Você está na página 1de 168

Programa de Especialização

em Gestão de Negócios da Saúde

LEGISLAÇÃO EM SAÚDE
Prof. Ronaldo Behrens | 2022
OBJETIVOS

1 2

Entender a aplicação da Tomar conhecimento que a


legislação na Saúde legislação da Saúde é ampla e
específica

3 4

Criar competências para analisar Saber relacionar a legislação da


as leis da Saúde. Saúde com as atividades diárias
CONTEÚDO

Saúde: formação dos sistemas, regras básicas e contexto

Regulamentação na saúde
Temas
Principais normas éticas aplicadas aos serviços de saúde

Direitos dos pacientes: porque é tão importante falarmos disso?

Judicialização: o que é, o que representa e como ocorre?

Lei Geral de Proteção de Dados

Um gancho para a segurança do paciente: porque nos enganamos ao falar em “erro


médico”?
Expectativas
Apresentação
VÍDEO
Abundância é o nosso futuro
SAÚDE
formação dos sistemas, regras básicas e contexto
LINHA DO TEMPO DA SAÚDE NO BRASIL

VIII
Antes: 3 Conferên-
catego- cia Seguran- Sistema
rias de Nacional ça do de paga-
cidadãos de Saúde paciente mento ...

Movi- Constitui- Experiên- Inteligên-


mento ção de cia do cia
sanitaris- 1988 paciente artificial
ta
INOVAÇÕES TRAZIDAS

 Universaliza direito

 Garante acesso igualitário

 Descentraliza prestação

 Transfere poder

 Cria dois sistemas de saúde


SAÚDE NO BRASIL

Artigo 196 Artigo 199

A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.


A saúde é direito de todos e dever do Estado, § 1º - As instituições privadas poderão participar de
garantido mediante políticas sociais e forma complementar do sistema único de saúde,
econômicas que visem a redução do risco de segundo diretrizes deste, mediante contrato de
doenças e outros agravos e ao acesso direito público ou convênio, tendo preferência as
universal e igualitário às ações e serviços para entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
sua promoção, proteção e recuperação. § 2º É vedada a destinação de recursos públicos
para auxílios ou subvenções às instituições privadas
com fins lucrativos.
§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de
empresas ou capitais estrangeiros na assistência à
saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
SAÚDE NO BRASIL

Brasil é classificado como um “sistema nacional de saúde”, em função de algumas


características:

• Acesso gratuito a toda a população


• Universalidade
• Organização e gestão fortemente descentralizadas em uma única direção
(regionalização ou municipalização)
• Repartição dos impostos que a financiam
SAÚDE NO BRASIL

Pilares do SUS
art. 198

DESCENTRALI-
ZAÇÃO
com direção única
em cada esfera de
governo
ATENDIMENTO
INTEGRAL
com prioridade para as
atividades preventivas, sem
prejuízo dos serviços
assistenciais
SAÚDE NO BRASIL
SAÚDE – CONTEXTO
Críticas:

 caráter utópico e inalcançável


 como a ideia de bem-estar reflete uma idealização do
conceito, não é adequada para ser usada como meta para os
serviços de saúde
 conceito depende do contexto cultural e não considera as
Define saúde como
diferentes dimensões
"um estado de completo
bem-estar físico, mental e  alinhado ao modelo holístico e reforça a conotação positiva
da saúde
social e não apenas a
 a definição é uma alternativa aceitável e um avanço em
ausência de doença ou relação ao proposto nos modelos biomédicos
enfermidade"  conceito enfatiza que a saúde não é de responsabilidade
exclusiva do setor da saúde, mas também de outros setores
 pode facilitar a integração de políticas nos diversos setores.
Fonte: Organização Pan-Americada de Saúde. Indicadores de Saúde:
Elementos Conceituais e Práticos
SAÚDE – CONTEXTO

Pirâmide Etária Absoluta Brasil (1980, 2010 e 2050):

Hoje, a população acima de 60 anos representa cerca de 10% do total. IBGE


espera que esta parcela dobre em 20 anos.
SAÚDE – CONTEXTO

Gastos com Saúde


em relação a PIB em
2017 - %
SAÚDE – CONTEXTO

214 milhões do SUS


USUÁRIOS
48 milhões da ANS
SAÚDE – CONTEXTO
SAÚDE – CONTEXTO – REALIDADE DOS USUÁRIOS

Acesso à Justiça Consciência de Maior acesso a


direitos informações

População Perfil Sistema mal


envelhecendo epidemiológico financiado
SAÚDE – CONTEXTO – REALIDADE DA INDÚSTRIA

Há excesso de
Sistema ainda é Foco principal continua
burocracia não fundada
inseguro e há mortes na doença e não no
em benefício ao
acontecendo doente
paciente

Sistema atual não é Revolução de IA tornará Pacientes e familiares


mais viável tarefas humanas estão insatisfeitos e
financeiramente dispensáveis cada vez mais exigentes
SAÚDE – CONTEXTO

Grupos de Legisladores Grupos de


Pressão Pressão
Ministério da Ministério da Congresso Comunicação
Sindicatos Fazenda Saúde Nacional Social

Associação de Associações das


Consumidores Indústrias
Entidades Reguladoras e Gestoras
Associação de Associações
Doentes CFM SBHH ANS ANVISA ... ligadas ao Varejo

Pagadoras e Prestadores Intermediários e


Públicos
Financiadoras Fornecedores
Sistema Único de Saúde (SUS)
Estado Distribuidores
Hospitais
Grupos de
Empregadores Clínicas
Compras
Clínicas de Diagnóstico Ind. de med. e
População
insumos
Farmácias
Ind. de Equip. e
Planos de Saúde Privados Materiais

P O P U L A Ç Ã O
REGULAMENTAÇÃO NA
SAÚDE
Art. 197
São de relevância pública as ações e serviços
de saúde, cabendo ao Poder Público dispor,
nos termos da lei, sobre sua regulamentação,
fiscalização e controle, devendo sua execução
ser feita diretamente ou através de terceiros
e, também, por pessoa física ou jurídica de
direito privado.

REGULAMENTA
ÇÃO DA SAÚDE –
LEIS
CONSTITUIÇÃO DE 1988

Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da


produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
V- incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação;
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e
águas para consumo humano;
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos
psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
LEI Nº 8.080/90

Art. 6º -
§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir
riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e
circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:
I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas
todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e

II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde.


LEI Nº 9.782/99

Art. 1º.  O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária compreende o conjunto de ações definido pelo § 1º do
art. 6º e pelos arts. 15 a 18 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, executado por instituições da
Administração Pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que
exerçam atividades de regulação, normatização, controle e fiscalização na área de vigilância sanitária.

Art. 3o . Fica criada a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, autarquia sob regime especial,
vinculada ao Ministério da Saúde, com sede e foro no Distrito Federal, prazo de duração indeterminado e
atuação em todo território nacional.

Art. 4º.  A Agência atuará como entidade administrativa independente, sendo-lhe assegurada, nos termos
desta Lei, as prerrogativas necessárias ao exercício adequado de suas atribuições.
LEI Nº 9.782/99

Art. 6º.  A Agência terá por finalidade institucional promover a proteção da saúde da população, por
intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à
vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles
relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos e de fronteiras.

