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Capítulo 8

Instrumentos de
Política
Comercial

Slides prepared by Thomas Bishop


Instrum ento de Política Com ercial

Retração de Com ércio Expansão de Com ércio

Preço Quantidade Preço Quantidade

Tarifa Quota s/ im port Subsídio à im port Expansão Voluntária à


Im postos sobre Restrição Voluntária Subsídio à Export Im portação
exportação à Exportação
(RVE)

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Estrutura
• Tipos de Tarifas
• Mensuração de Tarifas
• Análise de equilíbrio parcial de tarifas: oferta,
demanda e comércio em uma única indústria.
• Tarifas: custos e benefícios
• Comparação entre Tarifa e Quota sobre a
importação

8-3
Tipos de tarifas
• Uma tarifa específica é aquela imposta como
um valor fixo por unidade de bem importado.
 Por exemplo, $25 por kg de queijo

• Uma tarifa ad valorem é imposta como uma


fração do valor de bens importados.
 Por exemplo, 25% de tarifa sobre o preço de 1 kg
de queijo.

8-4
Tipos de tarifas: Fixa vs ad valorem
No caso dos produtos agrícolas brasileiros exportados para a
União Europeia, o uso de tarifa específica fornece,
geralmente, maior proteção nominal que a proporcionada pela
tarifa ad valorem, visto que a proteção tarifária cresce à
medida que o preço do produto se reduz (Freitas e Costa,
2007).
Com isto, os produtores estrangeiros mais competitivos
são relativamente mais prejudicados pela imposição da
tarifa específica. (MDIC, 1999).
No limite, no caso das exportações brasileiras para a UE, a
presença de tarifas específicas pode representar barreiras
ao comércio tão significativas que tornam o comércio
inviável. (De Negri e Arbache, 2003).

8-5
Tipos de Tarifas (cont)
• Quanto maior o número de tarifas específicas ou mistas
(com componentes ad valorem e específico,
simultaneamente), menos transparente é a proteção dada
pelo regime tarifário.

• Visando minimizar esse problema: ideia da tarifa


equivalente ad valorem (EAV) corresponde à
transformação de tarifas específicas e/ou mistas em tarifas
ad valorem.

• Isso pode ser realizado utilizando-se um preço de


referência adequado (a escolha do período é
importante).

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Mensuração de Tarifa Média: ponderada
e não ponderada
Uma medida da tarifa média do país é a
média não ponderada.

Considerando:
Bem A: 10%; Bem B: 15%; Bem C:20%

A média simples é dada por:


Taxa média: (45%)/3 = 15%

Problema: Não considera a importância relativa dos fluxos dos


bens e a resposta dos fluxos à tarifa não é captada.
Mensuração de Tarifa Média
Uma medida alternativa da tarifa média do país é a média
ponderada.

Se
Bem A: 10%,valor importado = $500.000;
Bem B: 15%, valor importado = $200.000;
Bem C: 20%, valor importado = $100.000

A média ponderada é dada por:


[500.000.(0,1)+200.000.(0,15)+100.000.(0,2)]/800.000 =
0,125 ou 12,5% (menor que a média aritmética)
Medida das Tarifas

Problema: geralmente essa média será viesada para


baixo, pois à tarifa mais elevada fica associado um
volume relativamente baixo, depois que essa
restringe o comércio.

Quanto maior a tarifa, menor tende a ser o valor


importado.
Alternativa: usar a importância do bem no comércio
mundial como ponderação e não para o país a que se
aplica.
Termos empregados para tarifas
OMC
• Tarifa aplicada: tarifa aplicada de fato por um país.
• Tarifa consolidada: tarifa máxima que um país se compromete,
junto à OMC, a não ultrapassar.
• Pico tarifário: tarifa muito acima da média das demais tarifas de
um país em específico.
• Escalada tarifária: aplicação de tarifas de acordo com o estágio
de processamento do produto importado.
• Fórmula Suíça: fórmula que determina um corte linear em bandas
tarifárias, pela qual as tarifas mais altas sofrem os maiores cortes e as
mais baixas, menos cortes. É a fórmula preferida dos países ricos.

