Você está na página 1de 2

Eu sabia que era a ultima vez que nos beijvamos.

Pensei no nosso primeiro


beijo. Lembro que foi na Rua dOrchampt. No sei por que escolhemos a cal!ada mais
estreita de Paris. "anta coisa aconteceu entre aqueles dois beijos. "antas ruas foram
cruzadas. #uitos trajetos tortuosos. $% pra terminar aqui. &oje. $em ela.
Essa a reflexo que o personagem Xavier (Romain Duris) no apresenta no
filme franco-espanhol O 'lber(ue Espanhol )*++*,. Numa das cenas finais ele tem um
encontro com sua namorada na rua mais estreita de !aris" E essa rua ser# o cen#rio de
sua historia de amor" Rua se$a ela larga ou estreita movimentada como a de %audelaire
ou sem ningum numa noite escura" Rua dos amantes ou ainda a rua onde &ene 'ell(
no filme -antando na -huva ()*+,) na cena em que ele canta e dan-a na chuva. . rua
consiste nesse territ/rio de afetos e sensi0ilidades"
No de ho$e que a rua se tornou o0$eto de estudo para varias leituras" . rua fa1
parte do que chamamos de cidade" &ostaria inicialmente de fa1er a seguinte afirma-o"
. rua tem uma historia" . partir dessa o0serva-o recordo das leituras de Richard
2ennet so0re a rua em seu livro -arne e Pedra onde o autor na pesquisa so0re a rela-ao
entre o corpo humano e o espa-o ur0ano das cidades ele opera nas varias
transforma-3es pelas quais a rua passou" Desde a &rcia antiga 4 moderna Nova 5or6
da cele0ra-o da Revolu-o 7rancesa 4 simples hist/ria da cadeira da sina dos $udeus
no gueto de 8ene1a em plena Renascen-a ao destino do cidado 0urgu9s na !aris do
sculo X:X" 2ennett constr/i um ensaio que leva o leitor a repensar as quest3es sociais
so0re os su$eitos e a rua"
. rua tam0m pode ser pensado a partir da escrita liter#ria de :talo ;alvino em
que ao falar das suas -idades .nvisiveis so apresentadas in<meras ruas e in<meras
historias" =omo de exemplo a cidade de >aira?
' cidade se embebe como uma esponja dessa onda que reflui das
recorda!/es e se dilata. 0ma descri!o de 1a2ra como 3 atualmente
deveria conter todo o passado de 1a2ra. #as a cidade no conta o seu
passado4 ela o cont3m como as linhas da mo4 escrito nos 5n(ulos das
ruas4 nas (rades das janelas4 nos corrimos das escadas4 nas antenas
dos pra6raios4 nos mastros das bandeiras4 cada se(mento riscado por
arranh/es4 serradelas4 entalhes4 esfoladuras.
@ olhar percorre as ruas como se fossem p#ginas escritas? a cidade di1 tudo o
que voc9 deve pensar" 7a1er uma leitura antropol/gica so0re a rua o que consiste
nossas considera-3es" .pontamentos iniciais cultivando o olhar pela rua para perce0er
como os su$eitos significam este espa-o"
Entender como a arquitetura constr/i a cidade para viver em comunidade" Nesse
sentido as ruas so constru-3es pensadas ao fa1erem parte das cidades"
. rua como um .R=E7.=@ que muda com o tempo"
. rua enquanto espa-o de socia0ilidades e trocas interativas"
. rua no pura constru-o e nem organismo espontaneamente desenvolvido
ao contrario representa-o de complexas dimens3es onde se misturam imagens e
sensa-3es que podem esconder ou revelar a cidade"
. rua como teatro? cidade light cidade pret a !orter e ci0ercidades conectada
Aireless"

Você também pode gostar