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Índice
1. Introdução...........................................................................................................................1
2. HACCP...............................................................................................................................2
2.1. Princípios do Sistema de HACCP...............................................................................3
2.2. Implementação do Sistema de HACCP.......................................................................3
3. Maneio Reprodutivo Vacaria ESAS...................................................................................4
3.1. Principais Actividades Reprodutivas...........................................................................5
3.2. Avaliação dos Pontos Fortes e Pontos Fracos.............................................................8
3.3. Boas Práticas e Instruções de Trabalho na IA...........................................................12
3.4. Perigos na IA.............................................................................................................18
3.5. Controlo de Pontos Críticos de Control (PCC) na IA...............................................23
3.6. POPA’s na IA.............................................................................................................24
4. Considerações Finais........................................................................................................24
5. Bibliografia/ Mediagrafia Consultada..............................................................................25
1. Introdução
Hoje em dia o sector do leite português depara-se com uma série de problemas,
nomeadamente em relação à competitividade. O facto de outros países produzirem em
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2. HACCP
HACCP é a abreviatura de Hazard Analysis and Critical Control Point que se traduz por
Análise de Perigos e Controlo de Pontos Críticos (Noronha, 2008). O HACCP é um
sistema preventivo de controlo da segurança alimentar; que identifica os perigos
específicos e as medidas preventivas para o seu controlo em todas as etapas de produção.
Baseia-se numa abordagem sistemática, documentada e verificável (Noronha, 2008).
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– Início:
• Definição do âmbito;
• Formação da Equipa HACCP.
– Planeamento:
• Descrição produto e processo;
• Identificação de perigos/riscos;
• Identificação de PCC/Medidas de controlo.
– Implementação:
• Monitorização;
• Acções Correctivas;
• Registos/Arquivo;
• Verificação;
• Correcções ao sistema.
Vitelo
LACTAÇÃO
4 de Leite)
(Produção
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Inseminação
Má fecundação: Artificial
Aplicação correcta da
técnica;
Vacas beneficiadas no Retorno ao
momento certo; cio (21 dias)
Qualidade do sémen.
Positivo Negativo
Pré-parto (data
prevista do parto – 21
Mortinatalidade dias)
(260 dias a 24
horas pós-
parto; Parto (280 dias) Mamites
Distócias
Folha de Inventário
Avaliação de Pontos Fortes e Pontos Fracos
Empresa/ Instituição: Escola Superior Agrária de
Data:
Santarém
Pontuação
Satisfeito (1) Moderado Insatisfeito (5)
Itens a pontuar 1 2 3 4 5
Detecção de Cios
Existência de pelo menos um vaqueiro responsável para
detectar o cio X
Conhecimento dos sinais de cio por parte do vaqueiro X
Existência de registos dos últimos cios X
Observação de vacas ou novilhas mais do que uma vez por dia X
Observação das vacas ou novilhas durante meia hora X
Observações das vacas ou novilhas decorrem durante a manhã e
tarde X
São respeitados horários de observação X
Atenção a vacas com cio precoce e cio tardio X
Interferências durante a observação de cios devido a agentes
externos X
Exames a vacas que não entram em cio 45 dias após o parto X
Percentagem de cios não detectados não deverá ser superior a
20-25% X
Expressão dos sinais de cio das vacas e novilhas X
Eficiência da detecção de cios X
Folha de Inventário
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Pontuação
Satisfeito (1) Moderado Insatisfeito (5)
Itens a pontuar 1 2 3 4 5
Beneficiação – Inseminação Artificial (IA)
Percentagem de vacas gestantes à primeira beneficiação X
Selecção dos melhores animais por razões reprodutivas
Inseminação de vacas com ciclo éstrico muito longo ou muito
curto X
Técnico responsável pela IA X
Qualidade do sémen a nível genético X
Qualidade do sémen a nível físico-químico
Equipamento de IA armazenado em sala limpa X
Exposição do equipamento de IA ao sol X
Temperatura dos tanques do sémen (-195,5 ºC) X
