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CAMPUS DE CURITIBA
E DE MATERIAIS - PPGEM
DESENVOLVIMENTO DE FATORES DE
CARACTERIZAÇÃO PARA TOXICIDADE HUMANA
EM AVALIAÇÃO DO IMPACTO DO CICLO DE VIDA
NO BRASIL
CURITIBA
FEVEREIRO – 2008
LEANDRO ANDRADE PEGORARO
DESENVOLVIMENTO DE FATORES DE
CARACTERIZAÇÃO PARA TOXICIDADE HUMANA
EM AVALIAÇÃO DO IMPACTO DO CICLO DE VIDA
NO BRASIL
CURITIBA
FEVEREIRO – 2008
TERMO DE APROVAÇÃO
DESENVOLVIMENTO DE FATORES DE
CARACTERIZAÇÃO PARA TOXICIDADE HUMANA
EM AVALIAÇÃO DO IMPACTO DO CICLO DE VIDA
NO BRASIL
_________________________________
Prof. Neri Volpato, Ph.D.
Coordenador de Curso
Banca Examinadora
______________________________ ______________________________
Prof. Cássia Maria Lie Ugaya, Drª. Prof. Sebastião Roberto Soares, Dr.
(UTFPR) (UFSC)
______________________________ ______________________________
Prof. Júlio César R. Azevedo, Dr. Prof. Milton Borsato, Dr. Eng.
(UTFPR) (UTFPR)
CDD: 333.7072
iv
AGRADECIMENTOS
A minha orientadora Professora Cássia Maria Lie Ugaya por toda paciência,
dedicação, exemplo e pela confiança no meu trabalho.
Aos amigos Natalício Ferreira Leite do TECPAR e Professora Lívia Mari Assis
da UTFPR por toda ajuda prestada.
Aos amigos Liliane, Ivandro, Cid, Rúbia, Salgado, Carla, Yara e Roso do
Laboratório de Metrologia e Qualidade da UTFPR pelos ótimos momentos de
convivência.
A toda Família Pegoraro em especial aos meus pais: Angelo e Dirce, meus
irmãos: Gustavo, Adriana, Ana Paula e Thiago, aos pequenos: Gabriel, Paola e
Tales, à Tia Aleni, Tio Vitto, Tia Keka, às primas: Fabíola, Flávia, Fernanda e
Fabiana, pela ótima estrutura familiar, preocupação, torcida e apoio incondicional
que sempre me deram.
A todos os meus demais amigos e amigas, os quais eu não listarei para não
correr o risco de esquecer de ninguém.
ABSTRACT
The Life Cycle Assessment (LCA) is a tool used to evaluate the environmental
performance of a given product, process or economic activity, since it considers
various environmental aspects from the extraction of natural resources to return the
same to the environment. The stage for the Life Cycle Impact Assessment (LCIA) in
the LCA is one of the most important for the interpretation of the results of the LCA. It
is done through the use of evaluation methods (or characterization), which consider
environmental impacts and global or relating to specific regions, like in Europe, USA
and Japan. Therefore, these models do not necessarily reflect the situation in Brazil.
In this context, the objective of this study was to develop a method for the calculation
of factors to be used in characterization LCIA held in Brazil. This proposed model
included the category of Human Toxicity impact, which takes into account the
potential carcinogenic and non-carcinogenic chemicals related to the entire life cycle
of a product, process, or activity. The model developed included the determination of
characterization factors, calculated based on the Swiss model IMPACT 2002, which
was adopted as methodological reference in this work. In the calculation of the
characterization factors were described: a way to calculate the environmental fate of
pollutants in environmental compartments soil, air, water and vegetation; the intake
fractions; the exposure route (production and consumption of food) and dose-effect.
To check the validity of the model were obtained from the characterization factors for
carcinogenic and non-carcinogenic for a situation in a fictitious, however, using data
closer to reality Brazilian possible. This model showed the feasibility of developing
the characterization factors for other substances to Brazil, however, demanding a
large amount of data to be collected.
Keywords: Impact Assessment, Life Cycle, Human Toxicity
ix
SUMÁRIO
RESUMO.......................................................................................................................... vii
ABSTRACT...................................................................................................................... viii
LISTA DE FIGURAS........................................................................................................ xi
LISTA DE TABELAS........................................................................................................ xii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS........................................................................... xiv
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 1
1.1 Justificativa......................................................................................................... 5
1.2 Objetivo Geral..................................................................................................... 11
Objetivos específicos.......................................................................................... 11
1.3 Estrutura da Dissertação.................................................................................... 11
3 METODOLOGIA............................................................................................................ 35
3.1 Pesquisa da produção agrícola e de criação, abate de animais, consumo e
comercialização de alimentos e no Brasil........................................................... 37
3.2 Modelagem do destino ambiental no contexto Brasileiro................................... 37
x
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES................................................................................ 59
4.1 Resultado da pesquisa da produção agrícola, criação e abate de animais,
consumo e comercialização de alimentos no Brasil............................................ 59
4.2 Modelagem do destino ambiental utilizando o conceito de fugacidade nível I... 64
4.3 Exposição Humana............................................................................................. 68
4.4 Cálculo dos Fatores de Caracterização.............................................................. 73
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES...................................................................... 77
REFERÊNCIAS................................................................................................................ 79
xi
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 – Classificação de acordo com os pontos fortes e fracos dos métodos de
avaliação de impacto conforme 9 critérios escolhidos de forma geral e
ordenados de modo que o modelo sugerido mostre as inter-relações
entre os critérios avaliados........................................................................... 18
Tabela 2.2 - Exemplos de categorias de impacto em alguns métodos de AICV........... 21
Tabela 2.3 - Características de alguns métodos para a AICV....................................... 22
Tabela 2.4 - Caminhos ou rotas de exposição a poluentes que os seres humanos
estão sujeitos................................................................................................ 31
iF - Fração de ingresso
LOAEL - Low Observed Adverse Effect Levels (Baixo nível de efeito adverso
observado)
LUCAS - LCIA method Used for a Canadian-Specific Context
MCTs - Maximum Tolerable Concentrations (Concentração máxima tolerável)
NOAEL - No Observed Adverse Effect Levels (Nível de efeito adverso não
observado)
NOECs - No Observed Effect Concentration (Nenhuma concentração de efeito
xvi
observada)
OECD - Organization for Economic Co-operation and Development
OMNIITOX - Operational Models aNd Information tools for Industrial applications of
eco/TOXicological impact assessments (Modelos operacionais e
ferramentas de Informação para aplicações Industriais de avaliações de
impactos eco/toxicológicos)
PDF - Potentially Disappeared Fraction of Species (Fração de Espécie
Potencialmente Desaparecida)
PNECs - Predicted No-Effect Concentrations (Nenhum efeito de concentração
prognosticado)
PRn - Quantidade do meio (n) tirada do ambiente (kgn ano-1)
Q - Quantidade (mol)
R - Constante dos gases (8,314 Pa m3 mol-1 K-1)
Semissão, - Taxa de emissão do poluente no ano (kgemitido)
SETAC - Sociedade de Química Ambiental e Toxicológica
T - Temperatura ambiente (°C)
TD50 - Dose Tóxica 50%
TRACI - Tool for the Reduction and Assessment of chemical and Other
Environmental Impacts
TRI - Toxic Release Inventory (Inventário de Emissões Tóxicas dos Estados
Unidos)
UNEP - United Nations Environment Programme
V - Volume (m3)
voc - Conteúdo volumétrico de carbono orgânico do solo
YLL - Years of Life Lost (Anos de vida perdidos devido a morte prematura)
Z - Capacidade de fugacidade (mol m-3 Pa-1)
ZC - Capacidade de fugacidade do caule (mol m-3 Pa-1)
ZF - Capacidade de fugacidade da folha (mol m-3 Pa-1)
ZR - Capacidade de fugacidade da raiz (mol m-3 Pa-1)
Capítulo 1 Introdução
1
1 INTRODUÇÃO
1
Projeto para o Meio Ambiente ou Design for Environment (DfE) é uma ferramenta da Ecologia
Industrial e deve examinar todo o ciclo de vida do produto para propor alterações no projeto de forma
a minimizar o impacto ambiental do produto desde sua fabricação até seu descarte (FRANCISCO Jr.,
GIANNETI & ALMEIDA, 2006).
