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Escola de Sargentos de Logística

Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos


3º Turno - 2020
S Ten ALEXANDER
alexandermiguel@id.uff.br
(21) 987977909
INSTRUÇÃO GERAL II
Unidade Didática 1
Noções de Direito Militar

ASSUNTO
b. Direito Militar
OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM

- Aplicar os conhecimentos que a Legislação Penal


e Processual Penal Militar concernente à função de
ESCRIVÃO de um IPM. (CONCEITUAL)
- E vocês podem ser designados como
ESCRIVÃO de um inquérito?
Art. 11, CPPM. A designação de escrivão para o inquérito caberá ao
respectivo encarregado, se não tiver sido feita pela autoridade que
lhe deu delegação para aquele fim, recaindo em segundo ou
primeiro-tenente, se o indiciado for oficial, e em sargento,
subtenente ou suboficial, nos demais casos.
SUMÁRIO
I. Introdução
- Polícia Judiciária.
II. Desenvolvimento
1. Inquérito Policial Militar - IPM
2. Análise do fluxo do processo
III. Conclusão
Polícia Judiciária
Introdução: Polícia Judiciária

A POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR é exercida nos termos


do Art. 8º CPPM, pelas autoridades das forças
armadas, com função de comando, desde comandante
geral da força até comandante de unidade ou navio.
Policia Judiciária – Competência Art. 8º
a. Apurar os crimes militares;
b. Prestar informações e realizar diligência;
c. Cumprir mandados de prisão;
d. Representar à cerca de prisão preventiva e da insanidade mental do indiciado;
f. Cumprir determinações a respeito de preso;
e. Solicitar à autoridades civis informações.
g. Requisitar da Polícia Civil e das repartições os exames necessários.
h. Atender às autoridades civis os pedidos de apresentação de militar.
INQUÉRITO POLICIAL MILITAR
  Qual a finalidade do IPM?
Art. 9º O inquérito policial militar é A APURAÇÃO SUMÁRIA DE FATO, que, nos termos
legais, configure crime militar, e de sua autoria. Tem o caráter de INSTRUÇÃO PROVISÓRIA,
cuja finalidade precípua é a de ministrar elementos necessários à propositura da ação
penal.

Parágrafo único. São, porém, efetivamente instrutórios da ação penal os exames, perícias e
avaliações realizados regularmente no curso do inquérito, por peritos idôneos e com
obediência às formalidades previstas neste Código.
RITO

ORDINÁRIO ESPECIAL

CRIMES DESERÇÃO INSUBMISSÃO


Art 187 Art 183

IPM APF TERMO TERMO


Art 9º Art 244 Art 452 Art 463

DENÚNCIA
IPM - Características
Escrito.
Sigilo.
Inquisitivo
(procedimento sem contraditório).
Indisponibilidade
(não pode arquivar, salvo ordem judicial).
Obrigatoriedade
(dever da autoridade de instaurar).
IPM - Início
Art. 10, CPPM. O INQUÉRITO é iniciado mediante PORTARIA:
a) de Ofício, pela autoridade militar (Cmt OM)
b) por determinação ou delegação da autoridade
superior...
c) em virtude de requisição do Ministério Público;
d) por decisão do STM.
e) a requerimento da parte ofendida...
f) quando, de sindicância ...
Atribuição do Escrivão

Art. 11, CPPM


Parágrafo único. O escrivão prestará compromisso de
manter o sigilo do inquérito e de cumprir fielmente as
determinações deste Código, no exercício da função.
IPM – Art. 12, CPPM (Fundamental)
Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar, verificável na ocasião, a autoridade a que se
refere o § 2º do art. 10 (Cmt OM) deverá, se possível:

a) Manter o local do fato;


b) Apreender os instrumentos do crime;
c) Efetuar a prisão do infrator; e
d) Colher todas as provas.
FORMAÇÃO DO INQUÉRITO

