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Pessoas

O Direito PODE SER CONSIDERADO :

Conjunto de regras abstratas que regulam a conduta social.


1.

.Em sua manifestação dinâmica projecta-se no quadro das relações


2.
sociais para definir, concretamente, os direitos e deveres de cada
pessoa.

O objectivo do Direito em todas as suas manifestações é o SER


HUMANO.

O homem, constitui pois, o centro de determinações do Direito.

Na acepção jurídica pessoa é o ser natural(individual) ou


Jurídica(colectivo), dotado de direito e deveres.
Pessoa Natural
A palavra pessoa que hoje identifica o portador de direitos e obrigações, provém do
vocábulo persona, que origem na antiguidade clássica.

O estudo das pessoas é de grande relevância não apenas para Teoria Geral do Direito
já que estrapola o interesse restrito do Código Civil, do próprio Direito Privado e
repercute nas mais diversas relações jurídicas, razão pela qual apresenta um
significado universal ao Direito.

 PESSOA NATURAL:
É o ser humano, considerado como sujeito de direito e deveres, dentro da
ordem jurídica, e não na sua constituição física, simplesmente. É o ser
humano, com capacidade de agir, de adquirir, de exercerem direitos e de
contrair obrigações.
•É assim, dentro deste conceito que se deve entender o ser humano, pessoa
natural, na concepção jurídica.
PERSONALIDADE
 A personalidade, conforme exposto pela doutrina tradicional, traduz-se na
capacidade genérica para ser titular de direitos e deveres, sendo adquirida com o
nascimento com vida, a partir do que se depreende do artigo 66º, número 1 do
Código Civil Angolano.

 De forma clara, na configuração da personalidade do indivíduo não há que se


tecerem considerações acerca de elementos próprios de sua capacidade psíquica,
tais como o tirocínio, a maturidade, a livre e consciente capacidade de manifestar
sua vontade e de comportar-se de forma condizente com essa ma­nifestação.

 A personalidade, de forma peremptória, pressupõe apenas o nascimento com vida.

 Como destaca Caio Mário, a personalidade não depende de consciência ou vontade


do indivíduo, pois “a criança, mesmo recém-nascida, o louco, o porta­dor de
enfermidade que desliga o indivíduo do ambiente físico ou moral, não obstante a
ausência de conhecimento da realidade, ou a falta de reação psíquica, é uma pessoa,
e por isso mesmo dotado de personalidade, atributo inseparável.
Capacidade
Consiste na aptidão reconhecida à pessoa
natural para exercitar os seus direitos e deveres.

*Enquanto a personalidade se estende a todas


as pessoas incondicionalmente e se refere a
fruição de direitos e deveres, a capacidade esta
esta condicionada a requisitos que a legislação
apresenta e se refere a possibilidade de a
pessoa praticar os actos da vida civil.
Actos mais importantes da vida da Pessoa
Natural
 Registro
• Os nascimentos, casamentos e óbitos
• Emancipação
• Interdição
• Sentença declaratória da ausência e de morte presumida
Estes actos devem ser inscritos no registo público com a finalidade de pro mover a
organização social fornecendo as informações necessárias mediante o
fornecimento de certidões expedidas pelos notários.
 Devem ainda conter Nome ( Prenome e o nome patronímico), ver artigo 72º do
Código Civil Angolano.

 Domicílio Lugar onde reside com ânimo definitivo.


Outros tipos de domicilio(voluntário, profissional, electivo, de menores e interditos,
mulher casada, empregados públicos e agentes diplomáticos nos artigos 82 º a
88º do Código Civil Angolano.
INCAPACIDADE

• Art.122 º ( Menores )Código Civil Angolano – São menores as pessoas de um ou


outro sexo enquanto não perfizerem 18 anos de idade*.

• Art.123 º ( Incapacidade de Menores )Código Civil Angolano – Salvo disposição


em contrário, os menores carecem de capacidade para o exercício de direitos.