Art. 7º.  Compete à Agência proceder à implementação e à execução do disposto nos incisos II a VII do art.
2º desta Lei, devendo:
I - coordenar o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária;

III - estabelecer normas, propor, acompanhar e executar as políticas, as diretrizes e as ações de vigilância


sanitária;

 Art. 8º.  Incumbe à Agência, respeitada a legislação em vigor, regulamentar, controlar e fiscalizar os


produtos e serviços que envolvam risco à saúde pública.
LEI Nº 9.782/99

O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária Competências em matéria de Vigilância Sanitária, incluindo


engloba unidades nos três níveis de governo: o poder de polícia administrativa sanitária:
 No nível Federal, estão a Agência Nacional de • A União se limita a expedir normas gerais sobre o sistema
Vigilância Sanitária (ANVISA) e o Instituto nacional de Vigilância Sanitária, definindo-o e
Nacional de Controle de Qualidade em Saúde da coordenando-o em todo o território nacional;
Fundação Oswaldo Cruz (INCQS / Fiocruz).
• Os Estados têm o poder-dever de coordenar e, em caráter
 No nível Estadual, estão as Vigilâncias Sanitárias complementar, executar ações e serviços de Vigilância
Estaduais e o Laboratório Central (Lacen) de cada Sanitária e de saúde do trabalhador, suplementando,
uma das unidades da Federação. nesses setores, a legislação expedida pela União;

 No nível Municipal, estão as Vigilâncias Sanitárias • Os Municípios podem, na medida dos interesses
Municipais nos municípios brasileiros que já predominantemente locais, suplementar a legislação
organizaram seus serviços de VISA. federal e estadual no tocante à aplicação e execução de
ações e serviços de Vigilância Sanitária.
LEI Nº 9.961/00

Art. 1º.  É criada a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, autarquia sob o regime especial,
vinculada ao Ministério da Saúde, com sede e foro na cidade do Rio de Janeiro - RJ, prazo de duração
indeterminado e atuação em todo o território nacional, como órgão de regulação, normatização, controle
e fiscalização das atividades que garantam a assistência suplementar à saúde.

Art. 3o. A ANS terá por finalidade institucional promover a defesa do interesse público na assistência
suplementar à saúde, regulando as operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações com
prestadores e consumidores, contribuindo para o desenvolvimento das ações de saúde no País.
LEI Nº 9.961/00

Art. 4º.  Compete à ANS:

I - propor políticas e diretrizes gerais IV - fixar critérios para os VII - estabelecer normas relativas à
ao Conselho Nacional de Saúde procedimentos de credenciamento e adoção e utilização, pelas operadoras
Suplementar - Consu para a regulação descredenciamento de prestadores de de planos de assistência à saúde, de
do setor de saúde suplementar; serviço às operadoras; mecanismos de regulação do uso dos
serviços de saúde;
II - estabelecer as características gerais V - estabelecer parâmetros e
dos instrumentos contratuais indicadores de qualidade e de IX - normatizar os conceitos de doença
utilizados na atividade das operadoras; cobertura em assistência à saúde para e lesão preexistentes;
os serviços próprios e de terceiros
III - elaborar o rol de procedimentos e oferecidos pelas operadoras; XV - estabelecer critérios de aferição e
eventos em saúde, que constituirão controle da qualidade dos serviços
referência básica para os fins do VI - estabelecer normas para oferecidos pelas operadoras de planos
disposto na Lei no ressarcimento ao Sistema Único de privados de assistência à saúde, sejam
 9.656, de 3 de junho de 1998, e suas Saúde - SUS; eles próprios, referenciados,
excepcionalidades; contratados ou conveniados;
RNº 405/16 - “Programa de Divulgação da Qualificação dos Prestadores de Serviços na Saúde Suplementar

• Eixos do PM-QUALISS:
• Consiste, basicamente, na obrigação para as
operadoras de planos de saúde de I - Estrutura: composta pelos recursos físicos, humanos, materiais e
divulgarem os atributos de qualificação dos
financeiros necessários para a assistência em saúde;
prestadores de serviço, que constituem as
suas redes assistenciais. II - Segurança: observando o definido no Programa Nacional de
Segurança do Paciente – PNSP, é o conjunto de ações ou processos que
• Os principais objetivos do programa são: objetivam a redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano
aumentar o poder de avaliação e escolha por desnecessário associado ao cuidado de saúde;
parte dos beneficiários dos planos de saúde
III – Efetividade: determinada pelo grau com que a assistência, os
e estimular à adesão, por parte dos
prestadores de serviços, à programas que os serviços e as ações atingem os resultados esperados; e
qualifiquem IV - Centralidade no Paciente: consiste na percepção de satisfação
associada ao relato de experiência, escuta atenta, comunicação e
envolvimento do paciente nas decisões.
https://www.gov.br/ans/pt-br/assuntos/prestadores/qualiss-programa-de-qualificacao-dos
-prestadores-de-servicos-de-saude-1/monitoramento-da-qualidade-hospitalar
DEBATE

Qual a importância de um programa como o QUALISS, por


exemplo, para a indústria da saúde? Como vocês percebem, na
prática, esse programa no Brasil? O que fariam se tivessem a
“caneta na mão”?
CONSELHOS PROFISSIONAIS

São várias as profissões ligadas à saúde regulamentadas no Brasil:

• Natureza jurídica de direito público (autarquias corporativas), uma vez que exercem função do próprio
Estado e têm autonomia administrativa, financeira e mesmo política

• Estado delega funções a conselhos ou ordens que, de seu turno, legislam sobre matérias éticas e
técnicas a serem seguidas por quem está inscrito em suas fileiras

• Fazem isso em defesa da própria população e mesmo objetivando um exercício autônomo e


qualificado, tendo por facilidade o monopólio do mercado a bem da coletividade

• Importante para o cumprimento de seu papel: regulamentação e fiscalização do exercício das diversas
profissões
CONSELHOS PROFISSIONAIS

CFM - Lei nº 3.268/57 CFO - Lei nº 4.324/64 COFEN - Lei nº 5.905/73

Art. 1º O Conselho Federal e os Conselhos Art. 1º - Haverá na Capital da República um Art. 1º - São criados o Conselho Federal de
Regionais de Medicina, instituídos pelo Conselho Federal de Odontologia e em cada Enfermagem (COFEN) e os Conselhos
Decreto-lei nº 7.955, de 13 de setembro de capital de Estado, de Território e no Distrito Regionais de Enfermagem (COREN),
1945, passam a constituir em seu conjunto Federal um Conselho Regional de constituindo em seu conjunto uma autarquia,
uma autarquia, sendo cada um dêles dotado Odontologia, denominado segundo a sua vinculada ao Ministério do Trabalho e
de personalidade jurídica de direito público, jurisdição, a qual alcançará, respectivamente, Previdência Social.
com autonomia administrativa e financeira. a do Estado, a do Território e a do Distrito
Art. 2º O conselho Federal e os Conselhos Federal. Art. 2º - O Conselho Federal e os Conselhos
Regionais de Medicina são os órgãos Art. 2º - O Conselho Federal e os Conselhos Regionais são órgãos disciplinadores do
supervisores da ética profissional em tôda a Regionais de Odontologia ora instituídos exercício da profissão de enfermeiro e das
República e ao mesmo tempo, julgadores e constituem em seu conjunto uma autarquia, demais profissões compreendidas nos serviços
disciplinadores da classe médica, cabendo-lhes sendo cada um deles dotado de personalidade de Enfermagem..
zelar e trabalhar por todos os meios ao seu jurídica de direito público, com autonomia
alcance, pelo perfeito desempenho ético da administrativa e financeira, e têm por
medicina e pelo prestígio e bom conceito da finalidade a supervisão da ética profissional
profissão e dos que a exerçam legalmente. em toda a República, cabendo-lhes zelar e
trabalhar pelo perfeito desempenho ético da
odontologia e pelo prestígio e bom conceito
da profissão e dos que a exercem legalmente.
CONSELHOS PROFISSIONAIS

Atribuições:

de caráter administrativo-burocráticas

de fixação de normas deontológicas

de caráter judicante e fiscalizador


CFM
FISCALIZA
ÇÃO
CFM
FISCALIZA
ÇÃO
PRINCIPAIS NORMAS ÉTICAS
APLICADAS AOS SERVIÇOS DE
SAÚDE
ÉTICA E MORAL

Ética Moral
Vem do grego ethos (significa morada, Vem do latino morales (significa relativo aos
refúgio). costumes).

