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Apresentação:
O Livro de Horas, talvez a mais pura elevação religiosa que jamais um poeta concebeu em nossos dias.
Encontros (1937), Stefan Zweig
Gostava muito de ler tudo de Rilke antes que chegue o tempo em que talvez não possa mais pe-
gar num livro. Esta noite sonhei que tinha de ter a mala pronta. Foi uma noite enervante… Mas com
certeza que sempre há-de sobrar algum lugar num cantinho para a Bíblia. E já agora para O Livro de
Horas e Cartas a um Jovem Poeta do Rilke.
Ontem à tarde estive hora e meia à espera do Werner, num corredor estreito a abarrotar de gente.
Estava encostada à parede, sentada num banquinho, e as numerosas pessoas passavam em cima de
mim, sobre mim e ao meu lado. E eu estava para ali sentada com o Rilke ao colo e ia lendo. E lia mesmo,
concentrada e aplicada. E achei nele uma coisa que me podia servir para muitos dias.
Diário 1941-1943, Etty Hillesum
E de que assuntos havemos de falar quando nos encontramos em alguns metros quadrados de
charneca cercada na província mais pobre da Holanda, cheios de preocupações e responsabilidades? De
Rainer Maria Rilke, claro! O seu Livro de Horas, que trago sempre comigo na minha mala, surgiu de re-
pente em cima da mesa de madeira.
Cartas 1941-1943, Etty Hillesum P.V.P.: 22 € / ISBN: 978-972-37-1332-9
Assírio & AlvimII
Rua Passos Manuel, 67-B
editores e livreiros 1150-258 Lisboa
Apresentação:
j.a.b.
Apresentação:
«Recolhem-se nesta antologia agudas traduções visuais de expressões e gestos, metáforas a
torto e a direito, armadilhas lançadas ao modo como olhamos. Num jogo geométrico de plas-
ticidade cubista, um carteiro tenta a proeza habitual de colocar a gigantesca revista na caixa de
correio anã. Um gestor sobre um mapa da Península Ibérica muda a sua cadeira de um país
para outro. Estas são versões simples de um procedimento que ganha espessura e interpela. Um
homem de pé sobre o piano segura-lhe a tampa e enfrenta uma escadaria que leva à luz: uma
tentação. Um pequeno barco a remos afinal contém um lado que contém uma ilha que con-
tém uma casa. O dramaturgo maior estende uma tela que inclui não apenas as figuras em
palco, mas também o seu público como se Shakespeare fosse um saltimbanco, máquina portá-
til de fazer teatro. Aqui há umas páginas, alguém fugia sorrateiramente de um livro: plágio. E
que dizer da dupla na qual os livros camuflam as figuras no fundo: que melhor maneira para
dizer que a poesia nos aproxima do mundo, nos desfaz nele?
Estas situações nadas e criadas no meio da actualidade, e sobretudo aquelas onde o gra-
fismo e pensamento melhor se conjugam, possuem uma notável tensão narrativa. São, em si,
uma micro-história, pérola de um colar maior onde também há títulos e palavras, ícones e
estilos.»
João Paulo Cotrim P.V.P.: 35 € / ISBN: 978-972-37-1420-3