• Art.124 º ( Suprimento de Incapacidade de Menores )Código Civil Angolano – A


incapacidade dos menores é suprida pelo poder paternal e, subsidiariamente,
pela tutela conforme se dispõe nos lugares respectivos.

• * A regra anterior era 21 anos, foi revogada pelo artigo 3º da Lei nº 68/76 de 5 de
outubro .
Emancipação
É a aquisição da plenitude da capacidade antes dos 18 anos, habilitando-o
para todos os actos da vida civil.
A emancipação, por concessão dos pais ou por sentença judicial, só
produzirá efeito após sua inscrição no Registro Civil.

A luz do Código Civil Angolano em seu artigo 132º, são factos constitutivos de
emancipação:
 Do casamento do menor
De concessão do pai, ou da mãe quando exerça o poder paternal
Da concessão do conselho de família, na falta dos pais, ou estando eles
inibidos do poder paternal
Da decisão do tribunal de menres
Comoriência

Quando ocorre a comoriência, ou seja, quando


mais de uma pessoa são encontradas sem vida e
for relevante apurar a ordem dos óbitos,
considera-se que todos morreram ao mesmo
tempo, conforme inteligência do artigo artigo
68º, número 2 do código civil angolano.
Ausência
• A ausência se dá quando o juiz a declara, após
ficar provado, em processo especial, que uma
pessoa desapareceu de seu domicílio e dela
não se tem notícia, decorrido determinado
lapso de tempo, conforme ensina o artigo 68º,
número 3, sem o prejuízo dos artigos 89 a
113º do código civil angolano.
EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE:

• Essa mesma personalidade, que é adquirida com o nascimento com vida,


termina com o advento da morte , conforme determina o artigo 68º,
número 1 do Código Civil Angolano.
• Estende-se, então, durante todo o período de vida do indivíduo o direito
da pernalidade, somente com a morte, a aptidão para adquirir direitos
que se iniciou com o nascimento irá se expirar, transferindo-se seu
patrimônio aos herdeiros, consoante determina o artigo 71º, número 1
do Código Civil Angolano..

– EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE:

A luz do Código Civil Angolano


(II) Morte real (artigo 71º, número 1);
(II) Morte simultânea ou comoriência (artigo 68º, número 2);
(III) Morte presumida (artigo 68º, número 3 e artigos 114 a 121º);
DIREITOS DA PERSONALIDADE
São direitos subjetivos da pessoa de defender o que lhe é próprio, ou seja, a sua
integridade física (vida, corpo), intelectual e moral.
Características = Os direitos da personalidade são inalienáveis, irrenunciáveis,
imprescritíveis, absolutos (oponíveis “erga omnes”) impenhoráveis e vitalícios.
O Código Civil Angolano disciplina em vários dos seus artigos a exemplos:
(a) Ofensa a pessoas falecidas (artigos 71 a 78º);
(b) O direito a imagem (artigos 79º);
(c) O direito à reserva sobre a intimidade da vida privada (artigo 80º);
(c) o direito ao nome e ao pseudônimo (artigos 16 a 19);
(d) a proteção à palavra e à imagem (artigo 20); (e) a proteção à intimidade
(artigo 21).

A constituição da República de Angola sobre o mesmo tema legisla em seus


artigos 30º a 36.
PESSOA JURÍDICA
É a entidade constituída de pessoas físicas e que possui
personalidade própria, distinta da de seus membros, capaz
de adquirir direitos e contrair obrigações.

A lei exige, também, para seu reconhecimento, o


preenchimento da formalidade de registro de sua
constituição, bem como dos atos posteriores de alteração e
extinção. Rege-se por um contrato constitutivo, celebrado
entre os seus componentes, podendo existir, ainda, um
regulamento interno, denominado estatuto. Tudo isso, no
que se refere às pessoas jurídicas de direito privado.
Classificação das Pessoas Jurídicas

• Direito Público

• Direito Privado
Direitos da Personalidade
• Assim como ocorre com as pessoas naturais, as
pessoas jurídicas também tem direitos da
personalidade.

