Plano de trabalho • A especificidade comunitária • O sistema jurisdicional • Acordos Internacionais • O TJCE e a atuação internacional da UE I -A especificidade comunitária • A supranacionalidade • A primazia da norma comunitária • A primazia da norma comunitária sobre as constitucionais nacionais • Aplicabilidade direta da norma comunitária • Aplicabilidade imediata da norma comunitária II - Natureza do sistema jurisdicional comunitário • Caráter obrigatório da jurisdição comunitária: sem exigências de consentimento ou possibilidade de reservas. • Relações de cooperação com os sistemas jurisdicionais nacionais: o juiz nacional como juiz comunitário, a execução da sentença III - Funções do sistema jurisdicional • Controle do direito derivado com os Tratados Constitutivos • Manutenção do equilíbrio institucional • Delimitação das competências entre a Comunidade e seus Estados-membros • Controle da aplicação do Direito Comunitário • Interpretação do Direito Comunitário pelo reenvio prejudicial • Construção do Direito Comunitário pela via pretoriana • Controle da “constitucionalidade” dos Acordos e da atuação comunitária externa • Interpretação teleológica IV - A estrutura jurisdicional: O TJCE • Composição: Um juiz por cada Estado-membro, eleito por seis anos Oito advogados-gerais, podendo o Conselho, aumentar este número Eleição por três anos do Presidente do Tribunal (reeleição) • Reunião em seções de três ou cinco juízes • Grande seção de onze juízes (Presidente do Tribunal e Presidentes das seções de cinco juízes): quando solicitado por um Estado- membro ou Instituição Comunitária • Tribunal Pleno: previsão art. 16 do Estatuto. A estrutura jurisdicional: o TPI • Criado com o Ato Único Europeu • Um juiz por Estado-membro • Possibilidade de criação de Câmaras Jurisdicionais específicas • Ampliação das competências pelo Tratado de Nice V - O sistema recursal comunitário: Recursos de Incumprimento • A) Por iniciativa da Comissão (art. 226 TCE): Explo. Não incorporação de diretivas. Execução da sentença pelo art. 228 – Multas • B) Por iniciativa de um Estado-membro (art. 227) Recursos por ilegalidade: • A) Recurso de anulação (art. 230): controle da atividade comunitária em relação ao Direito comunitário. • - por incompetência (externa/interna) • - violação de formalidades essenciais • - violação do Tratado ou de norma jurídica • - desvio de poder • B) Recurso por omissão (art. 232): ausência de ação por parte das instituições comunitárias como ilegalidade • C) A exceção de ilegalidade (art. 241): validade do regulamento que é a base jurídica do ato impugnado. Recurso por responsabilidade extracontratual da Comunidade – art. 235. • Reparação dos danos causado por órgãos comunitários. Indenização pressupõe a existência de dano e um nexo de causalidade com o comportamento ilegal por parte da Comunidade. Recurso de pessoal – art. 236
• Regula o contencioso entre a Comunidade e
seus agentes em matéria de função pública. Recursos em matéria de Cláusulas Compromissórias – arts. 238 e 239. • Cláusulas compromissórias inseridas em contratos celebrados pela Comunidade • Cláusulas compromissórias acordadas entre os Estados-membros. A decisão prejudicial e a interpretação uniforme do Direito Comunitário – art. 234. • Cooperação entre os órgãos jurisdicionais nacionais e o TJCE: o juiz nacional é o juiz comunitário • Instrumento de uniformização da interpretação e aplicação do Direito Comunitário pelas jurisdições nacionais • Restrito à questões de Direito. O controle prévio dos Acordos Internacionais – art. 300. • Controle de “constitucionalidade” do Acordo. • “Parecer” do TJCE sobre a compatibilidade do Acordo com os Tratados Constitutivos. • Disposições de direito material, sistema de solução de controvérsias e disposições relativas à competência, procedimento e organização institucional da Comunidade VI – Negociação e conclusão de Acordos Internacionais • Acordos exclusivos • Acordos mistos (repartição de competências) • Controle