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Termos empregados para tarifas
OMC
• banda tarifária

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Termos empregados para tarifas
OMC
• Nação mais favorecida é um status que uma nação atribui a
outra no comércio internacional. Significa que a nação
beneficiada terá garantidas as vantagens comerciais – como
redução de tarifas – que qualquer outra nação recebe.
• Os membros da Organização Mundial do Comércio assumem
este acordo entre si, exceto quando existem acordos regionais
como área de livre comércio e união aduaneira.
• Antigamente, o status de nação mais favorecida era usado em
acordos bilaterais entre Estados. [1]

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Oferta, Demanda e Comércio em uma
única indústria
• Vamos construir um gráfico para ilustrar como uma tarifa afeta
um único mercado, por exemplo, o do bem W.
• Supor que na ausência de comércio, o preço de W no mercado
estrangeiro é mais baixo que no país doméstico.

• Com comércio, o país estrangeiro irá exportar: representar uma


curva de oferta de exportação.
• Com comércio, o país doméstico irá importar: representar uma
curva de demanda por importação.

8-13
Oferta, Demanda e Comércio em uma
única indústria (cont.)

• Uma curva de oferta de exportação é a diferença entre


a quantidade que os produtores estrangeiros ofertam
menos a quantidade que os consumidores
estrangeiros demandam, a cada preço.

• Uma curva de demanda por importação é a diferença


entre a quantidade que consumidores domésticos
demandam menos a quantidade que produtores
domésticos ofertam, a cada preço.
Derivando a Curva de Demanda por
Importação em uma única indústria e país
(cont.)

8-15
Derivando a Curva de Oferta de
Exportação em uma única indústria e país
(cont.)

8-16
Oferta, Demanda e Comércio em uma
única indústria (cont.)
• Em equilíbrio,
Demanda por Importação = Oferta de exportação

Demanda doméstica – Oferta doméstica =


Oferta estrangeira – Demanda estrangeira

• Em equilíbrio
Demanda mundial = Oferta mundial ao preço
Pw de equilíbrio mundial

8-17
Equilíbrio e preço mundial

8-18
Os Efeitos da Tarifa

• A tarifa se apresenta como um custo adicional de


comercialização, que reduz ou impede o comércio do
bem, dependendo da resposta do mercado
importador.

8-19
Os Efeitos da Tarifa
• Se a tarifa impede a oferta por estrangeiros no
mercado doméstico:
• a. o importador passa a trabalhar com excesso de
demanda e aumenta os preços?
• Se P aumenta > Q diminui, o país importador ganha
em termos de receita.
• No país estrangeiro, como vende menos, terá um
excesso de oferta e a uma taxa fixa de câmbio, o
preço de seus produtos podem ficar mais baixos, o
que também pode beneficiar o importador.

8-20
Os Efeitos da Tarifa
• b. Se o consumidor não altera suas preferências e
renda, não vão absorver preços mais altos.
Argumento: Se fossem absorver tais preços, o
ofertante doméstico já teria aumentado.

• c. Os preços podem subir, mas dependendo da


elasticidade da demanda, torna-se necessário reduzir
custos e/ou margem de comercialização (Pesquisa
Walmart nos EUA mediante aumento tarifário sobre
produtos chineses).

8-21
Os Efeitos da Tarifa

•Se no mercado estrangeiro, o excesso de oferta não


puder ser redirecionado para outros países, estoques
podem aumentar e o preço internacional se reduz
(principalmente para commodities – açúcar).

•Dependendo do ramo de negócios, no entanto, o


processo produtivo pode ser deslocado para outro país,
reduzindo custos (Indústrias americanas na China se
deslocam para o Vietnã).

8-22
Os Efeitos da Tarifa(cont.)
• Teoricamente, a tarifa aumenta o preço do bem
doméstico no mercado importador (PT) relativamente
ao preço no mercado internacional (Pw)

 PT – Pw = t
 PT = Pw + t

8-23
Os Efeitos da Tarifa – caso do país
pequeno (cont.)

