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Ministério da Defesa

Comando da Aeronáutica
Escola Preparatória de Cadetes do Ar

Tipos vegetais ou domínios morfoclimáticos do Brasil


Prof. Patrício A. S. Carneiro
Ministério da Defesa
Comando da Aeronáutica
Escola Preparatória de Cadetes do Ar

Domínios Morfoclimáticos
Ministério da Defesa
Comando da Aeronáutica
Escola Preparatória de Cadetes do Ar

Domínios Morfoclimáticos
a) Amazônico
Ocupa áreas de planícies e baixos planaltos na zona equatorial (região Norte).
Divide-se em três áreas ecológicas: Mata de Igapó, Mata de Várzea e Mata de Terra Firme.
Aproximadamente 70% do domínio é constituído por solos ácidos e intemperizados. Solos
ricos apenas nas planícies de inundação.
Problemas principais: desmatamento, queimadas,
expansão da soja e pecuária, extrativismo mineral.
Domínios Morfoclimáticos

b) Mata Atlântica
A região de ocorrência original do domínio abrangia integralmente ou parcialmente 17
estados brasileiros, onde se estendia desde a costa litorânea do Rio Grande do Norte ao Rio
Grande do Sul, ocorrendo ainda, em subtipos adaptados, em outros estados como Ceará,
Goiás, Mato Grosso do Sul, Piauí e Minas Gerais. Originalmente, a Mata Atlântica recobria
cerca de 95% do domínio.
A Mata Atlântica possui diversos subtipos, associados, principalmente, às variações da
altitude e da latitude. Geralmente se encontra entre as altitudes de 600 e 1500 metros.
Maior diversidade do planeta devido à grande variação latitudinal, diferenças de altitude,
diferentes condições de solo, umidade e temperatura. As cerca de 20 mil espécies vegetais
existentes nas Mata Atlântica representam 35% das espécies existentes no Brasil. Essa riqueza
é maior que a de alguns continentes, a exemplo da América do Norte, que conta com 17 mil
espécies vegetais e Europa, com 12,5 mil. Esse é um dos motivos que torna a Mata Atlântica
prioritária para a conservação da biodiversidade.
Principais problemas: desmatamento e expansão urbana.
 
Domínios Morfoclimáticos
b) Mata Atlântica
 
Domínios Morfoclimáticos

b1) Floresta de Araucária


Ocupa partes da região Sul do Brasil (zonas serranas) e em algumas áreas da serra da
Mantiqueira e do Mar (região Sudeste). É comum a presença de araucárias (árvores do tipo
coníferas).
Ocorre em regiões de clima subtropical cujos invernos são rigorosos e os verões amenos, com
índices pluviométricos relativamente elevados e bem distribuídos durante o ano.
Problemas: extração de madeira e expansão agropecuária.
Domínios Morfoclimáticos

b2) Campos Rupestres


Nos topos das serras, a floresta tropical ou Mata Atlântica cede lugar aos campos de altitude.
 Geralmente, ocorre nos trópicos em áreas acima de 1.200m cujas temperaturas médias
anuais são abaixo de 10°C. É uma vegetação parecida com a tundra. Adaptada, portanto, a
clima frio, solos rasos e baixa umidade.
Principais impactos: mineração e incêndios.
Domínios Morfoclimáticos

c) Cerrado
É um domínio característico das áreas de transição entre clima tropical úmido para o seco e
das áreas de clima tropical seco. Geralmente apresenta os estratos arbóreo, arbustivo e
herbáceo.
O relevo é marcado pela presença de planaltos e chapadões e os solos são arenosos e ácidos.
Portanto, ocupa a parte do Brasil central.
As árvores são tortuosas e espaçadas com raízes profundas.
É uma formação vegetal sujeita às queimadas naturais, fundamentais para a sobrevivência de
algumas espécies. O fogo promove a remineralização da biomassa e a transferência dos
nutrientes nela existentes para a superfície do solo.
Problemas: agropecuária (cana-de-açúcar, soja e criação de gado), expansão urbana e
irrigação.
Domínios Morfoclimáticos
d) Caatinga
É um domínio que ocupa as faixas semi-áridas da região Nordeste e do Norte de Minas Gerais,
marcado pelo relevo das depressões.
Os solos são pouco profundos e a área é marcada pelo déficit hídrico, rios intermitentes
(excetuando-se o São Francisco) e espécies xerófilas.
A escassez de chuva preserva os nutrientes minerais no solo, mas determina baixa
concentração de nutrientes orgânicos já que a vegetação é rala e o clima é seco (não
facilitando a decomposição das folhas que caem).
A vegetação compreende matas secas (caatinga arbustiva, decídua, que perde as folhas na
estiagem, e xerófita, com folhas grossas e miúdas) e campos (que ocupam as chapadas e
constituem associações de vegetação rasteira e cactus, instalados sobre solos rasos).
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A caatinga (“mata branca”) é o único domínio exclusivamente brasileiro. A ação do