2
Sistema de produto é definido como o conjunto de unidades de processo, conectadas material e
energeticamente, que realiza uma ou mais funções definidas (ABNT, 2001).
Capítulo 1 Introdução
2
Definição
de Objetivo
e Escopo Aplicações diretas:
- Desenvolvimento e melhoria
do produto
Análise de - Planejamento estratégico
Interpretação
Inventário - Elaboração de políticas
(ICV) públicas
- Marketing
- Outras
Avaliação do
Impacto
(AICV)
3
United Nations Environment Programme (UNEP), World Health Organization (WHO), Organization
for Economic Co-operation and Development (OECD), European Union (EU), Environmental
Protection Agency – United States (EPA)
Capítulo 1 Introdução
5
caracterizadas pela sua massa emitida dividida pelo critério de efeito. Os critérios de
efeito são tipicamente resultados diretos ou derivados de testes de toxicidade para
ecotoxicidade ou toxicidade humana a exemplo de (LC50) – Lethal Concentration
(Concentração Letal) na qual morre 50% da população de organismo alvo, (ADI) –
Acceptable Daily Intakes (Ingresso Diário Aceitável).
Esses métodos são então baseados em volumes críticos, portanto mais
simplificados, pois não levam em conta o destino ambiental e a exposição, e
assumem que esses são equivalentes para todas as substâncias tóxicas.
Diante das duas propostas de métodos de avaliação de impacto, ou seja,
considerar ou não o destino ambiental e a exposição, o método desenvolvido e
proposto neste trabalho, contemplou então o destino ambiental e a exposição, bem
como o efeito na saúde humana das substâncias químicas avaliadas.
A decisão em contemplar o destino ambiental e a exposição, bem como o efeito
das substâncias tóxicas na saúde humana no desenvolvimento de fatores de
caracterização nacionais para o Brasil, também foi fundamentada sob o aspecto da
sofisticação em AICV, uma vez que, os métodos baseados em volumes críticos,
neste contexto, tendem a obsolescência devido a sua relativa simplicidade.
1.1 Justificativa
Objetivos específicos
Este fato é explicado por JOLLIET et al. (2003a), citando o exemplo do tema de
acidificação, o qual foi desenvolvido em 1960, quando o aumento da combustão de
gases induziu substancialmente a mudanças na acidez de corpos d’ água e solo.
Nessa mesma linha de raciocínio, os mesmos autores citaram também o exemplo
das questões relacionadas à diminuição da camada de ozônio estratosférico, as
quais foram desenvolvidas em 1970 quando essa diminuição foi detectada e
explicada. Diante destes dois fatos, logo em seguida, ocorreram diversos debates
públicos do problema (JOLLIET et al., 2003a). Nesse contexto, de acordo com
JOLLIET et al. (2003a), as categorias de ponto médio podem parecer menos
significantes se o problema correspondente é solucionado ou se há uma mudança
no interesse público.
A categoria de ponto médio possui seu indicador de ponto médio
correspondente, que é a representação quantificada desta categoria. O indicador
pode representar o estado da qualidade de um objeto ou um importante processo na
natureza, mas isso pode também ser limitado a um índice que é útil para a
determinação sucessiva de um estado de qualidade. Os indicadores de ponto médio
atualmente utilizados são de dois diferentes tipos (JOLLIET et al., 2003a):
Tipo1: São baseados em processos comuns de impacto e empacotam os fluxos
de substâncias ou mudanças físicas dos resultados do ICV até um certo ponto
intermediário, donde a ligação às varias categorias de danos é em princípio possível
(exemplos deste tipo são os indicadores de ponto médio para a diminuição da
camada de ozônio e para a mudança climática).
Tipo 2: Agregam os fluxos de substâncias ou mudanças físicas a partir dos
resultados do ICV com processos de impactos não-similares, mas os quais
endereçam explicitamente uma categoria de dano (um exemplo para o Tipo 2 é o
indicador para toxicidade humana, o qual agrega diferentes fluxos de substâncias
que são conhecidas como causadoras de doenças e mortes prematuras de
humanos: o destino, exposição e efeito destes fluxos de substâncias podem ser
tratados similarmente, mas os processos ambientais e tipos de doenças geralmente
diferem de uma substância química para outra). Ou seja, dentre as várias
substâncias identificadas, apenas algumas podem apresentar capacidade de gerar
câncer e as demais podem ser responsáveis por outros tipos de doenças.
Capítulo 2 Métodos de Caracterização para a Fase de Avaliação do Impacto do Ciclo de Vida (AICV) 16
método estudado, de acordo com os critérios avaliados. A inclusão dos critérios foi
definida com base nos dados disponíveis nas literaturas pesquisadas, bem como
critérios que os autores julgaram de importância e coerentes com o estudo.
Tabela 2.1 – Classificação de acordo com os pontos fortes e fracos dos métodos de avaliação de impacto
conforme 9 critérios escolhidos de forma geral e ordenados de modo que o modelo sugerido mostre as inter-
relações entre os critérios avaliados
Métodos Avaliados
Eco-Indicator 99
characterisation
IMPACT 2002
Critério
USES-LCA
Ecosense
Ecopoints
GLOBOX
Fh-IUCT
CalTOX
EDIP-
EPS
Esforço de dados: significa o esforço necessário para 2 3 4 5 6 7 9 8 10
reunir todos os dados para prosseguir com o modelo
1
(demanda e disponibilidade dos dados).
(Handbook-LCA)
Ecoindicator 99
IMPACT 2002+
TRACI (2002)
LIME (2003)
EPS (2000)
CML 2001
EDIP 97
LUCAS
(2001)
Área de
Categoria de Impacto
proteção
Extração de minerais
Extração ou uso de combustíveis fósseis ou
não renováveis
Uso da água
Resíduos Resíduos
Calor Liberação de calor
Cultura Mudanças em valores de recreação cultural
Acidentes Acidentes
NOTA: NOx – Óxidos de nitrogênio e VOCs – Compostos orgânicos voláteis. (1) No Eco-indicator 99
consideram-se efeitos causados por emissões ecotóxicas no ar, água e solos industrial e agrícola. (2) No
IMPACT 2002+ a categoria de impacto ecotoxicidade é somente dividida em aquática e terrestre. (3) No LIME
os impactos do uso do solo são divididos em competição do uso; perda de função de suporte a vida; e, perda de
biodiversidade. (4) No método LUCAS (TOFFOLETTO et al., 2007) são consideradas duas categorias de
impacto relacionadas à eutrofização (Terrestre e Aquática). (5) O EDIP 97 diferencia entre toxicidade humana
decorrente de poluentes atmosféricos, na água e no solo.
Fonte: Complementado de PEGORARO et al., (2007).