• Se com o aumento de preço no mercado doméstico


importador (para PT), os produtores domésticos
puderem ofertar mais e os consumidores domésticos
demandarem menos, a quantidade importada cai.

8-24
Efeitos da Tarifa em um País Pequeno
(cont.)

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Efeitos da Tarifa em um País Pequeno
• Quando o país é importador “pequeno”, esse não
afeta os preços estrangeiros (mundial) de um bem,
porque sua demanda é uma parte insignificante da
demanda mundial.
 Portanto, o preço estrangeiro não cairá,
permanecendo igual a Pw
 O preço no Mercado doméstico, no entanto,
aumenta para PT = Pw + t ou a margem do
importador se reduz.

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Custos e Benefícios da Tarifa
• O objetivo da tarifa é aumentar o preço do bem no
país importador, de forma a beneficiar os seus
produtores.
• Adicionalmente, o governo aufere a receita tarifária
do instrumento.
• No entanto, se os preços aumentam, o consumo se
reduz.
• Como medir tais custos e benefícios?
• Para tal, vamos usar o conceito de excedente do
consumidor e do produtor.

8-27
Excedente do Consumidor

• Mensura o ganho do consumidor mediante a


compra do bem, pela diferença entre o preço
que esse paga e o preço que estaria disposto
a pagar.
 O preço que este estaria disposto a pagar é
determinado pela sua curva de demanda
 Quando os preços aumentam, a quantidade
demandada se reduz, assim como o excedente do
consumidor.

8-28
Excedente do Consumidor (cont.)

8-29
Excedente do Produtor
• O excedente do Produtor mensura os
ganhos do produtor auferidos com a venda de
um bem pela diferença entre o preço recebido
e o que este teria ofertado o bem.
 O preço ao qual o produtor estaria disposto a
ofertar é determinado pela sua curva de oferta.
 Quando o preço aumenta, a quantidade ofertada
aumenta, assim como o excedente do produtor.
Excedente ao Produtor – baseada na
oferta do país (cont.)
Custos e Benefícios das Tarifas
• Se a tarifa aumenta o preço do bem no país
importador, tem-se uma redução do
excedente do consumidor (o consumidor
perde) e aumento no excedente do
produtor doméstico (o produtor ganha).
• Adicionalmente, a receita do governo
aumenta.

8-32
O impacto de uma tarifa de
importação: O caso do país “Pequeno”
* País pequeno = não afeta os preços mundiais
Ganho de Excedente pelo
Perda de Excedente pelo
Produtor e Renda pelo Gov
Consumidor
P SD P SD

(1+τ)PW (1+τ)PW

government
tariff to the
Aumento
Perda de Excedente Cons Excedente P
e
a
rd da líq erda
produtor P ui ui
da
PW PW líq

DD DD
Q Importação pós tarifa Q
Importação pós tarifa

Importação sob livre comércio 33


Importação sob livre comércio
País Pequeno – impõe tarifa sobre importação

1. Com tarifa t (unitária), aumenta o preço


Preço, P doméstico PT = PW + t;
SH 2. Excedente do consumidor se reduz:
a+b+c+d
3. Excedente do produtor aumenta: a

4. Receita do governo é dada pela


área: c

5. Perdas líquidas (custo da proteção):


b + d (= prod + consumo)
PT= Pw +t

t a b c d DH
PW SF

S0 ST DT D0 Quantidade, Q
Custos e Benefícios das Tarifas (cont.)

• Os triângulos b (associado à produção) e d(associado


ao consumo) representam a perda de eficiência.

 A tarifa distorce decisões de produção e consumo: os


produtores produzem demais e consumidores consomem
muito pouco comparado ao ao resultado de mercado.

8-35
Custos e Benefícios das Tarifas
(cont.)

