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Antropoceno (ou Antrop

océnico em português
europeu) é um termo
usado por alguns
cientistas para descrever
o período mais recente
na história do
Planeta Terra.

Ainda não há data de início precisa e oficialmente


apontada, mas muitos consideram que começa no
final do Século XVIII, quando as atividades
humanas começaram a ter um impacto global
significativo no clima da Terra e no funcionamento
dos seus ecossistemas.
Esta data coincide
com a aprimoração
do Motor a vapor
por James Watt
em 1784.

Outros cientistas consideram que o Antropoceno começa mais cedo,


como por exemplo no advento da agricultura. As tentativas de datação
precisa revelam, porém, o problema do necessário distanciamento
histórico na ponderação de eventos e grandezas relevantes para a
escala de tempo geológico
Um hipotético observador distanciado
milhões de anos no futuro poderá,

Outros cientistas consideram que o Antropoceno começa mais cedo,


como por exemplo no advento da agricultura. As tentativas de datação
precisa revelam, porém, o problema do necessário distanciamento
histórico na ponderação de eventos e grandezas relevantes para a
escala de tempo geológico
• Um hipotético observador distanciado milhões de anos no
futuro poderá, munido de suficiente informação, melhor
determinar uma data e uma tipologia para o Antropoceno.
Perante o alcance das consequências da ação do Homem na
evolução do Planeta Terra, o Antropoceno poderá ser
reconhecido e classificado, por exemplo, como um novo
período ou era geológica. Nesta perspectiva, é plausível
apontar o seu início a partir do surgimento do Homo sapiens.
• Etimologia é o estudo gramatical da origem
e história das palavras, de onde surgiram e
como evoluíram ao longo dos anos.
• Paul Crutzen, vencedor do Nobel de Química de
1995, foi um dos cientistas que popularizou o
conceito de "Antropoceno".
• A agricultura é uma das atividades
humanas que impactam significativamente
no ambiente. Na foto, um campo de
cevada em the Palouse, Estados Unidos.
• O termo Antropoceno é uma combinação
das raízes das palavras em grego anthropo-
(ἄνθρωπος)[1] que significa "humano" e -
ceno que significa "novo". Todas as épocas
da Era Cenozóica terminam em -ceno.

A Terra à noite, uma imagem noturna ajustada do


mundo durante o Antropoceno
Efeitos da atividade humana
Biodiversidade
• Muitas espécies foram extintas devido ao impacto humano. A ma
que as atividades humanas têm acelerado a taxa de extinção de
controversa, sendo muitas vezes situada entre 100 a 1000 vezes
Inseparável do declínio da biomassa, o problema da paz é uma q
de gurus como Jiddu Krishnamurti e o Dalai Lama. É também pre
filósofo e sociólogo francês Edgar Morin, preocupação essa pela
livro Terre-Patrie (Terra-Pátria, de 1993), “a nossa casa e o noss
uma questão com implicações globais. (Ver ‘Notícias’ no final do

Edgar Morin Publicado em 23 jul, 2019


Formado em Direito, Geografia e História, Edgar Morin é considerado
um dos principais pensadores ainda vivo.
O pensador e sociólogo francês Edgar Morin
elaborou, em sua obra,
• Por Ana Lucia Santana
• O pensador e sociólogo francês Edgar Morin elaborou, em sua obra, profundas
reflexões sobre a educação. O Homo Sapiens, como ele gosta de se referir ao ser
humano, é um fruto da vida natural e da cultura; seguindo esta linha de
raciocínio, ele encontra uma forma de construir a Educação dos tempos futuros,
embora ela pareça ainda estar tão vinculada ao passado, principalmente ao
fragmentar o conhecimento.
Em 2010 um estudo publicado na
Nature refere que o fitoplâncton
declinou substancialmente nos
oceanos do mundo ao longo do século
passado.

• Desde 1950, biomassa de algas diminuiu cerca de 40%,


provavelmente em resposta ao aquecimento do oceano,
sendo que o declínio ganhou ritmo nos últimos anos. Alguns
autores postulam que sem impactos humanos a
biodiversidade do planeta continuaria a crescer a um ritmo
exponencial.
• O fitoplâncton encontra-se na base da cadeia alimentar dos
ecossistemas aquáticos, uma vez que serve de alimentação
a organismos maiores. Está na base porque pertence ao
nível trófico dos produtores

• Além disso, acredita-se que o fitoplâncton é responsável


pela produção de cerca de 80% do oxigênio da atmosfera
terrestre.

• E também é conjunto dos organismos planctónicos vegetais.


