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Tem Exercitado o Seu Cérebro
Tem Exercitado o Seu Cérebro
26 junho 2023
Em simbiose com
psicopedagogo clinico Pedro
Marques
Numa sociedade em que a palavra
“fit” surge, invariavelmente,
associada à boa forma física, há que
a ver, também, ligada a uma outra
dimensão. Não é só o corpo que
carece de ser exercitado,
ao cérebro também há que o nutrir
de exercícios para estar em boa
forma. Vasco Catarino Soares,
neuropsicólogo e autor da série de
livros "Exercícios para o Cérebro",
apresenta-nos um novo título,
"Exercícios para o Cérebro - Summer
Edition" (edição Manuscrito),
pretexto para uma conversa
a propósito do exercício cerebral, “a
melhor das ‘armas’ para lutar contra
o declínio cerebral e para elevar as
nossas capacidades de memória,
foco de atenção e flexibilidade
mental a níveis superiores de
desempenho”, assim nos diz o autor.
Criou, planeou e implementou
programas de recuperação de funções
cognitivas”, lemos na apresentação que
lhe é feita no seu livro. Quer falar-nos
sucintamente de alguns destes
programas?
• Rapidamente, podemos dizer que um cérebro poderoso é um cérebro que possui capacidades cognitivas
acima do funcionamento mediano, no limite, capacidades excecionais. Mas também podemos referir que
se trata de um cérebro capaz de processar e reter informação de forma eficiente, pensar criticamente,
resolver problemas de forma criativa e de se adaptar a novas situações. Resumindo, um cérebro poderoso
está associado a uma memória aprimorada, concentração, atenção e agilidade mental mais elevadas. Um
cérebro assim permite que os indivíduos se destaquem em várias tarefas cognitivas, alcancem níveis
elevados de produtividade e naveguem eficazmente pelos desafios da vida quotidiana.
• É possível “nutrir” sem esforço o cérebro para que fique poderoso?
• É possível estimular o nosso cérebro a fazer mais e melhor. Ele tem esse potencial. Basta que o
estimulemos a realizar as sequências de ações que vão provocar o desenvolvimento dos neurónios que
estão associados às diferentes funções cognitivas do cérebro. A forma mais rápida de o fazer é através de
exercícios específicos criados para esse efeito. Se realizarmos diariamente estes exercícios durante, pelo
menos, uns 15 a 20 minutos por dia eles já se farão sentir de forma consistente. Num dia de 24 horas, se
ocuparmos 20 minutos para exercitar o cérebro, o que não é particularmente cansativo, podemos afirmar
que é possível “nutrir” o cérebro sem esforço.
Porquê 30 dias?
• O que acontece no cérebro como consequência da prática do exercício cerebral é um maior desenvolvimento dos
neurónios estimulados por esses exercícios. Podemos dizer que seguindo uma prática frequente e regular vamos
observar uma melhoria das nossas funções cognitivas estimuladas. Se fizermos exercícios para a memória
melhoramos a nossa memória. Se, por outro lado, fizermos exercícios de foco de atenção iremos obter uma
maior capacidade de atenção. Se a isto juntarmos outros exercícios para outras funções (o que pode ser
encontrado na série de livros de minha autoria) então teremos todo o cérebro a obter ganhos de performance
generalizados.
• A este respeito quero ainda acrescentar que o exercício cerebral leva a ganhos concretos tanto a nível funcional
como estrutural: a nível funcional, sabemos que a estimulação repetida dos neurónios leva a que estes
desenvolvam mais ligações a outros neurónios, o que é uma melhoria funcional garantida (quanto mais ligações
um neurónio estabelece melhor se faz a função). No que se refere ao nível estrutural, é conhecido o efeito que a
atividade de neurónios tem sobre os restantes neurónios do cérebro: ao fazermos exercício cerebral criamos
atividade elétrica nos neurónios. Essa atividade tem o efeito de atrair neurónios das regiões contíguas, que se
vão juntar à função que estamos a exercitar, passando a fazer parte dela e assim há um reforço estrutural da
função.
O que torna o nosso cérebro indolente? Pode dar-nos alguns exemplos?