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Ergonomia

Uma Visão Sistêmica

Palestrante: Dr Paulo Zé
Zétola

Coordenador: Dr Francisco
Vairo
O que é Ergonomia?

É o conjunto de conhecimentos científicos


“Ergon” “Nomos” relativos ao homem e necessários para a
Trabalho + Leis / concepção de ferramentas, máquinas e
DIGNO Regras dispositivos que possam ser utilizados com o
máximo de conforto, segurança e eficiência
(A. WISNER, 1987).

É a técnica que tem como finalidade melhor


“adaptar” os postos de trabalho às pessoas.

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Objetivos da Ergonomia
Dentre outros, podemos destacar os seguintes:
• Preservar a saúde das pessoas.

• Avaliar carga de trabalho física e mental.

• Melhorar a performance do posto. Técnicas da Ergonomia

 Concepção
 Correção
 Produto
 Conscientização
 Participativa
 Macroergonomia
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Conceitos Técnicos da Ergonomia

 Concepção
Quando as análises e considerações ergonômicas ocorrem desde a
fase inicial do projeto (produto, máquina, ambiente...).

 Correção
É aplicada em situações reais, para solucionar problemas que se
refletem na segurança ou na saúde do trabalhador.

 Produto
No desenvolvimento de novos produtos que irão servir ao homem em
busca do melhor conforto, segurança e design.

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Kg
Kg

Kg Kg
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Conceitos Técnicos da Ergonomia
 Conscientização
Adotar ações por meio da comunicação e informação, treinamento e
capacitação, medidas que permitam ao operador trabalhar de forma
mais segura e natural.
 Participação
Desenvolver programas que envolvam a participação e decisão de
todos os trabalhadores da empresa com formação de grupos de
trabalho específicos.
 Macroergonomia
Implementar programas de gestão em ergonomia considerando os
efeitos das transferências de tecnologias, a diversidade humana e as
diferenças culturais e sociais.

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Décadas da evolução ergonômica

 1950 – ergonomia militar


 1960 – ergonomia industrial
 1970 – ergonomia dos produtos de consumo
 1980 – interação homem-computador e SW
 1990 – ergonomia cognitiva e organizacional
 2000 – ergonomia de mercado e comunicação
global
(Helander, 2001)
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Distribuição geográfica da Ergonomia
 Na França se desenvolveu nos setores de pesquisa e ensino público
depois os setores industriais estatais ( Renault, Carvoarias da França)
e setor privado.
 Na Inglaterra, no ensino e pesquisa depois em menor escala no setor
público e fortaleceu-se na Higiene Industrial. Ocorreu o mesmo na
Bélgica, Suíça, Holanda e nos países nórdicos, onde os centros de
Ergonomia são numerosos e ativos.
 Os Estados Unidos se desenvolveu da tecnologia do homem no
trabalho, corrente de pesquisa e aplicação - Human Engineering, com
grandes progressos no âmbito militar e no espacial.
 Na Europa socialista implantou-se depois, mas com importante papel
no estabelecimento dos conhecimentos e na aplicação de sistemas de
avaliação e investigação ergonômica (OWAS).
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Revisão Científica da Ergonomia
 A OSHA (2001) emitiu um Programa Padrão de Ergonomia
sobre o risco significativo da exposição aos fatores de risco na
indústria;
 O programa tem critérios objetivos para identificar riscos de
DORT e diretrizes de controle quando atinge nível requerido.
 Programa de ergonomia basicamente contém:
 informação e relatório dos riscos, análise e controle dos
riscos, liderança da gerência e a participação de
empregado, treinamento, administração dos casos de DORT
e avaliação da evolução do programa.
 Gatilho de ações conforme graus de riscos encontrados
(protocolo) para ativar o programa

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Revisão Científica da Ergonomia
 OSHA estima que somente 16% das empresas
americanas tem um programa efetivo de ergonomia
 Cada ano quase 600.000 DORT são graves para causar
afastamento do trabalho devido exposição a um risco
significativo de lesão por falta de um programa
 Esta evidência suporta fortemente duas necessidades:
 (1) Existem riscos nos locais de trabalho suficientes
para ocasionar lesão desde que identificado e
confirmado o risco,
 (2) programas e intervenções ergonômicas podem
reduzir o número e a severidade destas lesões

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As Evidências Sociais

 EUA (1997) 626.000 dias perdidos por


DORT ao custo de U$15 bilhões (BLS)
 Em 2002 custo per capita das despesas
médicas com afastamento por lesões de
coluna foi de U$24.080

 No Reino Unido os custos estão entre £5,25 e £11,49 por caso relatado.
(European Agency for Safety and Health at Work, 2000)

 Na França houve 20.000 casos reconhecidos em 2001, sendo a primeira


causa em doenças ocupacionais com 65% e progressão de 20% ao ano
 A competitividade da Europa está reduzindo pelo impacto social dos
DORT. Estimativas entre 0.5% e 2% do produto nacional bruto da
economia européia

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No Brasil

 Entre 2000 e 2005 -


25 mil trabalhadores
receberam B91 por
esforços repetitivos
 Afastamento médio
é de um ano e meio,
somando 14,9 mil
dias de ausênc ia;
 Para especialistas,
país não tem cultura
em prevenção!