Refere-se ao modo de ser Está ligada


de um indivíduo, a ao padrão cultural vigente
natureza, o caráter e a postura e estabelece regras,
adotados diante de uma determinadas pela
situação. própria sociedade, necessárias
ao convívio dos indivíduos.
Código de Ética Médica
CEM – PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

I- A medicina é uma profissão a serviço da saúde do ser humano e VI - O médico guardará absoluto respeito pelo ser humano e
da coletividade e será exercida sem discriminação de atuará sempre em seu benefício, mesmo depois de sua morte.
nenhuma natureza. Jamais utilizará seus conhecimentos para causar sofrimento
físico ou moral, para o extermínio do ser humano ou para
II - O alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano,
permitir e acobertar tentativa contra sua dignidade e
em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o integridade.
melhor de sua capacidade profissional.
VII - O médico exercerá sua profissão com autonomia, não
III - Para exercer a Medicina com honra e dignidade, o médico sendo obrigado a prestar serviços que contrariem os ditames
necessita ter boas condições de trabalho e ser de sua consciência ou a quem não deseje, excetuadas as
remunerado de forma justa. situações de ausência de outro médico, em caso de urgência
ou emergência, ou quando sua recusa possa trazer danos à
IV - Ao médico cabe zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho saúde do paciente.
ético da Medicina, bem como pelo prestígio e bom conceito
da profissão. VIII - O médico não pode, em nenhuma circunstância ou sob
nenhum pretexto, renunciar à sua liberdade profissional ,
V - Compete ao médico aprimorar continuamente seus nem permitir quaisquer restrições ou imposições que possam
conhecimentos e usar o melhor do progresso científico em prejudicar a eficiência e a correção de seu trabalho.
benefício do paciente e da sociedade.
Código de Ética Médica
CEM – PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

IX- A medicina não pode, em nenhuma circunstância ou forma, ser XIV - O médico empenhar-se-á em melhorar os padrões dos
exercida como comércio. serviços médicos e em assumir sua responsabilidade em
relação à saúde pública, à educação sanitária e à legislação
X- O trabalho do médico não pode ser explorado por
referente à saúde.
terceiros com objetivos de lucro, finalidade política ou
religiosa. XV - O médico será solidário com os movimentos de defesa da
dignidade profissional, seja por remuneração digna e justa,
XI - O médico guardará sigilo a respeito das informações de que
seja por condições de trabalho compatíveis com o exercício
detenha conhecimento no desempenho de suas funções, com
ético-profissional da medicina e seu aprimoramento técnico-
exceção dos casos previstos em lei.
científico.
XII - O médico empenhar-se-á pela melhor adequação do XVI - Nenhuma disposição estatutária ou regimental de hospital ou
trabalho ao ser humano, pela eliminação e pelo controle dos de instituição, pública ou privada, limitará a escolha, pelo
riscos à saúde inerentes às atividades laborais. médico, dos meios cientificamente reconhecidos a serem
praticados para estabelecer o diagnóstico e executar o
XIII - O médico comunicará às autoridades competentes
tratamento, salvo quando em benefício do paciente.
quaisquer formas de deterioração do ecossistema, prejudiciais
à saúde e à vida.
Código de Ética Médica
CEM – PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

XVII - As relações do médico com os demais profissionais devem XXII - Nas situações clínicas irreversíveis e terminais , o médico
basear-se no respeito mútuo, na liberdade e na independência evitará a realização de procedimentos diagnósticos e
de cada um, buscando sempre o interesse e o bem-estar do terapêuticos desnecessários e propiciará aos pacientes sob sua
paciente. atenção todos os cuidados paliativos apropriados.
XVIII - O médico terá, para com os colegas, respeito, consideração XXIII - Quando envolvido na produção de conhecimento
e solidariedade, sem se eximir de denunciar atos que científico, o médico agirá com isenção, independência,
contrariem os postulados éticos. veracidade e honestidade, com vista ao maior benefício para
os pacientes e para a sociedade.
XIX - O médico se responsabilizará, em caráter pessoal e nunca
presumido, pelos seus atos profissionais, resultantes de XXIV - Sempre que participar de pesquisas envolvendo seres
relação particular de confiança e executados com diligência, humanos ou qualquer animal, o médico respeitará as normas
competência e prudência. éticas nacionais, bem como protegerá a vulnerabilidade dos
sujeitos da pesquisa.
XX - A natureza personalíssima da atuação profissional do médico
não caracteriza relação de consumo. XXV - Na aplicação dos conhecimentos criados pelas novas
tecnologias, considerando-se suas repercussões tanto nas
XXI - No processo de tomada de decisões profissionais, de acordo
gerações presentes quanto nas futuras, o médico zelará para
com seus ditames de consciência e as previsões legais, o
que as pessoas não sejam discriminadas por nenhuma
médico aceitará as escolhas de seus pacientes relativas
razão vinculada à herança genética, protegendo-as em sua
aos procedimentos diagnósticos e terapêuticos por eles
dignidade, identidade e integridade.
expressos, desde que adequadas ao caso e cientificamente
reconhecidas. XXVI - A medicina será exercida com a utilização dos meios técnicos e
científicos disponíveis que visem aos melhores resultados.
DIRETOR TÉCNICO E DIRETOR
CLÍNICO
RESOLUÇÃO CFM Nº 2147/2016
Código de Ética Médica
ATRIBUIÇÕES PRINCIPAIS

Art. 4º - O diretor clínico é o


representante do corpo clínico do
Art. 2º - O diretor técnico, nos estabelecimento assistencial perante
termos da lei, é o responsável o corpo diretivo da instituição,
perante os Conselhos Regionais de notificando ao diretor técnico
erapêuticos
Medicina, autoridades sanitárias, sempre que for necessário ao fiel
Ministério Público, Judiciário e cumprimento de suas atribuições.
demais autoridades pelos aspectos Parágrafo único. O diretor clínico é o
formais do funcionamento do responsável pela assistência médica,
estabelecimento assistencial que coordenação e supervisão dos
represente. serviços médicos na instituição,
sendo obrigatoriamente eleito pelo
corpo clínico.
Código de Ética Médica
DEVERES PRINCIPAIS

DIRETOR TÉCNICO DIRETOR CLÍNICO

Assegurar condições dignas de trabalho e os meios Coordenar o corpo clínico da instituição


indispensáveis à prática assistencial
Supervisionar a execução das atividades de
Assegurar funcionamento das comissões obrigatórias assistência médica da instituição, chamando o Diretor
erapêuticos
(ética, prontuário, óbito, NSP etc.) Técnico em caso de problemas

