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CURSO TÉCNICO EM PODOLOGIA

INSTITUTO CEI – CENTRO DE EDUCAÇÃO INTEGRADA

BIOMECÂNICA

CINESIOLOGIA I

Profº Leonardo Siqueira

CAMPO GRANDE

2009
1. Introdução

Conceito de Cinesiologia e Biomecânica

Cinesiologia

Significa estudo do movimento. Vem do grego “knesis”, que significa


mover e “Logos” estuda. No Brasil, a técnica é conhecida como
"Balanceamento Muscular"; e conhecida como "Kinesiology" em outros países;
é a ciência que tem como enfoque a análise dos movimentos do corpo
humano. Ou seja, a anatomia estuda as estruturas e a cinesiologia os
movimentos possivelmente realizados por estas estruturas.

Biomecânica
Ciência que estuda os mecanismos dos sistemas biológicos, permitindo
que o homem, através de análises dos movimentos, e sem omitir as influências
bionergéticas, possa aprimorar o seu domínio psicomotor.

2. Tecido conjuntivo

Constituição

Os tecidos conjuntivos caracterizam-se, morfologicamente, por


apresentarem diversos tipos de células, separadas por abundante material
intercelular sintetizado por elas. Esse material é representado por uma parte
com estrutura microscópica definida, as fibras do conjuntivo, e por uma parte
não estruturada, a substância fundamental amorfa. Os tecidos desses grupos
desempenham os papéis de sustentação, preenchimento, defesa, nutrição,
armazenamento e reparação.

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As fáscias e o tecido conjuntivo, encontram-se em continuidade uma em
relação as outras, formando um verdadeiro esqueleto fibroso, muito extenso,
no qual tudo está ligado sendo uma entidade funcional.

Principais células

Células fixas e migratórias de vários tipos, vasto espaço extracelular que


contém fibras (elásticas, colágenas e reticulares) e substância fundamental
amorfa.

Esse tecido forma o arcabouço que sustenta as partes moles do corpo,


apoiando e ligando os outros tipos de tecido. Caracterizam-se pela grande
quantidade de material intracelular e pelo distanciamento das suas células e
fibras. Outros tecidos de sustentação possuem a função importante na difusão
e fluxo de metabolismo. Por fim, os tecidos de sustentação participam
ativamente nas funções de defesa do organismo. Todos esses tecidos de
sustentação têm a mesma origem embrionária: origem mesodérmica.

FIBROBLASTOS

Originam-se de células mesenquimatosas indiferenciadas (CMI). Ao MO


aparentam ser grandes e com prolongamentos, possuem núcleo eucromático e
nucléolo evidente. Ao Me, nota-se grande quantidade de RER e Complexo de
Golgi, dada à grande produção protéica da célula. Este material protéico é para
a produção da matriz extracelular e da SFA. O fibroblasto inativo passa a ser
chamado de fibrócito, e possui morfologia diferente dos fibroblastos, por serem
menores, pelo seu citoplasma ser mais acidófilo e por possuírem menor
número de prolongamentos, menos RER e menos Golgi. Quando o fibroblasto
possui alto teor de actina, miosina e a -actinina, passa a ser chamado de
miofibroblasto. Estas células participam ativamente no processo de fechamento
de ferimentos.

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PLASMÓCITOS

São células ovóides, com citoplasma basófilo (pois possui muito RER) e
cromatina compacta, com aspecto de roda de carroça (em ME). O Golgi e o
centro celular encontram-se ao lado do núcleo esférico, numa área clara.
Sintetizam e secretam Imunoglobulinas (anticorpos), que possuem alta
especificidade.

