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ANTIBACTERIANOS

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Antimicrobianos: compostos sintéticos ou naturais capazes de
destruir ou inibir agentes infecciosos.

- antibacterianos;
- antifúngicos;
- antiprotozoários;
- anti-helmintícos;
- antivírais.

Antibacterianos:

- antibióticos: produzido por alguns microorganimos


- químicos: produtos naturais, sintéticos ou semi-sintéticos.

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CARACTERÍSTICAS DO ANTIMICROBIANO IDEAL

• Ação bactericida;

• Espectro o mais específico possível;

• Menor MIC;

• Menos tóxico;

• Maior nível no local da infecção;

• Melhor comodidade posológica;

• Compatível com o estado clínico do paciente;

• Mais barato.
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CLASSES DE ANTIBIÓTICOS
•Penicilinas (1°, 2°, 3° e 4° geração)

•Cefalosporinas (1°, 2°, 3° e 4° geração)

•Aminoglicosídeos

•Tetraciclinas

•Sulfonamidas

•Macrolídeos

•Fluoroquinolonas

•Outros: clorafenicol, clindamicina, metronidazol, vancomicina


Dica site!
http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo1/4
conceitos.htm
TIPOS DE BACTÉRIAS

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Estima-se que o corpo humano que contém cerca de 10 trilhões de
células seja rotineiramente portador de aproximadamente 100 trilhões
de bactérias.

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MECANISMOS DE DEFESA DOS HOSPEDEIRO

Sistema imune
• Imunocompetente
• Imunodeprimido

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FATORES LOCAIS

Pus – fagócitos, restos de fibrina


e proteína (liga-se aos
Aminoglicosídeos c/redução da
ativ. antimicrobiana)
Hematomas infectados – acúmulo
de hemoglobina (ligação às
penicilinas e tetraciclinas
podendo reduzir a eficácia de
fármacos)
Abcessos – pH baixo

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PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS

Correlaciona-se a MIC com concentrações plasmáticas obtidas em esquemas


posológicos factíveis e não tóxicos, afirmando-se que há sensibilidade quando
MIC for inferior a essas concentrações.

•MIC= concentração mínima capaz de inibir multiplicação bacteriana


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•MBC=concentração mínima capaz de eliminar culturas já existentes
PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS
Efeito pós-antibiótico
•Antibióticos com alta relação Cmax./MIC inibem a multiplicação
bacteriana mesmo após a queda da [ ] abaixo da MIC por tempo
prolongado. Aminoglicosídeos e fluoroquinolonas.
•Antibióticos com parâmetros farmacocinéticos/farmacodinâmicos
tempo dependentes, como os betalactâmicos são desprovidos de
efeito pós-antibiótico.

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PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS

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PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS

• Terapia bem sucedida: atividade antimicrobiana sem toxicidade


significativa para o hospedeiro
• Distribuição: chegada no local de ação
• Via de administração: oral/ iv/ im
• Excreção: principal renal*

*Pode haver eliminação pelo leite, pouco


importante como via de eliminação, mas
de interesse pela possibilidade de causar
efeitos no lactante

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PARÂMETROS FARMACOLÓGICOS

As inúmeras classes existentes atualmente são classificadas de acordo com sua


potência, que depende da concentração do fármaco que chega ao microorganismo,
bem como a sensibilidade deste.

Bactericida: inativa e destrói os


microorganismos. Ex.: aminoglicosideos,
quinolonas, penicilinas e cefalosporinas

Bacteriostática: controla o crescimento bacteriano ao inibir sua multiplicação.


A eliminação do microorganismo depende da imunidade do paciente. Ex.:
sulfonamidas, clorafenicol, tetraciclinas e nitrofurantoína
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PARÂMETROS FARMACODINÂMICOS
Espectro de ação dos antibióticos

•Pequeno espectro: atuam em um tipo ou um grupo limitado de microrganismos. Ex.:


isoniazida é ativa somente contra micobactérias

•Espectro ampliado: eficazes contra Gram-positivos e contra um significativo número


de bactérias Gram-negativos. Ex.: ampicilina (age contra Gram-positivos e alguns
Gram-negativos).