Certificar da habilitação dos médicos perante o CFM e Supervisionar a efetiva realização do ato médico, da
garantir escalas de plantão compatibilidade dos recursos disponíveis, da garantia
das prerrogativas do profissional médico
Envidar esforços para assegurar repasse de honorários aos
médicos Recepcionar e assegurar, aos estagiários e residentes
médicos, condições de exercer suas atividades com os
Assegurar manutenção predial e abastecimento de
melhores meios de aprendizagem, com a responsabilidade
materiais e insumos para a boa prática da medicina
de exigir a sua supervisão
Código de Ética Médica
DIRETOR CLÍNICO – COMPETÊNCIAS

erapêuticos
REGIMENTO INTERNO DO
CORPO CLÍNICO
RESOLUÇÃO CFM nº 1.481/97
RES Nº 1.481/97 – CONCEITOS

DEFINIÇÃO: O Corpo Clínico é o conjunto de médicos de


COMPETÊNCIAS: O Regimento Interno deverá discriminar as
uma instituição com a incumbência de competências do Corpo Clínico, garantindo aos seus integrantes,
prestar assistência aos pacientes que a procuram, gozando
de acordo com sua categoria:
de autonomia profissional, técnica,
científica, política e cultural.
- freqüentar a Instituição assistindo seus pacientes, valendo-se
dos recursos técnicos disponíveis;
OBJETIVOS: O Corpo Clínico terá como objetivos, entre
- participar das suas Assembléias e Reuniões Científicas;
outros:
- contribuir para o bom desempenho profissional dos - votar e, conforme a categoria pertencente, ser votado;
médicos; - eleger o Diretor Clínico e seu substituto, Chefes de Serviço,
- assegurar a melhor assistência à clientela da Instituição; bem como a Comissão de Ética Médica;
- colaborar para o aperfeiçoamento dos médicos e do
- decidir sobre a admissão e exclusão de seus membros
pessoal técnico da Instituição;
garantindo ampla defesa e obediência às normas legais
- estimular a pesquisa médica;
vigentes.
- cooperar com a administração da Instituição visando a
melhoria da assistência prestada; - colaborar com a administração da instituição, respeitando o
- estabelecer rotinas para a melhoria da qualidade dos Código de Ética Médica, os regulamentos e as normas
serviços prestados. existentes.
RES Nº 1.481/97 – DEVE CONSTAR
DIREITOS: DEVERES:
- a autonomia profissional; - obediência ao Código de Ética Médica, ao Estatuto e ao
- a admissão e exclusão de membros será decidida pelo Regimento Interno da Instituição;
Corpo Clínico garantindo-se ampla defesa e obediência às - assistir os pacientes sob seu cuidado com respeito,
normas legais vigentes; consideração, e dentro da melhor técnica, em seu benefício;
- o acesso à Instituição e seus serviços; - colaborar com seus colegas na assistência aos seus pacientes,
- a participação nas Assembléias e Reuniões; quando solicitado;
- o direito de votar, e conforme o caso, ser votado; - participar de atos médicos em sua especialidade ou auxiliar
colegas, quando necessário. Para a prática, em outra área
- de receber a remuneração pelos serviços prestados de diferente da que foi admitido deve o médico interessado
forma o mais direta e imediata possível; cumprir as formalidades previstas para o ingresso no Corpo
- compete aos membros do Corpo Clínico, a decisão final Clínico.
sobre a prestação do serviço médico do hospital. Fica - cumprir as normas técnicas e administrativas da Instituição;
resguardado no limite dos preceitos éticos o direito do
médico decidir autonomamente em atender pacientes - elaborar prontuário dos pacientes com registros
vinculados a convênios mesmo quando aceitos pelo Corpo indispensáveis à elucidação do caso em qualquer momento;
Clínico. - colaborar com as Comissões específicas da Instituição.
- comunicar falhas observadas na assistência prestada pela - deverá também o médico restringir sua prática à(s) área(s)
Instituição e reivindicar melhorias que resultem em para a(s) qual(is) foi admitido, exceto em situações de
aprimoramento da assistência aos pacientes. emergência.
RES Nº 1.481/97 – ADMISSÃO E EXCLUSÃO

 A admissão e exclusão de membros será decidida pelo Corpo Clínico


garantindo-se ampla defesa e obediência às normas legais vigentes.

 Possibilidade de punições no âmbito da Instituição, por fatos de natureza


administrativa, através de sindicância, garantindo-se ampla defesa aos
acusados. A penalidade de exclusão deverá ser homologada em assembléia do
Corpo Clínico.
PRONTUÁRIO DO PACIENTE
RESOLUÇÃO CFM Nº 1.638/2002
Resolução nº 1.638/2002

Define prontuário médico e torna obrigatória a criação da Comissão de Revisão


de Prontuários nas instituições de saúde

• Definição - documento único constituído de um conjunto de informações, sinais e


imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a
saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e
científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe
multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo.
Resolução nº 1.638/2002

Responsabilidade pelo prontuário:


 Ao médico assistente e aos demais profissionais que compartilham do
atendimento;
 À hierarquia médica da instituição, nas suas respectivas áreas de atuação, que
tem como dever zelar pela qualidade da prática médica ali desenvolvida;
 À hierarquia médica constituída pelas chefias de equipe, chefias da Clínica, do
setor até o Diretor da Divisão Médica e/ou Diretor Técnico.
Competências - Observar os itens obrigatórios:
 Identificação do paciente, endereço completo etc.;
 Anamnese, exame físico, exames complementares solicitados e seus
respectivos resultados, hipóteses diagnósticas, diagnóstico definitivo
e tratamento efetuado;
Comissão de
 Evolução diária do paciente, com data e hora, discriminação de todos
Revisão de
os procedimentos aos quais o mesmo foi submetido e identificação
Prontuário dos profissionais que os realizaram, assinados eletronicamente
quando elaborados e/ou armazenados em meio eletrônico;
 Nos prontuários em suporte de papel é obrigatória a legibilidade da
letra do profissional que atendeu o paciente, bem como a
identificação dos profissionais prestadores do atendimento. São
também obrigatórias a assinatura e o respectivo número do CRM;
Competências - Observar os itens obrigatórios:
 Nos casos emergenciais, nos quais seja impossível a
colheita de história clínica do paciente, deverá constar
Comissão de relato médico completo de todos os procedimentos
Revisão de realizados e que tenham possibilitado o diagnóstico e/ou a
Prontuário remoção para outra unidade.
 Assegurar a responsabilidade do preenchimento, guarda e
manuseio dos prontuários, que cabem ao médico
assistente, à chefia da equipe, à chefia da Clínica e à
Direção técnica da unidade.
Resolução nº 1.821/2007

Art. 1º Aprovar o Manual de Certificação para Sistemas de Registro Eletrônico em Saúde, versão
3.0 e/ou outra versão aprovada pelo Conselho Federal de Medicina, anexo e também
disponível nos sites do Conselho Federal de Medicina e Sociedade Brasileira de
Informática em Saúde (SBIS), respectivamente, www.portalmedico.org.br e
www.sbis.org.br.

Art. 2º Autorizar a digitalização dos prontuários dos pacientes, desde que o modo de
armazenamento dos documentos digitalizados obedeça a norma específica de
digitalização contida nos parágrafos abaixo e, após análise obrigatória da Comissão de
Revisão de Prontuários, as normas da Comissão Permanente de Avaliação de Documentos
da unidade médico-hospitalar geradora do arquivo.
Resolução nº 2.299/2021 (publicada em 26/10/2021)

Regulamenta, disciplina e normatiza a emissão de documentos médicos eletrônicos.

