210 dureza media,
210-320 alguma dureza e 320-530 dura)

Retirar os DM e enxaguá-los em água morna corrente; O tratamento inadequado da água pode causar:
Passar de seguida por água destilada; Depósito de resíduos do DM;

Secar bem, utilizando uma pistola de ar comprimido ou toalhetes sem Corrosão;


fios consoante as características;
Retirar os EPI’S ; Higienizar as mãos Re - contaminação;

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 A inspeção consiste na observação do estado de limpeza e funcionamentos dos dispositivos.

 Restos de proteínas e outros resíduos não retirados pelo processo de limpeza são posteriormente cristalizados por ações de produtos
químicos, podendo ocasionar oxidações, desgaste e quebra prematura do instrumento.

Inspeção:
 A área inspecionada deve ser bem iluminada com lupas, fios de sutura, latex, lubrificantes e protetores;

 Manipular os DM com cuidado;

 Verificar o estado de limpeza em todos os instrumentos : ausência de resíduos orgânicos e outros.

 Com uma lente de aumento, verificar o estado de limpeza nos instrumentos de micro cirurgia;

 Especial importância ao alinhamento, porosidade, fissuras, junções, lúmens e locais difíceis de limpar;

 Verificar fios de corte, contornos, riscos, fadiga e desgaste;

 Verificar articulações e parafusos soltos;

 Verificar alterações de superfície descolorações corrosão danos no crómio inox níquel alumínio;

 Verificar alteração do design;

 Não manipular DM quentes;

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• Consiste na aplicação nos DM de agentes de lubrificação que tenham por base a parafina líquida.
Regras:
• Testar a funcionalidade dos instrumentos em frio;
• Lubrificar o instrumento antes do teste de funcionalidade;
• Manipular delicadamente instrumentos cm junções e articulações sem apresentar rigidez;
• Fazer o teste de funcionalidade após cada utilização, para se verificar se foram danificados ou não durante a sua utilização;
• Na dúvida, deve consultar-se o fabricante para obter informações sobre o método utilizado para testar determinados material;
• Retirar de circulação instrumentos não íntegros ou danificados.
• Os lubrificantes devem estar de acordo com a farmacopeia ambiente e de acordo com as especificações e instruções do
fabricante.

Lubrificação:

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 Destina-se a construir uma barreira efetiva contra a contaminação;

 O objetivo é formar um sistema de barreira estéril, que consiste na embalagem mínima que evita a penetração de micro-
organismos e permite uma apresentação assética do produto até à sua utilização.

 O empacotamento é indispensável para proteção de um DM esterilizado desde o momento em que é retirado do


esterilizador até ao momento da sua utilização,

 S DM devem ser penetráveis ao agente esterilizante;

Empacotamento:  O pacote deve permitir a esterilização total do conteúdo da embalagem;

 O Dm selecionado deverá constituir uma barreira contra micro-organismos e contra a contaminação por outras partículas.

 Deve garantir o fecho hermético;

 Tipos de embalagens.

 Papel(folhas, sacos);

 Propileno (bolsas, folhas, rolos)

 Tecido não tecido;

 Contentores rígidos(plástico, metal)

 Um artigo ou um produto é considerado estéril, quando está isento de micro-organismos viáveis;

 É necessário que os riscos de contaminação microbiana dos DM, provenientes de todas as fontes, sejam, eliminados por
todos os meios possíveis.

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Esterilização:

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Armazenamento
e Conservação de O material esterilizado deve ser armazenado num local

Material Clínico
limpo e seco, longe de grande movimentação de ar, longe do
tráfego de pessoas e de fontes de calor e humidade,
Deve ser acondicionado em recipientes de dimensões
no Serviço adequadas, de preferência em armários fechados;
Não devem estar guardadas junto a materiais não estéreis e

Central de os artigos mais pesados devem ser guardados nas prateleiras


inferiores;
Para que o local de armazenamento cumpra com os
Esterilização: requisitos necessários é crucial que esteja a 20-25cm do
chão, a 45cm do teto e a 5cm da parede;
Relativamente à validade da esterilização do material, esta
só tem valor indicativo, devendo ser utilizada apenas como
no controlo de stock;
Devem armazenar-se os materiais de acordo com a ordem de
entrada e saída.
As embalagens estéreis deverão permanecer nos serviços
utilizados o mínimo de tempo possível.

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Trabalho elaborado por: Rute Pancha
nº25

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