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Direito Civil – Parte Geral -II

Princípios
TEORIA GERAL DOS
s CONTRATOS

Professor Marcos Cesar de Souza Lima D.sc


Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais
(UFF/RJ)
DA CLASSIFICAÇO
DOS CONTRATOS

Classificação doutrinária
e
Reflexos Práticos
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Contratos unilaterais são aqueles em que
somente uma das partes assume a obrigação,
ex: comodato, mútuo, doação.

Contratos bilaterais ou sinalagmáticos são


aqueles em que ambas as partes assumem
obrigações, ex: compra e venda, locação.
Classificação dos Contratos

Contratos gratuitos são aqueles onde


somente uma das partes é beneficiada,
ex: doação pura e simples.

Contratos onerosos são aqueles onde


ambas as partes visam as vantagens
correspondentes às respectivas
prestações ex: locação, compra e venda.
Contratos consensuais
são aqueles que se tornam perfeitos pelo
simples consentimento das partes.

Contratos reais

são aqueles que só se completam se, além


do consentimento houver a entrega da
coisa que lhe serve de objeto, ex: depósito,
doação, mútuo.
Classificação dos Contratos

Contratos comutativos são contratos


onerosos em que as prestações de ambas as
partes são certas. Cada uma das partes
recebe, ou entende que recebe, uma
contraprestação mais ou menos equivalente.
ex: compra e venda, locação.
Contratos aleatórios são contratos onerosos
nos quais a prestação de uma ou de ambas as
partes fica na dependência de um caso fortuito,
de um risco.
As partes se arriscam a uma contraprestação
inexistente ou desproporcional, ex: seguro,
jogo, aposta.
De execução imediata e diferida
Classificação dos Contratos

são aqueles de prazo único.

De execução sucessiva são aqueles cumpridos em


etapas periódicas.

Contratos solenes são aqueles para os quais se


exigem formalidades especiais e que dão ao ato um
caráter solene, ex: escrituras de compra e venda de
imóvel.
Contratos não solenes são aqueles aos quais a lei
não prescreve, para a sua celebração, forma
especial, ex: agência e distribuição.
Classificação dos Contratos

Contratos escritos são aqueles que só podem ser


contraídos mediante escritura pública ou particular, ex:
sociedade.
Contratos verbais são aqueles que podem ser
celebrados por simples acordo verbal, ex: sociedade em
conta de participação, corretagem.

Contratos paritários são aqueles em que as partes


estão em pé de igualdade, escolhendo o contratante e
debatendo livremente as cláusulas, ex: compra e venda,
comissão, distribuição.
Contratos de adesão são aqueles em que um dos contratantes
é obrigado a tratar nas condições que lhe são oferecidas e
impostas pela outra parte, sem direito de discutir ou modificar
cláusulas, ex: contratos bancários, seguro.
Classificação dos Contratos

Contratos principais são aqueles que existem por si


só, sem dependência de outro, ex: locação, mútuo.
Contratos acessórios são aqueles que acompanham
o contrato principal e cuja finalidade é a segurança e
a garantia da obrigação principal, ex: fiança, penhor.

Contratos típicos e nominados são aqueles


tipificados na lei, que tem uma denominação
específica em direito e regulamentação própria, ex:
compra e venda, troca, doação.
Contratos atípicos e inominados são aqueles
resultantes de variadas combinações entre as partes,
não tem denominação e nem regulamentação própria,
ex: todo e qualquer contrato desde que seja lícito.
5.0 RELATIVIDADE DOS CONTRATOS. EFEITOS
COM RELAÇÃO A TERCEIROS
 5.1 – Terceiros e o contrato:
 Princípio da Função Social do Contrato.
 5.2 – Estipulação em favor de terceiro ou “PACTUM IN FAVOREM TERTII”:

 “Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento


da obrigação.
 Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação,
também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e
normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos
do art. 438.
 Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o
direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o
devedor.
 Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro
designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro
contratante.
 Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por
disposição de última vontade.”
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6.0 – RELATIVIDADE DOS CONTRATOS. EFEITOS
COM RELAÇÃO A TERCEIROS
 5.3 – Promessa de fato de terceiro ou Contrato a Cargo de Terceiro ou
Contrato por Outrem:
 “Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá
por perdas e danos, quando este o não executar.
 Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro
for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a
ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a
indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
 Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer
por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.”

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7.0– DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS
 7.1.- Conceito (Art. 441 do CC): Princípio de Garantia.
 “Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo
pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem
imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
 Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às
doações onerosas.”
 7.2 – Requisitos:
 7.3 - Ações Edilícias cabíveis (Art. 442 do CC): Redibitória ou
Quanti Minoris
 “Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art.
441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.”

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7.0 – DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS
7.4 - Efeitos (Art. 443 do CC):
“Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da
coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o
não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido,
mais as despesas do contrato.”
7.5 - Perecimento (Art. 444 do CC):
“Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda
que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por
vício oculto, já existente ao tempo da tradição.”

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7.0 – DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS
7.6 - Prazos ( Art. 445 do CC):
“Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou
abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de
um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse,
o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
§ 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais
tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o
prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e
de um ano, para os imóveis.
§ 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios
ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos
usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não
houver regras disciplinando a matéria.”
- Art. 618, PU, do CC: empreitada.

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7.0 – DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS
7.7 - Cláusula de Garantia

“Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de


cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos
trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.”
7.8 - Diferenças entre erro e vícios redibitórios:
- Idéia falsa da realidade (subjetivismo) x - (objetivismo).
- O vicio está na manifestação x - O vício está no produto.
- “Compra gato por lebre” x - compra o que queria mas com defeito.
- Ação Anulatória x - Ações Edilícias.
- Prazo decadência – 4 anos (Art. 178, II, CC) x - Prazos decadencial do artigo
445 do CC.

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7.0 – DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS
 Vícios no CDC
 Dano moral
 “AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - DIREITO DO CONSUMIDOR -
COMPRA E VENDA DE VEÍCULO USADO - VÍCIO PRÉ-
EXISTENTE - DANOS MORAL E MATERIAL
CONFIGURADOS - APELO IMPROVIDO - SENTENÇA
MANTIDA - DECISÃO UNÂNIME.” (APELAÇÃO CÍVEL Nº
3319/2008, 15ª VARA CíVEL, Tribunal de Justiça do Estado de
Sergipe, Relator: DES. JOSÉ ALVES NETO, Julgado em
04/08/2008) *

 Texto: Vícios redibitórios: questões polêmicas. Autor:


Gustavo Passarelli da Silva. Disponível no site www.jus.com.br

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SAUDAÇÕES
TRICOLRES SEMPRE!

Obrigado!!!!!

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