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ESTUDOS SÓCIO-ECONÔMICOS

ESTUDOS SÓCIO-ECONÔMICOS
A Ciência Econômica enquanto Ciência Social; objeto de estudo e relação com
outras ciências.

Economia - Ciência que estuda como a sociedade se organiza para produzir


os bens e serviços necessários ao atendimento às necessidades humanas.

Lei da Escassez: “ os recursos são escassos, para atender necessidades


humanas crescentes e ilimitadas”.

Problema Fundamental: “ como alocar de forma eficiente, recursos


escassos”.

Ciências Sociais – Debruça-se sobre o papel de identificar as repercussões


sociais involuntárias, decorrentes das ações humanas intencionais.

Ex.: para a ciência econômica, os mecanismos de mercado, podem ser visto


como uma conseqüência social não-planejada das ações individuais
impulsionadas por motivos puramente egoístas, na busca do atendimento aos
seus próprios interesses. As conseqüências de tais atos podem ser benéficas
ou prejudiciais à sociedade. Ex. pressões inflacionárias e recessão japonesa. (
elevada e baixa propensão ao consumo/poupança ).
Assim o estudo da Economia guarda forte interdependência com outras áreas
de conhecimento, a saber:

História – Os sistemas econômicos evoluem a partir de um determinado


contexto histórico, em que as civilizações aprimoram seus métodos de
produção e apropriação dos recursos necessários à sua subsistência.
As teorias econômicas guardam forte correlação com este ambiente
histórico em que se desenvolvem as atividades e instituições.
A pesquisa empírica aplicada ao estudo da evolução dos fatos
econômicos, utiliza-se dos registros históricos que informam com tais
fatos transcorreram.
Geografia – A distribuição dos acidentes geográficos e recursos naturais
exercem grande influência no desempenho das atividades econômicas e
como elas se organizam. Ou seja, com as atividades produtivas se
distribuem nos territórios. Estas são influenciadas por uma série de
fatores relacionados à localização geográfica, tais como: disponibilidade
de matéria-prima; insumos; mercados consumidores; infra-estrutura
logística e de serviços, etc.
Sociologia – A política econômica, na maioria das vezes visa interferir na
forma como os bens e serviços gerados pelo sistema econômico são
apropriados pelo conjunto da sociedade. Ou seja, acaba por influir na
estrutura de classes existente, objeto de estudo da Sociologia. Em
outras palavras, a Economia interfere na dinâmica de mobilidade social,
ao utilizar-se de alguns instrumentos para influir nos mecanismos de
produção, circulação e consumo das riquezas numa dada sociedade.
Matemática e Estatística – A Economia utiliza-se da Matemática e Estatística
para realizar previsões probabilísticas. Embora esta não seja uma
Ciência exata, capaz de predizer com precisão como ocorrerá um
determinado fenômeno econômico, já que os agentes econômicos e
famílias, na sua totalidade, não reagirão da mesma forma diante de um
determinado contexto, a Economia utiliza-se de cálculos matemáticos e
estatísticos para obter um valor médio que resuma/expresse a tendência
do comportamento do conjunto dos consumidores e produtores. Assim a
Economia utiliza-se da Econometria para estimar os resultados das
interações econômicas, minimizando os desvios estatísticos aleatórios.

Assim a Ciência Econômica não restringe seu campo de atuação ao


estudo das decisões econômicas (resultado das decisões individuais) e
sua repercussão no comportamento dos grandes agregados
macroeconômicos; mas deve se preocupar também sobre as teorias que
informam acerca dessas decisões de caráter individualizado. Ou seja,
quais as motivações que conduzem os agentes e econômicos e famílias
à determinada tomada de decisão de I e C. Ex. marketing.