MACRÓFAGOS

Originam-se de monócitos, células sangüíneas originadas de uma célula


tronco da medula. Sua morfologia é variável. Seu núcleo é geralmente
reniforme e pouco eucromático. É rico em prolongamentos, lisossomas e
citoesqueleto. São células de defesa que fagocitam corpos estranhos e restos
celulares. Tipos especiais de macrófagos, as células apresentadoras de
antígenos, possuem maior número de prolongamentos para melhor
performance de funções, como por exemplo células dentríticas, células de
Kupffer etc. Com um estímulo específico, macrófagos tornam-se ativados,
adquirindo maior capacidade em fagocitar (metabolismo aumentado para maior
produção de substâncias de defesa). Uma reunião de macrófagos forma uma
célula gigante, que é multinucleada e possui capacidade ainda maior de
defesa. O macrófago pertence ao Sistema Mononuclear Fagocitário, do qual
pertencem também células precursoras dos monócitos, os próprios monócitos,
macrófagos em geral, microglias e osteoclastos.

MASTÓCITOS

Origina-se da medula óssea. É uma célula grande e com inúmeros grânulos


basófilos apicais, que produzem e armazenam substâncias quimioativas
(mediadores químicos) do processo inflamatório. Ainda, são responsáveis pelo
reconhecimento das Imunoglobulinas E (Ig E), produzidas pelos plasmócitos.
São bem corados com azul de toluidina, que cora os grânulos em vermelho
(metacromasia). Tais grânulos podem possuir heparina OU sulfato de
condroitina. Podem conter, ainda, histamina, prostaglandinas e ECF-A.

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Fibras do tecido conjuntivo

Sistema Colágeno

 Fibras Reticulares:

É formada por colágeno do tipo III e 6-12% de açúcares. São mais finas
que as fibras colágenas e se localizam em órgãos relacionados ao sangue.
Para ser mais bem visualizado deve-se usar uma coloração que identifique
açúcares, como a Impregnação Argêntica (IA).

 Fibras Colágenas:

São bem visualizadas ao MO com Hematoxilina-Eosina (HE) pois o


colágeno que as formam é altamente acidófilo. O ESCORBUTO é uma doença
da síntese do colágeno (ver a seguir), na qual a falta de vitamina C dificulta a
hidroxilação da prolina.

Existem mais ou menos 15 tipos de colágeno conhecidos. É a proteína


mais estudada pois é a mais bem distribuída em mamíferos. São longas
cadeias de glicina e prolina que formam uma rígida fita tripla elicoidal. O
colágeno formador de fibrilas é o do tipo I (que associados ao do tipoV forma
pele, ossos, tendões, ligamentos, TC frouxo etc), do tipo II (forma a cartilagem
hialina e a elástica e pode associar-se com o do tipo XI) e do tipo III (que forma
as fibras reticulares). Os colágenos associados a fibrilas são os do tipo IX e XII,
que fazem a ligação entre fibrilas e entre outros componentes da matriz.
Existem ainda os colágenos formadores de redes, como o do tipo IV, que forma
a lâmina basal, e o do tipo VII.

A síntese do colágeno começa nos ribossomos aderidos à membrana,


que a partir daí crescem no sentido de entrar no RE. Forma-se, então, três
cadeias polipeptídicas pró-a , com aminoácidos terminais (pró-peptídeos). No
RE, a prolina e a lisina sofrem hidroxilação e algumas lisinas são glicosiladas.
Com isto, há formação do pró-colágeno, auxiliado pelos peptídeos de registro.
Ao deixar a célula, o pró-colageno vira colágeno.

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Sistema Elastico

 Fibras Elásticas:

São formadas por glicoproteínas (microfibrilas) e elastina (que é mais


resistente que o colágeno)., organizando-se em uma trama irregular. Ficam mal
coradas com HE, por isto usa-se Orceína para destacá-las. Pode estar
presente na parede de vasos (membranas elásticas fenestradas).

