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Nota da autora:

Aqui vai o próximo capitulo – a música para a conversa de Edward com Carlisle é Who
Wants to Live Forever (“Quem quer viver para sempre?”) do Queen. E para todos vocês que
querem dar um chute no traseiro do Edward – Alice concorda com vocês. Mas vocês já vão
ver isso. Obrigada mais uma vez por ler – o próximo capitulo será “O Fim”.

Problemas Domésticos

À medida que eu me aproximava da casa, a única mente que eu pude achar foi a de
Carlisle. Alice ainda devia estar com Jasper; Esme estava voltando para casa depois de
deixar Emmett e Rosalie no aeroporto SeaTac ,em Seattle. Carlisle estava examinado um de
seus textos médicos favoritos enquanto eu estacionava. Ele percebeu que eu havia
chegado, mas não parou de ler até que eu parei em frente á sua porta.

Entre. O tom de seus pensamentos era calmo. Carlisle raramente ficava com raiva, e eu
não esperava que ele perdesse a cabeça hoje à noite.

Sente-se. Eu também não esperava ouvir a voz de Carlisle; sem ninguém mais presente,
ele escolheu não usá-la comigo. Era um silêncio ao qual eu também precisava me
acostumar, já que os sons de Bella logo iriam embora de minha vida para sempre.

Carlisle avaliou minha aparência, e pulou a introdução que ele havia preparado. Você
está com uma cara horrível, Edward. Esse plano não está funcionando muito bem para você.

“Não, não está. Mas não é o meu bem estar que está em jogo aqui, Carlisle, você sabe
disso.” Eu olhei em seus olhos, determinado.

E por que você acha que sair da vida de Bella é a única opção? Tratar uma ferida
causando outra nunca é a resposta. Ele pensou como Bella se sentiria quando percebesse
que eu iria deixá-la, imaginando suas lágrimas.

Meus dentes se juntaram com força. “Por favor, me poupe das imagens.” Eu respirei
lentamente; ficar irritado não serviria para nada. “Quanto mais perto eu fico de Bella, mais
eu a machuco. Você presenciou bons exemplos disso. Essa última vez não foi nem uma
ameaça externa, foi meu próprio irmão que quase a matou – em grande parte por causa da
minha sede extrema. E em minha fraca tentativa de protegê-la eu a machuquei. Com
certeza você consegue imaginar isso.”

Carlisle olhou para longe, incapaz de não lembrar do momento em que eu jogara Bella
sobre a mesa, dela caída no chão em meio á bagunça de vidros quebrados, pedaços de bolo
e seu próprio sangue doce escorrendo. Minha mandíbula ficou tensa enquanto ele

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contorcia o rosto por causa das memórias. E você nem ao menos vai considerar outras
alternativas?

A voz de Alice apareceu em sua mente. “Ela irá se tornar uma de nós, e logo. Essa visão
não quer ir embora, Carlisle – é uma das mais fortes que eu já tive.”

Se você ficasse só mais um ano, vocês poderiam ficar juntos para sempre. Eu até
concordaria em te ajudar, Edward.

Eu olhei para baixo, chocado pela proposta de Carlisle. O pensamento de transformar


Bella nunca passara por sua mente em minha presença. Ele tinha sido inflexível no fato de
que Emmett seria o último. Somente uma vez eu sonhei em perguntar, mas isso não era
algo que eu havia realmente considerado fazer. O fato dele se oferecer para transformar
Bella me deixava chocado, principalmente no que dizia respeito à integridade física dela.

“Você condenaria a alma dela, por mim?” Minha escolha de palavras era intencional, e
Carlisle sabia.

Você conhece a minha opinião sobre esse assunto. E isso não seria uma coisa fácil para
eu fazer. Carlisle suspirou; essa oferta não fora feita no calor do momento, e apenas ficou
claro que ele passara muitas noites pensando nisso enquanto eu estava com Bella. Porém, é
obvio que ela foi feita para ficar com você, filho, e parece que ela foi feita para se tornar
imortal. Ela não entende do que ela estaria abrindo mão, e é por isso que ela precisa de
tempo com você. Talvez você pudesse convencê-la a fazer o contrário, mas você tem que
estar com dela para poder fazer isso.

Eu me lembrei de quando Bella havia pedido abertamente para Carlisle transformá-la, há


um pouco mais de vinte e quatro horas atrás. “Por que você não se voluntariou para fazer
esse serviço para ela ontem?”

