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Tem exercitado o seu cérebro?

Saiba como elevar a sua


flexibilidade mental com o
neuropsicólogo Vasco Catarino
Soares

26 junho 2023

Em simbiose com
psicopedagogo clinico Pedro
Marques
Numa sociedade em que a palavra
“fit” surge, invariavelmente,
associada à boa forma física, há que
a ver, também, ligada a uma outra
dimensão. Não é só o corpo que
carece de ser exercitado,
ao cérebro também há que o nutrir
de exercícios para estar em boa
forma. Vasco Catarino Soares,
neuropsicólogo e autor da série de
livros "Exercícios para o Cérebro",
apresenta-nos um novo título,
"Exercícios para o Cérebro - Summer
Edition" (edição Manuscrito),
pretexto para uma conversa
a propósito do exercício cerebral, “a
melhor das ‘armas’ para lutar contra
o declínio cerebral e para elevar as
nossas capacidades de memória,
foco de atenção e flexibilidade
mental a níveis superiores de
desempenho”, assim nos diz o autor.
Criou, planeou e implementou
programas de recuperação de funções
cognitivas”, lemos na apresentação que
lhe é feita no seu livro. Quer falar-nos
sucintamente de alguns destes
programas?

• Estes programas são construídos à medida e


apenas para uso em consultório e com
pessoas vítimas de acidentes cerebrais; são
feitos para ajudar na recuperação de
sequelas de AVCs e traumatismos cranianos.
Têm como objetivo estimular as funções do
cérebro que foram afetadas pelos referidos
acidentes (AVC e TCE). Foi a partir destes
programas específicos que me surgiu a ideia
de criar outros programas para a população
em geral, que se materializaram nesta série
de livros. O Exercícios para o Cérebro -
Summer Edition é o quinto volume desta
série.
• Criou, planeou e implementou
programas de recuperação de funções
cognitivas”, lemos na apresentação que
lhe é feita no seu livro. Quer falar-nos
sucintamente de alguns destes
programas?

- Estes programas são construídos à medida e


apenas para uso em consultório e com pessoas
vítimas de acidentes cerebrais;

são feitos para ajudar na recuperação de


sequelas de AVCs e traumatismos cranianos.
Têm como objetivo estimular as funções do
cérebro que foram afetadas pelos referidos
acidentes (AVC e TCE).
Foi a partir destes programas específicos que me
surgiu a ideia de criar outros programas para a
população em geral, que se materializaram nesta
série de livros. O Exercícios para o Cérebro -
Summer Edition é o quinto volume desta série.
Vasco Catarino
Soares, Precisamente, acaba de lançar o seu
neuropsicólog quinto livro sobre o treino cerebral. Que
o, autor da critérios presidem à escolha dos
série de livros exercícios que inclui nas suas obras?
Exercícios para
o Cérebro. • Os exercícios são construídos por mim.
• O critério de escolha prende-se com o que são as
áreas onde a população em geral sente mais
dificuldade:
• memória, capacidade de focar atenção e agilidade
mental (ou flexibilidade mental). Deste modo, o
critério é o de construir exercícios que vão “obrigar”
as células neuronais a executar as funções da
memória, da capacidade de focar a atenção e da
agilidade mental.
• Assim, estes neurónios passam a executar a sua
função mais rápida e alargada, levando a um
incremento das funções em causa. De notar que os
exercícios são diferentes consoante a função a
estimular: há exercícios para a memória, outros para
a capacidade de atenção e outros para a agilidade
mental.
Na capa do seu novo livro lemos: “tenha um cérebro poderoso sem esforço em 30 dias”. O que
é um cérebro poderoso?

• Rapidamente, podemos dizer que um cérebro poderoso é um cérebro que possui capacidades cognitivas
acima do funcionamento mediano, no limite, capacidades excecionais. Mas também podemos referir que
se trata de um cérebro capaz de processar e reter informação de forma eficiente, pensar criticamente,
resolver problemas de forma criativa e de se adaptar a novas situações. Resumindo, um cérebro poderoso
está associado a uma memória aprimorada, concentração, atenção e agilidade mental mais elevadas. Um
cérebro assim permite que os indivíduos se destaquem em várias tarefas cognitivas, alcancem níveis
elevados de produtividade e naveguem eficazmente pelos desafios da vida quotidiana.
• É possível “nutrir” sem esforço o cérebro para que fique poderoso?