Função do TC

Sustentação e preenchimento; defesa; nutrição; armazenamento;


reparação. A função de suporte corpóreo é exercida pelas cartilagens, pelos
ossos e pelo TC propriamente dito. Pode fazer a nutrição de alguns órgãos,
como é o caso da Lâmina Basal, que faz a nutrição do tecido epitelial de
revestimento. Tem função de preenchimento de espaços, tanto entre órgãos
como por entre áreas lesada, que são primeiramente recobertas por tecido
conjuntivo propriamente dito. Ainda, auxilia na defesa do organismo, por meio
de suas células

Substância fundamental amorfa (SFA)

Formada por GAGs (polissacarídeos de repetição de uma única cadeia


dissacarídea) sulfatadas e Proteoglicanas. Trata-se de um gel altamente
hidratado que funciona como barreira de proteção patogênica, pois dificulta a
penetração de microorganismos. A água nela contida é uma água de
solvatação, ou seja, uma água ligada a uma macromolécula, que no caso é
uma GAG. Isto acontece devido à carga negativa do gel, que atrai íons Na++,
que por sua vez carregam consigo a água

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3. Tecido Ósseo

Estrutura e Morfologia

O tecido ósseo é um tecido conjuntivo bem rígido, encontrado nos


ossos do esqueleto dos vertebrados, onde ele é o tecido mais abundante.

Funções

Suas funções principais são:

• sustentar o corpo;
• permitir a realização de movimentos;
• proteger certos orgãos;
• realizar a produção de elementos celulares do sangue.

OBS: Exercem tbem uma importante função de armazenamento de Cálcio para


contração muscular, secreções, impulsos nervosos e outros mecanismos.

Células ósseas

As células ósseas são na maioria estreladas. Podem ser de três tipos:


osteoblastos, osteócitos e osteoclastos. Não há grandes diferenças entre
esses tipos, que são, na realidade, mudanças da forma de uma mesma célula,
em diferentes estágios.

Osteoblastos:
Células jovens com intensa atividade metabólica e responsáveis pela
produção da parte orgânica da matriz. São cúbicas ou cilíndricas e são
encontradas na superfície do osso periósteo (membrana fina que reveste o
osso).

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Osteócitos

Durante a formação óssea, à medida que se dá a calcificação da matriz


óssea, os osteoblastos acabam ficando em lacunas chamadas osteplastos,
diminuem sua atividade metabólica e passam a ser osteócitos, células adultas
que atuam na manutenção dos componentes químicos da matriz. Nas regiões
ocupadas pelas ramificações dos osteoblastos formam-se os canalículos, que
permitem uma comunicação entre os osteócitos e os vasos sanguíneos que os
alimentam.Os osteócitos são protegidos pela osteona que os reveste.

Osteoclastos

Células grandes com diversos núcleos (multinucleadas ou


polinucleadas), originadas da fusão de células ósseas(sincício). Fazem a
reabsorção da matriz e a regeneração do tecido ósseo após fraturas. Os
osteoclastos sao celulas gigantes, multinucleadas responsáveis pela gradação
do tecido osseo em condições fisiológicas e patológicas. Originam-se pela
fusão de celulas mononucleares da medula ossea, sendo porém observadas
somente nas superfícies osseas. Os osteoclastos secretam acidos, colagenase
e outras enzimas que atacam e liberam Ca+. Originam-se dos monocitos

Tipos de tecido ósseo

Pode-se dividir o tecido ósseo em dois tipos: esponjoso ou reticulado e


compacto ou denso. Tais tipos apresentam o mesmo tipo de célula e de
substância intracelular, mudando apenas entre si a disposição de seus
elementos e a quantidade de espaços medulares. O tecido ósseo esponjoso e
o compacto aparecem juntos na grande maioria dos ossos dos vertebrados.

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Tecido ósseo esponjoso

Apresenta espaços medulares mais amplos, sendo formado por várias


trabéculas, que dão um aspecto poroso ao tecido.

Tecido ósseo compacto

Não apresenta quase nenhum espaço medular, possuindo, no entanto,


um conjunto de canais que são percorridos por nervos e vasos sangüíneos:
canais de Volkmann e canais de Havers. Por serem uma estrutura inervada e
irrigada, os ossos têm sensibilidade, alto metabolismo e capacidade de
regeneração.