É como eu disse para ela, isso é entre vocês dois. Mas se você e Bella decidirem que a
imortalidade é o destino dela, eu vou ajudar vocês, se for preciso. Você sabe que eu faria
qualquer coisa que você me pedisse.

Minha mente se inundou com o amor que Carlisle sentia por mim, e com as memórias
das visões de Bella pálida e de olhos vermelhos. A tentação era tão grande… e eu cobri meu
rosto com as mãos. Não, é errado eu ficar pensando nisso; ela não merecia sofrer nesse
inferno sem sono e sem sonhos que eu estava condenado.

“Eu não posso condená-la a essa existência vazia, Carlisle. Ela merece viver, não sofrer
com essa sede infindável, lutando contra um monstro interior, cada segundo dessa noite
sem fim. Ela merece o paraíso que eu não posso lhe dar.” Se eu pudesse chorar, eu estaria
chorando. O pensamento de sua alma sendo barrada no paraíso perfurava meu coração
como uma estaca.
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Você é mais do que aquele monstro, Edward; sua habilidade de amar te faz muito mais.
Se não fosse assim ela teria morrido há muito tempo atrás. Os olhos de Carlisle se
suavizaram. O fato de ela estar viva e apaixonada por você prova que você não é um
monstro, Edward. Você colocou isso acima de sua sede.

“Talvez. Mas ao perceber isso, eu sei que não é a minha vida, meus desejos ou minha
segurança que importa. E meu amor por ela diz que eu tenho que fazer tudo o que eu
precisar para dar a ela o que ela merece, para protegê-la.” Um silêncio mental se formou
enquanto Carlisle tentava escolher suas próximas palavras. Outra ideia me ocorreu, e eu
quebrei o silêncio primeiro. “Quando você olha para sua família, Carlisle, se você pudesse
nos transformar em humanos – nos devolver a vida que deveríamos ter tido – você faria
isso?”

Carlisle desviou os olhos para as pinturas atrás de mim e franziu a testa. Sua mente
passou rapidamente por todas as possibilidades, o que meus irmãos e irmãs diriam se
tivessem a chance de se tornar humanos. Rosalie iria agarrar essa chance, e Emmett iria
junto com ela, sem questionar. A escolha de Jasper não era tão clara. Ele faria quase
qualquer coisa para se libertar do tormento de seu talento, mas não iria querer abrir mão
da força e velocidade que permitiam que ele protegesse Alice. Alice sempre tinha se
perguntado sobre como era ser humana, mas sua decisão iria depender da de Jasper. Esme
continuaria com Carlisle, como vampira ou como uma humana. E então ele olhou para mim,
sabendo que minha escolha seria tão fácil quanto a de Rosalie. Você escolheria a
mortalidade ao lado dela.

Sem hesitar, eu respondi. “Sim.” O futuro que eu nunca teria. Segurar Bella com braços
que não iriam esmagá-la, beijá-la sem envenená-la, dormir – sonhando – com ela, e
envelhecer ao seu lado. O que eu não faria por um futuro assim.

Os mesmos pensamentos passaram pela mente de Carlisle. Se ao menos eu pudesse dar


um presente como esse.

Ele tinha que entender que ela merecia uma vida humana. “Indo embora, eu estou lhe
dando esse presente. Ela pode ter a vida que todos nós deveríamos ter vivido,” eu disse.

Carlisle abaixou o rosto resignado, e eu sabia que a discussão estava quase no fim. Muito
bem. Nós vamos fazer o que você pediu. Esme achou uma casa em Ithaca, e começou a fazer
os arranjos necessários. Você precisa de mais alguma coisa?

“Você pode falar com a Alice? Ela está se prendendo a um futuro que não vai acontecer,
e ela precisa deixar Bella tanto quanto eu. Por favor, peça para ela deixar Bella em paz.”

Por que você mesmo não pede a ela?

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“Se ela voltar antes de vocês terem ido embora, eu vou pedir.” Eu olhei para longe,
antecipando sua próxima pergunta.

Você não virá conosco?

“Não.”

Choque passou pela mente de Carlisle. Você não pode se isolar, Edward; só será mais
difícil para você. Venha conosco para que nós possamos ajudá-lo a se recuperar também.

“Eu alcanço vocês,” eu disse fracamente.

Eu quero sua palavra nisso, ele pensou severamente.

