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Principais temas
1. Caracterização do projecto
2. Determinação dos cash-flows do projecto
3. Conceito de valor
4. Métodos de avaliação de investimentos
5. Análise do projecto de investimento
6. Custo do capital
7. Financiamento do projecto
AAPI - Pedro Cruz - UATLA
1. Caracterização do projecto
1.1 Enquadramento estratégico da avaliação de investimentos
Planeamento financeiro:
Conjunto de previsões económicas e financeiras que se traduzem num orçamento
anual ou plurianual utilizado para controlo. Problema: está normalmente
desligado da estratégia da empresa.
Planeamento estratégico:
Processo de recolha e tratamento de informação sobre a envolvente e que leva à
tomada de decisões através das quais a empresa se adapta e actua no contexto em
que está inserida. Problemas: não envolve todos os níveis da empresa; a mudança
rápida impede a implementação da estratégia definida.
Gestão estratégica:
Conjunto de decisões de gestão e acções que determinam o futuro da
organização. Compreende a análise do ambiente interno e externo da empresa, a
formulação e implementação da estratégia e a sua avaliação e controlo.
Gestão estratégica
Planeamento estratégico
Planeamento financeiro
Fase de
Fase de concepção Empresa
implementação
1. Sector de actividade
Agrícolas
Industriais
Comerciais
Serviços
2. Natureza do investidor
Privados
Públicos
3. Actividade produtiva
Directamente produtivos: dão origem a produtos e serviços transaccionáveis
Indirectamente produtivos: suportam as actividades produtivas
Sociais: suportam estruturas políticas e sociais
1. Apresentação da empresa/empresário
Identificação da empresa/empresário
Identificação da equipa técnica e de gestão
Identificação das actividades
Identificação histórica da empresa
Produtos e tecnologia
Capacidade
Dados económico-financeiros (balanços e demonstrações
de resultados)
2. Apresentação do projecto
Tipo de projecto
Tipo de produto
Localização
3. Identificação da estratégia subjacente ao projecto
Descrição da oportunidade
Enquadramento estratégico
4. Plano do projecto
Plano de investimento
Estudo técnico
Plano de exploração
Estudo de mercado (receitas)
Estrutura de custos
Contas de exploração previsionais
Plano de financiamento
Origem e aplicação de fundos
Empréstimos (montantes, juros)
5. Indicadores financeiros do projecto
Indicadores de rentabilidade
Valor actual líquido (VAL)
Taxa interna de rentabilidade (TIR)
Análise do projecto
Análise de sensibilidade
Identificação
Formulação
1. Construção das variantes
Processo de produção (tecnologia, produto)
Capacidade de produção (mercado)
Localização
Data de realização do projecto
2. Estudos técnicos
Engenharia
Tecnologias disponíveis
Meios de produção (mat. primas)
Necessidades dos meios de produção (terrenos, m.o. especializada)
Localização
Adequabilidade às necessidades
Arquitectura
3. Estudo de mercado
Mercado potencial
Procura passada (anuários e estudos)
Procura futura (inquéritos e análises: envolvente, sector, empresa)
Quota de mercado
Estratégia de marketing
Estratégia de produto/serviço
Preço de venda
Estratégia de comunicação e promoção
Estratégia de distribuição
Volume de vendas
4. Estudo económico-financeiro
Investimento
Proveitos
Custos
Estudo Custos
Inputs
técnico do projecto
Principais erros
Estudos técnicos e de mercado insuficientes.
Custos de investimento e de exploração subestimados.
Receitas sobrestimadas.
Ausência de variantes.
Ignorar a concorrência.
Utilizar taxas inadequadas.
Ignorar o modo de financiamento do projecto.
Cash-flow de investimento:
CF investimento = Investimento + Fundo de maneio - valor residual
capital fixo do investimento
Cash-flow de exploração:
CF exploração = Resultado líquido + Amortizações
de exploração e provisões
Cash-flow do projecto:
CF projecto = CF exploração - CF investimento
Preço de
venda unitário CF
Proveitos Investimento
x
totais Resultado de
- C
Quantidade exploração Resultado A
vendida - económico de S
Custo variável exploração
x Amortizações Resultado - H
total líquido de -
e provisões -
Custo variável Custos exploração + F
unitário
+ exploração Impostos L
Custos fixos O
totais W
Amortizações
e provisões
Provisões:
Custos criados para fazer face a eventuais perdas.
VF = I x (1 + r) r : taxa de capitalização
Valor do investimento ao fim de dois anos: 106 x (1 + 0,06) = 100 x (1+ 0,06) 2
Valor do investimento ao fim de n anos:
VF = I x (1 + r)n
(1 + r)n : factor de capitalização
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3. Conceito de valor
3.2 Juros
Juros simples:
o juro é respeitante apenas ao investimento inicial.
Juros compostos:
os juros também rendem juros.
Em 1626 Peter Minuit comprou a ilha de Manhattan por $24. Considerando que
Peter poderia ter investido os $24 até hoje a uma taxa de 8% e que a ilha de
Manhattan deve valer hoje cerca de $100 biliões terá feito bom negócio?