A Teoria Econômica pode ser dividia em duas partes:


Microeconomia e Macroeconomia.
Microeconomia - Ocupa-se da forma pela qual as unidades individuais que
compõe a economia agem e reagem umas sobre as outras. Ou seja,
estuda o comportamento dos consumidores e das empresas em seus
mercados, as razões que levam os consumidores a comprarem mais ou
menos um determinado produto. Estuda também os motivos que levam
uma empresa a produzir menor ou maior quantidade de um determinado
produto/ mercadoria e de que forma seus preços são determinados.
Analisa também as estruturas de mercado nos quais empresas e
consumidores atuam.

Obs. Evidencia as decisões particulares ex-ante – antes do fato realizado.

Macroeconomia – Focaliza o funcionamento do Sistema econômico como um


todo. Estuda as relações entre os grandes agregados macreconômicos, e
com eles interagem entre si. Em outras palavras, estuda a conseqüência
global destas ações. Preocupa-se com o conjunto das decisões individuais
por parte dos agentes econômicos e famílias, que se refletirão em maior ou
menor grau de poupança; investimento; produção; emprego; renda das
famílias; consumo;taxa de juros, etc. A macroeconomia estuda também as
decisões emanadas do formulador da Política Econômica. Em resumo, o
resultado sistêmico da pluralidade das decisões particulares.

Obs. Analisa o resultado econômico ex-post – após o fato ocorrido.


Necessidades Humanas

Todos os seres vivos experimentam necessidades das mais variadas


ordens. Podemos classificar tais necessidades em:

 Necessidades Biológicas ou absolutas – têm um caráter imperativo


para a nossa sobrevivência; o não atendimento de tais necessidades
coloca em risco a vida humana.
 Necessidades Sociais ou Relativas – São criadas no homem por
imposição do meio social; variam de sociedade para sociedade;
determinadas pelos costumes, convenções e hábitos sociais. Ex. uso
de roupas para proteger nosso corpo; uso de talheres na realização
de refeições, etc;
 Necessidades Coletivas – Não relacionadas ao indivíduo; são
necessidades associadas ao bem-estar da sociedade, cabendo ao
Estado um papel central, com objetivo de prover tais necessidades.
Ex. educação; previdência social; saúde, segurança, etc.
Tais necessidades vão se modificando com a evolução social e com o
domínio crescente das atividades humanas sobre o meio físico.
Podemos dizer, ainda, que quanto mais avançada é uma sociedade do
ponto de vista tecnológico, mais elevado é o grau de
Diversificação/sofisticação das necessidades individuais.

Bens – Tudo aquilo que é utilizado para atender necessidades humanas.


Valor de Uso – relaciona-se à capacidade que tem um bem de satisfazer uma
dada necessidade.

Os bens classificam-se em: Livres e Econômicos.

 Bens Livres – Existem em quantidade ilimitada e não exigem esforço


humano para a sua obtenção. Não estão sujeitos ao regime de
propriedade, ou seja, não pagamos para a sua obtenção.Ex. Ar; luz
solar.
 Bens Econômicos – Todos os bens escassos e limitados; exigem um
dispêndio de trabalho para a sua obtenção. Estão sujeitos ao regime de
propriedade e transacionados a um preço determinado.
Os Bens Econômicos sub-dividem-se em:
 Bens propriamente ditos – Bens materiais, ex. alimentos; insumos de
produção; instrumentos/ferramentas de trabalho, etc.
 Serviços – De caráter intangível, ex. serviços médicos, educacionais,
etc.

Outra Classificação:
 Bens de Consumo – São aqueles que satisfazem de forma direta e
imediata necessidades humanas. Dividem-se em:
1) Bens de Consumo Duráveis - Cujo uso ou consumo pode ser realizado
por um período longo de tempo. Ou seja, bens que podem ser utilizados
várias vezes. Ex. Eletrodomésticos; automóvel, etc.;
2) Bens de Consumo Imediato – São aqueles utilizados uma única ou
poucas vezes. Ex. alimentos em geral; produtos descartáveis, etc.
3) Bens de Produção – São aqueles que não satisfazem necessidades
humanas de forma direta. Destina-se à produção de outros bens. Ex.
máquinas; equipamentos e componentes industrias;
RESUMO:

– Possuem um valor de uso, ou seja, servem para satisfazer


necessidades humanas. O valor de uso é relativo e varia de pessoa para
pessoa. Em outras palavras, cada um dá utilidades distintas a um dado
bem. Ex piercing; selo; moedas antigas ( pedaço de papel).