Desde 1950, biomassa de algas diminuiu cerca de 40%, provavelmente em
resposta ao aquecimento do oceano,

• sendo que o declínio ganhou ritmo nos últimos anos. Alguns autores
postulam que sem impactos humanos a biodiversidade do planeta
continuaria a crescer a um ritmo exponencial.
• Inseparável do declínio da biomassa, o problema da paz é uma questão
central no pensamento de gurus como Jiddu Krishnamurti e o Dalai Lama.
É também preocupação maior do reputado filósofo e sociólogo francês
Edgar Morin, preocupação essa pela primeira vez expressa no seu
livro Terre-Patrie (Terra-Pátria, de 1993), “a nossa casa e o nosso jardim”,
pondo em destaque uma questão com implicações globais.
• Na edição aberta de 13 de julho de 2012 do New York Times, o ecologista Roger Bradbury previu o fim da
biodiversidade marinha, dizendo que os recifes de coral estão condenados, "Os recifes de coral serão os
primeiros, mas certamente não o último grande ecossistema, a sucumbir ao Antropoceno".[16] Este artigo
rapidamente gerou muita discussão entre os ambientalistas e foi refutada no site da The Nature
Conservancy, defendendo sua posição de proteger os recifes de coral, apesar de impactos humanos
continuaram causando quedas de recife.[17]

• Destaca-se também uma mudança na variedade de animais, já que áreas onde várias espécies de animais
superiores viviam anteriormente foram modificadas para a criação de animais que servissem para a
alimentação humana, diminuindo a diversidade da área; isto é especialmente verdade para pastos e
fazendas marinhas. Alteração similar houve nas regiões urbanas, onde alguns animais foram expulsos de
seus habitats, enquanto outros se adaptaram, tornando-se por vezes pragas. A diversidade de plantas
comestíveis e não-comestíveis foi sensivelmente afetada pela seleção humana, que priorizou alguns poucos
cultivares em detrimento de uma grande diversidade natural; enormes áreas povoadas com centenas de
espécies vegetais diferentes são degradadas para originar plantações de um só ou de poucos espécimes de
plantas, o que também afeta a fauna, em um outro plano. Biomas inteiros são ameaçados, e processos como
desertificação e savanização modificam paisagens de forma agressiva e rápida.
Composição da atmosfera

• Concentração de dióxido de carbono atmosférico (em ppm).


• O aumento do teor de dióxido de carbono atmosférico (CO2) na atmosfera é
resultante das atividades humanas.[18] Durante os ciclos glaciais-interglaciais dos
últimos milhões de anos, os processos naturais têm variado CO2 em cerca de 100
ppm (a partir de 180 ppm a 280 ppm). A partir de 2013, as emissões líquidas
antrópicas de CO2 aumentaram sua concentração atmosférica por uma quantidade
comparável de 280 ppm (Holoceno ou "equilíbrio" pré-industrial) para
aproximadamente 397 ppm. A maior parte deste aumento é devido ao manejo de
animais para a alimentação humana, notoriamente o gado, e à queima de
combustíveis fósseis, como o carvão, petróleo e gás, embora frações menores
sejam o resultado da produção de cimento e as mudanças de uso do solo (por
exemplo, desmatamento).[19]
Mudanças do clima

• Já somos mais de 7 bilhões de seres humanos vivendo e


consumindo os recursos da Terra. A queima continuada de
combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão, tem sido
responsável por um dos impactos mais sensíveis do
Antropoceno: o aquecimento global. O clima está mudando. As
geleiras e as calotas polares estão derretendo, o nível do mar
aumentando, e começam a ocorrer grandes alterações no
regime de chuvas e nos processos biológicos.[carece de fontes]
Alteração dos rios

• No Antropoceno, o curso dos grandes rios do planeta e o seu


padrão de sedimentação foram amplamente alterados. Barragens,
usinas e canais mudaram de forma radical estes caminhos de
água. Estamos cada vez mais sujeitos a secas e inundações. A
disponibilidade de água potável atual e futura também está em
risco, devido ao desperdício, à falta de manutenção nas tubulações
e a poluição de fontes, rios, lagos e aquíferos. As grandes
metrópoles são as primeiras a sofrer com a crise crônica de água.
Em todo o mundo, apenas 4% dos esgotos domésticos são
adequadamente tratados, e a maior parte da água utilizada nas
residências e nas indústrias é despejada nos rios sem qualquer
tipo de tratamento.[carece de fontes]
Geleira do pico do monte Fremont.
Em termos de oligoelementos, Limite temporal do antropoceno