“Eu tenho algumas coisas para fazer primeiro, mas assim que essas tarefas estiverem
completas, eu vou encontrar vocês.” Até lá, talvez, meu coração iria estar curado... Mas eu
duvidava disso. Apenas a ideia de ficar perto da minha família, vendo a felicidade deles,
como eles se sentiam completos juntos, fazia o meu peito doer. Não, eu nunca iria voltar,
mas Carlisle não precisava saber disso. Eu me virei para ir embora.

Ele percebeu minha falta de comprometimento e levantou uma sobrancelha, mas


decidiu que essa era uma discussão para outra hora. O que você vai fazer hoje à noite? Sua
mãe vai estar em casa logo.

Eu parei perto da porta, e toquei meus olhos fechados ao pensar em encarar Esme. Sem
me virar eu disse. “Eu vou sair para correr.”

Carlisle se encheu de preocupação à medida que eu ia embora. Os pensamentos de Esme


dançavam no fundo de minha mente enquanto eu saía de casa e corria para longe – longe
da única família que eu tinha.

A floresta estava escura sob a luz da lua minguante. Só um pedaço de branco da finura
de um cabelo brilhava no céu enquanto o brilho da lua era lentamente encoberto pela
sombra da terra. Quão apropriado, eu estava para me empurrar para longe da única luz que
eu já havia conhecido.

Bella permanecia em meus pensamentos como sempre; á medida que eu corria, eu


reprimi a lembrança de quando eu carregara seu corpo leve em minhas costas. Eu estava
sozinho, e estaria sozinho até meu fim. Eu me concentrei na única tarefa que eu tinha para
ser terminada – a única coisa que poderia prover uma distração – Victoria.

Mesmo que eu odiasse admitir isso, eu iria precisar da ajuda de Alice para começar
minha busca. Ela saberia para onde Victoria estava indo; e me daria um ponto de partida. E
depois eu iria rastrear a nômade. Ela não saberia que eu estava vindo, então ela não
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conseguiria se esconder por muito tempo. Enquanto eu fazia meus planos para procurar por
Victoria, eu encontrei em pouco de paz da constante atração do espírito de Bella, até eu
perceber onde estava.

A luz na minha frente me fez parar de repente, e enquanto eu parava no limite da


floresta eu vi uma pequena casa com um carro da polícia na garagem. Assim como uma
mariposa atraída por uma chama, mesmo quando eu fugia, eu ia atrás dela.

Isso é tão errado… Eu tentei me virar e ir embora, mas meus pés não obedeciam. Sua
respiração e seu pulso eram tão audíveis de onde eu estava, e me seguravam como se eles
tivessem me acorrentado ao chão. Eu não pude evitar que meus olhos achassem sua janela
– o portal para meu amor.

Esta tinha que ser a última vez que eu viria aqui – eu precisava me negar todas essas
tentações. Só mais uma noite, meu coração implorou.

Não, isso tinha que ter um fim, minha mente argumentou. Finalmente eu consegui
levantar meus pés e comecei a olhar de volta para as árvores quando eu a ouvi.

“Edward, não,” ela disse durante seu sono. “Me conte... por favor.” Meu coração parecia
que ia explodir, e eu já tinha ido para o jardim antes que pudesse perceber.

“Eu te amo, Edward,” ela suspirou na escuridão. A dor era tão intensa que minha visão
ficou borrada. Levaria menos de um segundo para eu estar do seu lado, sentindo seu calor,
assistindo seu rosto calmo, respirando seu perfume. Ela estava inquieta, se mexendo e se
virando, continuando a murmurar meu nome. Eu tinha que ir.

Mesmo tentando, eu não conseguia me forçar a fugir, era como se eu tivesse arrancando
meu próprio braço para ir embora, e eu não conseguia fazer isso. Tremendo, eu me forcei a
voltar para as arvores, só para sentar na vegetação úmida, puxando meus joelhos contra o
meu peito. Eu iria ouvir daqui, sem ir mais perto. Cada batida de seu coração me lembrava
do que eu tinha que fazer; que eu tinha que ir. E mesmo assim, seu pulsar gentil me
implorava para ficar, para amá-la e proteger seu frágil coração.

27.630 batidas depois, a escuridão cedeu seu lugar para um rosa pálido enquanto o sol
subia no céu. Eu me levantei com ele, encontrando um prazer sádico em não ter cedido a
sua tentação, mesmo quando ela acordara soluçando. A dor que eu estava causando nela
tinha que acabar.

O que eu quero, mais do que tudo, é o seu sangue, eu lembrei para mim mesmo, ela é
minha vítima natural.

