28 Fevereiro 2009 9

PORTUGAL
Estado vende imóveis... ao Estado Recorde de portáteis PT anuncia lucros de 581,5 milhões
Os portáteis já representam
No ano passado, o Estado encaixou quase €147 milhões com a 81% do mercado de PCs em A Portugal Telecom anunciou lucros de 581,5 milhões de euros
venda de nove imóveis à empresa pública Estamo, os quais Portugal. Uma evolução que em 2008, uma quebra de 21,6% face a 2007, menor do que a
estavam avaliados em €129,6 milhões. Os números foram resulta do crescimento de 58,8% média das previsões da maioria dos analistas. As previsões
divulgados na semana passada pelo Ministério das Finanças, na registado em 2008, o que apontavam para uma quebra de 29,5%, para 523 milhões de
lista de alienação de imóveis de 2008, e representam uma constitui a maior subida euros. O lucro líquido em 2008 foi de 636,5 milhões de euros,
‘inflação’ de 13% no valor da venda. Contactados pelo Expresso, registada na Europa Ocidental. um aumento de 4,7% face aos 608,1 milhões de euros
nem a Estamo nem as Finanças se mostraram disponíveis para Durante o ano de 2008 foram registados em 2007. As receitas operacionais consolidadas
esclarecer os contornos do negócio que, à primeira vista, parece vendidos 1,63 milhões de PCs aumentaram 9,5% em 2008 face ao ano anterior, impulsionadas
desvantajoso para a empresa. (portáteis mais desktop). pelo crescimento das operadoras TMN e Vivo (Brasil).

CARDEAL D. JOSÉ SARAIVA MARTINS ANTÓNIO SERZEDELO

“A homossexualidade não é normal”

O cardeal D. José Saraiva Martins indicou que
a “homossexualidade não é normal” e reiterou
que as mulheres que pensem casar com
muçulmanos precisam de ter “muita cautela”,
manifestando-se “totalmente de acordo” com um
aviso idêntico feito há um mês pelo Cardeal
Patriarca de Lisboa.
“A homossexualidade não é normal, temos
que dizê-lo (...) Não é normal no sentido de que
a Bíblia diz que quando Deus criou o ser
humano, criou o homem e a mulher. É o texto
literal da Bíblia, portanto esse é o princípio
sempre professado pela igreja”, defendeu.
“(Os homossexuais) não podem providenciar
a formação das crianças, porque uma criança
para ser formada normalmente precisa de um pai
e de uma mãe e não de dois pais ou de duas
mães”, indicou D. José Saraiva Martins, durante
a tertúlia “125 minutos com Fátima Campos
Ferreira”, no Casino da Figueira da Foz.
O religioso argumentou que o pai e a mãe “são
diferentes, têm diferentes qualidades,
completam-se mutuamente de uma maneira
maravilhosa”.
Apesar de concordar que o eventual
“casamento” entre pessoas do mesmo sexo é
uma questão de direitos e de leis, fora da alçada
da Igreja, D. José Saraiva Martins ressalvou,
porém, que numa situação “ideal”, a Igreja e o
Estado deveriam colaborar. “Nestes casos, neste
sector em concreto, é absolutamente necessária
uma colaboração sincera, autêntica e eficaz entre
o Estado e a Igreja”. “E pode-se chegar a um
acordo, cedendo um bocadinho dos dois lados.
Não é opondo-se, é colaborando, é o diálogo”,
acrescentou.
D. José Saraiva Martins, Prefeito Emérito da
Congregação para as Causas dos Santos e que
reside em Roma há mais de 50 anos referiu-se
“É absolutamente
necessário que antes de
uma senhora casar com um
muçulmano, tenha a certeza
de que vai poder continuar
depois do matrimónio a
professar a sua fé cristã”
ainda aos casamentos entre jovens portuguesas e
muçulmanos. “Estou de acordo que é preciso
muita cautela e muita prudência. Estou
totalmente de acordo”, disse o religioso, em
concordância com D. José Policarpo que, há
cerca de um mês, alertou as jovens portuguesas
para o “monte de sarilhos” que representa o
casamento com muçulmanos.
“É absolutamente necessário que antes de uma
senhora casar com um muçulmano, tenha a
certeza de que vai poder continuar depois do
matrimónio a professar a sua fé cristã”, disse o
cardeal Saraiva Martins.
“Tenha a certeza de que vai poder decidir o
tipo de educação a dar aos próprios filhos”,
acrescentou, defendendo que as mulheres “não
casem com muçulmanos” enquanto não tiverem
essas certezas.
Defendeu ainda que uma mulher católica que
contraia matrimónio com um muçulmano “não
“Declarações fora
deve ser abandonada pelos membros da
comunidade eclesial” a que pertence.
da realidade social”
“Ela continua a ser membro da igreja e Associações pelos direitos dos
precisa, mais do que nunca, da assistência dos homossexuais repudiaram as
seus irmãos na fé. Mais do que nunca vai declarações do cardeal
precisar de ajuda, de gente que a aconselhe e D. José Saraiva Martins contra
ilumine”, frisou. a educação de crianças por
D. José Saraiva Martins afirmou ainda que o casais homossexuais,
diálogo com os muçulmanos moderados, em considerando que estão fora
contraste com os fundamentalistas, “é muito da realidade social. Para o
mais fácil”, classificando-o de “inevitável, presidente da Opus Gay,
necessário e urgente”. “É inevitável porque António Serzedelo, as
encontramo-los no nosso caminho. Eu encontro declarações do cardeal, “que
muçulmanos na rua, talvez no meu bairro, na viveu 50 anos no Vaticano,
fábrica, na universidade, não podemos ignorar estão completamente fora da
esta realidade”, defendeu o cardeal. realidade social”. D. José
Já com os muçulmanos fundamentalistas o Saraiva Martins “viveu fechado
cardeal Saraiva Martins frisou que o diálogo “é na Cúria Pontifícia, na Cúria
muito mais difícil”. Na base da dificuldade no cardinalícia e tem uma
entendimento com os muçulmanos imagem da sociedade
fundamentalistas está a “concepção teocrática” totalmente diferente”, disse à
da sociedade que aqueles possuem, argumentou. Lusa António Serzedelo, que
“Eles concebem uma sociedade em que a lembrou que há “milhões de
religião é inseparável da política e a política da pais que são homossexuais e
religião”, sustentou, afirmando que não existe são excelentes pais”,
espaço para a laicidade. considerando que as
“Nesta concepção muçulmana da sociedade é declarações do cardeal são
muito fácil que a política instrumentalize a “excludentes”. O presidente da
religião e a religião instrumentalize a política. É Associação ILGA Portugal,
evidente que (o diálogo) é muito mais difícil, Paulo Côrte-Real, também
mas devemos distinguir os dois tipos de lamentou as declarações de
muçulmanos”, avisou. D. José Saraiva Martins.
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