Capítulo 2 Métodos de Caracterização para a Fase de Avaliação do Impacto do Ciclo de Vida (AICV) 22
1 2 3 4 5 6
EPS – Eco-indicator 99 CML 2001 TRACI - Tool for the LUCAS – A new LIME – Life-cycle
(Environmental (Handbook on Life Reduction and LCIA method Used Impact assessment
Priority Strategies in Cycle Assessment) Assessment of chemical for a Canadian- Method based on
product design) - and Other Environmental Specific Context Endpoint Modeling
Versão 2000 Impacts
EPS - Versão 2000 (GOEDKOOP e (GUINÉE et al., 2001) EPA (2002) (versão 1.0 – (TOFFOLETTO, et (ITSUBO & INABA,
Ref.
A systematic approach The Eco-indicator Handbook on Life Tool for the Reduction and LUCAS – A new A New LCIA Method:
to environmental 99 A damage Cycle Assessment – Assessment of chemical LCIA method Used LIME has been
priority strategies in oriented method Operational Guide to and Other Environmental for a Canadian- Completed.
product development for Life Cycle the ISO Standards. Impacts (TRACI): User´s Specific. The
Estudo(s)
for Environmental Renilde (editor final) / Centre of Hoagland, Patrick Hofstetter Cécile Bulle, Julie Atsushi Inaba/
Assessment of Spriensma / Pré Environmental Science e David Pennington, (EPA) Godin, Catherine National Institute of
Products and Material Consultants B. V. (CML) da Universidade Environmental Protection Reid, e Louise Advanced Industrial
Systems (CPM) e Amersfoort, de Leiden, Holanda, Agency (Agência de Deschênes./CIRAIG Sciense and
Chalmers University of Holanda (Países em cooperação com Proteção Ambiental dos Interuniversity Technology (AIST)
Technology, Technical Baixos) inúmeros institutos na Estados Unidos). Reference Center Onagawa Tsukuba
Environmental área de avaliação do for the Life Cycle Ibaraki, Japan.
Planning. ciclo de vida. Assessment. École
Polytechnique de
Montreal, Canadá.
Este método foi Visa atender Tem como princípio É uma ferramenta que pode Os modelos de É um método
desenvolvido para principalmente as geral, prover um “livro ser usada para facilitar a caracterização de japonês de avaliação
encontrar os questões de receitas” com comparação ambiental de ponto médio foram do impacto do ciclo
requerimentos do relacionadas à diretrizes para produtos e processos baseados em 3 de vida, idealizado
cotidiano de um fase de conduzir passo a alternativos com o propósito métodos recentes para quantificar os
processo de “ponderação” (ou passo um estudo de de tomada de decisão aplicáveis a AICV - impactos ambientais
desenvolvimento de atribuição de ACV, como justificado ambiental interna. Foi Avaliação do induzidos pela
produto, no qual o peso) da ACV. pelos padrões da ISO planejado para auxiliar as Impacto do ciclo de ocorrência da carga
interesse ambiental é Sua principal para ACV. companhias, Vida (EDIP2003; ambiental no Japão.
Princípio
1 2 3 4 5 6
EPS – Eco-indicator 99 CML 2001 TRACI - Tool for the LUCAS – A new LIME – Life-cycle
(Environmental (Handbook on Life Reduction and LCIA method Used Impact assessment
Priority Strategies in Cycle Assessment Assessment of chemical for a Canadian- Method based on
product design) - and Other Environmental Specific Context Endpoint Modeling
Versão 2000 Impacts
De acordo com o Devido ao grande Dá diretriz para dois O guia do usuário apresenta É fortemente É um método
estudo de (KONING et número de níveis de sofisticação informações úteis para baseado nos declaradamente com
al., 2002), o EPS tem categorias de em ACV: um nível auxílio no uso, e alerta resultados muita exatidão e
um bom modelo de impacto, o que simplificado e outro sobre as Limitações preliminares a partir com alto grau de
incerteza porque faz ocasiona uma detalhado. O nível associadas com as das recomendações transparência.
uso de muitos dados grande simplificado pode ser informações relativas à da SETAC.
empíricos sobre os quantidade de utilizado para fazer um metodologia do TRACI. A metodologia
impactos ambientais variáveis estudo de ACV rápido Apesar da não
Vantagens
apresenta um
de emissões de abstratas para e barato, se disponibilidade da análise atrativo e útil
substâncias. executar a etapa comparado com o de incerteza e variabilidade conjunto de fatores
de ponderação, o nível detalhado. O nesta versão do TRACI, os de caracterização
método propõe nível detalhado usuários são direcionados dependentes
não se ponderar concorda para a literatura específica localmente para 15
categorias de completamente com os para conduzirem as ecozonas terrestres
impacto, e sim os padrões da ISO. análises de incerteza e canadenses.
diferentes tipos variabilidade.
de danos Tem aplicação
causados por específica para o
estas categorias. Canadá.
No método EPS, A falta de Quando utilizado o EPA (2002) apontou várias Necessita estender O relatório que
ecossistema ou saúde categorias de nível simplificado para limitações tais como: a especificidade de explica o novo
ecológica, não são um impacto em o estudo de ACV, as - As categorias de impacto alguns fatores método em detalhes
objeto de proteção relação à diretrizes consideradas não são amplas, mas têm usados na foi escrito somente
(área de proteção), de qualidade do nesse nível, não sido selecionadas para modelagem da no idioma japonês,
tal forma que ecossistema, concordam representar muitos dos eutrofização. porém há um plano
produção do assim como completamente com os assuntos ambientais para a tradução para
ecossistema e mudança padrões da ISO. reconhecidos da atualidade. o inglês.
biodiversidade são os climática, São doze as categorias de
pontos finais das eutrofização/ impacto que são atualmente
categorias de impacto. acidificação modeladas.
Apresentando deste aquática e
modo uma visão aumento da - Não fornece estimativas
Limitações
VI × W
HC =
ar
Eq. 2.1
Ar
V × ADI
ar
VI ×W
HC =
água
Eq. 2.2
Água
V × ADI
água
Capítulo 2 Métodos de Caracterização para a Fase de Avaliação do Impacto do Ciclo de Vida (AICV) 26
M ×W × N Eq. 2.3
HC =
Solo
V × Cvalor
solo
Com:
HCAr, Água ,Solo Fator de caracterização para impactos toxicológicos humanos resultando a
partir de emissões para o ar, água e solo, respectivamente (kg massa do
corpo.kg-1 substância).
VIar, Inalação diária de ar por pessoa (20 m3 ar.dia-1.pessoa-1).
Var Volume de ar no mundo (3.1018 m3 ar).
VIágua Ingestão diária de água por pessoa (2 L água.dia-1.pessoa-1).
Vágua Volume de água no mundo (3,5.1018 L água).
Vsolo Volume de solo no mundo (2,7.1016 kg solo seco).
W População mundial da época (5.109 pessoas).
M kg massa do corpo.população
Cvalor É um molde padrão holandês para solo (kg substância.kg-1 solo).
N Fator de incerteza para o ADI.
ADI Ingresso Diário Aceitável da substância (kg substância.dia-1.kg-1massa do
corpo).
ADI é o Ingresso Diário Aceitável: para substâncias com um valor limiar (isto é,
uma concentração ambiental ou valor de ingresso abaixo do qual efeitos nocivos não
são observados em humanos, plantas ou animais) o ADI é o ingresso diário que
pode ser mantido a longo prazo sem efeitos adversos (VROM, 1989 citado por
GUINÉE et al. 2001).
Para substâncias sem tal limiar, ele é o ingresso diário resultante em um risco
de 1 caso extra de câncer por 1000 exposições de longo prazo (VROM, 1989 citado
por GUINÉE et al. 2001).
