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PATRIMÔNIO CULTURAL MATERIAL E IMATERIAL

Dicotomia e reflexos na aplicação do Tombamento e do Registro


Autora
REVERS, Cynthia Mara de Paula Schuhli., graduanda em Direito no Centro Universitário Unifacvest.
METODOLOGIA: Quanto a natureza, é uma pesquisa básica, com uma abordagem
qualitativa, quanto aos objetivos é exploratória, quanto aos procedimentos técnicos é
teórica utilizando-se de revisão bibliográfica. de acordo com GERHARDT; Silveira
(2009) a pesquisa básica tem o intuito de gerar novos conhecimentos através de verdades
ou interesses universais, sem ocorrer aplicação prática. Tem uma abordagem qualitativa
que segundo (Gil, 2009), realizasse levando de dados e descrição dos mesmos. para
atingir os critérios anteriormente citados a pesquisa será exploratória com o “objetivo de
proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato” (Gil, 2008
p.28), envolvendo um levantamento bibliográfico acerca da dicotomia e seus reflexos na
aplicação do tombamento e do registro. Para tanto a pesquisa bibliográfica, será a base
para a presente pesquisa, sendo “o estudo sistematizado desenvolvido com base em
material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Se do ponto de vista teórico a dicotomia entre


patrimônio cultural material e patrimônio cultural imaterial é refutada, do ponto de vista
prático ela é bastante presente. Este artigo buscou demonstrar que essa divisão realmente
existe e pode ser vislumbrada facilmente através da aplicação dos instrumentos de
proteção ao patrimônio cultural brasileiro e, sobretudo, do conteúdo de suas normas
INTRODUÇÃO: A tutela do patrimônio cultural é um dos principais objetos instituidoras, as quais separam o patrimônio cultural em duas vertentes. Constatou-se,
de investigação dos Direitos Culturais2, também conhecido em outros países nesta ocasião, que a dicotomia não é tão falsa, como alguns imaginam, uma vez que pôde
como Direito da Cultura, nova seara que vem se solidificando dentro da Ciência
ser encontrada na práxis de atuação do Estado na tutela de bens culturais. Ademais, ela –
Jurídica. O campo do patrimônio cultural, tal como os Direitos Culturais, está
buscando consolidar algo próximo a uma teoria específica que dê conta desse a dicotomia - pode ser considerada a grande causadora do distanciamento entre as
universo investigado. Um dos recorrentes debates dentro de uma possível políticas públicas voltadas aos bens de natureza imaterial daquelas destinadas aos
teoria do patrimônio cultural diz respeito à dicotomia3 – praticada por uns, bens de natureza material, o que ocasiona, por conseguinte, a utilização
negada por outros - que o patrimônio cultural carrega consigo: a divisão entre desarticulada dos respectivos instrumentos de proteção: tombamento e registro. A teoria
patrimônio cultural material e imaterial. Neste sentido, o presente artigo busca fazer
do patrimônio estudada enuncia que não há uma cisão do patrimônio cultural em duas
apontamentos, à luz dos Direitos Culturais e das atuais políticas públicas de
preservação, de como se processa essa dicotomia invocada na aplicação do vertentes – material e imaterial – sendo necessário, para que as políticas públicas
conceito de patrimônio cultural e, por conseguinte, a sua repercussão na federais voltadas à preservação do patrimônio cultural sejam exitosas, a aproximação
efetiva proteção de bens culturais, utilizando como exemplo para esta das ações setorizadas que se encontram em desarmonia, principalmente no que tange à
reflexão aqueles bens que integram a categoria dos “lugares”4. Em síntese, as utilização articulada dos seus instrumentos de proteção. Dessa forma, considerando que o
questões norteadoras que se pretende responder no presente artigo são as seguintes:
patrimônio cultural é indivisível, conclui-se que uma das melhores formas de se
há uma divisão do patrimônio cultural em patrimônio cultural material (PCM) e
patrimônio cultural imaterial (PCI)? Essa dicotomia existe ou constitui-se numa preservar um bem cultural alçado à esta categoria – seja pelo tombamento, seja
falácia? Isso se reflete na aplicação dos instrumentos de proteção ao pelo registro – é utilizando “articuladamente” os instrumentos disponíveis para tal,
patrimônio cultural brasileiro, mais especificamente tombamento e registro? através de uma gestão que privilegie políticas públicas integradoras do patrimônio.

OBJETIVOS: O presente trabalho pretende analisar os reflexos da invocação da


dicotomia entre patrimônio cultural material e imaterial na efetiva tutela dos bens
culturais alçados à categoria oficial de patrimônio cultural brasileiro, tomando-se
como exemplo a aplicação dos dois principais instrumentos de proteção
existentes em nível federal - tombamento e registro - sobre os bens integrantes da
categoria lugares.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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