• A receita do governo com a tarifa iguala-se à taxa


tarifária multiplicada pelo volume de importação.
 t = PT – PWT
 QT = D2 – S2
 Receita do Governo = t . QT = c
 Parte da receita do governo (retângulo c)
representa uma porção da perda de excedente do
consumidor.
 O governo ganha às expensas de consumidores.

8-36
Em um país pequeno, a demanda doméstica por maçã é dada por
Qd = 160 – 4P e a oferta doméstica por maçãs é dada por
Qs = -20+2P, onde Q é expresso em kg e P em $/kg. Supor que o
preço de mercado internacional por maçã é de $15/kg.
•Qual é o preço doméstico da maçã quando não há comércio?
•Em uma situação de livre comércio, qual a quantidade de maçãs
importadas?
•Representar graficamente o mercado doméstico de maçã e ilustrar
o preço de livre comércio, quantidade demandada, oferta
doméstica e importação.
•Supondo uma tarifa t = $5/kg é imposta. Calcular o novo preço e
quantidade e mostrar esse ponto de equilíbrio no gráfico.
•A nação como um todo perde ou ganha com a tarifa? Calcular e
ilustrar no gráfico os ganhos ou perdas em termos de bem estar do
consumidor/produtor, receita tarifária e perda líquida.
•Qual o nível da tarifa que torna a importação proibitiva?

8-37
P

$40

$30
$20
$15
$10

-20 40 160 Q
País Grande
 Se o país importador for “grande”, o preço do bem
no mercado estrangeiro (mundial) deve cair com a
imposição da tarifa – resultante de redução
significativa na quantidade demandada do bem
causada pela tarifa doméstica.
 O país grande pode explorar uma tarifa ótima.

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Tarifa de importação para país pequeno

Excedente Consumidor: − (a + b + c + d)
Excedente Produtor: +a
Receita governo: +c
Efeito líquido bem estar H: − (b + d)
Tarifa - País importador grande
Considerando um país
importador grande, pode-se
Oferta de exportação estrangeira esperar que a imposição de
uma tarifa altere o preço
mundial.

Oferta de exportação
estrangeira
Painel (a), demanda
estrangeira (D*) e oferta
estrangeira de S*,
Ponto A*, PA* - equilíbrio
sob autarquia
A esse preço as
exportações são nulas.
Tarifas e Quotas
Confronta uma oferta de exportação estrangeira
positivamente inclinada
(e não horizontal como no caso do país pequeno)

Quando o preço mundial PW,


é mais alto que o doméstico,
a quantidade ofertada, S*1,
excede a quantidade
demandada, D*1, e a
exportação é dada por:
X*1 = S*1 – D*1.
Tarifa – País importador grande

Combinando oferta estrangeira com demanda por


importação do país doméstico.

Oferta Exportação
Estrangeira (cont.)

A demanda de
importação M,
Equilíbrio no mercado
mundial:
B * , PW
Tarifa – País Importador Grande

Area e: é uma medida do ganho do importador Tarifa por importador grande


devido a mudança nos termos de troca A tarifa desloca a curva de
oferta de exportação:
X* para X*+ t.
Como resultado, o preço
aumenta de PW para P* + t no
mercado doméstico e o preço
mundial cai de PW a P*.
PL- Perda líquida: (b + d),
área e: ganhos devido a termos
de troca
Perda estrangeira no mercado
mundial é (e + f), de forma que
a perda mundial é
(b + d + f).
Excedente consumidor: − (a + b + c + d)
Excedente produtor: + a
Receita do governo: + (c + e)
Efeito líquido de bem estar: e − (b + d)
Tarifa ótima para importador grande
Define-se como a tarifa que leva a um aumento máximo no bem
estar para o país importador.