Os indicadores de resultado para estes meios podem ser somados sem
atribuição de peso para prover um único indicador de resultado médio-independente
para toxicidade humana, conforme a Equação 2.4.
Capítulo 2 Métodos de Caracterização para a Fase de Avaliação do Impacto do Ciclo de Vida (AICV) 27
Com:
HCAr,i Fator de caracterização para impactos toxicológicos humanos resultando a partir
de emissões da substância (i) para o ar (kg massa do corpo.kg-1 substância).
HCÁgua,i Fator de caracterização para impactos toxicológicos humanos resultando a partir
de emissões da substância (i) para a água (kg massa do corpo.kg-1 substância).
HCSolo, i Fator de caracterização para impactos toxicológicos humanos resultando a partir
de emissões da substância (i) para o solo (kg massa do corpo. kg-1 substância).
mx,i São as emissões da substância (i) para o ar, água e solo.
HTP i ,ecomp
= ∑ ∑ F
fcomp r
i ,ecomp , fcomp
× T i , fcomp ,r × I r × E i ,r Eq. 2.5
Com:
HTP i,ecomp Potencial de Toxicidade Humana, o fator de caracterização para
toxicidade humana da substância (i) emitida ao compartimento de
Capítulo 2 Métodos de Caracterização para a Fase de Avaliação do Impacto do Ciclo de Vida (AICV) 28
∑ ∑ F i ,ecomp , fcomp
× T i , fcomp ,r × I r × E i ,r
HTPi,ecomp =
fcomp r
Eq. 2.6
∑ ∑ F
fcomp r
refi ,ecomp , fcomp
× T refi , fcomp,r × I r × E refi,r
de Emissões Tóxicas dos Estados Unidos) (EPA, 2000) e para qual eles tinham os
dados de propriedades químicas, que compreendem os fatores de partição e taxas
de degradação. Esse conjunto de valores de iF calculado, fornece um recurso para
fazer escolhas ou comparações entre poluentes (BENNETT et al., 2002b).
Para o cálculo das iF, BENNETT et al. (2002b), usaram o modelo multimeios
CalTOX (CalTOX, 2001), que é um modelo baseado em fugacidade multimeios, o
qual inclui ar, três camadas de solo, vegetação, água superficial e sedimento. Os
mesmos autores citaram que alguns parâmetros chaves neste modelo são o uso de
uma fonte de volume uniforme no meio ou compartimento de lançamento, um único
compartimento atmosférico, parâmetros de paisagem uniforme, e densidade
uniforme da população.
No contexto da definição da (iF), tem-se também o que se chama de fração de
ingresso individual (iFi) que é definida como aquele componente de fração de
ingresso associado com o ingresso por um indivíduo específico. Assim, a fração de
ingresso pode ser representada como as frações de ingresso individuais somadas
em cima de todos os membros de uma população potencialmente exposta, incluindo
atuais e futuras gerações (BENNETT et al., 2002b).
Quando são usados modelos multimeios, deve-se considerar o ingresso
através de todas as rotas ou caminhos de exposição, especificando estas rotas, bem
como o meio ou compartimento ambiental para qual o poluente é lançado
(BENNETT et al., 2002b).
Na Tabela 2.4 são apresentados as principais rotas de exposição a que o ser
humano esta sujeito no meio ambiente.
Na Figura 2.2 as rotas de exposição podem ser melhor compreendidas.
Tabela 2.4 - Caminhos ou rotas de exposição a poluentes que os seres humanos estão sujeitos
Ingestão Consumo de água, ingestão acidental de solo, ingestão de frutas, vegetais, grãos, e
produtos animais, tais como carne (bovina, suína, de aves), ovos, leite e peixe.
Exposição Inclui o contato com água contaminada durante o banho e recreação, bem como o
dérmica contato com pó e solo residencial.
2.6 Efeito
3 METODOLOGIA
MODELAGEM DO DESTINO
AMBIENTAL DOS POLUENTES
Fugacidade
nível 1
CÁLCULO DA
EXPOSIÇÃO HUMANA
CÁLCULO DA
FRAÇÃO DE INGRESSO (iF)
FATORES DE
CARACTERIZAÇÃO
HTP HDF
(ponto médio) (dano)
(kgeq.hexaclorobenzeno kgi-1) (DALY kgemitido-1)
Figura 3.1 - Etapas da metodologia para o cálculo dos fatores de caracterização com base no
método IMPACT 2002
Capítulo 3 Metodologia 37
C =Z ⋅ f Eq. 3.1
Z A
= 1 R ⋅ ( 273 + T ) Eq. 3.2
Z W
=1 H Eq. 3.3
Onde, voc é o conteúdo volumétrico de carbono orgânico do solo e ρsolo (kg m-3)
é a densidade do solo (MACKAY et al., 1992). Os valores 0,2, 0,3 e 0,5 na
expressão de Zs correspondem, respectivamente, ao conteúdo volumétrico de ar,
água e matéria sólida de um solo hipotético (PARAÍBA & SAITO, 2005).
De acordo com CalTOX (1993), as plantas geralmente têm contato com dois
compartimentos ambientais principais, ar e solo. A interação das plantas com esses
compartimentos ainda não é muito bem entendida para que se defina um método
preciso para estimar a captação de poluentes pelas plantas (CalTOX, 1993). A
transitoriedade das substâncias a partir do solo parece ser relativamente o menor
caminho para a acumulação destes compostos nas plantas (FIEDLER et al., 1991
citado por CalTOX, 1993). BACCI & GAGGI (1986) aplicaram a abordagem de
fugacidade na modelagem de destino ambiental de poluentes nas plantas e
encontraram que as concentrações dos poluentes na folhagem das plantas não são
diretamente dependentes da concentração destes compostos no solo, mais sim no
ar (CalTOX, 1993).
Baseado no exposto acima, e seguindo as recomendações de MARGNI (2003)
para realizar a modelagem do destino ambiental na vegetação, foi admitido que o
compartimento planta ou vegetação compreende a produção agrícola brasileira
(principais produtos agrícolas no País), e desta forma as florestas e matas não foram
consideradas no presente estudo.
Na modelagem de destino ambiental de poluentes na vegetação em Avaliação
do Impacto do Ciclo de Vida (AICV), conforme o método IMPACT 2002, a produção
agrícola brasileira foi dividida em dois tipos: exposta e não exposta, conforme prática
adotada em MARGNI (2003).
De acordo com McKONE (1993a) em citação de MARGNI (2003), a produção
exposta compreende a vegetação exposta à deposição atmosférica, similar à
folhagem e frutos no modelo de destino.
Capítulo 3 Metodologia 40
Z P
= (0,1.Z folha )( )
(Pr od .Exposta ) + 0,4.Z raíz + 0,5.Z caule (Pr od .Não − Exposta ) Eq. 3.5
de lipídio de folha, raiz e caule de uma planta hipotética. O valor 0,2 na expressão
de ZF corresponde ao conteúdo volumétrico de ar na folha de uma planta hipotética
(PARAÍBA & SAITO, 2005).
No modelo de fugacidade nível I, supõe-se que as fugacidades são iguais e
constantes em todos os compartimentos, ou seja, (fi = fj = f).
Com as relações entre as propriedades físicas e químicas e os valores de
capacidade de fugacidade (Z) estabelecidos, é possível então demonstrar como
estes valores podem ser usados para calcular a distribuição ambiental das
substâncias químicas avaliadas (MACKAY & PATERSON, 1981).
