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O futuro

climático da
Amazônia
Relatório de Avaliação Científica
Antonio Donato Nobre
O desmatamento
2.1) Desmatamento virtual : simulando a aniquilação das árvores
leva ao clima
1. Em 1991, Carlos Nobre liderou um estudo muito comentado que simulava o impacto no clima
do desmatamento total da floresta Amazônica.
inóspito
2. Deborah Lawrence e Karen Vandecar
Usando fizeramgeral
um modelo recentemente umada
de circulação revisão da literatura sobre os
atmosfera
impactos do desmatamento
(GCM53)
tropical
comnoumclima.
módulo acoplado de representação da
vegetação(SiB54), os autores concluíram que, quando as
3. florestas
Em 1997, German Poveda eramMesa
e Oscar substituídas por pasto
propuseram degradado
o papel no modelo,
vários GCMs concordam emde ponte
que o hidrometeorológica para
verificava-se um aumento significativo na temperatura
desmatamento
a floresta amazônica ao conectar em escala
os dois grandes regional
oceanos leva aisto
próximos, um é, sugerindo efeitos
média de superfície (cerca de 2,5°C) e uma diminuição da
climáticos cruzados entre climavia
os oceanos mais quente e mediados
atmosfera, seco sobrepela
a área
evapotranspiração anual (redução de 30%), dafloresta.
precipitação
desmatada. Os modelos que simulam o
(redução de 25%) e do escoamento superficial (redução de
desmatamento completo da Amazônia preveem
4. Paulo Nobre estudou o impacto
20%). Na dosimulação
desmatamento na também
ocorria chuva amazônica,
um aumento tendo
da como referência
um clima com aquecimento na faixa de 0,1-
duração
a inclusão ou a exclusão das da estação
respostas dosseca na metade sul aos
da bacia amazônica.
3,8°C (média degrandes
1,9°C) oceanos
e redução decenários
chuvas nade desmatamento.
faixa de 140-640 mm ao ano (média de 324
milímetros/ano, ou 10-15% de redução).
redução consideravelmente maior na precipitação quando o GCM acoplado com o oceano foi
rodado para um cenário de desmatamento total da Amazônia: 42% de redução da chuva
contabilizando os mecanismos internos dos oceanos, contra 26% de redução da chuva sem
considera-los. Os oceanos sempre estiveram presentes, e a inclusão das suas respostas
internas dá mais realismo às simulações.
Já existem comprovações de muito do que foi projetado pelos modelos
como consequência do desmatamento, especialmente a ampliação da
estação seca.

Os resultados de projeções mais recentes incluindo os oceanos


agravam o quadro e aumentam o alerta.
• Se a teoria estiver correta, torna possível prever
quantitativamente efeitos físicos apenas com a análise dos
cenários e de sua lógica funcional.

• Makarieva e Gorshkov preveem que o desmatamento


completo da Amazônia reduziria a precipitação [...]
Teoria
• Esta teoria sugere que, desligado o interruptor da bomba que
puxa o ar úmido para o continente, o fluxo de umidade deve
da
mudar de direção quando a condensação passar a ser
relativamente maior sobre o oceano (mais fraca que a biótica,
bomba biótica
a bomba oceânica de condensação está sempre ligada), o que
levaria a aridez em terra.
Os modelos climáticos usados para simular o desmatamento
ainda não embutiram essa nova teoria física, portanto não
projetam esse efeito, que poderia significar até 100% de redução
nas chuvas.
2.2) Desmatamento real: olhos de águia no espaço

• Observações de satélite mostram que, durante a estação seca, como previsto pela teoria da bomba biótica, a
evapotranspiração das florestas continua a ocorrer ou até aumenta,mas não nas áreas desmatadas.

• A transpiração da floresta é bem maior do que aquela prescrita pelos modelos,

• Spracklen constatou que com o desmatamento, ocorre a redução da precipitação a jusante dos ventos.

• Makarieva ao aplicar o conceito da bomba, explicar quantitativamente quais os fatores físicos responsáveis pela
redução nas chuvas a jusante dos ventos decorrentes do desmatamento.