Classificação dos ossos

Os ossos são classificados de acordo com a sua forma em:

A - Longos: têm duas extremidades ou epífises; o corpo do osso é a diáfise;


entre a diáfise e cada epífise fica a metáfise. A diáfise é formada por tecido

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ósseo compacto, enquanto a epífise e a metáfise, por tecido ósseo esponjoso.
Exemplos: fêmur, úmero.

B - Curtos: têm as três extremidades praticamente equivalentes e são


encontrados nas mãos e nos pés. São constituídos por tecido ósseo esponjoso.
Exemplos: calcâneo, tarsos, carpos.

C - Planos ou Chatos: são formados por duas camadas de tecido ósseo


compacto, tendo entre elas uma camada de tecido ósseo esponjoso e de
medula óssea Exemplos: esterno, ossos do crânio, ossos da bacia, escápula.

D) Irregular: possui um morfologia complexa. As vértebras e o osso temporal


são exemplos.

E) Pneumático: apresenta uma ou mais cavidades, de volume variável,


revestida de mucosa e contendo ar. Estas cavidades recebem o nome de seio.

F) Sesamoídes: desenvolvem na substância de certos tendões ou da capsula


fibrosa de certas articulações. A patela (o osso do joelho) é o maior osso
sesamóide do corpo humano.

Outra classificação do tecido ósseo

Primário (imaturo)

Se forma primeiro no embrião e durante a regeneração, tem pouco


cálcio e muitas células e fibras colágenas alocadas caóticamente. É osso
esponjoso visto à olho nú. No adulto é muito pouco encontrado, persistindo
apenas próximos às suturas do crânio, nos alvéolos dentários e em alguns
pontos de que se encontram os tendões.

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Secundário (lamelar)

Tecido maduro formado de lamelas paralelas ou concêntricas. Possui


cálcio e o arranjo lamelar ajuda a distribuir a força pelo osso. É o osso
compacto visto à olho nú.

4. Tendão

Estrutura e morfologia

Um tendão é uma fita ou cordão fibroso, formado por tecido conjuntivo,


graças ao qual os músculos se inserem nos ossos ou noutros órgãos.

Os tendões são estruturas fibrosas, com a função de manter o equilíbrio


estético e dinâmico do corpo, através da transmissão do exercício muscular
aos ossos e articulações.

Os tendões dos músculos podem ser longos, quer a origem dos


mesmos, assim como a inserção podem estar separadas por muitas
articulações.

O conjunto do esforço de diversos grupos de músculos, produz


movimentos de flexão, extensão, rotação, abdução, adução e circundação.

Os tendões são um tecido conjuntivo, com fibras colágeneas que se


entrelaçam, permitindo a distribuição das forças de todas as partes do musculo.
Os tendões estão unidos aos ossos por ligamentos anulares (retináculos).

Quando há muita mudança, ou movimento na direção do empuxe de


uma articulação, o tendão é circundado pela bainha sinovial , porém se o
movimento for limitado, mas existir pressão sobre o osso, ocorre uma bolsa
sinovial entre o tendão e o osso. Portanto, a bainha sinovial do tendão, é como
se a bolsa formasse um tubo ao redor do tendão, enrolada sobre o mesmo.

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Determinados tendões ainda possuem alguns pequenos ossos
associados, como por exemplo os ossos sesamóides, que servem como uma
espécie de "roldana" para que o tendão deslize.

Estas estruturas possuem capacidade de regeneração, o que nos auxilia


muito no tratamento das afecções do mesmo.

Esta regeneração se dá pela proliferação de células do tecido conjuntivo


que os envolve.

Tendão Calcâneo

Força vetorial

5. Ligamentos

Estrutura e morfologia

Um ligamento é um feixe de tecido fibroso,formado por tecido


conjuntivo, e é mais ou menos comprido, largo e robusto, de forma aplanada ou
arredondada, que une entre si duas cabeças ósseas de uma articulação

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(ligamento articular) ou mantém no seu local fisiológico habitual um órgão
interno (ligamento suspensor).