Art. 13. O ENCARREGADO DO INQUÉRITO deverá, para a formação deste:

a) tomar as medidas do slide anterior (art. 12), se ainda não o tenha feito;
b) ouvir o ofendido;
c) ouvir o indiciado;
d) ouvir testemunhas;
Assistência do Procurador

Art. 14, CPPM. Em se tratando da apuração de fato delituoso


de excepcional importância ou de difícil elucidação, o
encarregado do inquérito poderá solicitar do procurador-geral
a indicação de procurador que lhe dê assistência.
Sigilo do Inquérito

Art. 16, CPPM. O inquérito é sigiloso, mas seu


encarregado pode permitir que dele tome
conhecimento o advogado do indiciado.
Oitiva das testemunhas e do indiciado
(durante o dia)

Art. 19, CPPM. As testemunhas e o indiciado, exceto


caso de urgência inadiável, que constará da
respectiva assentada, devem ser ouvidos
durante o dia, em período que medeie entre as
sete e as dezoito horas.
Oitiva das testemunhas e do indiciado

Art 19, CPPM.


§ 1º O ESCRIVÃO lavrará assentada do dia e hora do início
das inquirições ou depoimentos; e, da mesma forma, do seu
encerramento ou interrupções, no final daquele período.
Oitiva das testemunhas e do indiciado
Art. 19, CPPM
§ 2º A testemunha NÃO será inquirida por mais
de quatro horas consecutivas, sendo-lhe
facultado o descanso de meia hora, sempre que
tiver de prestar declarações além daquele
termo (tempo). O depoimento que não ficar
concluído às dezoito horas será encerrado, para
prosseguir no dia seguinte, em hora
determinada pelo encarregado do inquérito.
Prazos para encerramento do IPM

Art. 20, CPPM. O inquérito deverá terminar dentro em VINTE


DIAS, SE O INDICIADO ESTIVER PRESO, contado esse prazo a
partir do dia em que se executar a ORDEM DE PRISÃO; ou no
prazo de QUARENTA DIAS, quando o INDICIADO ESTIVER
SOLTO, contados a partir da data em que se INSTAURAR O
INQUÉRITO.
20 dias – preso – ordem de prisão

40 dias – solto – instauração do inquérito


Prorrogação IPM
Art. 20, CPPM.
§ 1º Este último prazo poderá ser prorrogado por MAIS VINTE DIAS pela
autoridade militar superior, desde que não estejam concluídos exames ou
perícias já iniciados, ou haja necessidade de DILIGÊNCIA, indispensáveis à
elucidação do fato.
Ordem das peças

Art. 21, CPPM (Missão exclusiva do escrivão)


Todas as peças do inquérito serão, por ordem cronológica, reunidas
num só processado e datilografadas, em espaço dois, com as folhas
numeradas e rubricadas, pelo escrivão.
Juntada de documentos
Art. 21, CPPM
Parágrafo único. De cada documento junto, a que precederá despacho do encarregado
do inquérito, o escrivão lavrará o respectivo termo, mencionando a data.

Sequência = Despacho, Recebimento, Certidão e Juntada.


Remessa do IPM

Art. 23, CPPM. Os autos do inquérito serão remetidos ao auditor da


Circunscrição Judiciária Militar onde ocorreu a infração penal,
acompanhados dos instrumentos dessa, bem como dos objetos que interessem à
sua prova.
Arquivamento do IPM

Art. 24, CPPM. A autoridade militar (Cmt OM) não poderá


mandar arquivar autos de inquérito,
embora conclusivo da inexistência de crime ou
de inimputabilidade do indiciado.
Novo Inquérito
Art 25, CPPM. O arquivamento de inquérito não obsta a instauração de outro,
se novas provas
aparecerem em relação ao fato, ao indiciado ou
a terceira pessoa, ressalvados o caso julgado e
os casos de extinção da punibilidade.

