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Foi com muito empenho e dedicação que a Câmara Municipal do Barreiro se associou
mais uma vez ao projecto “Coastwatch Europe”, assumindo-se a Divisão de
Sustentabilidade Ambiental como coordenador regional.
Sendo este o objectivo, a Câmara Municipal do Barreiro, aproveitou uma vez mais
para alertar para a importância do elevado valor ambiental dos ecossistemas
existentes nas orlas costeiras, devido à sua diversidade biológica e ao mesmo tempo à
sua fragilidade. A fragilidade da orla costeira, é nos dias de hoje reconhecida por
todos, pelo que tem-se reunido diversos esforços para desenvolver instrumentos que
permitam minimizar ou eliminar as pressões associadas à ocupação urbana, tais como
a expansão urbana associada à construção de infra-estruturas diversas, descargas de
efluentes, despejo de resíduos sólidos e a destruição de habitats naturais.
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Pela importância que este projecto tem para a frente ribeirinha do Barreiro, a
participação e o número de entidades envolvidas têm vindo a ser cada vez mais
elevada. Neste ano participaram no levantamento, efectuado durante os meses de
Novembro e Dezembro, as seguintes entidades:
• Escola Básica 2/3 Mendonça Furtado, através do Clube da Floresta
• Escola Secundária de Santo André
• Escola Profissional Bento Jesus Caraça
• Agrupamento de Escuteiros 586 de Palhais
• Agrupamento de Escuteiros 1011 do Lavradio
• Agrupamento de Escuteiros 1180 de Santa Cruz
• Agrupamento de Escuteiros 690 Nossa Senhora do Rosário
• Agrupamento de Escuteiros 74 de Santa Maria
A frente ribeirinha foi dividida em troços que foram atribuídos às diversas entidades
segundo a sua proximidade com o local, ou seja, permitiu que cada participante
ficasse a conhecer a área ribeirinha envolvente. Assim para os participantes da Escola
Secundária de Santo André o Coastwatch “é um projecto que permite aos alunos a
observação do litoral, junto à escola”. Segundo o Agrupamento de Escuteiros 586 de
Palhais “ficamos a conhecer melhor a nossa zona ribeirinha as suas potencialidades e
usos, mas também os perigos e ameaças que prejudicam e podem destruir a
natureza. É um dia de Alerta, que nos ajuda a abrir olhos em relação a um tesouro
muito rico, mas que às vezes passa despercebido”.
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Fig. 2 – Observação da orla ribeirinha pelo Agrupamento de Escuteiros 586 de Palhais
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As valências de participação vão muito além do sentimento de descoberta e da
aventura, para os participantes a “iniciativa faz com que todos os jovens sintam que
contribuíram de alguma forma para o reconhecimento da situação ambiental da faixa
litoral, obriga-os a familiarizarem-se com alguns termos ambientais que até então eram
desconhecidos, e o facto de terem conhecimento da realidade leva a que eles próprios
tenham mais cuidado, preservando assim o meio ambiente”, reconhece o responsável
do Agrupamento de Escuteiros 1010 do Lavradio. Também o Agrupamento de
Escuteiros 690 da Nossa Senhora do Rosário refere que a “percepção da qualidade da
água, do nível de resíduos tanto na água como na zona costeira ajuda-nos a perceber
onde nós, podemos de alguma forma intervir ajudando a preservar este nosso bem
precioso, o ambiente”.
Importa ainda salientar que, também a população do Barreiro se encontra cada vez
mais sensibilizada para as questões ambientais, o Agrupamento de Santa Maria refere
que “foi interessante também a forma como éramos interpelados pela população no
sentido de perceberem o que estávamos a fazer e o porquê desta iniciativa, bem como
a revelação de algumas histórias acerca da zona e de como ela se foi modificando ao
longo dos tempos, tendo inclusive sido dados alguns testemunhos de pessoas que
tiveram influência directa na construção ou alteração biofísica do local observado”.
O facto de alguns elementos participarem ao longo de todos estes anos, permitiu que
se apercebessem “da evolução do meio, dos ciclos naturais e migratórios das aves e
das modificações que ocorrem ao longo dos anos”.
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Tem-se verificado, ao longo dos últimos anos, que a frente ribeirinha do concelho do
Barreiro tem vindo gradualmente a recuperar a sua qualidade ambiental. Exemplo
disto é a presença de algumas espécies migratórias, como os flamingos, que
actualmente enriquecem o sapal do rio Coina e Tejo.