Art. 1º [RESOLVE] Autorizar a utilização de Art. 2º Os documentos médicos emitidos devem


Tecnologias Digitais da Informação e conter obrigatoriamente os seguintes dados:
Comunicação (TDICs) para a emissão dos a) Identificação do médico: nome, CRM e
seguintes documentos médicos: endereço;
a) Prescrição;
b) Registro de Qualificação de Especialista
b) Atestado; (RQE), em caso de vinculação com
c) Relatório;
especialidade ou área de atuação;
d) Solicitação de exames;
c) Identificação do paciente: nome e número
e) Laudo; do documento legal;
f) Parecer técnico.
d) Data e hora;
Parágrafo único. Esses documentos podem ser e) Assinatura digital do médico..
emitidos tanto em atendimentos presenciais
como à distância.
DEBATE
Como está o preenchimento do prontuário nas instituições de
saúde? O que isso impacta em seu serviço?
DEBATE
CFM
TERMINALIDADE
TERMINALIDADE
TERMINALIDADE

ORTOTANÁSIA DIRETIVAS ANTECIPADAS

RECUSA TERAPÊUTICA
VÍDEO
Médicos cometem enganos.
Podemos falar sobre isso.
JUDICIALIZAÇÃO
o que é, o que representa e como ocorre?
NÚMEROS CNJ

2,500,000

2,228,531

2,000,000
1,778,269
1,632,010 1,632,010

1,500,000

1,183,812
1,066,968
1,000,000
792,851
715,225

500,000

83,728 107,612
38,810 57,739
0
Ano-base 15 Ano-base 16 Ano-base 17 Ano-base 18

Total Estrutural Erro Médico


NÚMEROS CNJ

Erro Médico
120,000
107,612

100,000

83,728
80,000

60,000 57,739

40,000 38,810

20,000

0
Ano-base 15 Ano-base 16 Ano-base 17 Ano-base 18

Erro Médico Linear (Erro Médico) Exponential (Erro Médico)


Responsabilidade
Qual a visão do Direito?
Pressupostos da
responsabilidade

ação/omissão (culposa)

nexo de causa

dano
• Negligência: falta de cuidado, omissão
CULPA • Imprudência: falta de cautela, excesso
• Imperícia: falta de habilidade específica
• Obrigação – vínculo jurídico que confere ao
credor o direito de exigir do devedor o
cumprimento de uma prestação
• Em caso de descumprimento da obrigação, é o
patrimônio do devedor que responde pela
Obrigações mesma
• Fonte das obrigações:
• Vontade humana: contratos, declarações
unilaterais e atos ilícitos
• Vontade do Estado: lei
• Obrigação de meios – profissional assume
prestar serviço ao qual dedicará atenção,
Obrigações de cuidado e diligência exigidos pelo contexto ao
meios e de qual está inserido, sem se comprometer com a
obtenção de um resultado.
resultados • Obrigação de resultados – o profissional
compromete-se a realizar um certo fim.
• Responsabilidade subjetiva – pressupõe a culpa
como fundamento da responsabilidade civil. A
prova da culpa (dolo ou culpa propriamente
dita) é pressuposto necessário do dano
Responsabilidade indenizável.
Objetiva e Subjetiva • Responsabilidade objetiva – a lei impõe, a
certas pessoas, em determinadas situações, a
reparação de um dano cometido sem culpa,
satisfazendo-se apenas com a existência do
dano e do nexo de causalidade.
• Hoje não resta dúvidas de que o Médico tem,
em regra, responsabilidade de natureza
contratual.
Responsabilidad • Ao assistir o paciente, assume, geralmente,
e Médica – sua obrigação de meios.
natureza • Contudo, não há presunção de culpa. Ao autor
cabe a prova de que o Médico agiu com culpa,
sendo, então, sua responsabilidade, do tipo
subjetiva.
O médico obriga-se a empregar toda a técnica, diligência e
perícia, seus conhecimentos, da melhor forma, com
honradez e perspicácia, na tentativa de cura ou minoração

Responsabilidade dos males do paciente

Médica – sua natureza Há quem considere que às vezes a obrigação do médico é


de resultado, como na cirurgia plástica e em
procedimentos técnicos de exame laboratorial e outros,
tais como radiografias, tomografias etc.
• Há fatos que interferem nos acontecimentos
ilícitos e rompem o nexo causal, excluindo a
responsabilidade do agente.

Excludentes da • São eles:

responsabilidade • Culpa exclusiva da vítima;


• Fato de terceiro;
• Caso fortuito e força maior;
• Prescrição.
• Poder Judiciário – é um dos três poderes
basilares do Estado Democrático de Direito,
autônomo e independente, cujo objetivo
primordial é a guarda da Constituição e a
defesa dos princípios da legalidade e da
Quem pode apurar a igualdade.
responsabilidade ? • Conselhos de Medicina – A Lei nº 3.268/57
determina, em seu art. 2º, a competência
deste Órgão ao atribuir-lhe a função de
supervisão da ética profissional e de
julgamento e disciplina da classe médica.
Poder Judiciário – Justiça estatal

Formas atuais
de resolução Métodos alternativos
de resolução de
Mediação
Arbitragem

de conflitos conflitos:

Negociação direta
FINAL DO DIA 1
VÍDEO
Experiência radical em empatia
DIREITOS DOS PACIENTES
porque é tão importante falarmos disso?
 Nome social
 Identificação de quem o atende
 Privacidade
 Individualidade
DIGNIDADE  Confidencialidade
 Integridade física
 Segurança no procedimento
 Acompanhante
 Escolha de local de morte
ANOTAÇÃO DE CONCEITOS (HOUAISS)

Dignidade

• qualidade moral que infunde respeito; consciência do


próprio valor; honra, autoridade, nobreza

• qualidade do que é grande, nobre, elevado

• respeito aos próprios sentimentos, valores; amor-próprio


ANOTAÇÃO DE CONCEITOS (ALEXANDRE DE MORAES)

Dignidade

Valor espiritual e moral inerente à pessoa que se manifesta singularmente na


autodeterminação consciente e responsável da própria vida e que traz consigo a
pretensão ao respeito por parte das demais pessoas, constituindo-se um mínimo
invulnerável que todo estatuto jurídico deve assegurar, de modo que, somente
excepcionalmente, possam ser feitas limitações ao exercício dos direitos
fundamentais, mas sempre sem menosprezar a necessária estima que merecem
todas as pessoas enquanto seres humanos.
NÃO HÁ
DIGNIDADE SEM
AUTONOMIA
NÃO HÁ
AUTONOMIA SEM
INFORMAÇÃO
•Autonomia
ANOTAÇÃO • Rubrica: filosofia - segundo Kant (1724-1804),

DE capacidade apresentada pela vontade humana de se

CONCEITO autodeterminar segundo uma legislação moral por


ela mesma estabelecida, livre de qualquer fator
S estranho ou exógeno com uma influência
(HOUAISS) subjugante, tal como uma paixão ou uma inclinação
afetiva incoercível. Obs.: p.opos. a heteronomia.
AUTO NOMIA
(AUTÓS) + (NOMOS)

“próprio, si mesmo” “normas, regras”


GRÉCIA

O homem
integrado na
natureza!

Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NC-ND


IDADE
MÉDIA
O homem é a
imagem e
semelhança de um
ser divino!

Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA-NC


POSITIVISMO
Só tem valor o que
pode ser comprovado
cientificamente!

Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NC-ND


CIÊNCIAS EMPÍRICAS
x
CIÊNCIAS HUMANAS
Soberania do Organização da Medicina no
Brasil iniciou-se com a vinda da
Estado tinha poder sobre o
indivíduo, pois a Medicina

Estado e do
Côrte para o Brasil (acreditava-se) tinha controle
sobre o organismo humano

Médico sobre
o indivíduo
Imposição de novas bases de
moralidade aos cidadãos
“Objetivo da Medicina emergente era formar e
Soberania do reformar o cidadão, física e moralmente. O paciente
Estado e do era tomado como um objeto a ser moldado em bases
Médico sobre definidas pela nova “ordem médica”, posta a serviço do
Estado, com controle total do indivíduo. Esse paciente
o indivíduo não era sujeito de seu próprio tratamento, não possuía
autonomia ou interação com a prática médica,
detentora do verdadeiro saber conformativo do corpo e
da moral.”

