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IDENTIDADES E INTERCULTURALIDADES

REGIONAIS DA AMÉRICA

I- Américas: diferenças sociais, econômicas e


políticas

Do ponto de vista físico a América é


regionalizada em: América do Norte, América
Central e América do Sul.
Do ponto de vista histórico - cultural pode ser
regionalizado em: América Anglo-Saxônica e
América Latina.
Uma América Latina, outra América Anglo-
Saxônica
Os territórios do Canadá e dos Estados
Unidos compõem a América Anglo-Saxônica. A
região do México até a Argentina, chile,
incluindo as ilhas da América central, é
conhecida como América Latina e Caribe.
Essa regionalização associa-se à origem da
língua dos principais colonizadores do
continente:
• Ingleses ao norte;
• Espanhóis e portugueses ao Sul.
No conjunto de idiomas latinos, também se
encontra o francês, uma das línguas oficiais da
região de Quebec, no Canada.
A América Anglo- Saxônica localiza –se
totalmente ao norte do Trópico de Câncer, de
clima temperado, contendo ainda paisagens frias
e glaciais.
A América Latina e Caribe, se localizam na
faixa intertropical e na porção sul , situa-se na
zona temperada. Florestas Equatoriais, Tropicais,
Subtropicais, Pradarias, Vale Andinos, Cerrados
abrigaram populações de diferentes culturas.
Em relação à forma de governo, o modelo
republicano se faz presenta na maior parte dos
países americanos. A maioria deles se
caracterizam como república presidencialistas
América Anglo-Saxônica: questões políticas
e econômicas
Em relação ao sistema de governo:
 Estados Unidos: República Presidencialista;
 Canadá: Monarquia Parlamentarista. O
monarca do Reino Unido, é representado no
Canadá pelo governador-geral, enquanto que a
chefia de governo canadense é exercido
pelo primeiro –ministro.
 Na organização política do Canadá e Estados
Unidos ambos são estados federativos. Ambas
também tem certa autonomia política.
 Muitas repúblicas centro-americanas e sul-americanas, passaram por
experiências de regimes ditatoriais e desde a década de 1980 a maioria
vem passando por processos de democratização. Para isso, adotam eleições
diretas para presidente.
 Os primeiros dez anos do atual século, a média de crescimento da
economia latino-americano foi de 6% ao ano. A entrada de capital externo,
queda da inflação, estabilidade das moedas e a redução da dívida externa
justificavam o momento favorável da economia e da política.
 A instabilidade política ainda se faz presente na região da América Latina.
Em países como a Nicarágua e Venezuela, disputas políticas transformaram
suas cidades em: palcos de crises humanitária, com perseguições e
elevados índices de desemprego e de emigrações, por outro lado, como a
Colômbia, que conseguiu interromper o crescimento do narcotráfico e a
ação de organizações criminosas. Em 2016, o principal grupo guerrilheiro,
denominado de Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia ( FARC) e o
governo do país selaram um acordo de paz após meio século de conflito.
Integração na América Latina
Os dois blocos econômicos latino-americanos
mais importantes são:
• MERCOSUL ( Mercado Comum do Sul );
• COMUNIDADE ANDINA ou COMUNIDADE
ANDINA DE NAÇÕES (CAN ).
Ambas são ações aduaneiras, ou seja,
permitem a livre circulação de produtos entre
países-membros e a implantação de uma “tarifa
externa comum”, ou seja, uma tarifa única em
relação às mercadorias importadas de países que
não compõem o bloco.
AMÉRICA LATINA E CARIBE: questões
políticas e econômicas
 Na América Latina ( países continentais ) são
repúblicas presidencialistas.
 Entre os países insulares, os Estados
caribenhos, predominam as monarquias
parlamentaristas.
 As ilhas que formam as Antilhas holandesa têm
seu primeiro-ministro como chefe de governo.
O chefe de Estado por sua vez, é o rei dos países
baixos.
MERCOSUL
 Criado em 1991 pelo Tratado de Assunção;
 Era formado por Argentina, Paraguai, Uruguai
e Brasil;
 Em 2012, a Venezuela ingressou no bloco, mas
4 anos depois foi suspenso do bloco pois o
país não implementou normas acordadas para
a sua adesão.
A Comunidade Andina de Nações (CAN )
 Países membros: Bolívia, Colômbia, Equador,
Peru;
 Busca promover, por meio de integração e
cooperação econômica e social, o
desenvolvimento equilibrado de seus países-
membros;
 Originou em 1969.
A China, Coreia do Sul, Japão e Cingapura
mais o Peru, Chile, Colômbia, México
formalizaram em 2012 a Aliança do Pacífico e
visa fortalecer os vínculos econômicos com os
países do eixo Ásia-Pacífico.
Por outro lado, China vem ampliando sua
presença como parceiro comercial nos demais
países do continente, com o destaque para o
Brasil, com o qual tem participação em
iniciativas multilaterais. A principal delas é o
BRICS ( Brasil , Rússia, China e África do Sul ).
IDH
( Índice de Desenvolvimento Humano )

É um indicador socioeconômico mais utilizado em


estudos comparativos de países.
É um índice que serve de comparação entre os
países com o objetivo de medir o grau de
desenvolvimento humano.
Mede tanto o grau de desenvolvimento econômico
quanto a qualidade de vida da população.
O relatório anual do IDH anual é elaborado pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
( PNUD ), órgão da ONU.
Desde que se iniciaram os levantamentos do PNUD, em
1993, o Canadá e os Estados Unidos sempre sustentaram
posições de destaque no continente e no mundo. Na
América Latina, a estabilidade da economia e política do
Chile, país de maior IDH na região, ajuda a garantir sua
posição de maior atratividade econômica aos investidores
externos. Argentina, Uruguai, Bahamas, Barbados também
alcançaram um nível de desenvolvimento humano alto.
Destaca-se também o Equador, a Bolívia e Paraguai. No
Brasil atesta certa estagnação no desenvolvimento
socioeconômico do Brasil entre 2014 a 2018 e a queda
acentuada da qualidade de vida na Venezuela.
Índice de Gini. O que é?

