Numa noite de sábado eu e minha esposa fomos a um aniversário da filha
de alguns amigos, e lá chegando, tratamos de parabenizar os pais, a criança e seus familiares. A menininha fazia um ano e corria de um lado a outro do salão enquanto recebia o agrado de todos a sua volta. Já havia se passado uns 30 minutos desde a nossa chegada quando ouvi alguém gritando atrás de mim, era a mãe. Imediatamente todas as atenções voltaram-se para ela e a menina que estava em seus braços sem respirar. Havia engasgado com um pedaço de cachorro quente. Deixei a minha mesa e me dirigi apressadamente até aquela mulher em prantos. Outros tiveram a mesma reação em meio a outros gritos que agora eram atribuídos a tia da criança. Essa mulher tirou a criança do colo da mãe e a virou de cabeça para baixo e vendo que nada adiantava foi em direção ao carro para desta forma chegar ao hospital mais próximo (Hospital Ferreira Machado). A mãe desabou no chão, sendo socorrida por mim e outros bem intencionados. Minhas tentativas para clamarmos a Deus foram abafadas, pois enquanto pedia para colocar a vida de sua filha nas mãos de Senhor Todo Poderoso, tudo que ela (a mãe) ouvia era o insistente pedido por água com açúcar (como se isso fosse salvar a criança). Eu falava... “tenha fé” e a maioria ali presente me empurrava para desferir num uníssono coro... “água com açúcar pra ela!” Vendo que pouco podia ajudar ali me dirigi para o hospital. No caminho lembrei-me de um testemunho sobre um médico presunçoso que se vangloriava de nunca ter deixado um paciente morrer. Justamente no hospital onde aquele médico trabalhava chegou uma menina com parada cardíaca após um acidente de carro. Enquanto era encaminhada até o setor de emergência daquele destemido médico, a menina parou de reagir a qualquer estimulo. Dispondo dos melhores equipamentos e os mais graduados auxiliares de enfermagem o médico lutou por quarenta minutos (quando o procedimento indica no máximo 20 minutos para dar o óbito) até admitir que não havia mais o que fazer. Desolado, o médico retornou a sua sala de cabeça baixa. Aquele percurso (da emergência ao consultório) tornou-se os mais longos três minutos de sua vida. Não havia ele terminado aquela jornada quando o bip tocou. Pensou ele: - Pelo jeito alguém acabou de entrar em estado critico. Dessa vez não vou falhar! Voltou correndo a emergência e no meio do caminho uma enfermeira tentou falar-lhe algo, mas não deu ouvidos. Chegando lá encontrou um grande numero de médicos e enfermeiras em volta do paciente. Quando finalmente pode ver que o tal paciente, sentado e sorridente, era menina que alguns minutos passados tinha dado por morta, as lagrimas precipitaram-se em seu rosto. - Meu Deus mandou-lhe um recado – dizia a menininha: É Ele, e não você, que está no controle de tudo! Eu poderia contar a vocês o que aconteceu quando eu e minha esposa chegamos ao hospital, porém... basta lembrar a lição aprendida pelo médico.