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MANDADOS CONSTITUCIONAIS DE CRIMINALIZAO

A Constituio Federal contm mandados de criminalizao. So comandos constitucionais para criminalizar determinados comportamentos. Ou seja, existem algumas condutas que a CF/88 vincula o legislador a tipificar penalmente. Um bom exemplo de um mandado est no artigo 5, inciso XLII da Magna Carta Brasileira, que expressa que a prtica do racismo constitui crime inafianvel e imprescritvel, sujeito pena de recluso, nos termos da lei (grifei). Um ano aps a promulgao da Constituio Federal, o legislador editou a Lei n. 7.716 para atender esse mandado de criminalizao do racismo. Esses mandados esto presentes de duas formas:explcitos ou implcitos. Quando presente no prprio texto da Constituio,como no exemplo acima, so ditos mandados de criminalizao explcitos ou expressos. De maneira implcita esto os valores constitucionais mais relevantes e, sendo estes lesionados, merecem ser criminalizados. Para exemplificar h o direito vida que, de to relevante, no preciso um mandado expresso de criminalizao para quem afrontar esse bem jurdico. No inciso XLIII do mesmo artigo supracitado contm outros mandados de criminalizao, dessa vez para os crimes definidos como hediondos, para o trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins, para a tortura e ainda para o terrorismo. As leis 8.072/90, 11.343/06 e 9.455/97 tratam, respectivamente, de cada um desses crimes previstos pelo legislador constituinte, com exceo ao crime de terrorismo que, at hoje, no conta com lei especfica para dar-lhe o tratamento adequado. No sendo o nico caso de omisso, h tambm o mandado de criminalizao expresso no artigo 7, inciso X da CF/88, que criminaliza a reteno dolosa do salrio do trabalhador, que tambm no foi regulamentado at o presente instante. Urge a regularizao desses mandados de criminalizao e,para isso, h duas formas de provocar o legislador: uma por mandado de injuno e outra com a proposta de uma Ao Direta de Inconstitucionalidade por omisso.Entende-se que, ao deixar de legislar sobre os mandados constitucionais de criminalizao, o legislador no observa o princpio da proporcionalidade,especificamente em sua vertente da proibio da proteo insuficiente.

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