de sua “constitucionalidade” • Entrada em vigor • Posição hierárquica: entre Direito Originário e Direito Derivado. VII - Direito Comunitário e Acordos Internacionais • A) Controle jurisdicional dos Acordos pela recepção da norma internacional: • - pela via do recurso de anulação • - interpretação a título prejudicial • B) A aplicabilidade direta do Acordo • B1 - Implicações: • - disposições do Acordo podem ser invocadas perante as jurisdições nacionais/comunitárias: ou não aplicar norma nacional/comunitária contrária ao Acordo; ou forçar o cumprimento do Acordo pela via jurisdicional • - Possibilidade de particulares obterem nos judiciários nacionais/comunitários sentenças individuais sobre o Acordo e portanto à revelia do Sistema de Solução de Controvérsias do próprio Acordo. • B2 – Jurisprudência TJCE: • - se no Acordo inexiste disposição a respeito, o TJCE estipulou as mesmas condições de aplicabilidade direta das diretivas • Se o Acordo dispõe a respeito, não cabe ao TJCE manifestar-se • C) A aplicabilidade direta dos Acordos GATT/OMC • C1) Jurisprudência TJCE • - A CE sucedeu os Estados-membros no âmbito do GATT • - As normas do GATT não são diretamente aplicáveis • Decisão 94/800 – não invocabilidade direta do acordo OMC e seus anexos. • Conseqüência: O acordo OMC e seus anexos não figuram, em princípio, entre as normas tomadas em conta pelo TJCE para fiscalizar a legalidade dos atos e instituições comunitárias. C2) Exceções nas quais cabe a fiscalização dos atos comunitários – TJCE: Portugal X Conselho • - Uma violação das referidas regras fosse reconhecida pelos órgãos da OMC • - A CE estivesse comprometida com a execução das decisões do OSC • A CE não tivesse tomado as medidas para dar cumprimento às referidas decisões no prazo previsto. VIII – Efeito das recomendações e decisões do OSC: O caso “Biret”. • - Ação de indenização (art. 235) proposta pela Biret. • TPI: não consideração de que uma decisão do OSC seja um parâmetro válido para verificar a legalidade dos atos comunitários • Conclusões do Advogado Geral favoráveis à verificabilidade dos atos comunitários à luz das decisões do OSC • TJCE: Acordos da OMC e decisões do OSC são baseados em negociações que assentam sobre o princípio da reciprocidade. • A não execução de uma decisão do OSC é uma opção de política comercial e não uma opção jurídica IX - Acordos que criam um marco institucional específico • Criação de órgãos decisórios para as partes contratantes do Acordo, capazes de criar direito derivado comum às partes. • Competência do TJCE para pronunciar-se sobre os atos de implementação e execução do Acordo, tomados em conjunto pelas partes. X - Sistemas de solução de controvérsias em Acordos Bilaterais • Pareceres TJCE 1/76 e 1/91 – desfavorável à criação de órgão jurisdicional com competência para manifestar-se sobre “atos emanados em conjunto”. • A participação comunitária é sempre através de mecanismos de arbitragem: OMC, Chile, México, África do Sul, ACP, Eurome- diterrâneos Acordo EU - México • Procedimento arbitral. • Possibilidade de interposição da mesma ação perante a OMC • Eventual conflito entre o laudo emanado do sistema bilateral com o da OMC O Acordo EU - Chile • Procedimento arbitral inspirado na OMC • Distinção de competências entre o sistema da OMC e o bilateral: - se a base forem normas da OMC - se a base forem normas do Acordo - se forem normas semelhantes, o sistema é da OMC XII - Conclusões • O sistema comunitário de solução de controvérsias é extremamente complexo e sofisticado, refletindo a natureza supranacional do bloco. • A posição do TJCE sobre Acordos Internacionais é conservadora, no mesmo sentido de um Tribunal Constitucional nacional • Submissão dos Acordos bilaterais à OMC, inclusive quanto aos sistema de solução de controvérsias • A não invocabilidade das decisões do OSC como critério de avaliação da legalidade dos atos comunitários, debilita o sistema multilateral • Necessidade do TJCE em reavaliar seu posicionamento