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POEMA DO AMIGO APRENDIZ Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos. Nem to longe e nem to perto.

Na medida mais precisa que eu puder. Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida, Da maneira mais discreta que eu souber. Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar. Sem forar tua vontade. Sem falar, quando for hora de calar. E sem calar, quando for hora de falar. Nem ausente, nem presente por demais. Simplesmente, calmamente, ser-te paz. bonito ser amigo, mas confesso: to difcil aprender! E por isso eu te suplico pacincia. Vou encher este teu rosto de lembranas, D-me tempo de acertar nossas distncias Fernando Pessoa.

BENDITOS Abenoados os que possuem amigos, os que os tm sem pedir. Porque amigo no se pede, no se compra, nem se vende. Amigo a gente sente! Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar. Porque amigo no se cala, no questiona, nem se rende. Amigo a gente entende! Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar. Porque amigo sofre e chora. Amigo no tem hora pra consolar! Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade. Porque amigo a direo. Amigo a base quando falta o cho! Benditos sejam todos os amigos de razes, verdadeiros. Porque amigos so herdeiros da real sagacidade. Ter amigos a melhor cumplicidade!

Soneto do amigo Enfim, depois de tanto erro passado Tantas retaliaes, tanto perigo Eis que ressurge noutro o velho amigo Nunca perdido, sempre reencontrado. bom sent-lo novamente ao lado Com olhos que contm o olhar antigo Sempre comigo um pouco atribulado E como sempre singular comigo. Um bicho igual a mim, simples e humano Sabendo se mover e comover E a disfarar com o meu prprio engano. O amigo: um ser que a vida no explica Que s se vai ao ver outro nascer E o espelho de minha alma multiplica... Vinicius de Moraes

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