Art. 123. Extingue-se a punibilidade:


I - pela morte do agente;
II - pela anistia ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
IV - pela prescrição;
V - pela reabilitação;
VI - pelo ressarcimento do dano, no peculato culposo (art. 303, § 4º).
Dispensa do IPM
Art. 28, CPPM. O inquérito poderá ser dispensado, sem
prejuízo de diligência requisitada pelo Ministério Público:
a) quando o fato e sua autoria já estiverem
esclarecidos por documentos ou outras provas materiais; (APF bem feito)
b) nos crimes contra a honra, quando decorrerem
de escrito ou publicação, cujo autor esteja identificado;
c) nos crimes previstos nos arts. 341 (Desacato) e
349 (Desob. Dec. Jud) do Código Penal Militar.
Exame de Corpo de delito
Art. 328, CPPM
Quando a infração deixar vestígios, será indispensável
o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não
podendo supri-lo a confissão do acusado.

Vai prender? Exame de corpo de delito


Letra “g” do Art. 330
Objetos importantes? Exame de corpo delito
Exames periciais. Art. 330, CPPM
a) Exame de lesões corporais (art. 331);
b) Exame de sanidade mental (art. 156);
c) Exame cadavérico (art. 333)
d) Exame de laboratório (art. 340);
e) Exame do instrumento do crime (art. 345);
f) Exame do local do crime (art. 341);
g) Avaliação da coisa (art. 342);
h) Reconhecimento de escrito/letra (art. 344)
APFD
(Auto de Prisão em Flagrante Delito)
SUMÁRIO
I. Introdução
II. Desenvolvimento
1. Auto de Prisão em Flagrante - APF
2. Análise do fluxo do processo
III. Conclusão
DISPOSIÇÕES GERAIS
LEGALIDADE DA PRISÃO
Art. 221. Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita de autoridade competente.
COMUNICAÇÃO AO JUIZ
Art. 222. A prisão ou detenção de qualquer pessoa será imediatamente levada ao conhecimento da autoridade judiciária
competente, com a declaração do local onde a mesma se acha sob custódia e se está, ou não, incomunicável.
PRISÃO DE MILITAR
Art. 223. A prisão de militar deverá ser feita por outro militar de posto ou graduação superior; ou, se igual, mais antigo.
Flagrante Delito
Art. 244, CPPM. Considera-se em FLAGRANTE DELITO aquele que:
a) está cometendo o crime;
b) acaba de cometê-lo;
c) é perseguido logo após o fato delituoso em situação que faça acreditar ser ele o seu autor;
ou
d) é encontrado, logo depois, com instrumentos, objetos, material ou papéis que façam
presumir a sua participação no fato delituoso.
Lavratura do Auto
Art. 245, CPPM. Apresentado o preso ao COMANDANTE ou ao OFICIAL DE DIA,
de serviço ou de quarto, ou autoridade correspondente, ou à autoridade
judiciária, será, por qualquer deles, ouvido o CONDUTOR e as TESTEMUNHAS
que o acompanharem, bem como inquirido o INDICIADO sobre a imputação que lhe
é feita, e especialmente sobre o lugar e hora em que o fato aconteceu, lavrando-se
de tudo auto, que será por todos assinado.
Ausência de testemunhas

Art. 245, CPPM


§ 2º A FALTA DE TESTEMUNHAS não impedirá o auto de
prisão em flagrante, que será assinado por duas pessoas, pelo
menos, que hajam testemunhado a apresentação do preso.
Recusa ou impossibilidade de assinatura do auto