Tipos de Movimentos

 Flexão
 Extensão
 Abdução
 Adução
 Circundução
 Rotação

Componentes das Articulações Móveis

 Ligamentos

 Cápsulas Articulares – extrato externo e interno

 Líquido Sinovial

 Bainha Sinovial dos tendões

 Bolsas Sinoviais – subcutânea, submuscular, subtendínea

Articulações da Cintura Pélvica e MMII

Articulação Coxofemoral

 Cápsula articular
 Ligamento iliofemural
 Ligamento isquiofemural
 Ligamento pubofemoral
 Ligamento da cabeça do fêmur
 fossa acetabular
 Ligamento transverso do acetábulo

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Articulação do Joelho

 Cápsula articular
 Ligamento patelar

 Ligamento poplíteo oblíquo


 Ligamento poplíteo arqueado
 Ligamento colateral tibial

 Ligamento colateral fibular


 Ligamento cruzado anterior
 Ligamento cruzado posterior
 Meniscos medial e lateral
 Ligamento transverso
 ligamento coronário

Articulações entre a Tíbia e a Fíbula

 Articulação tibiofibular

Articulações do Tornozelo e Pé

 Articulação subtalar
 Articulação talocalcaneonavicular
 Articulação calcaneocubóidea
 Articulação cuneonavicular
 Articulação cuboideonavicular
 Articulações Tarsometatársicas
 Articulações Metatarsofalângicas
 Articulações das Falanges

6. Tecido Cartilaginoso

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Estrutura e morfologia

O tecido cartilaginoso, ou simplesmente cartilagem, é um tecido


elástico e flexível, branco ou acinzentado, aderente às superfícies articulares
dos ossos. Também é encontrado em outros locais como na orelha, na ponta
do nariz. É formado por condrócitos e condroblastos (células) , revestido pelo
pericôndrio (fibrocartilagem nao possui pericondrio). O tecido serve para dar
forma e sustentação a algumas partes do corpo, mas com menor rigidez que os
ossos e também serve para não dar atrito entre os ossos. No tecido
cartilaginoso não existem vasos sanguíneos, nervos e vasos linfaticos

Tipos de Cartilagem

Cartilagem Hialina

É o tipo de cartilagem mais estudada, pois é a que se encontra em maior


quantidade no organismo humano. A fresco, pode ser vista na cor branco-
azulada. Rico em fibrilas colágenas do tipo II, forma o primeiro esqueleto
embrionário.

Possui moderada quantidade de fibras colágenas II. Forma o primeiro


esqueleto do embrião, que, depois, é substituído por osso. Mesmo assim,
alguns locais dos ossos ainda mantêm esse tipo de cartilagem. Ela é a mais
abundante do corpo humano. É encontrada no disco epifisário, fossas nasais,
brônquios e na traquéia.

Além das fibrilas colágenas II, a matriz possui SFA, com proteoglicanas
cujas GAGs são altamente sulfatadas. Daí o aspecto azulado e não róseo em
MO sob a coloração HE. A rigidez da matriz é decorrente das ligações
covalentes entre as GAGs e as proteínas com o colágeno e da grande
quantidade de água de solvatação presas a estas GAGs sulfatadas. Existe uma
região da matriz mais corada e que foi indevidamente denominada cápsula.
Localiza-se próxima às células e é rica em GAGs e pobre em colágeno.

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As células são os condroblastos e os condrócitos. Os condroblastos são
responsáveis pela síntese de matriz cartilaginosa e por isto possuem alta
quantidade de RER e Golgi. Quando são totalmente envoltos por matriz,
passam a ser chamado de condrócitos, sempre alojados em lacunas, e ficam
responsáveis pela manutenção da matriz.

Existe um tecido que envolve a cartilagem, chamado Pericôndrio,


formado por TC Denso, capaz de originar novos condroblastos. O pericôndrio é
vascularizado e por isto é o responsável pela nutrição do tecido que reveste.

Este tipo de cartilagem localiza-se nas fossas nasais, traquéia,


brônquios, extremidade ventral das costelas e revestimento de articulações.

Cartilagem Fibrosa

Apresenta abundante quantidade de fibras colágenas. É encontrada nos


chamados discos intervertebrais e na sínfise pubiana. Suporta altas pressões.