Brunello Souza Stancioli


• No início do século XX há considerável
diminuição das epidemias

• Mesmo assim perdurou a visão do paciente


Paciente como como um objeto de estudo e não como ser
objeto autônomo e partícipe da relação

• Esta visão precisa ser alterada, devendo o


paciente ser encarado como um sujeito da
relação médico/paciente
• Isolamento do paciente no hospital, impedindo
sua comunicação com o mundo exterior

• Classificação do paciente de acordo com sua


Paciente como enfermidade (ex.: aidético), sendo que este
objeto estigma o limita no convívio social

• Internalização do medo pelo paciente, fazendo


com que o mesmo suporte passivamente
qualquer tratamento que lhe for imposto
• Cientificismo exacerbado, que retira o caráter
Paciente como pessoal da relação médico/paciente,
objeto – duas privilegiando a tecnologia

causas • Organicismo redutor, o qual reduz toda doença


a uma lesão do organismo
Francis Grimberg
(citado por Brunello Stancioli)
Modelo de relação MÉDICO igualdade PACIENTE
médico-paciente

O paciente assume a condição de sujeito de seu


tratamento e não mais de apenas objeto. Por
outro lado, o médico não deve portar-se como
mero observador/interventor. Deve assumir,
também, a função de interlocutor, dialogando
com o enfermo.

Brunello Souza Stancioli


Autonomia do paciente –
uma primeira visão
• A principal visão da autonomia de um indivíduo foi
dada por Kant

• O exercício da autonomia estaria umbilicalmente


ligado à prática da crítica por parte do indivíduo

• Esta crítica deveria ser pessoal e constante, sobre os


próprios atos, uma vez que o homem é ator de seu
destino
Críticas à esta primeira visão

• O homem é preso ao seu contexto social e portanto uma escolha


totalmente livre é impossível

• O exercício solitário e sem interação com outros indivíduos é igualmente


impossível

• Numa intervenção médica estas críticas tornam-se perfeitas, uma vez que
o ser humano é limitado diante do conhecimento exigido pela ciência
Autonomia do paciente – uma visão mais
moderna
• A partir do reconhecimento de que o ser humano não é auto-suficiente,
propõe-se a construção permanente da autonomia

• É o que Brunello Souza Stancioli denomina de “modelo dinâmico de


autonomia da vontade”, em que “cotidianamente, em cada ato
comunicativo, a autonomia é construída e reconstruída”
Modelo dinâmico
• Pressuposto é a investigação do ato autônomo e não do sujeito autônomo

• Adoção do modelo de Beauchamp e Faden, que indicaram três requisitos


para que um indivíduo pratique um ato autônomo:
• Compreensão
• Intenção
• Ausência de influências controladoras
• Só com a compreensão do paciente com relação ao diagnóstico e tipo de
tratamento a ser fornecido é que poderá ocorrer a manifestação da vontade do
mesmo, por meio de um ato autônomo

• E referida compreensão deve ser fruto de um processo de diálogo e construção


conjunta (médico e paciente) de um consenso sobre a doença e seu respectivo
tratamento

Compreensão
• Havendo a compreensão é que se pode traçar um plano de trabalho,
demonstrando os partícipes da relação, suas intenções (delineamento de metas),
segundo seus interesses

• Neste processo, o paciente deve ter clareza de que imprevistos podem ocorrer; ou
seja, há riscos envolvidos

• Seguindo assim, há repartição de responsabilidades e do ônus do risco entre o


médico e o paciente

Intenção
• A ausência completa é impossível, notadamente na relação com o médico que
domina sua ciência

• Desta forma, o médico deve ter atenção para que sua argumentação deixe de ser
explicativa e passe a ser indutora da vontade do paciente

• É extremamente importante o poder questionador do paciente, que deve ser


exercido, a fim de que o mesmo seja devidamente esclarecido

Ausência de influências
controladoras
Autonomia x capacidade
• Há quem pense que não se deve investigar a capacidade do paciente, uma vez
que isto já seria uma agressão à sua autonomia

• Autonomia do Código Civil – determina critérios objetivos e inflexíveis para o


exercício de atos negociais

• Capacidade de entendimento – leva em conta critérios subjetivos para se


determinar se um indivíduo teria autonomia em suas escolhas
Ato autônomo – modelo geral

Completamente Satisfatoriamente Completamente não-


autônomo autônomo autônomo

Completamente Completamente
entendido ignorante

Completamente Completamente
não-controlado controlado

Brunello Souza Stancioli, citando Beauchamp & Faden


 Sigilo das informações, mesmo após a morte
 Acesso ao seu prontuário
 Recebimento de laudo médico, se solicitar
 Consentimento livre e esclarecido e prévio
DIREITOS À  Testamento vital
CIDADANIA  Escolha de assistência religiosa
 Segunda opinião, quando quiser
 Ser informado se for submetido a pesquisa ou
tratamento experimental, consentindo
 Ter acesso a canais de manifestação
ANOTAÇÃO DE CONCEITOS (HOUAISS)

Privado (privacidade)

o que pertence a um indivíduo particular

o restrito, reservado a quem de direito; confidencial

o que é pessoal e não expresso em público

o afastado do conhecimento público; secreto

o assumido individualmente ou por conta própria

o sem presenças alheias; só, solitário, isolado

o do interior da pessoa; íntimo, interno


Privacidade - aspectos

Aspecto ético-social – deve-se evitar a estigmatização do enfermo. Deve-se resguardar a


privacidade do paciente, sem a divulgação de seu status, permitindo que o mesmo
continue com seus relacionamentos sociais, tendo sua autonomia assegurada

Aspecto pragmático – ao garantir-se a não-divulgação das informações colhidas ao longo


da relação, o paciente tem sua confiança no médico incrementada, o que facilita o
diálogo entre as partes
Sigilo médico
•A Constituição da República de 1988 em seu art. 5º, X, garantiu a inviolabilidade à vida privada
e à intimidade

• O Código de Ética Médica, em seu art. 73 dispôs que era vedado ao médico “revelar fato de
que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão, salvo por motivo justo,
dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente”

• A Resolução nº 1605/01 do CFM determinou que “o médico não pode, sem o consentimento
do paciente, revelar o conteúdo do prontuário ou ficha médica”
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE
DADOS
• Tratamento de dados pessoais, inclusive nos
meios digitais
Do que se • Objetivo de proteger os direitos fundamentais
trata? de liberdade e de privacidade e o livre
desenvolvimento da personalidade da pessoa
natural
I- o respeito à privacidade;
II - a autodeterminação informativa;
III - a liberdade de expressão, de informação, de
comunicação e de opinião;
IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;

Fundamentos V- o desenvolvimento econômico e tecnológico e a


inovação;
VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do
consumidor; e
VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da
personalidade, a dignidade e o exercício da cidadania
pelas pessoas naturais.
• dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural
identificada ou identificável

• dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial


Alguns ou étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a
conceitos sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico
ou político, dado referente à saúde ou à vida sexual,
dado genético ou biométrico, quando vinculado a uma
pessoa natural
NÃO HÁ
AUTONOMIA SEM
INFORMAÇÃO
Anotação de conceitos
(Houaiss)
Informação
• ato ou efeito de informar(-se)
• comunicação ou recepção de um
conhecimento ou juízo
• o conhecimento obtido por meio de
investigação ou instrução;
esclarecimento, explicação, indicação,
comunicação, informe
• informe escrito; relatório
• conjunto de conhecimentos reunidos
sobre determinado assunto
Direito à informação é um
direito constitucional
• Art. 5º, II – Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
lei.