Resolução:
Mau negócio ?
=> VA = VF / (1 + r)
r : taxa de actualização
Ex:
Quanto valem hoje 106 EUR ganhos daqui a um ano se a taxa for de 6%?
VA = 106 / (1 + 0,06) = 100 EUR
1
= factor de actualização
(1 + r)n
Ex:
Factor de actualização para uma taxa de 6%
1 ano: 1/1,06 = 0,943
2 anos: 1/1,062 = 0,890
Comparação de créditos
Suponha que pretende comprar um carro de 10000 EUR
Stand A: Oferece crédito - paga 4000 EUR agora e 6000 EUR daqui a dois anos.
Stand B: Oferece desconto de pronto pagamento no valor de 500 EUR
Sendo a taxa de actualização de 10%, em qual dos Stands compraria o carro?
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3. Conceito de valor
3.5 Cash-flows múltiplos
Resolução:
Avaliação de Anuidades:
1. Actualizar cada cash-flow e somá-los
2. Aproveitar o facto de uma anuidade ser uma diferença entre perpetuidades:
VA da perpetuidade VA da perpetuidade
a iniciar no ano 1 a iniciar no ano t+1
Valor actual 1 1 1
= CF x - x
para t anos r r (1 + r)t
factor de anuidade
a tr
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3. Conceito de valor
Exemplos: avaliação de anuidades
Anuidade de 200 EUR. recebida nos momentos 1 a 12; r = 6%
Comparação de créditos
Suponha que pretende comprar um carro de 10000 EUR
Stand A: Oferece crédito - paga 4000 EUR agora e 1250 EUR. nos próximos 5 anos.
Stand B: Oferece desconto de pronto pagamento no valor de 1000 EUR
Sendo a taxa de actualização de 10%, em qual dos Stands compraria o carro?
Taxa de inflação:
taxa a que os preços como um todo estão a aumentar.
=> Algo que custe hoje 100 EUR custará para o ano 105 EUR
se a inflação for de 5% ao ano
1 + taxa nominal
1 + taxa real =
1 + taxa de inflação
Resolução:
Cash-flows reais devem ser actualizados / capitalizados com taxas reais e cash-
flows nominais devem ser actualizados / capitalizados com taxas nominais
VAL = VA - Investimento
Resolução:
Calcula-se o VAL
Regra do VAL:
os gestores aumentam a riqueza dos accionistas ao aceitarem
todos os projectos que valerem mais do que o que custam.
= 297 milhares EUR > VAL da venda no 1º ano (119 milhares EUR)
=> vende-se no fim do 3º ano
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4. Critérios de avaliação de investimentos
4.1 Valor actual líquido (VAL)
2000 - 1750
Taxa de rentabilidade = = 0,1429 => 14,3 %
1750
TIR = 14,3%
A regra da TIR dá a mesma resposta que a regra do VAL desde que o VAL
decresça continuamente com o aumento da taxa de desconto
VAL VAL
0 0
Cálculo da TIR
Regra do PRI:
devem aceitar-se todos os projectos para os quais o investimento é
recuperado num período inferior a um determinado valor pré-definido.
Problemas:
Substituição de equipamento
Escolha da melhor altura para substituir equipamento
Ex: Substituição de máquina
Suponha que a sua empresa possui uma máquina que se espera que dure mais 2
anos e custa 6000 EUR por ano a operar. Pode substituí-la hoje por uma máquina
que custa 12.500 EUR mas que é muito mais eficiente custando a sua operação
apenas 4000 EUR por ano e irá durar 5 anos. Para um custo de capital de 6% será
melhor substuí-la hoje ou valerá a pena esperar mais um ano?
Suponha que possui uma máquina que poderá manter durante 1 ano mais mas que
custará 2500 EUR a reparar e 1800 EUR a operar. Valerá a pena substituí-la por
uma das máquinas A ou B?
Ex: Suponha que posssui 20 milhões de dólares para investir e que lhe
apresentam os seguintes projectos
Lição: o projecto é obviamente mau. Na verdade estamos a gastar 2.000 EUR hoje
e só iremos ganhar 1.500 EUR para o ano e 500 EUR daqui a dois anos. Neste
caso estamos a ter um retorno de 0% quando poderíamos ter investido o dinheiro a
uma taxa de 10% (custo de oportunidade).
Conclusão:
= 5.000 EUR >0 => é necessário investir 5.000 EUR em fundo de maneio
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4. Critérios de avaliação de investimentos
4.5 Análise dos cash-flows descontados
2-Devem actualizar-se (descontar-se) os cash-flows incrementais
Reconhecendo o investimento em fundo de maneio
Problemas mais comuns:
Ex: Despedimentos
Imagine que a sua empresa irá fechar uma fábrica obsoleta e despedir todos os
empregados. No entanto, terá que continuar a pagar o seguro de saúde dos
trabalhadores por mais 4 anos. O custo por trabalhador é de 2.400 EUR por ano
mas a inflação é de 4% e os custos de saúde têm vindo a crescer 3 pontos
percentuais acima da inflação. Qual é o valor actual da obrigação se a taxa de
desconto (nominal) for de 10%?