•Amplo espectro: afetam ampla variedade de espécies microbianas. Ex.: cloranfenicol

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MECANISMOS DE AÇÃO

1. Agentes que inibem a síntese da parede celular


2. Agentes que atuam diretamente sobre a membrana
celular (aumenta permeabilidade)
3. Agentes que afetam a função ribossomal/síntese
proteica
Inibição reversível (bacteriostáticos)
Inibição irreversível (bactericida)
4. Agentes que afetam metabolismo de ácidos
nucléicos
5. Agentes antimetabólitos
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CLASSIFICAÇÃO MECANISMO DE AÇÃO

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1. Agentes que inibem a síntese da parede celular
( Bactericidas)
Componentes da Parede Celular Bacteriana

 PEPTIDEOGLICANO (procariotos)

Polímero complexo responsável pela rigidez da


parede bacteriana

Esqueleto formado por dois carboidratos unidos


alternadamente:

→N-ACETILGLICOSAMINA (NAG)
→ÁCIDO N-ACETILMURÂMICO (NAM)

Grupo carboxil de cada molécula NAM liga-se a um


tetrapeptídeo

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1. Agentes que inibem a síntese da parede celular

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1. Agentes que inibem a síntese da parede celular
 Penicilinas
Mecanismo de ação: Inibidores de parede celular,
desorganização da estrutura das membranas e perdem a
semi-permeabilidade.

 Podem produzir alguns efeitos adversos tais como: reação


de hipersensibilidade, diarréia que pode ser minimizadas
pela administração da droga com pequena quantidade de
iogurte. 20
1. Agentes que inibem a síntese da parede celular

 Penicilinas

 Classificação
- Penicilinas Naturais: Penicilina G (cristalina, procaína e
benzatina), Penicilina V.
- Penicilinas penicilinase-resistentes: Oxacilina
- Aminopenicilinas: Ampicilina (Amoxicilina, amoxicilina-
clavulanato e ampicilina-sulbactam)
- Penicilinas de espectro ampliado: Carboxipenicilinas
(carbenicilina, ticarcilina e ticarcilina-clavulanato)

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1. Agentes que inibem a síntese da parede celular

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1. Agentes que inibem a síntese da parede celular

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1. Agentes que inibem a síntese da parede celular
 Cefalosporinas de primeira geração – consistem nas
primeiras cefalosporinas com espectro de atividade mais
estreito do que as de 2ª e 3ª geração, sendo eficazes contra
micróbios como os estreptococos, Escherichia coli, Klebsiella
pneumoniae e Proteus mirabilis. Embora possua boa atividade
contra os cocos gram-positivos e algumas cepas de
estafilococos, os enterococos e os estafilococos resistentes à
meticilina não são sensíveis a este grupo de fármacos.
 Constituem alternativa às penicilinas antiestafilocócicas ou
antiestreptocócicas quando o paciente é alérgico à penicilina
 Usadas em infecções leves a moderadas do trato respiratório,
do trato urinário, da pele e ósseas quando são provocadas por
microrganismos sensíveis.

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1. Agentes que inibem a síntese da parede celular

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1. Agentes que inibem a síntese da parede celular

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1. Agentes que inibem a síntese da parede celular

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1. Agentes que inibem a síntese da parede celular

 O antibiótico imipenem ou imipenema constitui o principal representante deste


grupo, administrado por via endovenosa, com atividade contra microrganismos
gram-positivos e gram-negativos, e é resistente à hidrólise provocada pela maioria
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das beta-lactamases.
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2. Agentes que atuam diretamente sobre a
membrana celular (aumenta permeabilidade)
(bactericidas)

•Polimixinas: Ligam-se à membrana, entre os fosfolipídeos, alterando sua


permeabilidade (detergentes). São extremamente eficientes contra Gram
negativos, pois afetam tanto a membrana citoplasmática como a membrana
externa.

• Ionóforos: Moléculas hidrofóbicas que se imiscuem na membrana


citoplasmática, permitindo a difusão passiva de compostos ionizados para
dentro ou fora da célula.

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3. Agentes que afetam a função ribossomal/síntese
proteica
(bactericida /bacteriostático)

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3. Agentes que afetam a função ribossomal/síntese
proteica (bactericida /bacteriostático)

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3. Agentes que afetam a função ribossomal/síntese
proteica (bactericida /bacteriostático)
Aminoglicosídeos
 Unem-se irreversivelmente a uma ou mais proteínas receptoras
específicas dos ribossomos do microrganismo (unidade 30S), o que
provoca leitura errada do DNA, resultando na biossíntese de
proteínas não-funcionais, o que causa a morte do microrganismo,
com ação bactericida, embora a maioria dos demais antibióticos que
interferem na síntese de proteínas sejam predominantemente
bacteriostáticos.