Elementos traços

há assinaturas distintas deixadas


pelas sociedades modernas. Por
exemplo, na geleira do monte
Fremont, em Wyoming, há uma
camada de cloro presente nos
núcleos de gelo que remonta aos
programas de testes de armas
atômicas da década de 1960, bem
como uma camada de mercúrio
associado às usinas termoelétricas
a carvão dos anos 1980.[carece de fontes]
Teoria do "Antropoceno Precoce"

• Embora suspeite-se que grande parte da mudança ambiental seja uma


conseqüência direta da Revolução Industrial, William Ruddiman propõe que o
Antropoceno começou aproximadamente 8.000 anos atrás, com o
desenvolvimento da agricultura e das culturas sedentárias. Neste ponto, os
seres humanos foram dispersos em todos os continentes (exceto a Antártica), e
a Revolução Neolítica estava em andamento. Durante este período, os seres
humanos desenvolveram a agricultura e pecuária para complementar ou
substituir o sistema de subsistência do tipo caçador-coletor. Tais inovações
foram seguidos por uma onda de extinções, começando com
grandes mamíferos e aves terrestres. Esta onda foi impulsionada tanto pela
atividade direta dos seres humanos (por exemplo, de caça) e as consequências
indiretas da mudança no uso da terra para a agricultura.[carece de fontes]
• Este período (de 10.000 anos até o presente) é normalmente referido como o
Holoceno pelos geólogos.
Durante maior parte da Holoceno, as populações humanas foi relativamente
baixa e as suas atividades muito discretas quando comparadas à dos últimos
séculos.
• No entanto, muitos dos processos que estão alterando o ambiente da Terra já estavam ocorrendo durante este período.
• Assim, ao que diz respeito a melhor data de partida para Antropoceno muitas propostas têm sido criadas.
• Do passado ao presente, alguns autores consideram o Antropoceno e o Holoceno como o mesmo intervalo de tempo
geológico.
• Outros defendem que o Antropoceno seria apenas o período mais recente, mas na verdade, discutindo a hipótese de
início de Antropoceno, William Ruddiman alega que o Antropoceno, conforme definido pelo impacto humano significativo
nas emissões de gases de efeito estufa, não começou na era industrial, mas há 8.000 anos, como antigos agricultores
derrubando florestas para o cultivo.
• [neste âmbito o trabalho de Ruddiman, por sua vez, foi contestado pelo facto de que a comparação com a interglaciação
anterior (cerca de 400.000 anos atrás) sugere que 16.000 mais anos devem decorrer antes que a atual interglaciação do
Holoceno chegue ao fim, e que, portanto, a hipótese antropogénica precoce é inválida.

• Ruddiman argumenta, para refutar isso, que isso resulta de um alinhamento inválido de recente máxima insolação com
insolações mínimas do passado, entre outras irregularidades, o que invalida a crítica. Além disso, o argumento de que
"alguma coisa" é necessária para explicar as diferenças no Holoceno é desafiado por pesquisas recentes que mostram que
todos os períodos interglaciais são diferentes.
• Contudo, considerando que há 8 mil anos o planeta sustentada alguns milhões de pessoas e ainda assim era
fundamentalmente intocado,[27] é uma constatação que serve como base para a afirmação de que uma data para o termo
"Antropoceno Precoce" não leva em conta os impactos humanas mais substanciais na Terra.
Revolução industrial

• Crutzen propôs a Revolução Industrial como o início do Antropoceno.[6]


Embora seja evidente que a Revolução Industrial marcou o início de um
impacto humano global sem precedentes no planeta,[28] grande parte da
paisagem da terra já havia sido profundamente modificada pelas atividades
humanas.[29] A datagem do início do um período Antropoceno, por
conseguinte, deve ser atribuído ao momento em que a humanidade une-se as
outras forças ambientais a moldar o planeta. Fazer isso é difícil, talvez seja
mesmo irrealista para identificar um ano zero de uma era Antropoceno. Na
verdade, o impacto humano sobre a Terra tem crescido progressivamente,
com algumas desacelerações substanciais. Lovelock propõe que o
Antropoceno começou com a primeira aplicação do motor a vapor de
Newcomen, em 1712. Até então, o maior nível de energia disponível ao longo
da história humana havia sido limitada a 1 kW por metro quadrado, a partir do
sol.[carece de fontes]
Antiguidade