-Bens econômicos são escassos e limitados e exigem um esforço laborial


para a sua obtenção.
CONCEITOS ECONÔMICOS IMPORTANTES

a) Sistema Econômico – É o ambiente onde ocorrem as atividades de


produção, circulação, consumo e trocas de mercadorias, bens e
serviços.
b) Técnica de Produção - Conjunto de processos mecânicos e intelectuais
associados à produção de bens e serviços para a satisfação de
necessidades humanas. Utiliza-se das inovações tecnológicas para
elevar os índices de produtividade na produção de um dado bem. As
técnicas de produção utilizadas por uma dada sociedade, expressam o
estágio de desenvolvimento tecnológico e científico por ela alcançado.
Traduz também, o de grau de aproveitamento dos recursos naturais, a
complexidade da divisão técnica do trabalho e a produtividade da mão-
de-obra.
c) Mercado – Local ou contexto no qual compradores e vendedores
compram e vendem bens, serviços e recursos. Desse modo, o mercado
pode ser entendido como o local em que se realizam as trocas de
mercadorias produzidas pelo sistema econômico. Ou seja, compradores
estão dispostos a trocar dinheiro por bens e serviços e estão em contato
com os vendedores destes bens e serviços.
d) Concorrência – Característica de um mercado que determina a
facilidade ou dificuldade com que cada comprador vendedor pode
influenciar individualmente o preço de um determinado bem ou produto.
Classificação dos Mercados

 Concorrência perfeita – Estrutura de mercado em que cada agente


econômico (comprador ou vendedor) é tão pequeno em relação a este
mercado, que não é capaz de exercer influência que implique em alterações
nas condições de preço estabelecidas.

 Oligopólio – Estrutura de mercado em que um pequeno número de


produtores controla a oferta de um determinado produto, que não possui
substituto. Desta forma, mudanças no nível de produção e no preço de uma
firma afetarão as quantidades que outros vendedores podem negociar e com
os respectivos preços que podem cobrar. No caso de oligopólio é fácil a
formação de cartéis, que são acordos de preços em que as firmas atuam de
forma cooperativa, prejudicando os interesses do consumidor. Ex CADE

 Monopólio – Estrutura de mercado em que um único grande produtor oferta


um determinado produto, que não possui substituto. Desta forma, a firma
detém todo o mercado do produto para si. Outras características: não existem
substitutos próximos para os bens que ela produz; existem elevadas barreiras
à entrada provenientes de patentes, concessão pública, vantagens absolutas
de custos, diferenciação de produtos e economias de escala.

Obs. Substituto: manteiga e margarina


e) Escala de Produção – Diz respeito ao nível de produção ou quantidade produzida
de um dado bem, por uma determinada unidade econômica.

f) Economias de Escala – Produção de bens em larga escala, que utilizando-se de


técnicas de produção mais eficiente, obtém ganhos de racionalização da
atividade
produtiva. Tais ganhos relacionam-se às inovações tecnológicas que possibilitam
o
desenvolvimento de produtos e processos inovadores associados à produção
capitalista. Representada fisicamente por grandes conglomerados empresarias,
caracterizam-se por utilizarem amplo contingente de mão-de-obra, altamente
especializada, métodos mais eficientes de estocagem de matérias-primas e
produtos,
além da utilização de eficientes e sólidas estratégias de marketing. Este conjunto
de
fatores possibilita a obtenção de custos unitários decrescentes na produção de
um
determinado bem.Assim a ocorrência de ganhos de economias de escala se
vincula
a produção de consumo de massa.
e) Escala de Produção – Diz respeito ao nível de produção ou quantidade
produzida de um dado bem, por uma determinada unidade econômica.