Cartilagem Elástica

Pequena quantidade de colágeno e grande quantidade de fibras


elásticas. É encontrada no pavilhão auditivo, no conduto auditivo externo, na
epiglote, na tuba auditiva e na laringe.

Funções do Tecido Cartilaginoso

 Sustentação;
 Revestimento de articulações;
 Crescimento ósseo - disco epifisário.

Cartilagem de crescimento, ou disco epifisário, é uma cartilagem presente na epífise


dos ossos longos jovens, modulando seu crescimento.

7. Tecido Adiposo

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As Células adiposas originam-se de lipoblastos, que por sua vez têm
origem a partir de células mesenquimatosas. Pode apresentar-se em grupos ou
isoladas, mas é certo de que não se dividem. É o depósito de gorduras do
corpo. Estas gorduras são os Triglicerídeos (TG), formado por ácido graxo e
glicerol e constitui-se num lipídeo de reserva.

A gota de gordura ocupa quase todo o volume celular; é por isto que o
núcleo das células adiposas é periférico. Possuem glicocálix e vesículas
pinocíticas e são inervadas pelo SNA simpático.

Podem ser de 2 tipos. As uniloculares, que formam o tecido adiposo (TA)


unilocular, possuem apenas uma gota de gordura em seu citoplasma. As
multiloculares formam o TA multilocular ou pardo e possuem várias gotículas de
gordura.

O crescimento hiperplásico dos lipoblastos, originado geralmente da


superalimentação de um indivíduo quando criança, predispõe-no à obesidade.
O sistema capilar, neste caso, aumenta e acaba por sobrecarregar o coração,
dando origem a tendências de indisposição cardiovascular.

Funções do Tecido Adiposo

 Termorregulação;
 Reserva energética;
 Preenchimento de espaços, como a gordura perirenal;
 Proteção contra impactos, como os coxins plantares;
 Modelação do corpo, como a hipoderme. Este fenômeno é controlado
por hormônios sexuais e adrenocorticóides.

8. Tecido Muscular

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Estrutura e morfologia

Em nosso corpo humano existem uma enorme variedades de músculos,


dos mais variados tamanhos e formato, onde cada um tem a sua disposição
conforme o seu local de origem e de inserção.

Temos aproximadamente 212 músculos, sendo 112 na região frontal e


100 na região dorsal. Cada músculo possui o seu nervo motor, o qual divide-se
em muitos ramos para poder controlar todas as células do músculo. Onde as
divisões destes ramos terminam em um mecanismo conhecido como placa
motora.

O sistema muscular é capaz de efetuar imensa variedade de movimento,


onde toda essas contrações musculares são controladas e coordenadas pelo
cerebro.

Além disso não podemos esquecer de salientar da importância dos


músculos na postura e nas dores, pois sabemos que muitas lombalgia ou
cervicalgia são provocadas por encurtamento de músculos, sendo necessário
com isso que os mesmos estejam em uma posição mínima de comprimento.

Um fato importante é com relação ao encurtamento dos músculo da


cadeia posterior e fraqueza dos músculos da cadeia anterior que pode provocar
muitas vezes dores e posicionamento inadequado do indivíduo, sendo com isso
necessário termos um equilibrio com relação aos músculos.

Tipos de músculos

Os movimentos do corpo são proporcionados pelo sincronismo entre


contrações e relaxamentos dos músculos.
Existem três tipos de músculos no organismo humano, bem como nos diversos
animais, de acordo com o aspecto microscópico e velocidade de contração.

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Músculo liso ou visceral

Encontrado nos órgãos internos (aparelho digestivo, aparelho


respiratório, aparelho urinário, útero, vagina e parede dos vasos sangüíneos e
nos invertebrados, de um modo geral (platelmintos, anelídeos,etc). Esse tipo
muscular não apresenta estrias ao microscópio e realiza movimentos lentos
que não conseguimos exercer controle, ou seja, são involuntários.