Eu tentei manter meus olhos longe de Bella a maior parte do dia, e disse não mais do
que uma dúzia de palavras para ela. Toda essa batalha emocional me consumia, a alegria de
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estar com meu amor, o desespero de separar-me dela e a sombria apreensão do último
adeus eminente.

Meu único contato aconteceu quando Bella estava tão distraída na aula de Inglês que ela
não ouviu seu nome sendo chamado duas vezes. Eu sussurrei a resposta, incapaz de
agüentar a bronca que ela levaria por não estar prestando atenção. Ela respondeu, evitando
qualquer outra pergunta do professor, e eu voltei a ficar distante dela. Por que eu estava
aqui? Eu já deveria ter ido embora... Era isso que estava prolongando seu desconforto. Mas
eu lhe devia um último adeus...

Depois do lanche, Bella pegou a câmera de sua mochila e deu para Jessica. Logo todo o
rolo de filme estava cheio de fotos idiotas dos adolescentes humanos ao meu redor. Ver o
flash da câmera disparar, me lembrou que eu deveria apagar todas as evidências da minha
existência na vida de Bella, tristemente eu me dei conta de que eu teria que visitar seu
quarto uma última vez. Era algo que eu não estava ansioso para fazer.

O dia de aula terminou, e eu vi Bella ir embora, de novo sem nenhuma palavra, e sem um
beijo. Ainda bem que ela não me perguntou se eu iria à sua casa á noite; a resposta não
teria lhe deixado feliz. Eu deixei a escola e dirigi até a entrada do parque nacional. Com
tempo de sobra para matar em minhas mãos, eu planejei fazer apenas isso – e corri pela
floresta para caçar. Eu iria precisar de todas as minhas forças para finalmente deixar Bella,
para sempre.

Essa caçada era apenas uma obrigação, e eu não senti prazer nenhum nisso. Foi muito
fácil achar um veado, muito fácil matá-lo e tudo terminou muito rápido. Meu lado animal
nunca tomou realmente o controle, e todo o exercício foi completado com a eficiência de
uma máquina. Tanto esforço só para tentar me distrair. Eu pensei em me forçar a ir mais
para dentro do parque e caçar algo maior, mas eu sabia que o resultado seria o mesmo.
Depois de me encher com o sangue de veado, eu fui para casa.

Antes mesmo da casa aparecer no meu campo de visão, eu sabia quem estava esperando
para me encontrar. Alice e Esme estavam conversando, e enquanto eu me aproximava,
Alice começou a repetir em sua mente as visões que ela tivera de Bella, sabendo que eu as
veria. Para minha surpresa, Jasper estava com elas, tentando ler silenciosamente. Ele estava
ansioso, antecipando minha chegada. Porém, suas preocupações se concentravam em Alice,
não em si mesmo. O que Alice estava planejando me dizer? Eu diminuí a velocidade, pensei
em virar e ir embora.

Nem tente Edward. Não importa quando você for voltar, porque eu vou estar aqui, Alice
ameaçou.

“Alice…” ele avisou enquanto eu estacionava.

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Eu entrei pela cozinha e não parei, indo direto para o meu quarto. Os pensamentos
rebeldes de Alice não tinham parado, e ela falou em voz alta. “Você sabe o que isso vai fazer
com ela, Edward?” ela provocou antes que eu pudesse chegar às escadas. Sua mente se
encheu com uma imagem de Bella curvada como uma bola, chorando no escuro. Era
impossível saber onde ela estava, cercada pela escuridão.

“Pare Alice. Você acha que eu não sei que ela vai sofrer de novo por minha causa?” eu
disse duramente, e comecei a subir os degraus. A imagem era brutal – ver Bella tão sozinha,
tão triste por minha culpa. Ao menos essa seria a última vez que eu faria Bella chorar.

“E quanto ao seu futuro, Edward?” Alice disse, levantando a voz. Desta vez sua mente se
encheu com uma imagem minha, curvado como uma bola – mas eu já conhecia esse
sentimento. “Você não vai estar muito melhor do que ela.”

A dor em meu peito explodiu, e eu apertei o corrimão tão forte que eu deixei uma marca
no carvalho sólido. Lentamente eu me virei para encarar minha irmã. “Você pode parar de
olhar meu futuro também. Se você tem que olhar para o futuro, então me mostre para
onde eu vou.” Eu rosnei. Uma vampira ruiva passou por minha mente brevemente, e eu
apertei meus dentes.

