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ATENAS - CONFLITOS E REFORMAS

Até meados do século VIII a.C, existiu em Atenas uma monarquia cujo
rei (basileus) acumulou as funções de chefe religioso, militar e jurídico.
Daí em diante, a aristocracia eupátrida fortaleceu-se em detrimento dos
reis. O poder passou então para as mãos de uma oligarquia (governo de
poucos) de nobres, os arcontes.
Apenas os eupátridas podiam tornar-se arcontes e, portanto, membros
do Areópago, o conselho soberano de Atenas. Os arcontes tinham o
privilégio de aplicação da justiça, pois lhes cabia a interpretação de leis
não escritas, que apenas eles conheciam a fundo.
À medida que a nobreza se apropriava das melhores terras e,
consequentemente, reforçava seu poder político, os pequenos
proprietários empobreciam e se endividavam. Não conseguindo saldar as
dívidas, perdiam suas propriedades e até mesmo a liberdade. Gregos
tornaram-se escravos de gregos ao lado de cativos de outras origens,
como os prisioneiros de guerra e escravos adquiridos em mercados
especializados.
Em meados do século VII a.C., o povo ateniense se rebelou com o apoio
de ricos mercadores, enriquecidos com o comércio entre Atenas e suas
colônias. A cidade foi envolvida por lutas entre o demos (povo) e os
eupátridas.

O partido aristocrático recusou-se a fazer concessões ao partido popular,


que exigia o fim da escravidão por dívidas, a redistribuição das terras,
leis escritas e maior participação no governo. Como resultado político
dessa crise, surgiram os legisladores ou reformadores.
Em 621 a.C, o arconte Dracon foi encarregado de redigir um código
de leis obrigatórias para todos, mas manteve os privilégios dos
aristocratas. Você conhece a expressão "medida draconiana", que
significa medida severa, inflexível? Ela indica bem o espírito das leis
instituídas por Dracon.
Em 594 a.C, o arconte Sólon decretou o fim da escravidão por dívidas
e a libertação dos devedores escravizados. Além disso, substituiu o
critério de nascimento pelo de riqueza para a participação política do
cidadão. Sólon classificou os cidadãos em quatro grupos, de acordo com
a riqueza. A participação no exército e o exercício de magistraturas
passaram a obedecer a esse critério de classificação.

Sólon
Os indivíduos mais pobres, embora não pudessem ser magistrados,
podiam votar na assembleia popular - a ekklésia - que escolhia os
magistrados. Foi criado ainda um outro conselho, a boulé, composto por
400 membros escolhidos pela ekklésia, que elaboravam as leis a serem
votadas pela assembleia popular.
As reformas implementadas por Sólon não foram suficientes para conter
as agitações sociais. Em 546 a.C, Pisístrato, apoiado pelo partido popular,
tornou-se o primeiro tirano de Atenas. Seu governo teve um grande
significado para a cidade: empreendeu uma reforma agrária, distribuindo
terras e créditos aos camponeses pobres; realizou obras públicas
geradoras de empregos; incentivou as artes e prestigiou festas
esportivas e religiosas.

Pisístrato
Começou nesse período a projeção de Atenas como grande centro
comercial e cultural da Grécia.
Os sucessores de Pisístrato, entretanto, não conseguiram dar
continuidade a sua política, e em 508 a.C. a escolha de Clístenes como
arconte marcou o fim do governo dos tiranos. As reformas político-
administrativas de Clístenes instituíram a democracia ateniense, que
floresceria no século V a.C. - o século de ouro de Atenas, também
conhecido como século de Péricles.

Clístenes Péricles

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