10. Cash flow expl. (9+6) 3950 4113 4283 4462 4650
Passos do cálculo
(milhares de EUR)
Ano 0 1 2 3 4 5
1. Investimento em capital 10000
2. Valor residual 1000
3. Necess. Fundo maneio 4167 4375 4594 4823 5065
4. Investimento FM 4167 208 219 230 241 -5065
5. CF Investimento (1-2+4) 14167 208 219 230 241 -6065
1) Orçamentação
Lista de projectos onde se pretende investir
1) Tecnologia flexível
A escolha de máquinas muito específicas pode ser menos vantajosa que a
utilização de máquinas standard que permitem a produção de outros tipos de
produtos no caso da procura inicial ser muito reduzida.
2) Instalações flexíveis
As empresas tentam tornar-se independentes das fontes de matérias primas.
Por exemplo, pode ser vantajosa a compra de caldeiras que utilizem fuel e gás
natural.
Conceitos base:
Valor do negócio (V): valor dos activos da empresa
Passivo (P): valor dos activos financiados com dívida
Capitais próprios (CP): valor dos activos financiados com capitas próprios
rCP: retorno exigido pelos investidores em capital próprio (accionistas)
rP: retorno exigido pelos investidores no passivo da empresa (ex: bancos)
=> Este valor só poderá ser utilizado para novos projectos da empresa
se estes tiverem um risco semelhante ao dos negócios já existentes
I F A D Ex: 0,3 x 5,2 + 0,7 x 14% = 11,4% AAPI - Pedro Cruz - UATLA
6. O custo do capital
6.1 O custo do capital da empresa
Ex: O custo do capital e o VAL
Considere os dados actuais da sua empresa (valores em milhares EUR):
P = 600; CP = 1400; V = P + CP = 2000; rP = 8%; rCP = 14%; t = 35%
Se a empresa pretender expandir o seu negócio terá que investir 30.000 EUR
e espera-se um cash-flow de 4.500 EUR em perpetuidade. Qual o acréscimo de
valor deste projecto para a sua empresa?
Resolução:
1) Calcula-se o WACC
WACC = 600 / 2000 x 8% x (1-0,35) + 1400 / 2000 x 14% = 11,4%
2) Calcula-se o VAL
VAL = - 30 + 4,5 / 0,114 = 9,5 > 0
=> o projecto irá aumentar a riqueza da empresa em 9.500 EUR
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6. O custo do capital
6.2 Cálculo da estrutura de capital
A fórmula do WACC obriga a que o valor do passivo e dos capitais
próprios sejam os valores de mercado e não os valores contabilísticos.
Do mesmo modo o valor dos activos da empresa é igual ao valor de
mercado dos mesmos.
Normalmente o valor de mercado do passivo é igual ao valor
contabilístico do mesmo. No entanto, se a taxa (r P) for acordada a
médio/longo prazo, o valor de mercado do passivo será inferior se a taxa
aumentar e será superior se a taxa diminuir.
Normalmente o valor de mercado dos capitais próprios é muito diferente
do valor contabilístico dos mesmos. O valor de mercado dos capitais
próprios é dado pelo produto do número de acções da empresa pelo valor
de mercado das acções.
Ex: 10.000 acções com valor nominal de 5 EUR podem ser vendidas na bolsa a 15
EUR. Neste caso, o valor de mercado é o triplo do valor contabilístico.
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6. O custo do capital
6.3 Cálculo das taxas de retorno
1-Taxa de retorno do passivo
A taxa de retorno do passivo é igual à taxa exigida pelos bancos
para financiar a empresa.
Valor dos
= Valor do passivo e acções na posse
cash-flows dos investidores da empresa
A dívida aumenta o risco dos accionistas e faz com que estes exijam um
retorno mais elevado no seu investimento. Quando se reconhece este custo
implícito a dívida não é mais barata que os capitais próprios - o retorno
exigido nos activos (rA) não é afectado pela decisão de financiamento.
rA : retorno esperado
dívida dívida dos activos
sem risco com risco rP : retorno esperado
do passivo (dívida)
Razão P/CP
A dívida pode ter ou não ter risco associado, dependendo da razão P/CP.
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7. O financiamento da empresa
7.5 Como o financiamento afecta o valor da empresa
2-Economia com impostos - poupança nos impostos
Se a política de endividamento fosse completamente irrelevante os rácios de
P/CP deveriam variar aleatoriamente entre empresas e entre indústrias.
No entanto, verifica-se por exemplo que as companhias aéreas são fortemente
financiadas por dívida enquanto que são raras as empresas farmacêuticas que
não são sejam predominantemente financiadas por capitais próprios.
No caso de existirem pagamento de juros tal constituirá um custo adicional
que se reflectirá nos impostos pagos:
Poupança nos impostos = t x (rP x P)
VApoupança = t x (rP x P) / rP = t x P
=> Quanto maior for a dívida menor será o WACC. Daqui resulta que a
empresa irá procurar endividar-se ao máximo para minimizar o custo do
capital.