• É possível estimular o nosso cérebro a fazer mais e melhor. Ele tem esse potencial. Basta que o
estimulemos a realizar as sequências de ações que vão provocar o desenvolvimento dos neurónios que
estão associados às diferentes funções cognitivas do cérebro. A forma mais rápida de o fazer é através de
exercícios específicos criados para esse efeito. Se realizarmos diariamente estes exercícios durante, pelo
menos, uns 15 a 20 minutos por dia eles já se farão sentir de forma consistente. Num dia de 24 horas, se
ocuparmos 20 minutos para exercitar o cérebro, o que não é particularmente cansativo, podemos afirmar
que é possível “nutrir” o cérebro sem esforço.
Porquê 30 dias?

• Os 30 dias é um prazo suficiente para que se observem os resultados desta prática


de exercícios. Os efeitos do exercício cerebral demoram um pouco a fazer-se
sentir; não basta fazer uma vez e depois parar; é preciso manter uma certa
regularidade para que o cérebro possa “entender” que esta é uma atividade
frequente e que tem de reforçar-se com energia e neurónios para as funções
exercitadas. É semelhante ao que acontece com o exercício físico; não basta fazer
uma ou outra vez para se ficar em forma.

• Assim psicopaticamente vamos aos exercício com o psicopedagogo.


Pedagogia Arte sobrevivência lutar amar rir desistir

Escola Trabalho Família Morte Lua noite Sonho


Memorização palavras

Durante 2 Razão Continuar Amizade Ensinar Aprender


minutos
memorize o
máximo de
palavras que
conseguir.
Mar Terra Ar fogo Humanos Animais Natureza
No verso desta
página, escreva
as palavras de
que se recorda.
Andrologia intemporal Presente Futuro
O que acontece ao nosso cérebro quando o exercitamos?

• O que acontece no cérebro como consequência da prática do exercício cerebral é um maior desenvolvimento dos
neurónios estimulados por esses exercícios. Podemos dizer que seguindo uma prática frequente e regular vamos
observar uma melhoria das nossas funções cognitivas estimuladas. Se fizermos exercícios para a memória
melhoramos a nossa memória. Se, por outro lado, fizermos exercícios de foco de atenção iremos obter uma
maior capacidade de atenção. Se a isto juntarmos outros exercícios para outras funções (o que pode ser
encontrado na série de livros de minha autoria) então teremos todo o cérebro a obter ganhos de performance
generalizados.

• A este respeito quero ainda acrescentar que o exercício cerebral leva a ganhos concretos tanto a nível funcional
como estrutural: a nível funcional, sabemos que a estimulação repetida dos neurónios leva a que estes
desenvolvam mais ligações a outros neurónios, o que é uma melhoria funcional garantida (quanto mais ligações
um neurónio estabelece melhor se faz a função). No que se refere ao nível estrutural, é conhecido o efeito que a
atividade de neurónios tem sobre os restantes neurónios do cérebro: ao fazermos exercício cerebral criamos
atividade elétrica nos neurónios. Essa atividade tem o efeito de atrair neurónios das regiões contíguas, que se
vão juntar à função que estamos a exercitar, passando a fazer parte dela e assim há um reforço estrutural da
função.
O que torna o nosso cérebro indolente? Pode dar-nos alguns exemplos?

• A falta de estimulação, ou se quisermos, a falta de atividade geral


do cérebro, levam a uma espécie de estagnação. A atividade que
fazemos quotidianamente, por ser rotineira e pouco estimulante
para o cérebro, não tem potencial para fazer o cérebro passar a
níveis superiores de desempenho. Se tivermos uma vida pouco
desafiante ou com poucas atividades diversificadas estamos a dar
pouco estímulo ao cérebro e a contribuir, na melhor das hipóteses,
para uma estagnação. Na pior das hipóteses estamos a promover a
degradação das funções cognitivas e aparecimento precoce de
demências.
• Os portugueses andam a exercitar pouco os seus
cérebros?
• Neste aspeto, penso que ainda temos espaço de progressão.
Quando escrevi o primeiro livro, o Exercite o Seu Cérebro, em
2016, não havia livros criados para o público português. Podemos
dizer que era uma atividade desconhecida e havia poucos
praticantes da atividade. Posso dizer a este respeito, que na altura,
os meus vídeos sobre estas exercícios para o cérebro recebiam
mais visitas do Brasil do que Portugal (95% das visitas vinham do
Brasil).

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