• Art. 5º, X – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
Direito à informação é um dever
ético
Princípios fundamentais:

• O médico guardará sigilo a respeito das informações de que detenha conhecimento no desempenho de

suas funções, com exceção dos casos previstos em lei.

• No processo de tomada de decisões profissionais, de acordo com seus ditames de consciência e as previsões

legais, o médico aceitará as escolhas de seus pacientes relativas aos procedimentos diagnósticos e

terapêuticos por eles expressos, desde que adequadas ao caso e cientificamente reconhecidas.
Direito à CONSENTIMENTO
INFORMADO

autonomia e à como sua principal


manifestação na

informação
relação profissional
de saúde / paciente
Consentimento
livre e
esclarecido
Terminologia legal:

Derivado do verbo latino ‘consentire’ (ter o mesmo sentir, estar de


acordo, concordar), na terminologia jurídica, a acepção de
Consentimento livre e ‘manifestação da vontade’, séria e definitiva, em virtude da qual a
esclarecido – conceito pessoa, concordando com os desejos de outrem, vincula-se à
obrigação ou obrigações, que servem de objeto ao ato jurídico
firmado entre elas.

Vocabulário jurídico – De Plácido e Silva


“Consentimento informado é o nome de um princípio geral do Direito
de que o médico tem o dever de prestar as mesmas informações que
um médico razoavelmente prudente na comunidade médica, no
exercício da medicina, prestaria ao seu paciente sobre quaisquer
Consentimento livre e riscos que possam decorrer de um tratamento proposto, de maneira
esclarecido – conceito que o paciente, exercitando seu direito ao bem estar e incolumidade
física, e defrontando com uma escolha de seguir o tratamento
proposto, ou um tratamento alternativo, ou nenhum tratamento,
possa exercitar seu julgamento de maneira inteligente, sopesando os
prováveis riscos frente aos possíveis benefícios.”

Black’s Law Dictionary (por Gilberto Baumann de Lima)


“Formulário de consentimento; um formulário de
consentimento, geralmente escrito, por um paciente
ou seu representante legal para o tratamento clínico
Consentimento livre e ou cirúrgico sugerido por um médico ou cirurgião;
esclarecido – conceito baseado na completa discussão entre o paciente e o
médico cirurgião dos possíveis benefícios, riscos e
complicações da evolução do tratamento, bem como
uma descrição das alternativas de tratamento.”

Dicionário Médico (Stedman)


QUAIS
INFORMAÇÕ
ES DEVEM
RECEBER?
• A atuação do profissional da saúde
depende da anuência do paciente
• A liberdade de consentir é fundamental
para a validade do ato
• A obtenção do consentimento do
Consentimento paciente é uma regra geral que deve
ser observada
• A ausência do consentimento pode
despertar dúvidas quanto a legalidade
do ato do profissional, levando ao
questionamento sobre a correção da
conduta do mesmo
De um lado, uma extensa cadeia de informações prestadas pelo
profissional

Consentimento De outro, a concordância do paciente

como processo
Entre um e outro, quantos mais dados puderem ser coletados e
discutidos, maior a segurança na tomada de decisões dos
partícipes sobre o tratamento, seus riscos, existência de outras
alternativas etc.
• A obtenção do consentimento é, em
primeiro lugar, uma obrigação ética

Consentimento • O consentimento deve ser


documentado e registrado, sob pena
– aspectos de se dificultar sua prova por parte do
profissional da saúde

gerais • O consentimento deve ser encarado


como um norteador do
relacionamento entre o paciente e os
profissionais e instituições da saúde
• Tempo necessário para o
esclarecimento dos pacientes
• Capacidade de entendimento do
Consentimento cliente a respeito do diagnóstico e
tratamentos indicados
informado – • Risco que correriam alguns pacientes
óbices alegados com quadro grave se tivessem que
esperar as informações
• Algumas informações até poderiam
prejudicar o próprio paciente
• “Informação ao paciente. É fundamental que o paciente seja informado pelo médico

sobre a necessidade de determinadas condutas ou intervenções e sobre seus riscos

ou suas conseqüências. Mesmo que o paciente seja menor de idade ou incapaz e que

seus pais ou responsáveis tenham tal conhecimento, ele tem o direito de ser

informado e esclarecido, principalmente a respeito das precauções essenciais. O ato

Consentimento médico implica um poder excepcional sobre a vida ou a saúde do paciente. O dever

de informar é imperativo como requisito prévio para o consentimento.

informado – • Além disso, exige-se que o consentimento seja esclarecido, entendendo-se como tal o

visão
obtido de um indivíduo capaz civilmente e apto a entender e considerar

razoavelmente uma proposta ou uma conduta médica, isenta de coação, influência ou

indução. Não pode ser colhido esse consentimento através de uma simples assinatura

depois da leitura apressada em textos minúsculos de formulários a caminho das salas

de operação, mas por meio de uma linguagem acessível ao seu nível de

conhecimento e compreensão (princípio da informação adequada).”

Genival Veloso de França


Consentimento Informado – conteúdo
Explicação sobre o tratamento da saúde

Informação sobre os riscos próximos do tratamento sugerido

Informação sobre outros tratamentos aplicáveis ao caso específico ou inexistência de outras opções

Informação sobre os benefícios previsíveis do tratamento proposto

Informação sobre a duração temporal do tratamento

Informação sobre o processo doloroso


Consentimento Informado – conteúdo (outra
abordagem)

Diagnóstico e evolução possível da doença

Terapêutica sugerida e seus objetivos

Riscos e possíveis complicações do tratamento

Alternativas terapêuticas
Consentimento
Informado –
informação sobre
riscos
Riscos próximos – deve-se informar que os Riscos outros – deve-se evitar previsões exageradas,
pacientes não estão isentos de riscos, assim como alarmistas, que poderiam afastar o paciente do
quais os riscos mais comuns e previsíveis daquele tratamento
tratamento específico escolhido
A oralidade deve ser preservada
na fase inicial, seguida do registro
Relação de confiança, altivez e
mútuo respeito entre médico e Consentimento
Informado –
do consentimento paciente facilitam a comunicação

qualidade da
informação
Empatia entre estes atores O sigilo nesta relação
também favorece a troca de (privacidade e confidencialidade)
informações é primordial
O PACIENTE TEM O DIREITO DE
RECUSAR AS INFORMAÇÕES E
DEVE-SE AVALIAR ATENTAMENTE A
CONDIÇÃO DO PACIENTE
Consentimento
Informado – direito de
ESCLARECIMENTOS A SEREM
PRESTADAS PELOS PROFISSIONAIS
E INSTITUIÇÕES DE SAÚDE

não ser informado

DEVE-SE DOCUMENTAR
ADEQUADAMENTE ESTA OPÇÃO
• Ato jurídico é ato de vontade

• Quando estes atos configuram-se como


declarações da vontade humana
Consentimento destinadas a produzir determinados
informado é um efeitos, permitidos em lei e desejados
contrato pelo agente, isto é, quando contém
determinada intenção, chamam-se
‘negócios jurídicos’, como os contratos, o
testamento etc.
• Premissa do consentimento é a informação
bem compreendida