Se cada compartimento tem um volume definido Vi (m3) e capacidade de
fugacidade Zi (mol Pa-1 m-3), então a concentração Ci (mol m-3) em cada
compartimento é fZi, onde f é a fugacidade predominante de equilíbrio.
A quantidade Q (mol) de cada substância química em cada compartimento é
dada pela Equação 3.9.
Q = C ⋅V = f ⋅Z i ⋅V i
i i i
Eq. 3.9
Q = f ⋅ ∑ Z ⋅V
T i i
Eq. 3.10
f =Q ∑ Z ⋅V
T i i
Eq. 3.11
C i
= f ⋅Z i Eq. 3.12
Capítulo 3 Metodologia 42
Q = C ⋅V
i i i
Eq. 3.13
Z ⋅V Eq. 3.14
P=
i n
i i
⋅100%
∑ Z ⋅V
i =1
i i
Substância química
Parâmetros Unidade
Hexaclorobenzeno Naftaleno
CAS [-] 118-74-1 91-20-3
-1
Massa molecular (g mol ) 284,78 128,18
-3
Solubilidade em água (g m ) 0,0062 31,00
Log (Kow) [-] 5,7300 3,3000
Kow (coeficiente de partição octanol-água) [-] 537031,7900 1995,2600
3 -1
Koc (coeficiente de partição carbono orgânico-água) (m kg ) 221,0 0,82
3 -1
Constante de Henry (H) (Pa m mol ) 172,0 44,60
Fonte: Adaptado de PARAÍBA & SAITO (2005).
Tabela 3.3 - Dimensões do cenário ambiental adotado para o cálculo da fugacidade das substâncias
químicas avaliadas num contexto Brasileiro
Meio
ambiental Valor Unidade Referência
2
Área territorial do Brasil 8,51488E+12 m (IBGE, 2006)
área de água)
Vegetação
-3 (PARAÍBA &
820 Kg m
Exposta Densidade vegetação exposta SAITO, 2005)
1 Eq. 3.18
IRn ,direto = ⋅ PRn ⋅ F
ρn
Onde PRn (kgn ano-1) é a quantidade do meio (n) tirada do ambiente, ρn (kg
mn-3) é a densidade do meio (n) e F (adimensional) é a fração de ingestão daquele
meio, que pode ser eventualmente ingerido.
Seguindo-se as recomendações de MARGNI (2003) o ingresso de poluente via
inalação do ar IRa,direto, foi estimado a partir de um taxa de inalação fixa de 13,3
m3/pessoa-dia, e F foi considerada como sendo 1. A taxa de ingestão de água
tratada, IRw,direto foi calculada com base em uma taxa de ingestão fixa por pessoa de
2 litros, considerando que a população foi suprida por água superficial somente.
Assumindo que a fração da substância química absorvida no material particulado é
inteiramente eliminada no processo de filtração no tratamento da água, F é
dependente da substância química e representa a fração da substância química
dissolvida nesta água que será ingerido. Deste modo IRw,direta se torna também
dependente da substância química pra os caminhos de ingestão de água (MARGNI,
2003). Contudo, adotou-se também para a água um valor de F = 1, idêntico ao do ar.
De acordo com MARGNI (2003) ao se calcular a fração de ingresso, adotando-
se como aqui, uma abordagem baseada na produção, não é necessário saber onde
a vegetação é consumida, porém é essencial conhecer o quanto foi produzido na
região do estudo, e qual foi a fração que foi finalmente consumida. Os dados de
produção de vegetação foram também utilizados nos cálculos do destino ambiental
para que se conhecesse a concentração dos poluentes na vegetação que seria
ingerida por humanos e animais. Assim, foi utilizado o termo taxa de produção anual
Capítulo 3 Metodologia 49
1 Eq. 3.19
IRn ,indireto = ⋅ BAFne ⋅ IRe , onde IRe = PRe ⋅ F
ρn
Onde ρn (kg mn-3) é a densidade do meio (n), BAFne (kgn kge-1) é o fator de
bioconcentração do compartimento (n) para o substrato (e) leite, carne, ovos e peixe,
e PRe (kge ano) suas respectivas taxas de produção. F (adimensional) como
apresentado anteriormente, considera o consumo humano incluindo as exportações,
Capítulo 3 Metodologia 50
Tabela 3.4 - Valores médios de ingestão de alimento, água, solo, inalação de ar e conteúdo de gordura
na carne por espécie animal
Taxa de ingresso individual do animal (IRn')
Conteúdo de
gordura na
de criação
Origem de Origem não
Fibras plantas vegetal Água Solo Ar
3
kgMF/dia kgMF/dia kgMF/dia L/dia kg/dia m /dia
Suínos 0,23 7,70 1,15 0,11 7,00 0,04 60,00
Bovinos de corte 0,25 26,00 0,83 0,05 30,00 0,30 80,00
Aves de corte
(galinhas e frangos) 0,06 0,35 0,02 0,003 0,10 0,001 2,20
Aves de postura
(galinhas) n.a. 0,12 0,14 0,01 0,10 0,002 2,20
Outros animais
(cabras e ovelhas) 0,14 4,60 0,17 0,008 7,00 0,10 60,00
Vaca leiteira n.a. 56,00 3,21 0,21 60,00 0,80 122,00
-3
MF - Fibras em massa fresca; n.a. – não aplicável; ge – adimensional; Densidade do ar = 1,2 kg m .
Fonte: MARGNI (2003).
Na Tabela 3.4 o alimento industrial foi distinguido por dois grupos principais:
materiais de origem vegetal e, apesar das recentes modificações legislativas,
materiais não vegetais, isto é de origem animal e inorgânica, como óleo e farinha de
peixe, gordura animal, carne e ossos, sub-produtos de leite, minerais, aditivos, e
vitaminas (MARGNI, 2003). Seguindo as recomendações do mesmo autor, o qual
citou que conhecendo-se a concentração de contaminantes nos materiais de origem
não vegetal, estes podem ser considerados como um caminho de exposição
adicional que podem ser relevantes para a bioacumulação de substâncias químicas.
Contudo, adicionais estudos sobre a sensibilidade são requeridos para estabelecer a
relevância desses materiais de origem animal sobre uma perspectiva de
transferência de contaminante. Neste contexto, os materiais de origem não vegetal
não foram considerados no cálculo do ingresso de alimentação dos animais. Pois do
Capítulo 3 Metodologia 51
contrário, não seria possível o cálculo dos fatores de bioacumulação, uma vez que
não se conseguiria estimar a concentração dos poluentes nos materiais de origem
não vegetal.
Seguindo as recomendações de MARGNI (2003) foi assumido que para todo o
alimento industrial de origem vegetal, a concentração utilizada foi a estimada para a
produção não exposta, haja vista que a ração é obtida principalmente a partir de
cereais e seus sub-produtos.
Com base em MARGNI (2003) foi assumido que para a alimentação animal
baseada em fibras, a concentração utilizada foi a estimada para a produção exposta,
pois foi associada à concentração nas folhas.
A Tabela 3.5 resume os parâmetros baseados no sistema de produção agrícola
e de animais de criação e demais tipos de substratos ou rotas de exposição
desenvolvidos para o Brasil, para serem utilizados no cálculo do ingresso na
modelagem de exposição humana.
As tabelas com o levantamento completo dos dados referentes à pesquisa que
foi realizada sobre a produção agrícola e agropecuária no Brasil serão apresentadas
no Capítulo 4, conforme já descrito anteriormente.
Capítulo 3 Metodologia 52
Tabela 3.5 - Parâmetros de exposição para o Brasil para aplicação nas Equações de cálculo do ingresso
humano.
