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A origem da filosofia: o espanto e a dvida Plato afirmou que a origem da filosofia era o espanto.

O sentido da viso permitiu-nos "contemplar as estrelas, o Sol e o firmamento celeste". Esse espectculo deu-nos o impulso para a investigao do universo. Da nasceu a filosofia, o maior bem que os deuses concederam aos mortais. Aristteles disse: "Foi a admirao que incitou os Homens a filosofar: admiraram-se primeiro do que lhes acontecia a lhes era estranho, depois, pouco a pouco, foram mais longe e inquiriram dos movimentos da Lua, do Sol, dos astros a da criao do universo". O espanto impele ao conhecimento. Pelo espanto me torno consciente da minha ignorncia. Procuro conhecer por amor ao prprio conhecimento e no para satisfazer qualquer necessidade trivial. A filosofia como um despertar da vinculao s necessidades vitais. Costuma-se sentir esse despertar quando se contemplam as coisas celestes e terrestres sem qualquer fim utilitrio a formulando estas perguntas: "O que ser e de onde provir tudo isto?". Interrogaes cujas respostas no tm qualquer utilidade, mas que conferem em si uma satisfao (...). Satisfeito o espanto e a admirao pelo conhecimento do ser, logo surge a dvida. certo que os conhecimentos se acumulam, mas nada seguro se no comprovado criticamente. As percepes dos sentidos condicionados pelos nossos rgos sensoriais so ilusrias ou, pelo menos, no concordantes com o que as coisas so em si, independentemente da nossa percepo. Karl Jaspers, Iniciao Filosfica, Guimares Ed., Lisboa, 1980, p. 20

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