Músculo estriado cardíaco

Encontrado somente no coração. Esse tipo muscular, revela um aspecto


estriado ao microscópio e é de contração rápida e involuntária. A freqüência
normal de batimentos cardíacos no homem está em torno de 80 por minuto.

Músculo estriado esquelético

Encontrado unido aos ossos do esqueleto, nas valvas de moluscos


(conchas de ostras) e também nas patas e asas dos artrópodes (insetos). Esse
tipo muscular realiza movimentos rápidos e voluntários.

Tipos de Fibras Musculares

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Fibras Musculares Tipo I e II

Quadro 1

Nomenclatura variada dos tipos de fibras Característica


Tipo I
Vermelhas
Fibras Tônicas Resistência
Contração Lenta
Slow twitch fibers (ST)

Quadro 2

Tipo II
Brancas
Fibras Fásicas
Contração Rápida Força e velocidade
Tipo II A – rápida oxidativa
Tipo IIB – rápida glicolítica
Fast twitch fibers (FT)

Fibras tipo IIa Fibras tipo IIb


Rápidas Rápidas
Fortes Fortes
Resistentes Não resistentes

Fibras musculares lentas e rápidas

As fibras musculares esqueléticas diferem quanto ao tempo que levam


para se contrair, podendo levar um tempo de até 5 vezes maior do que as
rápidas para se contrair.

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As fibras musculares lentas estão adaptadas à realização de trabalho
contínuo, possuem maior quantidade de mitocôndrias, maior irrigação
sanguínea e grande quantidade de mioglobina, capaz de estocar gás oxigênio.
As fibras rápidas, pobres em mioglobina, estão presentes em músculos
adaptados à contrações rápidas e fortes.

Sarcômeros

As fibras musculares esqueléticas tem o citoplasma repleto de


filamentos longitudinais muito finos, (as miofibrilas) constituídas por
microfilamentos das proteínas actina e miosina. A disposição regular dessas
proteínas ao longo da fibra produz o padrão de faixas claras e escuras
alternadas, típicas do músculo estriado.

As unidades de actina e miosina que se repetem ao longo da miofibrila


são chamadas sarcômeros. As faixas mais extremas do sarcômero, claras, são
denominadas banda I e contém filamentos de actina. A faixa central mais
escura é a banda A, as extremidades desta são formadas por filamentos de
actina e miosina sobrepostos, enquanto sua região mediana mais clara, (a
banda H), contém miosina.

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Antagonismo muscular

Os músculos que realizam um movimento desejado são chamadas de


agonistas e os que executam o movimento contrário são chamados de
antangonistas ou opositores. Para que ocorra um movimento é necessário uma
ação conjunta de músculos se relaxando enquanto outros se contraem. Por
exemplo: o bíceps, quando se contrai, faz a flexão do ante-braço sobre o braço.
Mas para isso, o tríceps (antagonista) deve se relaxar. Para a extenção, o
tríceps se contrai, enquanto o bíceps se relaxa

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Propriedades Mecânicas do Tecido Contratil

O músculo é primariamente composto de tecido contrátil, mas


apresenta-se entrelaçado com tecido não-contratil, como tendão e fascia. A
principal fonte de resistência ao alongamento passivo do músculo é a malha de
tecido conectivo que existe dentro dele, e não nos componentes contrateis
ativos.

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Características Mecânicas do Tecido Mole Não-Contrátil

O tecido mole não-contratil permeia todo o corpo e é organizado em


vários tipos de tecido conectivo para dar suporte às estruturas do corpo. Os
ligamentos, tendões, cápsulas articulares, fáscias, tecidos não-contrateis de
dentro do músculo, e pele, tem características que podem levar ao
desenvolvimento de adesões e contraturas e desse modo alterar a flexibilidade
dos tecidos que cruzam a articulação.

Órgão tendinoso de Golgi (OTG)

O OTG localiza-se próximo à junção musculotendínea, enrola-se nas


extremidades das fibras extrafusais do músculo e é sensível à tensão causada
tanto pelo alongamento passivo quanto pela contração muscular. O OTG é um
mecanismo de proteção que inibe a contração do músculo, ele tem um limiar
muito baixo de disparo (sensível a uma tentativa de lesão).