• Assim, deve-se ter claro, em primeiro lugar,


Consentimento que o paciente analfabeto entendeu todas
informado – as explicações que lhe foram dadas sobre o

analfabeto tratamento proposto e conseqüências


previstas

• É bom que a concordância do paciente seja


manifestada diante de testemunhas idôneas
• Estes casos representam uma exceção ao
dever de obtenção do consentimento e isto

Consentimento em virtude do princípio da preservação da

informado – vida

urgência e • Contudo, assim que possível, deve-se


buscar do próprio paciente ou de
emergência responsável legal ou ainda por meio de
ordem judicial pertinente o consentimento
para a continuidade do tratamento
• No curso de um tratamento o indivíduo vê-se
impossibilitado temporária ou
permanentemente de manifestar sua vontade

Consentimento • Família passa a ter papel importante, enquanto

informado – representantes legais (geralmente)

circunstâncias • Contudo, abalizada doutrina entende que


requisito fundamental da representação é a
supervenientes confiança, que poderá ser manifestada até por
outrem que não da família, uma vez que o
essencial é aproximar-se dos desejos do
paciente
• Nesse caso o ideal seria a existência das chamadas
diretivas avançadas (documentos redigidos para
utilização em casos excepcionais como o coma)

Consentimento que podem se manifestar nas seguintes formas:

informado – • Disposições testamentárias – em termos


genéricos indica procedimentos a serem
circunstâncias seguidos pelo corpo clínico quando o paciente

supervenientes já não pode fazê-lo

• Mandato duradouro – mandatário indicado


atuará suprindo a vontade do paciente
quando este estiver impossibilitado de fazê-lo
DEBATE

Façam 10 grupos para debater (15minutos) e apresentar (3 minutos cada grupo):

Discuta e justifique a decisão judicial apresentada, tendo em vista


o tema de direitos dos pacientes.
Decisão
compartilhada
Conceito

Modelo de decisão feito em duas


etapas chave:
Troca de informações
Deliberação em comum acordo
Processo

MÉDICO-PACIENTE
Compartilhamento bilateral de
informações médicas.
B D
ACOMPANHA-

A
SUPORTE
Avaliar opções e exprimir C MENTO
E não substituição da
preferências. decisão.
ESCOLHA
ESCLARECIDA
Aceita mutuamente.
Situações para aplicação

PROGNÓST MELHORIA RISCOS OU


ICO VITAL DA VIDA RESTRIÇÕE
S
DIVERSOS

INCERTEZA LIMITAÇÕE
INCERTEZA S RISCO- S OU
S BENEFÍCIO RECUSA DE
CIENTÍFICA CUIDADOS
S
Pode-se evitar

URGÊNCIA OPÇÃO TRATAMENTO


VITAL OU TERAPÊUTICA FORMALMENT
TRATAMENTO CLARAMENTE E CONTRA-
INDISPENSÁVE MELHOR INDICADO
L
Desafio 1

PROMOVER A
PARTICIPAÇÃO DOS
PACIENTES NAS DECISÕES
QUE LHES INTERESSAM
Cuidados Educação Melhoria na
centrados em saúde participação

Desafio
Desejo dos pacientes

16% 21% 63%

DEPENDE DA DELEGA AO COMPARTILHAR


SITUAÇÃO MÉDICO OU DECIDIR
CLÍNICA

% de 115 estudos feitos entre 1980 e 2007


Variações

ANO DO ESTUDO
43% antes de 1990
51% antes de 2000
71% depois de 2000

SITUAÇÃO CLÍNICA
78% procedimento invasivo
77% câncer
46% doença crônica
53% em geral
Desafio 2

MELHORAR A QUALIDADE
E A SEGURANÇA DOS
CUIDADOS
Como ?

Reduzir a desigualdade frente ao


acesso aos cuidados
01
Reduzir os eventos adversos a partir
de uma maior participação dos
pacientes
04 02
Melhorar a observância dos
tratamentos acordados

Necessitar se individualizar uma 03


conduta indicada fora dos padrões
fixados
Desafio 3

REDUZIR A UTILIZAÇÃO
DE RECURSOS NÃO
PRÓPRIOS AOS
CUIDADOS
Trata-se de…

SUB-UTILIZAÇÃO de cuidados que poderiam


melhorar a saúde da população

MAU USO dos cuidados, ou seja, utilizar o que


está fora do que está padronizado

OVERUSE dos recursos, observando-se demanda


do paciente

Observação
Autores defendem aumento de eficácia com a utilização
dessas medidas. Mas não há comprovação de redução de
custos ainda.
Saúde – fatores facilitadores

Motivação pessoal Percepção de possibilidade Percepção de facilitação Caráter prático do suporte


de melhoria na saúde do do percurso do cuidado à decisão
paciente
Saúde – barreiras

Falta de tempo Inaplicabilidade diante de Inaplicabilidade diante de Recusa do paciente em


certos pacientes certas situações clínicas participar do processo
DEBATE
Obstinação terapêutica x tratamento paliativo
UM GANCHO PARA A
SEGURANÇA DO PACIENTE:
porque nos enganamos ao falar em “erro
médico”?
Programa de Segurança do Paciente

Institui o Institui ações

Portaria nº 529/13

RDC nº 36/13
Dispõe sobre os
RDC nº 63/11
requisitos de Programa para a segurança
boas práticas de Nacional de do paciente em
funcionamento Segurança do serviços de
para os serviços Paciente (PNSP) saúde
de saúde
ANVISA – Documento de referência para o PNSP
No atual ambiente organizacional da maioria dos hospitais, grandes mudanças são
requeridas para iniciar a jornada com vistas a uma cultura da segurança:

De modelos de
Da busca de erros
cuidado baseados
como falhas
Do sigilo para a no desempenho
individuais para
transparência individual para um
como falhas do
realizado por
sistema
equipe colaborativa

De um cuidado
De uma prestação
De um ambiente centrado no
de contas recíproca
punitivo para uma médico para um
ao invés do topo
cultura justa centrado no
para a base
paciente

Lucian Leape
ANVISA – Assistência Segura: Uma Reflexão Teórica Aplicada à Prática

O cuidado centrado no paciente envolve empatia, compaixão e capacidade


de resposta às necessidades, valores e preferências expressas por cada
paciente

É fundamental em parcerias mutuamente benéficas entre profissionais de


saúde, pacientes e familiares

O envolvimento dos familiares como parceiros críticos e ativos em todo o


processo do cuidar é um componente essencial no cuidado centrado no
paciente

Priscila Gonçalves e Julia Yaeko Kawagoe


Paciente pela segurança do paciente

OMS - “Porquoi l’engagement des patients est-il devenu une priorité?

• “Os pacientes pela segurança dos pacientes” é um dos seis


campos de atuação do programa
• A concepção é a de que o ponto de vista do usuário deve ser o
ponto central de referência na preparação das atividades
essenciais ao programa
• Os pacientes e aqueles que estão próximos ao mesmo observam
certas coisas que os profissionais da saúde, bastante ocupados,
não observam”
VÍDEO
Golden circle
CAMPUS ALOYSIO FARIA CAMPUS BELO HORIZONTE CAMPUS SÃO PAULO ASSOCIADOS REGIONAIS
Av. Princesa Diana, 760 Rua Bernardo Guimarães, 3.071 Av. Dr. Cardoso de Melo, 1.184 A FDC trabalha em parceria com
Alphaville Lagoa dos Ingleses Santo Agostinho Vila Olímpia – 15º andar associados regionais em todo o
34.018-006 – Nova Lima (MG) 30140-083 – Belo Horizonte (MG) 04548-004 – São Paulo (SP) Brasil. Consulte o associado mais
próximo à sua região.

Você também pode gostar