f) Economias de Escala – Produção de bens em larga escala, que


utilizando-se de técnicas de produção mais eficiente, obtém ganhos de
racionalização da atividade produtiva. Tais ganhos relacionam-se às
inovações tecnológicas que possibilitam o desenvolvimento de produtos
e processos inovadores associados à produção capitalista.
Representada fisicamente por grandes conglomerados empresarias,
caracterizam-se por utilizarem amplo contingente de mão-de-obra,
altamente especializada, métodos mais eficientes de estocagem de
matérias-primas e produtos, além da utilização de eficientes e sólidas
estratégias de marketing. Este conjunto de fatores possibilita a obtenção
de custos unitários decrescentes na produção de um determinado
bem.Assim a ocorrência de ganhos de economias de escala se vincula a
produção de consumo de massa.
g) Política Econômica – Conjunto de medidas adotadas pelo governo com
objetivo de atuar e influir sobre os mecanismos de produção, circulação
e consumo de bens e serviços, assegurando a obtenção pelo sistema
econômico, de níveis elevados de crescimento, emprego com
estabilidade nos preços. As opções de políticas econômica adotadas
pelo Governo influenciam no comportamento dos grandes agregados
macroeconômicos e nas decisões de consumo por parte das famílias e
investimento por parte das empresas. Estas sofrem influências do grau
de organização da sociedade e da visão que os governantes têm do
papel do Estado.
Os principais instrumentos de política econômica utilizados pelo Governo
são a política fiscal e monetária.

h) Agregados Macroeconômicos – Expressam o resultado da atividade


econômica de um dado país, em um determinado período de tempo. Ou
seja, quanto ele produz, consome, investe, como este investimento é
financiado, como os fatores de produção são remunerados. Ou seja,
quais os recursos mobilizados para a produção de bens que serão
destinados a satisfazer necessidades humanas.
i) Os Recursos – Como vimos o homem tem necessidade que são
atendidas mediante o acesso a bens e serviços. Tais bens são obtidos
mediante a utilização de recursos, os chamados fatores de produção.
Podemos classificar os fatores de produção em: Capital; trabalho e
recursos naturais.
b1) Recursos Naturais – São os bens extraídos da natureza, que são
utilizados e transformados pelo homem.
b2) Capital – Representa os recursos monetários, matéria-prima,
instalações, máquinas e equipamentos aplicados na produção de forma
a gerar riquezas.
b3) Trabalho – Representa o uso da mão-de-obra humana, mobilizada
para atividades de transformação ou utilização dos recursos naturais
destinados à produção de bens.

A estes três fatores poderíamos acrescentar um outro denominado de


capacidade empresarial ou “espírito empreendedor” que mobiliza,
associa e aloca os demais fatores de produção. Este fator, de natureza
qualitativa, é de suma importância para a formação de riqueza pelo
sistema econômico.
Tal capacidade pode ser exercida pelo Estado, mobilizando recursos
para produção de determinados bens ou formação de infra-estrutura de
apoio. E principalmente, pelos agentes econômicos privados, dentro das
condições institucionais da livre iniciativa, para a implantação, ampliação
e operação de seus empreendimentos econômicos de produção. E tanto
num caso como no outro, a capacidade empresarial enquadra-se no
domínio dos agentes dinâmicos da vida econômica. É o chamado “fator
energizante” do sistema econômico.

Estes recursos associados proporcionarão a oferta de bens pelo sistema


econômico, de modo a satisfazer necessidades humanas. Tais recursos,
conforme já mecionado, se caracterizam por serem escassos e limitados
face às necessidades humanas.

Por fim, é importante destacar que a forma como estão distribuídos os


fatores de produção tem particular importância na definição dos preços
dos fatores e na formação dos custos de produção, sendo portanto,
fundamental na produtividade e rentabilidade da empresa. Por isso, a
atenção do empresário deve recair num dimensionamento correto dos
fatores fixos (máquinas, instalações) e fatores variáveis (matéria-prima e
mão-de-obra).

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