A discussão sobre desmatamento passa longe de dúvidas sobre seus evidentes efeitos diretos e indiretos na redução das
chuvas e recai sobre a extensão da área desmatada. No período 2011/2012, foram “apenas” 4.571 km2 desmatados na
Amazônia brasileira. Se comparado com taxas de desmatamento em anos de pico, como 2004 (27.772 km2), este valor
parece modesto.
• O que importa é a área total devastada e sua distribuição espacial.
Desmatamento total de 663 mil km2, acumulado do total até 2013 a
762.979 km2.
• Passivo gigantesco de destruição do oceano verde. Com a aprovação do
novo Código Florestal (2011), á se observa uma nítida tendência de
aumento das taxas anuais.
• Destruição não é uniforme. Se a vastidão raspada já é gravíssima para o
clima, a situação torna-se ainda pior ao se considerar o oceano verde
ferido.
• A exploração madeireira e o desmatamento gradual produz extensa área de
florestas degradadas. Até 2013 área total de 1.255.100 km2. impacto
cumulativo no bioma pela ocupação humana pode ter atingido 2.018.079 IMAGEM: Desmatamento acumulado de 2000 até 2010
km2. (vermelho forte) e anterior (vermelho mais fraco) na
• 200 países no mundo 13 têm área maior que essa. A degradação da floresta América do Sul74.
pode ter chegado a 29,44% da área original.
• No sentido ecológico pode ser ainda maior, porque florestas contíguas a áreas de degradação ou corte raso sofrem direta, ou
indiretamente os efeitos das mudanças ambientais vizinhas.
• A floresta sobreviveu por mais de 50 milhões por agentes naturais. Mas em menos de 50 anos, encontra-se ameaçada pela ação
de humanos.
• Existe um paralelo entre a lenda grega do calcanhar de Aquiles e a importância da grande floresta amazônica para o clima da
Terra.
• Onde estaria então o ponto fraco?
Resposta: na degradação e no desmatamento.
FLORESTA DEGRADADA 
• Com base em dados de satélite reunidos desde 1992, o grupo de pesquisadores mediu o impacto humano sobre a Amazônia.
O mais fácil é calcular quanto da vegetação desapareceu para que suas terras fossem destinadas a outra coisa, em sua maioria
a pastagem. Segundo o estudo publicado na revista Science, entre 1992 e 2014 desapareceram 308.311 km².
• Entre uma vegetação intocada e outra que deu lugar a pastagens, há um amplo leque de paisagens florestais mais ou menos
empobrecidas.
• A degradação pode assumir distintas formas: uma menor densidade de árvores, uma perda de continuidade entre florestas
cada vez menores e mais isoladas ou a queima de sub-bosque, entre outras. Uma série de algoritmos considerou as variações
de reflectância da luz de cada paisagem para determinar o grau de alteração.
• “Uma floresta degradada é aquela sendo alterada de forma significativa ou que sofreu o impacto das atividades humanas.
Continua contando com um dossel arbóreo, mas com biomassa reduzida”, explica David Skole, pesquisador do Observatório
Global de Serviços ao Ecossistema da Universidade Estatal de Michigan (EUA) e coautor do estudo.
• “Um bom exemplo de degradação florestal é quando a floresta é submetida ao desmatamento seletivo, cortando-se algumas
árvores e deixando-se outras.”
• Nas zonas desmatadas, a degradação se concentra nos limites entre a floresta e a terra nua.
• “Essas árvores que sobrevivem nas bordas dos terrenos desmatados são afetadas por mudanças no microclima. E há provas
de que, no longo prazo, sofrem um colapso em sua biomassa. É o que chamamos efeito-limite”.
• O tom indica a intensidade da perturbação. Área degradada da floresta amazônica. Cada cor corresponde a um fator
degradante. Verde: desmatamento. Vermelho: incêndios. Azul: efeito-limite. Amarelo: fragmentação florestal. O tom indica a
intensidade da perturbação.
• Os autores do estudo estimam que a porção da floresta amazônica degradada já superou os 337.000 km². Ou seja, a
superfície empobrecida excede a afetada pelo desmatamento.
• E se este provoca o desaparecimento da floresta e de todas as funções associadas, o empobrecimento também tem suas