Folha de São Paulo 29 de abril de 2007

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Grandes desafios?
Le Corbusier - Modulador

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Na Ergonomia do Posto de Trabalho

 Promover um maior conhecimento dos princípios e critérios


ergonômicos para o projeto do trabalho
 Advogar pelo conceito de capacidades e limitações do trabalhador:
adequar a carga de trabalho individualmente
 Fomentar o enriquecimento das tarefas: desenvolvimento de
personalidade, oportunidades para incrementar o conhecimento das
pessoas
 Propiciar a ergonomia participativa: oportunidades para que os
trabalhadores tenham uma voz no trabalho e sejam escutados, e que
possam tomar decisões autônomas
 Promover melhoras contínuas no ambiente de trabalho

(Vidal, 2003 – Políticas Públicas de Ergonomia)

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Na análise ergonômica de postos
Fatores de risco
 Trabalho automatizado onde o trabalhador não tem controle
sobre suas atividades;
 Obrigatoriedade de manter o ritmo para garantir a produção;
 Trabalho fragmentado - onde cada um exerce uma única
tarefa de forma repetitiva;
 Trabalho hierarquizado, sob pressão permanente das chefias;
 Jornadas prolongadas de trabalho, com horas extras;
 Ausência de pausas durante a jornada de trabalho;
 Trabalho realizado em locais frios, ruidosos e mal ventilados;
 Mobiliário inadequado que obriga a adoção de posturas
incorretas do corpo durante a jornada de trabalho.

(Vikari, 1997 – Finlandia, estudo epidemiológico / Ergonomics)


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O que fazemos de diferente?

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Na Macroergonomia

 na gestão da prevenção de riscos e dos programas


 no planejamento de sistemas humanos complexos
 no diálogo social em condições de trabalho, segurança e saúde
trabalhista
 na elaboração dos marcos legislativos, normas e regulamentos
 na busca de uma maior produtividade das empresas e uma
mais alta competitividade nacional através do melhoramento
das condições de trabalho
 no incremento do índice de desenvolvimento humano da ONU

(Vidal, 2003 – Políticas Públicas de Ergonomia)

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Evidências dos Programas

 Os níveis elevados de exposição aos fatores de risco


ergonômicos no trabalho conduzem a uma incidência
aumentada de DORT entre trabalhadores expostos;
 A redução à exposição aos fatores de risco físicos no trabalho
reduz a incidência e a severidade de DORT;
 Os casos de DORT podem ser prevenidos/ evitados;
 Os programas de Ergonomia são eficientes para reduzir o
risco, diminuir a exposição e proteger os trabalhadores das
lesões músculo esquelética

(NIOSH, 1997 – Revisão epidemiológica 2000 artigos)

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Resultados dos Programas

 OSHA com base em seus resultados de estudos de pesquisa


conduzidos nos últimos 30 anos demonstram claramente que:
 (1) Os programas ergonômicos eficazes e bem-controlados
conseguem reduções significativas na severidade e no
número de DORT;
 (2) Os programas melhoram a produtividade e o moral do
empregado e reduzem o retorno ao trabalho e o
absenteísmo;
 (3) Os programas ergonômicos atingiram esse objetivo com
consistência;
(OSHA, 2001 – Programa Padrão de Ergonomia)

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Exemplo de Programa de Gestão em Ergonomia
Polít ica de Cond ições de Trabalho da Renault Programa de Gestão
 Preser var a s aú d e d as p es so as A Ergono mia é a técnica que tem como
 Pro p o r co n d içõ es d e tr ab alh o ad eq u ad as
de
de Ergonomia
Ergonomia finalidade melhor “adaptar” os postos de
trabalho às pessoas.

e
ia d ç ã o Er g
o nom tiz a ono
Ergonscie n mia
de C
C Ficha Simplificada Segurança
-Ergo no mia
or re
Efetuar diagnós tico das condiç ões de trabalho do ção
Estudos e Projetos pos to e des envolver aç ões de progresso para tornar
Analisar e propor modific aç ões os pos tos de trabalh o mais seguros e menos
antes da fabricação dos meio s* c omplexos .
* Os meios deproduçãocompreendemos recursosmateriais (máquinas , equipamentos,
ferramentas,etc...) necessários ao operador na execuçãodesuas tarefas.

1
2
1 2 3 4 5
Análise Ergonômica do Trabalho
Recepção d os Mei os 3
4
5
A V
L O

Av aliar e c ompreender as ativ idades repetitivas do


Cons tataç ão do c umprimento operador (c ondiç ões fís ic as e cognitiv as do pos to).
dos objetiv os Posto
Posto de
de
Trabalho
Trabalho
(progres s o c ontínuo)
KAIZEN
Preparação Física / Reforço Muscular Cons is te em realizar melh orias pas so a
Benefíc ios: preparar fis icamente o operador para pass oda ergonomiados pos tos de
realiz ar s uas ativ idades com maior segurança trabalh o (diminuir os es forços e as más
pos tu ras ).

Bom gesto / boa postura


Treinar o operador a realiz aros melh ores ges tos e
adotar as melhores pos turas das mãos , punhos ,
braç os , pes coço, c olu nae pernas. Com itês de Ergo no mia ,

Segura nça e Sa úde


Ginástica Laboral
Benefíc ios : Promoção do bem es targeral, aumento
da res is tênc ia a fadig a, melhor pos tura durante o
trabalh o, equilíbrio aos ges tos do trabalhador, A P
diminuiç ãodo es tress e. Disc utir e analis ar os problemas e as
alternativ as para tornar o ambie nte de
Er g
ono
mia
Pol iva lênci a ( rodíz io ) trabalh o mais seguro e agradáv el.
C D
de Benefíc ios : o operador c onhece mais de um pos tode trabalho,
Fo r desenv olv es uas habilidades , c ompensa a ex ig ênc ia de alguns
maç
ão grupos musculares ex igid os em certos pos tos , trabalhandoem
outro(s) que ex ija m grupos musc ulares diferentes.
DRH / Segurança e Condições de Trabalho
Preenchido por: V. Lick Agosto/2005
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“ O futuro das organizações e nações
dependerão cada vez mais de suas capacidades
de aprender coletivamente.”

Peter Senge

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