Para um país importador grande, uma tarifa


aumenta, a princípio, o bem estar enquanto
os ganhos nos termos de troca excedem a
perda líquida. O bem-estar do importador
aumenta a partir de B.
O bem estar continua a aumentar até que a
tarifa atinja seu nível ótimo (ponto C).
Após isso, o bem-estar cai.
Se a tarifa é muito alta (maior que em B), o
bem-estar cai abaixo do nível de livre
comércio.
Fórmula de tarifa ótima: Depende da elasticidade da Para uma tarifa proibitiva - sem nenhuma
oferta de exportação estrangeira E* X. importação - o bem estar do importador
estará no nível dos termos de troca (ponto
A).
Fórmula da tarifa ótima
• A tarifa ótima, medida em valor percentual iguala-se ao inverso
da elasticidade de oferta de exportação estrangeira (E* X).

• Tarifa ótima = 1/E*X

• Para o país pequeno, E*X = infinito, de forma que a tarifa ótima


é nula. Para um país grande, no entanto, a oferta estrangeira
tem elasticidade menor que o infinito, de maneira que tal
formula pode ser empregada para determinar a tarifa ótima.
• Quanto menor a elasticidade, maior a tarifa ótima.

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Taxa de Proteção Efetiva: Conceito e
Limitações
• Economistas como B. Balassa, W. Corden e H.G.
Johnson sugerem que a tarifa nominal não é uma boa
medida do grau de proteção que a indústria
efetivamente recebe.
• Considerando apenas o valor sobre o produto final,
ignora-se a estrutura dos impostos aplicados para
matéria prima e bens intermediários requeridos no
processamento do bem final.
• Na realidade, o que se defende é que a estrutura da
cadeia produtiva deve ser levada em conta no cálculo
da proteção efetiva.

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Taxa de Proteção Efetiva (TPE)
• A Taxa de Proteção Efetiva mensura a proteção
efetivamente proporcionada por uma tarifa ou outro
instrumento de política comercial aos produtores
domésticos.
 A TPE representa a mudança no valor agregado pela
indústria, ao preço de produção, mediante uma
mudança de política comercial.
 Essa mudança no valor agregado depende da mudança nos
preços, quando as políticas de comércio se alteram.

8-48
Taxa de Proteção Efetiva (TPE)

A taxa de proteção efetiva comumente


difere da taxa tarifária nominal (sobre o
produto final), porque as tarifas afetam
outros setores que não apenas o setor
sendo explicitamente protegido, de forma
que os preços e o valor adicionado pelo
setor protegido é afetado.

8-49
Taxa de Proteção Efetiva (cont.)
• Vamos considerar, como exemplo, um automóvel que
é vendido no mercado mundial por $8000, sendo que
seus componentes valem $6000.
 O valor adicionado na construção do carro é:
$8000-$6000 = $2000
• Supor que o governo impõe uma tarifa de 25% sobre
os carros importados, de forma que as firmas
doméstica podem cobrar até $10000 pelo carro, ao
invés de $8000.
• Agora, a montagem do carro gera um valor
adicionado for igual a $10000 - $6000 = $4000

8-50
Taxa de Proteção Efetiva (cont.)
A taxa de proteção efetiva para as indústrias
domésticas montadoras de carros é a mudança
em seu valor adicionado for igual a:

TPE = (VA’ – VA)/VA = ($4000 - $2000)/$2000 =


100%

•Neste exemplo, a taxa de proteção efetiva


(100%) é 4x superior à tarifa (25%).
Taxa de Proteção Efetiva (TPE)

A TPE pode ser calculada empregando uma


fórmula que represente a adição ao valor
adicionado, mediante a utilização de
instrumentos de política comercial.

1. Utilizando o conceito de Valor Adicionado:

TPE = (VA’ - VA)/VA

VA’ = valor adicionado com tarifa;

VA = valor adicionado sem tarifa


52
Taxa de Proteção Efetiva (TPE)
Valor Adicionado (VAj) por unidade produzida e vendida do bem j
sob livre comércio

Considerar Preço unitário (Pj), (tj: tarifa % sobre j);

(tij: tarifa % sobre i em j)

Custos com insumos intermediários e matéria prima por unidade


de produto = i aij Pj resultam na fórmula do valor adicionado:

VAj = Pj(1 – i aij )

53
Taxa de Proteção Efetiva (TPE)
Após a incidência da tarifas sobre o bem j e respectivos insumos , o VA pode ser
representado como:
VA’j = Pj[(1 + tj) – i aij (1+ tij)]

TPE = (VA’-VA)/VA

TPE  j ifinal
m
Onde: tj: tarifa sobre o(produto
t  1 aij tj;i )

m
tij: tarifa sobre o insumo e matéria prima(1empregados
 i 1 aij ) na produção do bem j;
aij: participação do valor do insumo no valor total do bem j.