consequências: liberação de gases do efeito estufa, alteração do equilíbrio da água e dos nutrientes, queda da biodiversidade
e surgimento de doenças infecciosas.
• São quatro os agentes degradantes principais: corte mais ou menos seletivo, incêndios, efeito-limite ou fragmentação e
isolamento de porções de floresta.
• Até 2003, auge do desmatamento, estes dois últimos agentes foram os protagonistas. Desde então, porém, o desmatamento e
o fogo têm sido mais importantes.
• “Nos anos anteriores, o desmatamento e a degradação geralmente ocorria no mesmo espaço”, afirma Skole. Como se fosse
uma condição prévia ou um estado precedente, “o que levou muitos a verem a degradação como um atalho para o
desmatamento, não uma interferência diferente a ser considerada, medida e gerenciada. Demonstramos que existe agora
degradação, sobretudo por corte ilegal, sendo uma perturbação espacialmente diferente”.
• De fato existe agora, mais da metade das áreas degradadas pelas derrubadas, por exemplo, mantiveram-se nesse estado
praticamente durante às duas décadas englobadas pelo estudo.
• Raúl Sánchez, pesquisador florestal da Universidade Pablo de Olavide (Espanha), diz que “até agora colocamos no mesmo
saco o desmatamento e a degradação, e este trabalho mostra que não é assim.” O que ele não esperava eram as dimensões do
problema ―mesmo com o patamar de 2014. “Este ano, o fator principal é o incêndio de baixa intensidade, primeiro passo
para a degradação
CLIMA INÓSPITO
• O adjetivo inóspito expressa algo desagradável e pouco acolhedor por alguma causa. Normalmente é utilizado em relação aos lugares
que possuem características pouco acolhedoras.
• Etimologicamente é um vocábulo que provém do latim inhospitus que deriva no que lhe concerne de hospitus e se refere à
hospitalidade. Assim, palavras como hospital e hospitaleiro tem a mesma origem.
• Uma casa fria e pouco acolhedora pode ser qualificada como inóspita. Da mesma forma, algumas condições de vida também podem
ser consideradas dessa maneira.
• Em poucas palavras, inóspito é tudo aquilo que não oferece segurança e causa uma sensação psicológica de desamparo e incômodo.
Paisagens tipicamente inóspitas:
-Certos lugares são bem desfavoráveis à vida das pessoas. As condições extremas da temperatura, a escassez de recursos naturais, a
orografia do terreno ou o excesso de água são elementos que determinam a adaptação do homem ao meio. Quando este conjunto de
condições é adverso, pode-se dizer que se trata de um território inóspito.
-Para observar as imagens da Lua, utiliza-se com frequência o adjetivo inóspito, pois é um lugar não apto para a vida. Por outro lado, o
aspecto apresentado é sinônimo de solidão e isolamento.
-O deserto apresenta condições climáticas bem rígidas (muito calor durante o dia e com intensas geadas durante a noite). É um lugar
desagradável com todo tipo de incômodo e perigo, enfim, é um lugar inóspito.
-Os ambientes glaciais não são adequados para a vida em sociedade. Por outro lado, as condições são tão extremas que o número de
espécies vegetais ou animais é muito reduzido. Estas circunstâncias fazem com que os territórios glaciais do planeta (por exemplo, a
Groenlândia) sejam considerados inóspitos.
-A guerra traz consequências devastadoras para os territórios afetados. Uma cidade destruída pelos efeitos de um bombardeio ou por
consequências de uma batalha se torna um lugar que desprende energia negativa e causa sensação de tristeza e desilusão.
Lugares inóspitos como recurso cinematográfico:
-Nos filmes de terror aparecem imagens impactantes, normalmente de lugares sinistros, misteriosos e isolados. Os cenários inóspitos
servem como um importante elemento para a história, pois transmitem uma ideia de medo e intranquilidade. No gênero do terror é bem
comum que as cenas transcorrem em uma cidade em ruínas, em um castelo de aparência sinistra, em um edifício abandonado ou em
um cemitério repleto de névoa. Todos estes lugares são considerados fúnebres e inóspitos.

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