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Magia e medicina na colônia: o corpo

feminino
Mary Del Priore

Discentes:
Poliana
Adeilza
Ana Carolina
Emanuelly
Sobre a autora:

Mary Del Priore é uma historiadora


brasileira, nascida em 1958. Ela é autora de
diversos livros sobre a história do Brasil,
especialmente sobre questões relacionadas à
história das mulheres e da sociedade
brasileira em geral.
"Magia e Medicina na Colônia: o Corpo
Feminino“ foi escrito em 1987, como parte
de sua tese de doutorado em História Social
pela Universidade de São Paulo (USP).
A ciência médica entre os séculos XVI E XVIII
No período da colonização a doença era vista como
advertência divina.
A igreja católica e médicos viam os corpos femininos
como obscuro
Saber informal e perseguição
Processo-crime por feitiçaria contra
Maria, uma mulher escravizada,
moradora de Itu no estado de São Paulo
no século XVIII
O MÉDICO E O MONSTRO: Desconhecimento do
corpo feminino

Mulieres nos esse homines


(Acidalius, 1595)
A medicação da mulher era também a sua
demonização
As doenças tinham conexão
íntima com a presença do
demônio, a melancolia, um
dos “males” femininos, era
chamada de Banho do
Demônio
Sufocação da Madre
Chamamos de sufocação da madre quando dela se
levantam fumos para as partes superiores, os quais com
sua frieza e má qualidade ofendem o cérebro, coração,
fígado e septo transverso, trazendo-os assim, sem se
mover do seu lugar pela grande comunicação que tem
com todas as partes do corpo. além do que, há humores
viciosos que detidos no útero apodrecem, adquirindo
má qualidade
O corpo da mulher era visto por médicos
e teólogos como um palco nebuloso na
qual digladiavam Deus e o Diabo
Novo tratado dos órgãos genitais da mulher,
publicado pelo holandês Graaf em 1672

Creio que todos os animais e os homens têm sua origem


num ovo, não um ovo formado na madre pela semente,
como intuíra Aristóteles, ou pela virtude seminal, como
queria Harvey, mas de um ovo que existia antes do coito
nos testículos das fêmeas.
A RUBRA DIFERENÇA, TERRA DAS MULHERES / O estigma do “bom
funcionamento do útero” na concepção masculina e da medicina.
A sangria.
Em 1741, Antônio Gomes Lourenço (médico cirurgião,
atuava em Portugal no século XVIII) escrevia: “Dos
remédios para socorro das enfermidades neste nosso
reino de Portugal, o mais usual é a sangria de forte
frequentado que quase se pode chamar remédio
universal.”
Como funcionava o entendimento da
medicina até o século XIX com relação às
enfermidades?
O autor da Arte flebotômica explicava, em 1751: “A terceira
intenção porque mandavam fazer sangria era para atrair o sangue
com os mais humores desta para aquela parte, assim como,
estando algum enfermo com algum grande defluxo em algum
dos testículos ou em todas as partes obscenas, mandavam neste
caso fazer a sangria no braço, para atrair o sangue para cima, e
não mandavam fazer no pé, pelo receio de que fizesse atração
para as partes inferiores e aumentasse o defluxo nas ditas partes;
e esta sangria chamam revulsória”
Curiosidade:
De acordo com o site do Governo Federal do Brasil, até hoje, no século XXI, a sangria é utilizada
com a denominação de sangria terapêutica.

A sangria terapêutica é um processo pelo qual é retirada uma quantidade de sangue do paciente
(entre 400-500 ml), com a finalidade de extrair algumas substâncias do organismo. O principal
objetivo é moderar o aumento da viscosidade sanguínea nas eritrocitoses (aumento das células
vermelhas do sangue) e reduzir o conteúdo total de ferro nas situações de acúmulo de ferro
hereditário (hemocromatose). O procedimento é bastante simples e muito seguro: o sangue retirado
é descartado, a sangria terapêutica dura, no mínimo, 50 minutos. O número total de sangrias e o
intervalo entre elas variam conforme o paciente e sua necessidade, o que é definido pelo médico.
Como este procedimento visa ao tratamento, não pode ser utilizado para doação de sangue. Exames
laboratoriais: hemograma e dosagem de ferritina, entre outros.

Informação disponível em: https://www.gov.br/pt-br/servicos-estaduais/obter-tratamento-para-


pacientes-que-necessitam-de-transfusao-de-sangue-ou-sangria-terapeutica-1
Os riscos que as parturientes, vítimas da
sangria, corriam.
 
Situação apresentada no relato do doutor
Francisco Nunes, médico pela
Universidade de Alcalá (Espanha).
Observação do doutor Gregório Lopes.
 
O sangue catamenial
Na ausência de médicos, as
mulheres tratavam-se entre si.
Na imagem, a velha,
provavelmente uma parteira,
aplica um clister na doente.
A reflexão do médico Bernardo Pereira,
em 1734.
O tempo do “sangue secreto”.
OS FEITIÇOS DO CORPO:
EXPLORANDO AS TREVAS.
A importância e a imagem que se tinha
das curandeiras.
Feiticeiras nos séculos XVII e XVIII.
“Por ser considerada um
agente de Satã, o corpo e a
sexualidade da mulher
podiam prestar-se a todos os
tipos de feitiçarias; com o
tempo, a medicina
transformou o corpo
feminino em mera
fisiologia.”
Obrigada!

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