Inseminação das vacas e novilhas feitas na altura correcta X
Contenção dos animais X
Presença de agentes externos causadores de stress aos animais
durante a IA X
Utilização da pinça para remoção do sémen do tanque X
Utilização de termómetro adequado para o descongelamento do
sémen X
Temperatura da água 35º-37º durante o descongelamento X
Tempo correcto de descongelamento do sémen (20-30 Seg.) X
Utilização de substâncias espermicidas durante a IA X
IA executada na altura correcta do cio X
Sémen depositado no corpo do útero ou à entrada de um dos
cornos uterinos X
Recolocação de sémen no tanque de armazenamento do sémen X
Repetição de inseminações X
Condição Corporal à beneficiação X
Folha de Inventário
Avaliação de Pontos Fortes e Pontos Fracos
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Pontuação
Satisfeito (1) Moderado Insatisfeito (5)
Itens a pontuar 1 2 3 4 5
Assistência Pré-Parto
Secagem das vacas aos 7 meses X
Condições de boa nutrição para a vaca gestante X
Equilíbrio alimentar energético durante o período seco X
Equilíbrio fosfo-cálcico X
Condições de boa nutrição para o desenvolvimento do feto X
Observar a vaca com o aproximar das horas do parto X
Vacas preparam o parto com 2 a 4 horas de antecedência X
Abortos X
Assistência Pós-Parto
Controlo da involução uterina X
Involução uterina completa antes do 40º dia pós-parto X
Controlo e despiste de metrites X
Ocorrência de retenção da placenta após o parto X
Intervalo de partos na vacaria X
Controlo da condição corporal X
Folha de Inventário
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Pontuação
Satisfeito (1) Moderado Insatisfeito (5)
Itens a pontuar 1 2 3 4 5
Diagnósticos de Gestação
Executado por veterinário ou técnico experiente X
Diagnóstico por palpação rectal entre o 40º e o 60º dia após a
IA X
Diagnóstico por ecografia X
Vacas que não fazem cio entre o 60º e o 90º dia após IA são
reconhecidas como gestantes X
Maneio delicado com os animais X
Contenção dos animais X
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Medidas de Controlo/
Operação Controlo Critérios Acções Correctivas
Monitorização
Momento do cio Verificar registos da última IA Inseminar vacas em cio aparente Detecções de cio
da vaca ou do animal; o peso vivo das – que tem vulva com muco durante várias vezes ao
momento ideal novilhas que entram à cristalino, deixam-se montar e dia, sem provocar stress
para inseminar reprodução e condição aceitam a monta de outras, em nos animais e nos
animais. corporal na IA; fazer a IA de pós-cio aparente – vaca não períodos de menor
Detecção de Cios acordo com os sinais de cio. aceita mais a monta. Inseminar movimentação. O
vacas paridas à mais de 45 dias. vaqueiro tem de
IA em novilhas com 14 meses e conhecer os sinais de
CC superior a 2,5 cio (Fig.4 e 5). Fácil
acesso aos registos e ter
registos actualizados.
Stress Número de pessoas a conduzir Em espaços pequenos uma ou Movimentar animais
animais ao tronco e a conter; duas pessoas para conter o com calma. Evitar
Contenção presença de agentes externos animal de modo a não provocar movimentar os animais
causadores de stress. danos no mesmo nem nos o mínimo possível.
operários.
Palpação Rectal Detecção de cio e Retirar fezes do recto do Presença de folículos maduros Técnico experiente a
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higienização do animal e verificar a presença nos ovários. Ausência de quistos executar a palpação e
recto. de folículos de graaf num dos ováricos. não inseminar animais
ovários. sem presença de
folículos maduros e
com quistos ováricos.
Tempo a retirar o Mergulhar o canister para Não levar mais de 5 segundos a Abrir o contentor e
sémen do recolher o sémen. retirar a dose de sémen do localizar o sémen a ser
contentor. contentor. utilizado. Retirar a dose
com o auxílio de uma
Recolha do
pinça metálica, retire a
Sémen do
dose, se não conseguir,
Contentor
mergulhe o canister e
tente novamente. Não
repor no contentor
sémen utilizado.
Temperatura da Mergulhar palhinha em água Descongelamento com água a Controlar temperatura
Descongelamento água e tempo de tépida dentro de um recipiente 35ºC-37ºC durante 20 a 30 com termómetro
do Sémen descongelamento. estreito e profundo. segundos. apropriado. Descongelar
uma dose de cada vez.
Preparação da Percas de sémen Enxugar e cortar a palheta. Corte da palheta com a lâmina Evitar tesoura para
Palheta Encaixar palheta na bainha em bisel levemente inclinado, ou cortar a palheta.
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Vulva:
Os lábios têm dobras;
Sem estro
Encontra-se relativamente pequena e
pálida.