“Você sabe que não funciona assim – eu não posso simplesmente te deixar de fora. Você
acha que eu nunca tentei?” Seu tom se tornou acusador. “Você acha que é uma ilha; que
sua vida não importa para ninguém, nem para nós. Pare de agir como um mártir, Edward.”

Enquanto Alice dava vazão a sua raiva, Jasper ficava tenso, e Carlisle e Esme se
preparavam para interferir, mas ela não parou por ai. “Eu acho que você nem sabe como
ser feliz. Você acha a pessoa perfeita, e aí joga o amor dela fora como se fosse um monte de
lixo.” Depois dessas palavras eu dei um passo em sua direção, meus punhos fechados.

Carlisle entrou na minha frente enquanto Jasper saltava em frente de sua mulher. “Alice,
isso é o bastante.” Se acalme Edward, ele pensou.

Não a ameace, Edward, Jasper pensou furiosamente.

“Eu pensei que você fosse amiga dela,” eu gritei de volta. “Eu tratei ela como lixo?” Eu
encarei Jasper, e Carlisle colocou sua mão em meu ombro. “É você quem jogaria a
humanidade dela fora como se fosse um pedaço inútil de coisa velha. ‘Apenas uma mordida
rápida, Edward, isso é tudo que seria necessário, ’ você disse, como se ela fosse uma garrafa
de conhaque. E você tem coragem de chamá-la de sua irmã?”

“Parem com isso, chega, chega,” Esme gritou com todas suas forças. O som, penetrante e
cheio de medo congelou todos em seus lugares. “Eu não agüento mais isso.” Ela passou
correndo por mim, subiu as escadas e bateu a força do seu quarto com força. Eu cobri meus
olhos com as mãos enquanto escutava seus pensamentos.
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Nossa família está se despedaçando. Por quê? O que eu fiz errado? Todos os meus filhos
sofrendo… e não há nada que eu possa fazer. Eles não merecem isso... os pensamentos na
mente de Esme gritavam tão alto como se ela ainda estivesse berrando do meu lado. Eles
superavam facilmente as preocupações de todos. Esme chorou sem derramar nenhuma
lágrima, e seu sofrimento apenas aumentou agonia que eu já sentia.

Tudo isso é minha culpa, eu continuava causando dor. Agora minha mãe também estava
sofrendo. Eu tinha que ficar longe de todos.

“Eu sinto muito. Carlisle, é melhor você ficar com ela. Por favor diga que eu sinto muito
por estar fazendo com que ela sofra também,” eu disse suavemente e me virei para a
escada.

“Edward, por favor, esse não é o único caminho,” Alice implorava, e Carlisle fez uma
pausa, esperando para ver se ele teria que intervir novamente.

“Apesar do que você pensa, Alice, isso é assunto meu. Eu preciso que você me prometa
que você irá ficar longe de Bella.”

“Mas...”

Carlisle virou-se para ela e Jasper, levantando a voz pela primeira vez em muitos anos.
“Sem mais discussão.” Alice se conteve, reconhecendo a frustração no tom de voz de
Carlisle, ai então ele continuou mais calmo. “Você pode até não concordar, Alice, mas a
decisão já foi tomada. Você pretende honrar isso ou você vai escolher desafiar o desejo de
Edward?” Ele a encarou, esperando que ela desistisse da sua cruzada, embora ele achasse
que ela estava certa.

Jasper a pegou no colo, sussurrando tão baixinho em seu ouvido que nenhum de nós
pode escutar. Ela concordou com a cabeça.

“Nós prometemos respeitar o pedido de Edward e ficar longe de Bella,’’ Jasper disse
solenemente.

“Alice?” Eu sabia que ela estava tentando encontrar uma brecha, algo que poderia
permitir que ela falasse com Bella, mas finalmente ela desistiu.

“Eu prometo.” Mas eu vou estar bem perto quando você voltar. Ela relembrou uma visão
diferente que ela havia tido, uma na qual Bella me abraçava, nós estávamos usando as
becas amarelas na formatura do colégio de Forks.

Essas suposições tinham que parar. “E não fique procurando nada sobre o futuro dela
também. Nós já causamos danos demais. Existe apenas uma coisa na qual eu estou
interessado,” eu disse ignorando os pensamentos dela. Ela já sabia o que eu estava
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planejando fazer, e poderia me fornecer um ponto de partida para minha busca, se ela
escolhesse fazer isso.