Desenvolvido pelo matemático italiano Corrado Gini, o


Coeficiente de Gini é um parâmetro internacional usado para
medir a desigualdade de distribuição de renda entre os países.

O coeficiente varia entre 0 e 1, sendo que quanto mais


próximo do zero menor é a desigualdade de renda num país,
ou seja, melhor a distribuição de renda. Quanto mais próximo
do um, maior a concentração de renda num país.

O Índice de Gini do Brasil é de 0,549 (ano de 2016) o que


demonstra que nosso país, apesar dos avanços econômicos
dos últimos anos, ainda tem uma alta concentração de renda.
Porém, devemos destacar um avanço do Brasil neste índice, já
que em 1990 era de 0,607.
Aplicando o Coeficiente de Gini, os oito países
mais desiguais da América latina, de acordo com
o PNUD e com base em dados de 2018, são:

 Brasil – 0,5 Honduras – 0,5 Paraguai – 0,47

 Colômbia – 0,5 Costa Rica – 0,48 Chile – 0,47

 Panamá – 0,5 Guatemala – 0,48 México – 0,43


Índice de Desenvolvimento Regional
( IDR )

• A Cepal criou o IDR para avaliar os contrastes


socioeconômicos latinos americanos, comparando as
realidades de 8 países da região;
• Esse índice considera 10 variáveis: porcentagem de
população rural, taxa de ocupação, renda per capita,
analfabetismo, população com educação superior,
taxa de mortalidade infantil, esperança de vida, taxa
de homicídios, habitação sem água encanada e
domicílios com computador.
• O IDR oferece uma ideia mais precisa do quadro
social dos países de uma mesma região;
• Objetivo da obtenção desse índice é auxiliar na
superação das principais diferenças regionais.
• São levados em conta indicadores que consideram:
localização, aspectos econômicos, saúde, educação,
saneamento e inserção no mundo globalizado por
meio de inclusão digital.
Mesmo nos países mais industrializados da América
Latina ( Brasil, Argentina, México e Chile )registra-se a
persistência de problemas sociais graves. Entre eles,
está a exploração de contingentes de mão de obra que
trabalham em péssimas condições, em alguns casos
caracterizam trabalho escravo e também exploração de
trabalho infantil
A QUESTÃO DAS IDENTIDADES CULTURAIS

A preservação e o respeito pela diversidade


cultural é , atualmente, uma das preocupações
que tomam diversos países.
As identidades culturais são frutos das
experiências acumuladas por determinada
sociedade no meio natural, social e político em
que vivem. A diversidade culturas é considerada
um patrimônio comum da humanidade.
Na América, em particular, o mosaico cultural
reflete tanto os componentes trazidos pelos
diversos povos que habitaram esse espaço, há
milênios quanto a conflituosa dinâmica de
imposição de valores e poderes aos quais cada
uma dessas sociedades foi submetida no
processo de colonização. Os países americanos
são multiculturais e as relações entre diferentes
culturas refletem parcerias e tensões que se
deram ao longo dos últimos séculos.
Culturas nativas e culturas nacionais

Com base em dados de 2010, estima-se que


vivam na América Latina cerca de 45 milhões de
indígenas.
A ONU tem sido atuante na defesa dos
direitos dos povos indígenas por meio de
diversos mecanismos especiais para eles, por
exemplo a “Declaração da Nações Unidas sobre
os Direitos dos Povos Indígenas”, formalizada em
2008.
A CEPAL ( Comissão Econômica para a
América Latina e o Caribe ), órgão também
vinculado a ONU, estimula políticas públicas
orientadas para garantia dos direitos básicos
desses povos, respeitando suas perspectivas
próprias e seus ideais de desenvolvimento
Questão Racial
Entre as questões sociais e culturais, mais
preocupante dos países americanos, em especial do
Brasil e dos Estados Unidos, está a questão racial,
que muitas vezes se manifesta em episódios
envolvendo racismo, isto é, preconceito ou
descriminação por conta da cor da pele. A influência
cultural africana, é uma das marcas das culturas
nacionais tanto brasileira quanto estadunidense.
Movimentos sociais afrodescendentes, reivindicando
maior igualdade racial influenciaram a história
política do Brasil e dos Estados Unidos.
As tensões por conta da desigualdade racial
ainda hoje são fortes nos Estados Unidos, como
evidencia um dos movimentos sociais de maior
notoriedade no país recentemente –o Black
Lives Matter ( vidas negras importam ). Esse
movimento surgiu em 2014, como decorrência
de protestos das populações afrodescendentes
contra ações políticas, que com frequência,
resultam em morte de jovens negros de bairros
periféricos.
Pela atenção!

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