54
Segundo Corden
• “A TPE é o aumento percentual no VA por unidade de uma

atividade econômica que se torna possível pelo emprego de

uma estrutura tarifárias vs a situação sem tarifas, porém com a

mesma taxa de câmbio.”


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Segundo Corden
Pressuposições:
•O coeficiente insumo-produto não se altera;
•Os insumos primários não podem ser movidos entre países;
•Todos os insumos são comercializados;
•O sistema econômico assegura pleno emprego;
•Todas as tarifas são mensuráveis;
•Todos os bens e insumos permanecem sendo comercializados
após a imposição de tarifas, de forma que o preço é dado como
preço mercado internacional acrescido da tarifa.

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Exemplo

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• Os produtores de algodão são favoráveis à imposição de uma
tarifa sobre a importação da commodity, uma vez que deverá
aumentar o preço doméstico do produto em 10%.
• Considerando-se que o valor adicionado na produção de tecidos
de algodão é da ordem de 40% e que o algodão representa 50%
do valor de tecidos.

• a. Pode-se demonstrar que a oposição apresentada pelo setor


industrial à tarifa é justificável, ainda que o setor de tecidos seja
protegido por uma tarifa de 20%?

• b. Qual a proteção necessária para a indústria para assegurar a


mesma proteção efetiva que prevalecia antes da imposição da
tarifa sobre o algodão?

8-58
Resolução:
•Considerando que TPE = (tj – i aij ti ) / (1 - i aij )
onde:
•tj = tarifa sobre o produto final = 20%
•ti = tarifa sobre insumo importado i1 = 10% (aij = 50%)
•ti = tarifa sobre insumo importado i2 = 0% (aij = 10%)
•VA = 40%
•aij = valor percentual do custo do insumo no valor final do bem. algodão
= 50%; outro=10%
TPE0
= [0,2 – (0,5).(0,1) – (0,1).(0)] / (1 – )
= 0,2/0,4 = 50%
TPE1
= [0,2 – (0,5).(0,1) – (0,1).(0)] / (1 – ) = 0,15/0,4
= 37,5%
8-59
0.5

cont
• b. Qual a proteção necessária para a indústria para assegurar a
mesma proteção efetiva (50%) que prevalecia antes da
imposição da tarifa sobre o algodão?

TPE2 = 0.5

= [x – (0,5).(0,1) – (0,1).(0)] / (1 – ) = 0.5


[x – (0,05))] / (1 – ) = 0.5
x = 0.25

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6
1

Relações entre Proteção Efetiva e Nominal

Se tj > i aij ti TPE > TPN

Se tj < i aij ti TPE < TPN

Se tj = i aij ti TPE = TPN


Quota de Importação
• Uma quota de importação restringe a quantidade do
bem que pode ser importada.
• A quota de importação aumenta o preço pois a
quantidade demandada excede a oferta pelas firmas
domésticas na medida da importação estabelecida, a
princípio.

8-62
Quota de Importação(cont.)
• Quando a quota é utilizada ao invés de uma
tarifa para restringir a importação, o governo
não recebe receita.
 A receita com a venda de importados a preços
mais altos vai para o detentor da licença de quota:
sejam firmas domésticas ou governos
estrangeiros.
 Essas receitas extras são chamada de renda da
quota.

8-63
Quem recebe a receita gerada pela
quota?
• Depende da forma de administração da
quota.
• País pequeno, perda líquida da quota é
semelhante à da tarifa. O que muda é
quem se apropria da área “c”.

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Quota de
açúcar
dos EUA

8-65

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