homem já alterou 80% da cobertura original. As chuvas ocorrem no início do ano e
o poder de recuperação do domínio é muito rápido. Algumas plantas armazenam
água, outras possuem raízes superficiais para captar o máximo de água da chuva.
E há as que contam com recursos pra diminuir a transpiração como espinhos e
poucas folhas. A vegetação, como vimos, é formada por três estratos: o arbóreo,
com árvores de 8 a 12 metros de altura; o arbustivo, com vegetação de 2 a 5
metros; e o herbáceo, abaixo de 2 metros.
e) Campos Sulinos
Os campos sulinos são formações
abertas, compostas basicamente por
gramíneas, com alguns arbustos e
matas ciliares nos leitos dos rios.

Ocorre na área de clima subtropical (sul


do Brasil - RS). Os verões são quentes
e o clima é frio (inverno com geadas) e
as precipitações variam de acordo com
a localização: Campos da Serra
Nas áreas onde o relevo é bastante
plano atribui-se o termo “pampas” (sul
do RS). São os chamados campos
limpos.
Em áreas de transição com a Mata
de Araucária são comuns os campos do
alto da serra.
Em locais mais secos é possível
ocorrer campos semelhantes às
savanas.
Pampas

Problemas: solos suscetíveis à erosão, utilização como pastagens naturais, plantio de


arroz, milho, soja e espécies exóticas, expansão do cultivo de eucalipto, arenização.
Domínios Morfoclimáticos
f) Faixas de Transição
Áreas com características mescladas dos domínios próximos.
Condições ecológicas específicas devido à interação dos domínios adjacentes.

1) Pantanal Mato Grossense


Vegetação mescla características de vários domínios. Abrange o sudoeste de MT e Oeste de
MS. Tipos vegetais principais:
-Ao longo dos rios (matas tropicais)
-Nas áreas alagadas (campos)
-Nas áreas mais elevadas (cerrado)
Problemas: grandes propriedades
de pecuária extensiva, caça e pesca
ilegais, mineração e
desmatamento.
2) Mata dos Cocais
Ocorre no Meio Norte (MA, PI, TO, CE, PA),
separando os domínios Amazônico,
Cerrado e Caatinga. Os climas variam entre
equatorial, tropical semi-úmido e semi-árido.
O babaçu produz amêndoas, utilizadas como
óleo na indústria de cosméticos e alimentos. 
Da carnaúba se extrai a cera, utilizada como
matéria-prima para lubrificantes, na confecção
de plásticos e adesivos e em perfumarias.
 
Principais problemas: expansão de pastagens
e lavouras, especialmente no Maranhão e
Tocantins. Carnaúba

Buriti Babaçu
3) Vegetação Litorânea
a) Manguezais: Ocorre nos contornos de estuários de rios e
baías, onde a maré se mistura com a água doce e funciona como
depósito de sedimentos e detritos orgânicos. Raízes das plantas
retiram oxigênio da atmosfera. Funcionam como incubadoras de
peixes, caranguejos, moluscos etc.
b) Restinga: designa as planícies litorâneas cobertas por material
de deposição marinha há milhares de anos. Na linha de praia se
estabelece uma vegetação adaptada às condições salinas e
arenosas sob influências de marés, com espécies herbáceas.
Após esta faixa encontra-se uma vegetação arbustiva e arbórea
densa.
Problemas: expansão urbana, construção de portos, balneários,
rodovias costeiras, poluição dos rios e oceanos etc.

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