Sessão 1 – 2ª parte da tarefa: Comentário ao trabalho de Rosa
Galvão
Comecei a minha leitura dos trabalhos dos colegas com um objectivo
muito específico: encontrar referências a “construtivismo” e a “especialista em aprendizagem”. Isto porque, das leituras efectuadas, foram as questões que mais me marcaram a nível do papel das bibliotecas escolares e das competências do professor bibliotecário. Obviamente que encontrei referências indirectas, ou melhor, directas mas não tão explicitas, em todos os trabalhos analisados mas apenas em dois ou três a palavra “construtivismo” ou “construtivista”. Seleccionei então este trabalho por duas razões: estes conceitos estão muito bem focalizados e a realidade que a colega vive parece-me muito semelhante à minha.
A abordagem construtivista da aprendizagem está subjacente a toda a
teoria que suporta o papel das bibliotecas e que sugere que o professor bibliotecário deverá ser, basicamente, um especialista em aprendizagem, pois tem a seu cargo um papel de liderança na adopção de tal abordagem por parte de todos os professores da escola e nas práticas da biblioteca. Confesso que esse papel me “assusta” pois, tal como é referido neste trabalho, os professores estão ainda muito centrados na sua sala de aula, no seu programa, no seu discurso e no seu manual. Para além disso, existe muito pouca prática colaborativa entre a biblioteca e os departamentos e dos departamentos entre si. Uma tal abordagem necessita de uma prática centrada nos processos de aprendizagem e autoavaliação e uma monitorização constante, baseada em recolha de evidências, que só será efectivamente eficaz quando toda a escola partilhar as mesmas práticas. Assumir o papel de dinamizador desse conceito e dessas práticas é um desafio que teremos de enfrentar e penso que a Rosa, nas acções propostas, aponta para esse caminho.
Por fim, gostaria de referir como extremamente importante uma
afirmação da Rosa que considera como um desafio/acção prioritária: “Inferir da avaliação da biblioteca a avaliação da escola.” Embora de início me tivesse parecido uma afirmação demasiado audaz e exagerada, depois de reflectir um pouco, e à luz do que expus no parágrafo anterior, acho que de facto, se a biblioteca conseguir cumprir a sua função como centro de construção do conhecimento e formação de indivíduos que sabem pensar e são cidadãos críticos, então isso é também sinal de que a escola está a cumprir a sua missão, pois nenhuma biblioteca escolar consegue ser um oásis no meio do deserto.