• Início : Com o seu devido reconhecimento, no


ato do seu registo.

• Término: Com a sua extinção, nas hipóteses em


que são cabíveis.
Sede, Capacidade,Representação e
Responsabilidades
A sede da pessoa colectiva é a que o respectivo estatuto fixar, ou na falta de
designação o lugar em que funciona normalmente a administração principal, conforme
se infere no artigo 159º do Código Civil Angolano.

 A capacidade das pessoas colectivas abrange direitos e obrigações necessários a


prossecução dos seus fins, conforme o artigo 160º do Código Civil Angolano.

A designação dos orgãos, bem como a representação da pessoa jurídica em juízo e


fora dela cabe a quem for designado em seus estatutos, conforme ensinam os artigos
162 e 163º doCódigo Civil Angolano.

A responsabilidade civil por actos e omissões dos seus representantes, agentes,


mandatários respondem pelos actos dos seus comissários, conforme dita o artigo 165º
conforme se infere no artigo 159º do Código Civil Angolano.
Casos
Caso 1: Após sofrer um grave acidente, Maria é levada às pressas para o setor de emergência do
Hospital Souza Aguiar. Ao dar entrada no hospital, o médio plantonista de imediato diagnostica a
necessidade de se realizar uma transfusão de sangue sob pena de a paciente perder a vida.
Ao dar início aos procedimentos para a transfusão, o médico é subitamente interrompido por um
tio de Maria, que acabava de chegar ao hospital. Segundo tio, Maria é uma pessoa muito religiosa
e integra o grupo de Testemunhas de Jeová. A transfusão de sangue, para os integrantes dessa
crença, seria um ato im­puro, motivo pelo qual o tio de Maria implorou ao médico para que a
transfusão não fosse efetuada.
Após ouvir brevemente as explicações do tio de Maria, o médico plantonista resolveu realizar a
transfusão de qualquer modo, uma vez que, segundo expôs o mesmo, o seu ofício era salvar
vidas, e não zelar pela religiosidade alheia.
Dois meses depois, e já estando em casa se recuperando do acidente, Maria é instruída por seus
amigos a ingressar com uma ação de danos morais contra o médico do hospital. Maria alegaria
em seu pleito que a sua religiosidade foi afrontada pelo ato do médico e que esse ato violou a sua
autonomia privada, sendo lícito a pessoa recusar-se a se submeter a procedimento médico, salvo
em caso de ordem pública. Como no caso em tela apenas a vida de Maria estava em jogo, ela
poderia muito bem ter optado por manter os seus preceitos religiosos até o fim.
Se você fosse o juiz da ação por danos morais ingressada por Maria, julgaria procedente o seu
pleito? E se o médico optasse por atender aos clamores do tio e Maria viesse a falecer? Você
julgaria procedente uma eventual ação indenizatória contra o médico ou o hospital movida pela
mãe de Maria?
Análise de Casos
1.Caso 1

Um tema muito controvertido e que suscita interpretações das


mais variadas é a da possibilidade de recusa de um determinado
indivíduo em receber sangue alheio, fato esse que pode se
processar tanto por motivo de convicção filosófica como religiosa.
Conforme demonstram os casos julgados sobre o assunto, compete
muitas vezes ao médico manifestar seu entendimento no sentido da
dispensabilidade ou não da transfusão sangüínea.
No entanto, esse juízo de necessidade em relação ao tratamento
deve se pautar unicamente pelos critérios atinentes à ciência
médica, despindo-se o profissional de convicções de outra natureza.
Bibliografia
JUSTO, A. Santos. Introdução ao Estudo do
Direito, 3Ed. Coimbra, 2006.
NADER, Paulo. Introdução ao Direito. 24
Ed.Rio de Janeiro: Forense, 2001.
Código Civil Angolano
Constituição da República de Angola

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