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Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o
metal que soa ou como o címbalo que retine. (1Co 13:1)
Tinhorão
Eu tive um colega de trabalho que, como eu, graduou-se em Administração, eu pela
Universidade de Brasília e ele pela AEUDF. Esse meu colega era muito conversador e
orgulhoso de ter um diploma de curso superior. Ele tinha um sem número de idéias e
filosofias retiradas de livros de auto-ajuda e positivismo. Um outro colega pouco
escrupuloso deu lhe o apelido de Doutor Tinhorão. Ele, sem perguntar, achava que certa
forma era uma brincadeira elogiosa. Creio que todos nós sabemos que essa planta é da
família do inhame, porém dos grandes. Certo dia, depois de muito tempo sendo chamado
desse apelido, perguntou de maneira simpática porque seu colega tinha lhe dado esse
apelido. O colega perguntou-lhe se sabia o que era o tinhorão, ao que respondeu
negativamente. Então ele explicou cientificamente que o tinhorão é um tubérculo de folhas
largas com a cabeça plantada no chão. Não se deve explicar piada, mas nesse caso sim, pois
ele, como o tinhorão tinha folhas largas, vistosas, sendo admirado por todos pela exposição
de si como graduado e cheio do saber. Entretanto, como o tinhorão, sua cabeça estava fora
da realidade, plantada no chão.
É este teor que Paulo quer transmitir quando diz que, mesmo que eu seja o maior
poliglota do mundo, fale todas as línguas dos homens e até as dos anjos, se não tiver amor,
serei como o metal ou bronze que faz uma barulheira tremenda quando se bate nele com um
macete, ou como o címbalo quando é tocado. Embora todos ouçam, quando o som acaba
nada resta, não acrescenta nada a ninguém. É zero.
Paulo, ao fazer poeticamente essa alegoria do amor, está na realidade interpretando
para a prática os ensinos de Jesus Cristo com relação à Lei, quando diz “conhece e praticas
os mandamentos?” (Mc 10:17-22)
Ele manda ir e praticar o amor. O jovem rico acreditava que a prática da lei
pela vida toda tinha lhe dado crédito no céu e portanto o passaporte para o paraízo. O
crédito dele estava inflacionado, pois não tinha amor, compaixão pelos que sofrem.
Sua caderneta de poupança espiritual era como os títulos podres do setor
imobiliário americano nesta época de crise do setor financeiro. Não valia nada.
Paulo quando lida com os Gálatas os incentiva a ser “servos uns dos outros através
do amor (agape) porque toda a lei se cumpre em uma única palavra: amar ao próximo
como a ti mesmo. (Gal 5:13-14)
Jesus Cristo estabelece um mandamento transformador: “Eu lhes dou este novo
mandamento: amem uns aos outros. Assim como eu os amei, amem também uns aos outros.
Se tiverem amor uns pelos outros, todos saberão que vocês são meus seguidores”. Jo
13:34,35.
O crente, ou Cristão, que quer dizer pequeno Cristo, reflete a imagem e
caráter de Cristo que é a “essência do amor” a “essência de Deus”. O amor não é
um estilo de vida opcional, é um estilo de vida natural.
Aquele que é transformado pelo poder do Espírito Santo, tem traços
da essência de Deus que é o amor. Você não escolhe se vai amar ou não. Se você é um
crente, isto vai erradiar naturalmente.
Mas ainda estamos na nossa condição original, esse amor ainda é
imperfeito. A compaixão está em nós, o sofrimento ou privação alheios nos incomoda, mas
muitas vezes não temos amor suficiente.
Por Isso Jesus disse que isto é um mandamento, um guia - “assim como eu vos
amei”. Jesus é o nosso modelo. Entretanto, eu não consigo amar do jeito que Jesus amou,
porque Ele é perfeito. Por isso que precisamos de Jesus em nossa vida. Somente Ele pode
amar através de nós. Nós não podemos fazer isso por nós mesmos.
Nós só podemos expressar a “Essência de Deus” em nossas vidas através do poder
de Deus nós. Só Jesus Cristo é assim e só Ele pode fazer isto em nós.
Rick Warren dia “Amor é a coisa principal da vida. A coisa principal da vida é
praticar a coisa principal, que é o amor. Vida menos amor é igual a zero”.
A gente costuma ver muitos símbolos de Cristão por aí: um peixe nos
parachoques, uma cruz ou crucifixo. Mas a marca do Cristão é o amor. Ele diz “Se tiverem
amor pelos outros, todos saberão que vocês são meus seguidores”.
Quantas pessoas sabem que você é cristão por causa do seu jeito de
amar?
É essa atitude que levou Francisco de Assis a dizer “pregue o
evangelho sempre. Quando for necessário use palavras”, isto é, se o amor, a compaixão
a “essência de Deus”, se sua atitude convertida em atos não foi suficiente para convencer
sobre Cristo, então use palavras.