 Os principais aminoglicosídeos são: estreptomicina (o mais antigo


do grupo); gentamicina (Garamicina), amicacina (Novamin),
tobramicina (Tobramina) (Tobrex), netilmicina (Netromicina),
neomicina (Neomicina), espectinomicina (Trobicin).
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3. Agentes que afetam a função ribossomal/síntese proteica
(bactericida /bacteriostático)

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3. Agentes que afetam a função ribossomal/síntese
proteica (bactericida /bacteriostático)
Macrolídeos

 Os macrolídeos não penetram no SNC, entretanto, todos os


macrolídeos não devem ser utilizados em gestantes nem em
lactantes.
 Os macrolídeos também não são recomendados em pacientes
em uso de anticoncepcionais orais, pois, ocorrer interferência
com o citocromo P-450, e, provocar prurido e icterícia.
 Os principais macrolídeos são: Eritromicina, claritromicina,
azitromicina, roxitromicina, espiramicina, miocamicina,
diritromicina.

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3. Agentes que afetam a função ribossomal/síntese
proteica (bactericida /bacteriostático)

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3. Agentes que afetam a função ribossomal/síntese proteica
(bactericida /bacteriostático)
Tetraciclinas
 São inibidores específicos do ribossomo procariotico (bacteriano).
 Elas bloqueiam o receptor na subunidade 30S que se liga ao t-RNA durante a
tradução gênica.
 Como o ribossomo das células humanas é diferente, não é afetado. A síntese de
proteínas é, portanto, inibida na bactéria, o que impede a replicação e leva à
morte celular.
 Há algumas estirpes resistentes por um de dois mecanismos que adquirem
através de genes em plasmídeos de outras bactérias. Um desses genes codifica
uma proteína que ativamente expulsa a tetraciclina da célula. O outro codifica
uma proteína que se liga ao ribossoma não permitindo a ação do antibiótico.
 Os principais fármacos deste grupo são: tetraciclina (Tetrex), oxitetraciclina
(Terramicina), doxiciclina (Vibramicina), minociclina (Minomax).

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3. Agentes que afetam a função ribossomal/síntese proteica
(bactericida /bacteriostático)

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4. Agentes que afetam metabolismo de ácidos nucléicos

•Inibição da síntese de nucleotídeos

•Alterando pareamento de bases no molde

•Inibindo a DNA ou a RNA polimerase

•Inibindo a DNA girase

•Efeito no próprio DNA

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4. Agentes que afetam metabolismo de ácidos nucléicos
Quinolonas
•A enzima denominada DNA girase ou topoisomerase II é a
responsável pela iniciação da síntese de DNA na bactéria, enquanto
os quinolônicos interferem na ação desta enzima, inibindo a
duplicação do DNA necessária à duplicação do microrganismo.

• São indicados principalmente em infecções complicadas das vias


urinárias; e, são também indicados no tratamento de infecções
provocadas pelo Pseudomonas aeruginosa como em infecções
respiratórias e otite externa; osteomielite bacilar Gram-negativa
crônica; e, erradicação de salmonelas em portadores.

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4. Agentes que afetam metabolismo de ácidos nucléicos
Quinolonas
•Quinolônicos não fluorados são: ácido nalidíxico (Wintomylon);
ácido oxolínico (Urilin); ácido pipemídico (Balurol) (Pipram)
Pipurol); e, rosoxacino (Eradacil).
• Os quinolônicos fluorados, também denominados
fluoroquinolônicos ou fluorquinolonas, são: Ciprofloxacino
(Ciflox) (Procin); gatinofloxacino (Tequin); levofloxacino
(Levaquim) (Tavanic); lomefloxacino (Maxaquin); moxifloxacino
(Avalox); norfloxacino (Floxacin) (Respexil); ofloxacino (Floxstat)
(Oflox); pefloxacino (Peflacin).

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4. Agentes que afetam metabolismo de ácidos nucléicos
Quinolonas
•Quinolônicos não fluorados são: ácido nalidíxico (Wintomylon);
ácido oxolínico (Urilin); ácido pipemídico (Balurol) (Pipram)
Pipurol); e, rosoxacino (Eradacil).
• Os quinolônicos fluorados, também denominados
fluoroquinolônicos ou fluorquinolonas, são: Ciprofloxacino
(Ciflox) (Procin); gatinofloxacino (Tequin); levofloxacino
(Levaquim) (Tavanic); lomefloxacino (Maxaquin); moxifloxacino
(Avalox); norfloxacino (Floxacin) (Respexil); ofloxacino (Floxstat)
(Oflox); pefloxacino (Peflacin).