Ela se virou, pegou uma mala que estava parada perto da porta. Em sua mente eu vi
Victoria observando uma barraca no meio do deserto. Enquanto a ruiva rasgava a barraca e
atacava o ocupante, eu pude ver um mapa perto da vítima, o nome do lugar estava bem
visível. “Obrigado,” eu disse antes de subir a escada voando para o meu quarto. Eu fechei a
porta, mas eu ainda podia ouvir a conversa lá embaixo.

“Carlisle, você quer que eu fique com Esme?” Jasper perguntou. Ele estava disposto a
acalmá-la, se fosse necessário.

“Não. Apenas nos encontre em casa.” Carlisle respondeu, colocando sua mão no ombro
do meu irmão. Talvez ajude ter alguém por perto, ele pensou.

Jasper concordou tristemente – seu plano de ficar sozinho e emburrado em um canto


teria que esperar.

Alice pensou novamente em nossa mãe enquanto ela refletia sobre se despedir, mas
segurou a mão de Jasper. O único futuro que ela conseguia ver mostrava Esme chorando
nos braços de Carlisle. “Nós vamos estar lá,” ela disse. No caminho para a garagem ela
deixou escapar mais um pensamento. Tudo isso não servirá para nada ....

Eu tentei bloquear os sons e os pensamentos enquanto Carlisle consolava Esme, mas eu


não pude, e eu sofri com eles. Eventualmente ele a convenceu a sair para uma caminhada, e
eles deixaram a casa. Eu estava sozinho.

Quanto sofrimento eu havia causado. Com sorte todos poderiam ter um pouco de paz
depois de que eu fosse embora.

Eu tinha algumas horas até ir para a escola, e então seria o momento de dizer adeus
definitivamente para Bella. Minhas pernas começaram a tremer, ameaçando sucumbir á
medida que a ideia de uma eternidade sem ela me esmagava. Eu respirei profundamente,
mesmo não sendo necessário e tentei me controlar. Ela tem que ficar a salvo, eu disse para
mim mesmo. Meus pés finalmente começaram a me obedecer e eu fui pesquisar algo no
meu computador.

Depois de uma busca rápida, eu achei a região que eu havia visto na visão de Alice, e
também o que podia ser uma das vítimas anteriores de Victoria. Eu não demoraria muito
para chegar lá. Ela não tomaria outra vida por muito mais tempo.

Em seguida eu procurei alguma notícia sobre mortes na mesma área, eu havia escolhido
meu destino. A tela do computador desligou e eu fui para o meu closet.

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Eu procurei bem no fundo do armário, em um canto, e encontrei meu saco de viagem
preto de couro. Fazia muito tempo que eu havia usado uma mala como essa; ela era
reservada para viagens longas e demoradas. Uma bolsa muito parecida como esta estava no
meu ombro no dia em que eu havia deixado Carlisle e Esme, praticamente oitenta anos
atrás, para abraçar o monstro que havia dentro de mim. Esme também chorou naquele dia.

O nó na minha garganta reapareceu, mas eu esperava que dessa vez fosse mais fácil para
ela. Sua família havia crescido bastante desde aquela época, e todos seus outros filhos iriam
ficar com ela. Eles a fariam feliz novamente.

Eu escolhi aleatoriamente algumas roupas e coloquei-as na mala, depois peguei a


pequena caixa com minhas identidades e dinheiro. Em seguida, escolhi alguns passaportes,
cartões de credito e cartas de motorista da pilha e coloquei tudo no fundo da mala junto
com um maço de dinheiro. E então, eu tirei minha jaqueta preta de couro do cabide e sai do
closet.

Havia outra caixa na prateleira, aquela onde eu guardava algumas bugigangas que me
lembravam Bella. O pensamento de levar essas coisas comigo desapareceu tão rápido
quanto havia surgido. A última coisa que eu precisava eram mais lembranças dela; eu já via
o seu rosto todas as vezes que fechava meus olhos.

Eu saí do closet e dei mais uma olhada ao redor do meu quarto sombrio para ver se
havia mais alguma coisa que eu deveria levar. Meus CDS e alguns livros que estavam nas
prateleiras olharam para mim, mas nenhum deles conseguiu chamar minha atenção. A
perseguição seria a única razão da minha existência, depois de achar minha vítima eu iria
esperar. Enquanto eu apagava a luz e fechava a porta do meu quarto, meu peito se
converteu em um vazio total. Minha vida, e tudo que isso significava, iria terminar em
breve.

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