Art. 245, CPPM, §3º - Quando a pessoa conduzida se recusar a


assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto será assinado por
duas testemunhas, que lhe tenham ouvido a leitura na presença
do indiciado, do condutor e das testemunhas do fato delituoso.
Designação de escrivão
Art. 245, CPPM
§ 4º Sendo o auto presidido por autoridade militar, designará esta, para exercer as funções de escrivão, um
capitão, capitão-tenente, primeiro ou segundo-tenente, se o indiciado for oficial. Nos demais casos, poderá
designar um subtenente, suboficial ou sargento.
(...)
§5º Na falta ou impedimento de escrivão ou das pessoas referidas no parágrafo anterior, a autoridade designará,
para lavrar o auto, qualquer pessoa idônea, que, para esse fim, prestará o compromisso legal.
Recolhimento a prisão. Diligências
Art. 246, CPPM
Se das respostas resultarem fundadas suspeitas contra a pessoa conduzida, a
autoridade mandará recolhê-la à prisão, procedendo-se, imediatamente, se for o caso,
a EXAME DE CORPO DE DELITO, À BUSCA E APREENSÃO DOS INSTRUMENTOS
DO CRIME e a QUALQUER OUTRA DILIGÊNCIA NECESSÁRIA AO SEU
ESCLARECIMENTO.
Nota de culpa
Art. 247, CPPM
Dentro em vinte e quatro horas após a prisão,
será dada ao preso nota de culpa assinada pela
autoridade, com o motivo da prisão, o nome do
condutor e os das testemunhas.
§ 1º Da nota de culpa o preso passará recibo que
será assinado por duas testemunhas, quando ele
não souber, não puder ou não quiser assinar.
Relaxamento da prisão
Art. 247, CPPM
§ 2º Se, ao contrário da hipótese prevista no art. 246, a autoridade militar ou
judiciária verificar a manifesta inexistência de infração penal militar ou a não
participação da pessoa conduzida, relaxará a prisão. Em se tratando de
infração penal comum, remeterá o preso à autoridade civil competente.
Prisão em lugar não sujeito à administração militar

Art. 250, CPPM


Quando a prisão em flagrante for efetuada em lugar não sujeito à
administração militar, o auto poderá ser lavrado por autoridade civil, ou
pela autoridade militar do lugar mais próximo daquele em que ocorrer a
prisão.
Remessa do auto de flagrante ao juiz
Art. 251, CPPM
O auto de prisão em flagrante deve ser remetido imediatamente ao juiz competente, se não tiver sido lavrado
por autoridade judiciária; e, no máximo, dentro em cinco dias, se depender de diligência prevista no art. 246.
Parágrafo único. Lavrado o auto de flagrante delito, o preso passará imediatamente à disposição da
autoridade judiciária competente para conhecer do processo.
Devolução do auto

Art. 252, CPPM


O auto poderá ser mandado ou devolvido à autoridade militar,
pelo juiz ou a requerimento do Ministério Público, se novas
diligências forem julgadas necessárias ao esclarecimento do fato.
Curador

Art. 306, CPPM


§ 1º. Se o acusado declara que não tem defensor, o juiz
dar-lhe-á um para assistir o interrogatório. Se menor de
21(vinte e um) anos, nomear-lhe-á curador, que poderá ser o próprio
defensor.
Fluxo do procedimento
a. Está cometendo...
b. Acaba de cometer...
c. Perseguido...
d. Encontrado, logo depois...

APRESENTAÇÃO À AUTUAÇÃ DESIGNAÇÃO


FATO
AUTORIDADE O ESCRIVÃO
Art. 244
Art. 245 Art. 245 § 4º do Art. 245
RELAXAMENTO
PRISÃO
§ 2 do Art. 247
CTI
NÃO

LAVRATURA
INFRAÇÃO RECOLHIMENTO
AUTO
PENAL
SIM PRISÃO
Art. 245
Art. 246

Garantias Constitucionais:
Art. 5º XLIX – integridade...
Art. 5º LXII – Comunicação...
Art. 5º LXIII – Direitos: calado...
Art. 5º LXIV – Identificação...
-§1º do Art. 247
- Dentro de 24h
- 2 testemunhas

NOTA JUNTADA
CULPA Documentos RELATÓRIO REMESSA CJM
Art. 247 Solicitados
Conclusão

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