Fuso Muscular

O fuso muscular é o principal órgão sensitivo do músculo, ele monitora a


velocidade e duração do alongamento e detecta as alterações no comprimento
do músculo. As fibras do fuso muscular são sensíveis à rapidez com a qual um
músculo é alongado.

Biomecânica dos MMII

1. Quadril

Anatomia óssea
Articulação

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Movimentos
Músculos

2. Joelho

Anatomia óssea
Articulação
Movimentos
Músculos
3. Tornozelo é Pé

Anatomia óssea
Articulação
Movimentos
Músculos

4. Analise da Marcha

Existem vários tipos de desequilíbrios e transtornos anatômicos,


patológicos, e biomecânicos que possam estar provocando uma alteração na
marcha. Entre os tipos de marcha temos: escarvante, ebriosa, antalgica,
tesoura, etc....

Fatores Biomecânicos

1. Alavancas

Primeira Classe

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São exemplos característicos de alavancas de primeira classe o pé-de-
cabra, a gangorra e a extensão do cotovelo. A alavanca de primeira classe
serve basicamente para produzir movimentos equilibrados quando o eixo fica
no meio do caminho entre a força e a resistência (por exemplo, uma gangorra).

Segunda Classe

A alavanca de segunda classe destina-se a produzir movimentos de


força, pois permite que uma resistência grande seja movimentada por uma
força relativamente pequena. Um exemplo de uma alavanca de segunda classe
é um carrinho de mão. Outro caso semelhante a uma alavanca de segunda
classe é a plantiflexão, pois o corpo é levantado sobre os dedos dos pés.

Terceira Classe

As alavancas de terceira classe, nas quais a força é aplicada entre o


eixo e a resistência, servem para produzir velocidade e amplitude de
movimento. Quase todas as alavancas do corpo humano são desse tipo e
requerem grande quantidade de força para serem movimentadas, mesmo
quando a resistência é pequena. Um exemplo de alavanca de terceira classe é
o uso do remo, no qual a força de elevação é aplicada com a mão de baixo,
enquanto a mão de cima serve como eixo de rotação.

2. Leis do Movimento – Teorias

Lei da Inércia

Um corpo em movimento tende a permanecer na mesma velocidade, em


linha reta, a menos que sofra ação de uma força. Um corpo em repouso tende
a permanecer em repouso a menos que sofra a ação de uma força.

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Lei da Aceleração

A mudança na aceleração de um corpo ocorre na mesma direção da


força que a provoca. A mudança de aceleração é diferente proporcional à força
que causa e inversamente proporcional à massa do corpo.

Lei da Reação

A cada ação correposnde a uma reação igual e oposta


Compensação, estabilidade e equilíbrio

Compensação é a capacidade de controlar o equilíbrio estático ou


dinâmico. Em relação ao movimento humano equilíbrio refere-se a um estado
de aceleração zero, em que não há alteração na velocidade nem na direção do
corpo. O equilíbrio pode ser tanto estático como dinâmico. Se o corpo estiver
em repouso ou completamente sem movimento, estará num equilíbrio estático.
O equilíbrio dinâmico ocorre quando todas as forças aplicadas e inerciais que
agem sobre o corpo em movimento estão contrabalançadas, resultando num
movimento com velocidade ou direção inalterável.

3. Forças

Os músculos são as principais fonte de força que produz ou altera o


movimento de um segmento do corpo ou de um objeto lançado, rebatido ou
parado. Músculos são capazes de produzir mais força do que os músculos
fracos, e isso refere-se tanto ao esforço máximo quanto ao esforço sustentado
ao logo de um período.
As forças impelem ou tracionam o objeto na tentativa de afetar seu
movimento ou sua forma.

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“Existem três coisas que não voltam atrás: a flecha lançada, a palavra proferida, e a

oportunidade perdida” (Provérbio Chinês)

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