Vulva:
Mesmo
As dobras não se encontram dobradas;
antes do
Encontram-se inchadas, macias e com
estro
uma coloração vermelha.
Vulva:
Os lábios não têm dobras;
Durante o
Encontra-se inchada e com uma
estro
coloração vermelha;
É visível um fio de muco transparente.
Libertação de sangue é muito comum
Depois do (principal sinal);
estro Pode ser visto em animais com um
estro silencioso.
Vulva:
Encontra-se pequena;
Gestante Com dobras;
Não apresenta a mesma forma caso
não estivesse em estro.
Fig.5 – Detecção de cio e gestação através do aspecto da vulva (Penner, 1995)
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3.4. Perigos na IA
Durante o trabalho foram estipulados cinco tipos de perigos em várias etapas da IA (Quadro I):
Biológicos;
Físicos;
Químicos;
Humanos;
Bem-Estar/ Ambiente (Fig.6).
Perigo
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Preparação da Percas de sémen por Mau encaixe entre a palheta e a Cuidado a encaixar a palheta
Físico 1 5
Palheta refluxo. bainha. na bainha
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Legenda:
F – Frequência
S – Significância
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Questões PCC
Etapa do processo Tipo de Perigo Perigo PCC
1 2 3 4
Bem-estar/ Ambiente Alteração dos N S PCC
comportamentos de cio
Biológico N S PCC
das vacas/ novilhas –
Detecção de Cios deficiente ou não
detecção de cios
Humano Deficiente detecção de S S PCC
cios
Contenção Bem-estar/ Ambiente Stress N S S S -
Humano S S PCC
Deficiente detecção de
Palpação Rectal
cios
Recolha do Sémen do Físico Má qualidade do sémen S S PCC
Contentor
Descongelamento do Físico Má qualidade do sémen S S PCC
Sémen
Físico Percas de sémen por S S PCC
Preparação da Palheta
refluxo.
Químico Má qualidade do sémen S N S S -
Humano Deposição do sémen S N S S -
Inseminação
incorrecta.
Biológico Falha da inseminação S S PCC
Humano Degradação do sémen S N S S -
Pós-inseminação
armazenado
Q1: Existem medidas preventivas para o perigo em questão?
Q2. Este passo é especificamente desenhado para eliminar ou reduzir a probabilidade de
ocorrência para um nível aceitável?
Questões de PCC Q3. Pode a contaminação com o perigo identificado ocorrer em excesso do nível aceitável ou
pode aumentar a um nível inaceitável?
Q4 Irá um passo subsequente eliminar ou reduzir a probabilidade de ocorrência do perigo
identificado a um nível aceitável?
S – sim
N – Não
Legenda:
PCC – É PCC
(-) – Não é PCC
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3.6. POPA’s na IA
4. Considerações Finais
Na vacaria da ESAS verificam-se alguns aspectos que poderiam ser melhorados, no
entanto há que ter em conta a realidade da vacaria. Estamos perante uma vacaria de pequenas
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dimensões e que o seu principal não é a venda de leite mas sim para servir de apoio à
aprendizagem nas ciências agrárias.
De um modo geral podemos verificar que o sistema de HACCP pode trazer vantagens ao
sector do leite português das seguintes formas:
Melhor organização das tarefas e actividades da exploração;
Perceber o que se está a fazer bem e pontos a melhorar;
Maior conhecimento da exploração;
Meio efectivo para controlar problemas na produção de leite;
Apostar na prevenção dos problemas poderá traduzir-se em lucros para os produtores
de leite;
Poderá ser uma forma de dinamizar a produção leiteira portuguesa;
Dinamizar estes sistemas na produção primária poderá levar a uma diferenciação da
produção em relação a outros países, aumentando a competitividade;
Rastreabilidade do produto;
Criação de produtos de qualidade;
Transmissão de uma imagem positiva da produção de leite de vaca ao consumidor;
Associar o sistema de HACCP a uma diversificação de produtos poderá reforçar a
preferência dos consumidores;
Poderá facilitar as oportunidades de comércio dentro e fora da União Europeia.
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Jordan E. (2007) - Reproductive Success Takes Effort. In: Hoards Hairyman – The National
Dairy Farm Magazine
Penner (1995) – Signs Of Estrous In Cattle – Changes On The Vulva. In: Azevedo P. (2007) –
comunicação pessoal – Reprodução Bovina.
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