Fração*
Taxa de
Quantidade consumida
Taxa de Quantidade Produção
consumida por por humanos
Produção Exportada anual por
Taxa de humanos no Brasil +
pessoa
ingresso direto exportações
do meio
PRn [kgn
-1 -1 -1 -1
PRn [kgn ano ] [kgn ano ] % [kgn ano ] % F [-] ano
-1
pessoa ]
Ar 1,09E+12 na na na na 1,00 5825,40
Água superficial 1,37E+11 na na na na 1,00 730,00
Produção
exposta 4,03E+10 3,76E+10 93,32 2,69E+09 6,68E+00 1,00 214,72
Produção não
exposta 1,45E+11 7,66E+10 52,83 2,50E+10 1,72E+01 0,70 772,71
Fração*
Taxa de
Quantidade consumida
Taxa de Quantidade Produção
consumida por por humanos
Exposição Produção Exportada anual por
humanos no Brasil +
indireta via pessoa
exportações
ingresso de
substrato PRe [kgn
-1 -1 -1 -1
PRe [kgn ano ] [kgn ano ] % [kgn ano ] % F [-] ano
-1
pessoa ]
Peixe de água
doce 3,73E+08 3,73E+08 100,0 0,00E+00 0,00 1,00 1,99
Carne de frango 9,35E+09 6,50E+09 69,56 2,85E+09 30,44 0,70** 49,84
Carne bovina 9,46E+09 7,53E+09 79,66 1,92E+09 20,34 0,70** 50,41
Carne suína 2,71E+09 2,09E+09 77,04 6,22E+08 22,96 0,70** 14,44
Carne de cabras
e ovelhas 1,91E+08 4,66E+07 24,35 1,45E+08 75,65 1,00 1,02
Ovos de
galinhas 1,63E+09 1,60E+09 98,24 2,88E+07 1,76 1,00 8,69
Leite de vacas 2,14E+10 2,14E+10 99,63 7,84E+07 0,37 1,00 114,27
População Brasileira 187.569.084 habitantes (IBGE, 2007a)
-1 -1
Taxa de ingestão média de água potável adotada para o Brasil, 2 L dia pessoa .
3 -1 -1
Taxa de inalação diária média adotada para o Brasil, 13,3 m dia pessoa .
-3
Densidade do ar =1,2 kg m .
*Fração consumida por humanos incluindo as quantidades exportadas que serão consumidas fora do Brasil,
haja vista a abordagem baseada em produção, a qual considera a taxa de ingresso da produção e não onde
essa produção é consumida (MARGNI, 2003).** o valor de 0,70 foi utilizado, uma vez que foi considerado que
as carcaças destes animais possuem 30% de ossos, os quais não são base da alimentação humana.
ge Eq. 3.21
log BTFe = log K ow − be + log
IRn'
4
(be) é o coeficiente para carne contabilizado para o conteúdo de gordura na carne bovina e a taxa
de ingresso de alimento, e foi modificado a partir de TRAVIS & ARMS (1988), isto é, b=7,6 – log
(26/0,25).
Capítulo 3 Metodologia 55
Onde:
HDFi Fator de Dano Humano para a substância (i) (DALY kgemitido-1);
iF Fração de ingresso (kgingressado kgemitido-1) é a fração de massa de uma
substância química lançada no meio ambiente, que é finalmente ingressada
na população humana como um resultado da contaminação alimentar,
inalação, ou exposição (BENNET et al., 2002a e 2002b);
EF Fator de efeito é o produto do fator de inclinação da dose-resposta ( β , em
risco de incidência por kgingressado) e da severidade (D, in DALY por
incidência).
De acordo com JOLLIET et al. (2003b), para o fator de efeito, o IMPACT 2002
usa uma nova abordagem para calcular o efeito na saúde humana para impactos
Capítulo 3 Metodologia 57
0,1 1
β humano = ⋅ Eq. 3.25
ED10 BW ⋅ LTh ⋅ N 365
Com:
β humano Fator de efeito na saúde humana (risco de uma incidência por kg de
ingresso cumulativo);
ED10 Dose de efeito resultando efeito em 10% dos organismos sobre uma
população testada (mg kg-1 dia-1);
BW Peso médio do corpo da população considerada (70Kg pessoa-1);
LTh Expectativa de vida média dos brasileiros em uma população
considerada em anos (71 anos);
N365 Número de dias por ano (365 dias ano-1).
HDFi
HTPi = Eq. 3.26
HDFhexaclorobenzeno
Onde:
HTPi Potencial de Toxicidade Humana para a substância química (i) (kgeq.
hexaclorobenzeno kgi-1).
HDF Fator de Dano Humano.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Tabela 4.1 - Produção, importação, exportação, e uso interno, segundo os principais produtos das lavouras temporárias, permanentes e leguminosas (Produção Exposta) - Brasil 2005
Consumo Sementes
Produção Importaçã Exportação Consumo Consumo
Tipo Produtos R. R. R. Uso interno* industrial e outros
(t) o (t) (t) animal (t) humano (t)
(t) usos
Tomate 3.452.973 [a] 0 0 3.452.973 0 3.452.973 0 0
Hortaliças folhosas e florais** 439.375 [g] 0 0 439.375 0 439.375
Abacate 169.335 [a] 169.335
Abacaxi 1.474.471 [b] 1.474.471
Banana 6.703.400 [a] 6.703.400
Caqui 164.849 [a] 164.849
Figo 23.697 [a] 23.697
Goiaba 345.533 [a] 345.533
Maçã 850.535 [a] 850.535
Produção Exposta
Tabela 4.2 - Produção, importação, exportação, e uso interno, segundo os principais produtos das lavouras temporárias, permanentes e produção de cereais, leguminosas e
oleaginosas (Produção Não Exposta) - Brasil 2005
Arroz (em casca) 13.192.863 [a] 44.346 [c] 72 [c] 13.237.137 0 13.337.137 0 0
Aveia (em grão) 522.428 [a] 1 [c] 1.475 [c] 520.954 261.214 261.214 0 0
Centeio (em grão) 6.109 [a] 0 0 6.109 3.055 3.055 0 0
Cereal
Cevada (em grão) 326.251 [a] 1.146.316 [c] 0 [c] 1.472.567 0 1.472.567 0 0
Trigo 5.845.900 [c] 5.311.000 [c] 1.800 [c] 11.155.100 0 11.155.100 0 0
Milho 34.696.000 [e] 650.000 [e] 1.080.000 [e] 34.266.000 31.074.000 1.622.000 4.150.000 0
Produção Não Exposta
Sorgo granífero (em grão) 1.522.839 [a] 91.961 [c] 23.649 [c] 1.591.151 1.591.151 0 0 0
Triticale (em grão) 278.333 [a] 0 0 278.333 278.333 0 0 0
Fava (em grão) 13.181 [a] 0 0 13.181 13.181 0 0 0
Leguminosa
Soja (em grão) 52.304.600 [c] 368.000 [c] 22.435.100 [c] 30.237.500 13.672.250 13.672.250 0 [f] 2.893.000
Ervilha (em grão) 5.674 [a] 0 0 5.674 0 5.674 0 0
Feijão (em grão) 3.021.641 [a] 100.719 [c] 2.302 [c] 3.120.058 0 3.120.058 0 0
Amendoim (em casca) 315.239 [a] 152 [c] 58.959 [c] 256.432 0 256.432 0 0
Café (em grãos) 2.145.265 [b] 22 [c] 1.352.097 [c] 793.190 0 793.190 0 0
Batata-doce 513.646 [a] 0 0 513.646 0 513.646 0 0
Hortaliça
Tabela 4.3 - Dados de produção, importação, exportação e disponibilidade interna e per capita de carnes, ovos, leite e peixe de água doce no Brasil em 2005.