• Um ponto de partida plausível para o Antropoceno poderia ser há cerca de 2 mil


anos, o que coincide aproximadamente com o início da fase final do Holoceno, a
fase climática do Subatlântico.[30]
• Neste momento, o Império Romano abrangia grande parte da Europa,
Oriente Médio e Norte da África. Na China, as dinastias clássicas estavam
florescendo. Os Reinos Médios da Índia já tinha a maior economia do mundo
antigo e medieval. O reinos Napata/Meroítico se estendia pelos atuais Sudão e
Etiópia. Os Olmecas controlavam a região central do México e da Guatemala, e
os povos pré-incaicos Chavín se estendia por grandes áreas do norte do Peru.
Embora muitas vezes afastados uns dos outros e misturados com os
ecossistemas de tamponamento, as áreas diretamente afetadas por essas
civilizações e outros eram grandes. Além disso, algumas atividades, como a
mineração, implicavam numa forma muito mais generalizada de perturbação das
condições naturais.[31]
Marcador

Terraplenagem feita na tentativa de restaurar a praia em Biloxi (Mississippi)


que foi danificada pelo furacão Katrina em 2005.
Um marcador que represente algum impacto substancial dos seres humanos
sobre o ambiente como um todo, em escala comparável àquelas associadas a
perturbações significativas do passado geológico, é necessário, em lugar das
pequenas alterações na composição da atmosfera.[32][33]
Um candidato útil para este fim é a pedosfera, que pode reter a informações
histórias climática e geoquímica com características que duram séculos ou
milênios.[34] A atividade humana está agora firmemente estabelecida como o
sexto fator de formação do solo.[35] Ela afeta a pedogênese, quer diretamente,
através de, por exemplo, terraplenagem, abertura de valas e construção de
aterro para diversos fins, o enriquecimento de matéria orgânica de adições de
esterco ou outros resíduos, o empobrecimento de matéria orgânica devido ao
cultivo continuado, a compactação de sobrepastoreio ou, indiretamente, por
arraste ou erosão, ou acúmulo de poluentes. Solos antropogênicos são
aqueles muito afetados pelas atividades humanas, como a aragem repetida, a
adição de fertilizantes, a contaminação, a impermeabilização, ou
enriquecimento com artefatos (na Base de Dados Mundial de Referência
recursos do solo são classificados como Antrosol e Technosol). Eles são
repositórios recalcitrantes de artefatos e propriedades que testemunham o
domínio do impacto humano e, portanto, parecem ser um marcador confiável
do Antropoceno. Alguns solos antropogênicos deve ser, portanto, vistos como
estratos por geólogos (Global Boundary Stratotype Section and Point), que são
locais onde há sucessões estratos com claras evidências de um evento
mundial, incluindo a aparência de fósseis
A Grande Aceleração

• Em estudo publicado por Will Steffen, professor da Universidade


Nacional da Austrália e do Centro sobre Resiliência de Estocolmo, na
Suécia, era esperado que fossem encontradas evidências de grandes
alterações desde 1750. contudo, um forte aumento aumento nos
indicadores só ocorreu a partir de 1950. Segundo ele, essas alterações
seriam evidência que entramos em uma nova época geológica, em
que o sistema econômico global é o principal motor por trás das
mudanças que a Terra vem sofrendo. "É difícil superestimar a escala e
velocidade destas alterações. No tempo de uma única vida a
Humanidade se tornou uma força geológica em escala planetária".[2]
Desafios para o futuro

• Ao longo da história, a humanidade enfrentou desafios perante o


ambiente em níveis locais e regionais. Atualmente, pesquisa-se
evidências de base para responder a desafios em âmbito global.
Novas iniciativas de pesquisa buscam evidências de que a ciência
pode responder aos desafios futuros do Antropoceno por meio da
sustentabilidade. À medida que o conceito e a consciência sobre o
Antropoceno se torna conhecido no debate público, espera-se que
uma mudança no sistema mundial seja possibilitada a fim de manter
a viabilidade das sociedades humanas e mesmo da espécie humana
para o futuro.[carece de fontes]
Na cultura

• O conceito de Antropoceno também tem recebido uma


abordagem das humanidades como filosofia, literatura e arte.
No mundo escolarizado, ele tem sido sujeito de cada vez mais
atenção da mídia especializada,[36] conferências,[37][38] e relatos
de disciplinas.[39] O Antropoceno, a escala de tempo que o
acompanha, e suas implicações ecológicas levantam questões
sobre o fim da civilização,[40] memória e arquivos,[41] a extensão
e os métodos da investigação humanística,[42] e as respostas
emocionais ao "fim da natureza".[43]
Ver também

• Antropocentrismo
• Extinção em massa do Holoceno
• Fronteiras planetárias

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