Comentário ao contributo da colega Ana Margarida Cardoso
Relativamente à análise realizada pela colega Ana Margarida acerca do “Modelo
de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares”, a mesma foi efectuada seguindo a estrutura que eu própria segui, tendo em conta os aspectos propostos no “Guia da Unidade”. Quanto ao primeiro aspecto a ter em conta na análise efectuada, é feita referência à ênfase dada, no momento actual, à avaliação que está na ordem do dia; como se trata de um modelo de auto-avaliação, deixa uma porta aberta para a reflexão e possível alteração de práticas, numa perspectiva pedagógica e reguladora, pretendendo orientar as escolas/bibliotecas para práticas de sucesso e com vista a uma melhoria contínua. Estes aspectos foram, também, objecto de análise no meu trabalho, havendo uma sintonia clara entre as duas análises realizadas. No que diz respeito à pertinência da existência de um Modelo de Avaliação para as Bibliotecas Escolares, é salientada a nova função da BE, como centro de recursos e espaço inovador de aprendizagem, respondendo aos novos desafios da sociedade de informação em que vivemos. É referida, igualmente, a importância deste modelo na avaliação do trabalho realizado e na rectificação das práticas para uma melhoria contínua da qualidade dos serviços prestados pela BE. Em relação à organização estrutural e funcional do modelo em causa, é referido que se trata de um documento facilitador da aplicação da avaliação das bibliotecas escolares, servindo de orientação e constituindo uma base de trabalho para as escolas/bibliotecas escolares. São salientados alguns constrangimentos, também por mim apontados, quer ao nível dos recursos humanos - pouca formação para aplicação do modelo -, quer ao nível dos instrumentos de recolha de evidências que são de difícil aplicação, sobretudo no que respeita aos alunos do 1º Ciclo. Reportando-se à aplicação do modelo à realidade da escola, é veiculada a ideia de que o modelo é praticável no seu todo, salientando-se algumas dúvidas, sobretudo em relação à recolha de evidências relacionadas com o domínio B - Leitura e Literacia -, atendendo à dificuldade em quantificar os progressos neste domínio. É transmitida a ideia de que este modelo indica caminhos para um desempenho de excelência por parte das BEs, muito difícil de alcançar, mas que a colega não deixará de ter no seu horizonte, opinião também por mim partilhada. É ainda referido que a inserção deste modelo de auto-avaliação na organização da escola/agrupamento é ainda um pouco problemática e que a colaboração de todos os intervenientes será decisiva na implementação do processo avaliativo. Finalmente, são apresentadas as estratégias a utilizar na aplicação do Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares, estratégias que, no meu ponto de vista, são essenciais para uma eficaz implementação deste modelo, assim como as competências que o professor bibliotecário deve evidenciar e que a colega anseia adquirir brevemente, para o desempenho das suas funções nas bibliotecas do seu agrupamento e que são, afinal, as que todos nós ambicionamos atingir nesta missão de professor bibliotecário.