Disponibilidade
Unid.
Unid.
Unid.
(milhões
Produto Produção Importação Exportação Referência
Unid.
Unid.
per de hab.)
Interna
capita
-1
Carne da avicultura 9.348.000,0 t … … 2.845.900,0 t 6.502.100,0 t 35,3 kg hab. 184,3 (CONAB, 2007)
-1
Carne bovina 9.455.000,0 t* 52.500,0 t* 1.923.100,0 t* 7.584.400,0 t* 41,2 kg hab. 184,3 (CONAB, 2007)
-1
Carne suína 2.708.000,0 t* 700,0 t* 621.700,0 t* 2.087.000,0 t* 11,3 kg hab. 184,3 (CONAB, 2007)
-1
Carne de cabras e ovelhas 191.294,8 t 4.817,0 t 144.721,0 t 46.573,8 t 0,265 kg hab. 175,75
[a] [b] [c] [d] [e]
Ovos de galinha**
-1
(em massa) 1.629.936,7 t 248,2 t 28.769,3 t 1.601.422,9 t 9 kg hab. (CONAB, 2007)
-1
( em unidades - unid.) 2,23E+10 unid. 3.400.000,0 unid. 394.100.000,0 unid. 2,19E+10 unid. 119,0 Unid hab. 184,3 (CONAB, 2007)
-1
Leite de vaca (+ derivados)*** 21.433.748,0 t 72.820,0 t 78.366,0 t 21.428.202,0 t 116,2 kg hab. 184,3 (CONAB, 2007)
-1
Peixe de água doce 373.293,0 … … … … … 373.293,0 t 2,124 kg hab. 175,75
Nota: * Equivalente em carcaça.
**As quantidades de ovos foram calculadas admitindo-se um peso de 73g/ovo (PINA, 2007).
*** A quantidade de leite produzida se refere ao valor fornecido no Censo Agropecuário de 2006 (IBGE, 2007), e o valor foi considerado em massa.
A produção de carne de cabras e ovelhas [a] foi estimada a partir da soma da quantidade de carne classificada como outras carnes exportadas [b] em (CONAB,
-1
2007) + a quantidade de carne de cabrito + carneiro (0,265 kg hab. ) da tabela de aquisição alimentar domiciliar per capita anual em 2002-2003 (IBGE, 2003)
considerando-se uma população média (em 2002-03) de 175,75 milhões de habitantes. A disponibilidade interna [c] foi obtida da soma das quantidades per capita
anual de carne de cabrito e carneiro [d] adquiridas em 2002-2003 (IBGE, 2003) por uma população (média dos dois anos) de 175,75 milhões de habitantes [e].
Para peixes de água doce foi estimada a quantidade de disponibilidade interna, a partir dos dados da quantidade adquirida per capita anual de pescados de água
doce (IBGE, 2003) 2,124, vezes a população média no Brasil nos anos 2002-03.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em (IBGE, 2003); (IBGE, 2007); (CONAB, 2007) e (PINA, 2007).
A Tabela 4.4 foi deduzida da Tabela 4.3, haja vista a padronização na apresentação dos dados conforme as tabelas de
produção exposta e não exposta.
Capítulo 4 Resultados e Discussões 63
Tabela 4.4 - Produção, importação, exportação, e uso interno de carnes, ovos, peixe de água doce e leite e derivados - Brasil 2005
Uso interno
Tipo de Produção Importação Exportação
Produtos Nota (Prod.+ Import. - Referência
Substrato (t) (t) (t)
Export.)
Peixe de água doce 373.293,0 * … … 373.293,0
Peixe SOMA PEIXE 373.293,0 373.293,0
Ovos de galinha
(em massa t) 1.629.936,7 *** 248,2 28.769,3 1.601.422,9
( em unidades - unid.) 22.327.900.000,0 3.400.000,0 394.100.000,0 21.937.300.000,0 (CONAB, 2007)
Ovos SOMA OVOS 1.629.936,7 248,2 28.769,3 1.601.422,9
Leite de vaca (+
derivados) 21.433.748,0 **** 72.820,0 78.366,0 21.428.202,0 (CONAB, 2007)
Leite SOMA LEITE 21.433.748,0 72.820,0 78.366,0 21.428.202,0
Nota:*Para peixes de água doce foi estimada a quantidade de disponibilidade interna, a partir dos dados da quantidade adquirida per
capita anual de pescados de água doce (IBGE, 2003) 2,124, vezes a população média no Brasil nos anos 2002-03.
**Equivalente em carcaça.
-1
***As quantidades de ovos foram calculadas admitindo-se um peso de 73g ovo (PINA, 2007).
****A quantidade de leite produzida se refere ao valor fornecido no Censo Agropecuário de 2006 (IBGE, 2007), e o valor foi considerado
em massa.
A produção de carne de cabras e ovelhas [a] foi estimada a partir da soma da quantidade de carne classificada como outras carnes
exportadas [b] em (CONAB, 2007) + a quantidade de carne de cabrito + carneiro (0,265 kg/hab.) da tabela de aquisição alimentar
domiciliar per capita anual em 2002-2003 (IBGE, 2003) considerando-se uma população média (em 2002-03) de 175,75 milhões de
habitantes.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em (IBGE, 2003); (IBGE, 2007); (CONAB, 2007) e (PINA, 2007).
