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Anita Malfatti

Organizado por Márcio Pandolfo

Fonte: história da arte


•Anita Catarina Malfatti nasceu na cidade
de São Paulo no dia 2 de dezembro de
1899, mesmo ano da Proclamação da
República no nosso país. 

•Seus pais Samuel Malfatti engenheiro


imigrante italiano e Eleonora Elisabeth
Krug pintora norte americana de origem
alemã.
•Como sua família prezava uma educação
tradicional teve uma governanta alemã
Miss Browne, que a ajudou no
desenvolvimento da sua mão esquerda,
visto que o braço direita tinha um defeito
congênito, e no aprendizado da arte e da
literatura.

O Burrinho – 1909
-Coleção Doris Malfatti
Aos 13 anos iniciou seus
estudos de pintura e o gosto
pelas cores começava a
dominar seus pensamentos.

Georgina – 1914 –
Coleção Georgina
Malfatti
•Quando seu pai faleceu, junto com a mãe e os
irmãos foram morar juntos com os avós
maternos. Aos 17 anos, para ajudar nas despesas,
Anita começa ensinar pintura para crianças.
•O sonho de estudar em Paris parecia muito
distante, porém seu tio Jorge Krug proporcionou
meios para que acompanhassem duas amigas que
foram estudar música na Alemanha.

•Em 1910 quando chega em Berlim o cenário


artístico europeu fervilhava em movimentos
vanguardistas muito diferente da São Paulo que
ela havia deixado.

Retrato de um Professor – 1912-1913


– Coleção Doris Malfatti
• Prestou exames para a ingressar na Academia Real de Belas
Artes. Aprovada, matriculou-se nas disciplinas de História
da Arte, Perspectiva e Pintura, porém a Arte Acadêmica não
era seu desejo e deixou os estudos após o primeiro ano de
curso.

• Durante as férias de verão foi a 4ª Sonderbund, exposição


em Colônia, Alemanha conhecendo o trabalho de Van Gogh,
Cèzanne, Picasso, Gauguin.

• No final daquele ano conheceu Lovis Corinth o “homem de


todas as cores” e passou a ter aulas com ele. Aprendeu
também, a fazer gravuras em metal.
Tropical – 1929 –
Pinacoteca de São Paulo
• Interessada no movimento
Expressionista foi com o professor Ernst
Bischoff Kulm que aprendeu os segredos
dessa arte.
• Retratava o que sentia, era o gesto e o
gosto colorido compondo suas telas.

• Com a aproximação da 1ª Guerra


Mundial voltou ao Brasil sem antes
conhecer outros lugares da Europa.

A Estudante – 1915-1916 – MASP – Museu de


Arte de São Paulo
•A família e os amigos esperavam que a Anita
realizasse obras acadêmicas, o que a sociedade
brasileira apreciava naquela época, e estranharam o
colorido, as bruscas pinceladas e composição da
imagem quando mostrou o quadro que fez do seu
irmão Alexandre e da sua irmã Georgina.
•Anita Malfatti inicia nesse momento uma nova arte
no Brasil.

•Sem conseguir voltar para Europa para continuar seus


estudos de arte, novamente patrocinada pelo tio Jorge
Krug foi dessa vez, foi  estudar nos Estados Unidos.

•Estudou anatomia com George Bridgman 

O Homem das Sete Cores – 1915-1916 – Coleção Roberto Pinto de Souza – SP


•Seguindo as orientações da
família em 1915 já em Nova
York, Anita matriculou-se na
tradicional escola “ Art Students
League”. Estudava gravura e
pintura, mas não estava satisfeita.
Matriculou-se na “Independent
School of Art” e conheceu o
pintor e filosofo Homer Boss,
que deixava os alunos pintarem à
vontade.

• Ele orientou para retomasse sua


arte e Anita define seu estilo:
Expressionismo.​

O Farol – 1915 – Coleção


Chateubriand Bandeira
de Mello – Rio de Janeiro
•Em 1916, Anita volta ao Brasil e trazendo telas com
distorções, de equilíbrio diferente, nada o que os
brasileiros estavam acostumados.
•Chega, escandaliza e decepciona. Suas pinturas são
chamadas de mau gosto ou como dizia seu tio Jorge
“coisas dantescas”. Suas telas de um colorido exuberante,
expressavam a alma da artista, mas as pessoas não
conseguiam perceber, o que deixou a artista triste e
guardou suas telas e recomeçou por caminhos
tradicionais.
•Perdendo o apoio do seu tio, ela volta a lecionar e
receber encomendas, distanciando-se do expressionismo.

A Estudante Russa – 1915 – Coleção Mario de


Andrade – IEB – USP – SP
•Embora admirada por outros artistas, a sua
exposição de 13 de dezembro de 1917 gera
uma critica dura e severa de Monteiro
Lobato no artigo intitulado “A propósito da
exposição de Malfatti”. A reação da
sociedade foi imediata com a devolução
das telas vendidas e algumas destruídas o
que deixou a artista arrasada.
•Valorizada por Oswald de Andrade, foi
dado o sinal para o despertar de renovação,
de romper com a arte acadêmica aqui no
Brasil. Tinha sido dado o primeiro passo
para o Modernismo.

A Boba – 1916 – Museu de Arte Contemporânea


– USP – SP
• Voltou a estudar academicismo no ateliê
de Pedro Alexandrino, aprendendo
elementos formais da composição e lá
conheceu Tarsila do Amaral, que a
principio estranhava a pintura da amiga
Anita.

• Em 1920 expôs novamente para tentar


ganhar uma bolsa de estudo, foi preterida,
mas durante a exposição conheceu Mario
de Andrade, que a incentivava a pintar
com a alma. Pintou “ A estudante”.

Mario de Andrade – 1921-1922 – Coleção Particular – SP


•Em 1921, os modernistas começavam a se
reunir e Anita desenhava a partir de modelos
vivos, no ateliê de George Elpons. Tarsila do
Amaral, que estudava na Europa, recebeu uma
carta da amiga comunicando-lhe que voltava
pintar as coisas que lhe agradavam.

•Aproveitando o cenário da Independência do


Brasil, foi inaugurada a
Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal
de São Paulo, em fevereiro de 1922, evento
cultural mais importante do Brasil no século 20
e Anita finalmente teve suas obras destacadas.

Interior – 1925-1927 – Coleção Pedro Tassinari Filho – SP


• Em 1923 ganha a esperada bolsa de
estudos e embarca para a Europa, os
artistas franceses influenciaram Anita,
seus desenhos mais delicados, as figuras
se alongam e a deformação já não é tão
exagerada.
• Como exigência da bolsa de estudos era
dominar a arte acadêmica, Anita teve
permissão para entrar no Museu do
Louvre, Paris e em alguns museus de
Florença, Itália para copiar algumas
obras famosas.

A Japonesa – 1924 – Museu de Arte Moderna – Rio de Janeiro


• Aos 62 anos, participou da I Bienal de
Artes de São Paulo e considerada a
pioneira da Arte Moderna no Brasil.
• Em 1963 Anita Malfatti foi
homenageada na VII Bienal
Internacional de Arte com uma sala
inteiramente dedicada ao seu trabalho.
• Faleceu em 6 de novembro de 1964, aos
74 anos.

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