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4. Agentes que afetam metabolismo de ácidos nucléicos

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5. Agentes antimetabólitos

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RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA

1.Resistência natural (intrínseca)

2.Resistência fisiológica( biofilmes)

3.Resistência adquirida
• Mutação

•Pela transferência dos genes da resistência entre as bactérias


(usualmente nos plasmídeos);
•Pela transferência dos genes da resistência entre os elementos genéticos
no interior da bactéria, nos transposons.
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•1- Inativação enzimática do antibiótico

•2- Alteração do local-alvo ou receptor de ligação


do antibiótico
•3- Alteração da permeabilidade celular ao
antibiótico
•4- Desenvolvimento de uma via alternativa à
inibida pelo antibiótico
•5- Produção de um metabólito antagonista do
antibiótico
•6-Mecanismo de efluxo
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•1- Inativação enzimática do antibiótico
Inativação de antibióticos B-lactâmicos
•Penicilinas e cefalosporinas
•Estrutura Básica: anel  -lactâmico A natureza do grupamento R
determina a estabilidade frente a
hidrólise ácida ou enzimática e
tem influência sobre o espectro
antibacteriano

Sítio de clivagem
pela penicilase
bacteriana ou por
ácido

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CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR

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USO CORRETO DOS ANTIMICROBIANOS

A terapia com antimicrobianos deve ser individualizada,


levando-se em consideração:

•A situação clínica do paciente


•As informações microbiológicas
•Considerações farmacológicas

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USO CORRETO DOS ANTIMICROBIANOS

Características do paciente: idade, função renal e hepática,


estado imunológico, localização do processo infeccioso, terapia
prévia com antimicrobianos, gravidez/lactação e sensibilidade
do paciente;

Agentes etiológicos que envolvem a análise do antibiograma e


os prováveis mecanismos de resistência;

Propriedades dos antimicrobianos como a farmacocinética e


a farmacodinâmica, mecanismo de ação, sinergismo ou
antagonismo, toxicidade, interação medicamentosa e custos.
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ESCOLHA EMPÍRICA DO ANTIMICROBIANO

•Trata-se realmente de uma infecção bacteriana?


•É uma infecção comunitária ou hospitalar?
•Qual o foco?
•Qual a faixa etária do paciente?
•Quais as condições predisponentes?
•Qual a gravidade da infecção?
•Como estão as funções hepática e renal?
•Em paciente do sexo feminino, verificar gravidez.

•Indica-se uma cobertura antimicrobiana ampla contra os patógenos


mais prováveis

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TERAPIA ESPECÍFICA

• Após identificação do microrganismo*


• Fármaco de espectro estreito
• Baixa toxicidade sempre que possível

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USO DE TESTES LABORATORIAIS

•Coloração Gram
•Teste de difusão em disco
•Teste de diluição em agar ou caldo

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TERAPIA PROFILÁTICA

•Pré-transplante por exemplo: rifampicina para pessoas expostas a meningite


meningocócica

•Uso de trimetoprima + sulfametoxazol para infecções urinárias recorrentes por


E.colli

•Risco de endocardite : em mucosas, queimados , portadores de prótese ou


marca-passo ( ex.: vancomicina )

•Corte cirúrgico : no ato cirúrgico- utilização discutível : (ex.: cefalosporina )

Estudo têm demonstrado que a profilaxia


antimicrobiana em dose única é tão eficaz quanto a
administração por tempo prolongado, sendo
evidentes as desvantagens da maior exposição à
toxicidade das drogas 55
USO INCORRETO DE ANTIMICROBIANOS

•Tratamento de infecções não-responsivas


Doenças produzidas por vírus são autolimitadas (ex: caxumba, sarampo, 90% das
infecções das vias aéreas superiores- uso de antimicrobianos é ineficaz

•Terapia da febre de origem indeterminada


Antimicrobiano não é antipirético
febre – associada a infecções virais indefinidas ou febre
persistente por longo período – tuberculose, vários tipos de
câncer, distúrbios metabólicos

• Posologia inadequada
Doses excessivas
Doses sub-ótimas (seleção de microorganismos resistentes) 56
ANTIMICROBIANOS COMBINADOS
(sinergismo)
Vantagens:
• Prevenção de emergência de resistência
• Tratamento de infecções polimicrobianas
• Bloqueio de dois pontos de uma mesma via

Desvantagens:
• Risco de toxicidade
• Antimicrobianos desnecessários (resistência)
• Maior custo p/ paciente
• Antagonismos de efeito (bacteriostático x bactericida)
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EFEITOS ADVERSOS

•Efeitos tóxicos
Concentrações superiores à terapêutica .
Ex.: aminoglicosídeos com baixo índice terapêutico

•Efeitos colaterais
Ex. dor epigástrica por efeito irritativo –tetraciclina e eritromicina

•Efeitos secundários
Superinfecção por desequilíbrio da flora normal ou lise de
microrganismos

•Reações de hipersensibilidade
Independente da dose e de difícil previsibilidade
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