Capítulo 4 Resultados e Discussões 64
Tabela 4.7 - Resultados dos cálculos de fugacidade nível I, concentração e quantidade de cada
poluente em cada compartimento ambiental
Substância química
Parâmetro Unidade Hexacloro-
Naftaleno
benzeno
Σ(Zi.Vi) somatória de Z.V (mol Pa) 3,90E+13 3,12E+12
Fugacidade f (Pa) 7,51E-08 2,08E-06
-1
Massa molecular (g mol ) 284,78 128,18
Quantidade emitida do poluente no meio ambiente
f=QT/Σ(Zi.Vi) t 834 834
mols 2.928.576,45 6.506.475,27
-3
Concentração no ar CA = f.ZA (mol m ) 3,03E-11 8,41E-10
-3
Concentração na água CW = f.ZW (mol m ) 4,37E-10 4,67E-08
-3
Concentração no solo CS = f.ZS (mol m ) 1,45E-06 5,89E-07
Concentração na vegetação (produção exposta)
-3
CF_Exp. = f.ZF_Exp. (mol m ) 3,85E-07 1,56E-07
Concentração na vegetação (produção não-
-3
exposta) CRC_N-Exp. = f.ZRC_N-Exp. (mol m ) 5,10E-03 8,29E-06
Concentração total na vegetação (produção
exposta + não exposta)
-3
Cp = f.(ZF_Exp.) + f.(ZR_N-Exp.) + f. (ZC_N-Exp.) (mol m ) 5,10E-03 8,45E-06
-3
Concentração no ar CA = f.ZA (g m ) 8,63E-09 1,08E-07
-3
Concentração no água CW = f.ZW (g m ) 1,24E-07 5,99E-06
-3
Concentração no solo CS = f.ZS (g m ) 4,12E-04 7,55E-05
Concentração na vegetação (produção exposta)
-3
CF_Exp. = f.ZF_Exp. (g m ) 1,10E-04 2,00E-05
Concentração na vegetação (produção não-
-3
exposta) CRC_N-Exp. = f.ZRC_N-Exp. (g m ) 1,45E+00 1,06E-03
Concentração total na vegetação (produção
exposta + não exposta)
-3
Cp = f.(ZF_Exp.) + f.(ZR_N-Exp.) + f. (ZC_N-Exp.) (g m ) 1,45E+00 1,08E-03
Quantidade no ar QA = CA .VA (g) 5,88E+07 7,35E+08
Quantidade na água QW = CW.VW (g) 6,89E+04 3,32E+06
Quantidade no solo Qs = Cs.Vs (g) 5,23E+08 9,58E+07
Quantidade na vegetação (produção exposta)
QF_Exp. = CF_Exp..VF_Exp. (g) 5,38E+03 9,82E+02
Quantidade na vegetação (produção não-exposta)
QRC_N-Exp. = CRC_N-Exp..VRC_N-Exp. (g) 2,52E+08 1,85E+05
Quantidade total na vegetação (produção exposta
+ não exposta)
Qp = (CF_Exp.. VF_Exp) + (CRC_N-Exp..VRC_N-Exp.) (g) 2,52E+08 1,86E+05
Capítulo 4 Resultados e Discussões 67
Na Tabela 4.10 são apresentados os valores dos BAFs calculados para todos
os compartimentos ambientais relacionados aos respectivos substratos de
exposição. Os BAFs relacionados ao naftaleno apresentaram em geral valores mais
Capítulo 4 Resultados e Discussões 69
Tabela 4.10 - Fatores de Bioacumulação (BAFn,e) do compartimento (n) para o substrato ou rota de
exposição (e), para os contaminantes hexaclorobenzeno e naftaleno
Tabela 4.12 Resultados dos cálculos das taxas de ingresso indiretos dos meios ou compartimentos
ambientais (n) a partir das rotas ou substratos de exposição (e)
IRn,indireto IRn,indireto
3 -1 3 -1
Ingresso Indireto do meio Via rota, ou substrato [m ano ] [m ano ]
(n) IRn,indireto de exposição (e) Hexaclorobenzeno Naftaleno
Carne bovina 6,8714E+09 2,5529E+07
Carne suína 4,5862E+09 1,7040E+07
Carne de cabra/ovelha 4,7050E+08 1,7481E+06
IRa,indireto
Ar
IRs,indireto
Carne de frango 1,0090E+03 3,7489E+00
Ovos de galinha 2,1733E+02 3,4445E+01
Leite de vaca 4,8686E+04 1,8089E+02
ΣIRs,indireto 6,9652E+04 2,9242E+02
Carne bovina 2,7234E+06 1,0119E+04
Carne suína 7,1776E+05 2,6667E+03
Produção
exposta
(Fibras)
industrial de
-3
Tabela 4.13 - Concentração dos contaminantes hexaclorobenzeno e naftaleno em kg m nos
compartimentos ambientais considerados
Contaminante
Concentração no compartimento ambiental (Cn) Hexaclorobenzeno Naftaleno
-3 -3
[kg m ] [kg m ]
Concentração no ar (Ca) 8,63E-12 1,08E-10
Concentração na água (Cw) 1,24E-10 5,99E-09
Concentração no solo (Cs) 4,12E-07 7,55E-08
Concentração na produção exposta (Cprod.exp.) 1,10E-07 2,00E-08
Concentração na produção não exposta (Cprod.ñ-exp.) 1,45E-03 1,06E-06
Tabela 4.14 - Resultados dos cálculos do Ingresso Humano Cumulativo dos contaminantes
hexaclorobenzeno e naftaleno pela inalação e ingestão direta e indireta dos compartimentos
ambientais ar, água, solo, produção exposta, e produção não exposta (vegetação)
Contaminante
Ingresso Humano Cumulativo (I) através dos
Hexaclorobenzeno Naftaleno
compartimentos ambientais (n)
-1 -1
[kg ano ] [kg ano ]
Ingresso humano cumulativo através do ar (Ia) 8,069799757 98,11672933
Ingresso Humano Cumulativo (I) por Inalação
(Ia,inalação) 8,069799757 98,11672933
Ingresso humano cumulativo através do água (Iw) 0,018093371 0,821195122
Ingresso humano cumulativo através do solo (Is) 0,028696691 2,20777E-05
Ingresso humano cumulativo através da
produção exposta (Iprod.exp.) 6,548912789 0,983772675
Ingresso humano cumulativo através da
produção não exposta (Iprod.ñ-exp.) 177137,2956 128,8571728
Ingresso Humano Cumulativo (I) por Ingestão
(Iw;s;prod.exp;prod.ñ-exp.,ingestão) 177.143,8913 130,6622
Ingresso Humano Cumulativo Total (Itotal =
Ia,inalação + Iw;s;prod.exp;prod.ñ-exp.,ingestão) 177.151,9611 228,7789
A ingestão de solo é considerada como ocorrendo acidentalmente
de mudança climática. O GWP do metano para uma escala de 500 anos é sete
vezes maior que o do CO2, assim seu fator de caracterização é 7 kgeq- CO2.
Como os valores calculados para os fatores de caracterização são totalmente
dependentes das quantidades das respectivas substâncias no meio ambiente, bem
como dos parâmetros de exposição humana adotados, se torna muito difícil uma
comparação entre os fatores de caracterização calculados (HTPs e HDFs) com os
adotados em uma infinidade de outros métodos, haja vista este caráter regional.
Os fatores de caracterização para o nível de dano, ou seja, os HDFs, provêm
uma estimativa do risco toxicológico e impactos associados com uma massa
especificada de um poluente emitido no meio ambiente. Como o HDF é expresso
pela unidade DALY kgemitido-1, o termo DALY (Disability Adjusted Life Years – anos de
vida perdidos ajustados por incapacidade) caracteriza a severidade, que representa
a quantidade de anos perdidos distribuído para uma população, e não por pessoa.
Apesar dos fatores de caracterização terem sido estimados a partir de uma
mesma quantidade de poluentes lançada no meio ambiente (834 toneladas no ano),
devido ás características particulares de cada poluente, no decorrer dos cálculos,
foram evidenciando seus compartimentos ambientais preferenciais,
conseqüentemente suas respectivas concentrações nestes compartimentos,
passando pela etapa de cálculo de ingresso cumulativo dessas substâncias, até
chegar aos resultados de fração de ingresso.
Isso explica o fato de o valor do HDF para o hexaclorobenzeno (2,0296E-06
DALY kgemitido-1) ter se apresentado muito superior ao do naftaleno (3,2227E-12
DALY kgemitido-1), pois para o naftaleno, para o ingresso cumulativo humano por
inalação (Ia,inalação) estimou-se um valor de 98,12 kg ano-1 e para o hexaclorobenzeno
um valor bem abaixo (Ia,inalação = 8,07 kg ano-1). Porém, esses valores somados aos
valores respectivos de ingresso cumulativo humano por ingestão (Iw;s;prod.exp;prod.ñ-
exp.,ingestão = 177.143,89 (hexaclorobenzeno) e 130,66 (naftaleno) kg ano-1 de cada
poluente, divididos pela taxa de emissão no ano (834.000,0 kg) resultaram em um
valor de fração de ingresso de 0,21241243 e 0,000274315 (kgingressado kgemitido-1) para
o hexaclorobenzeno e naftaleno, respectivamente.
Adicionalmente aos cálculos dos fatores de caracterização, há outras etapas
que poderiam ser demonstradas, tais como as etapas de normalização e
ponderação.
Capítulo 4 Resultados e Discussões 76
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
REFERÊNCIAS
BAIRD, C. Química ambiental. Trad. Maria Angeles Lobo Recio e Luiz Carlos
Marques Carrera. 2ª. Edição. Porto Alegre: Bookman, 2002.
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