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PIS/COFINS CONCEITO DE RECEITA interpretao constitucional tributria!

Tratava-se da incidncia ou no do PIS/COFINS sobre crditos acumulados de


ICMS realizados pelo contribuinte, para transferncia a terceiros.

A relatora, Ministra Rosa Weber, deu um show de interpretao constitucional


tributria!

Veja-se trecho expressivo de seu voto.


V O conceito de receita, acolhido pelo art. 195, I, b, da Constituio
Federal, no se confunde com o conceito contbil. Entendimento, alis, expresso nas Leis
10.637/02 (art. 1) e Lei 10.833/03 (art. 1), que determinam a incidncia da contribuio ao
PIS/PASEP e da COFINS no cumulativas sobre o total das receitas, independentemente de
sua denominao ou classificao contbil. Ainda que a contabilidade elaborada para fins de
informao ao mercado, gesto e planejamento das empresas possa ser tomada pela lei como
ponto de partida para a determinao das bases de clculo de diversos tributos, de modo
algum subordina a tributao. A contabilidade constitui ferramenta utilizada tambm para fins
tributrios, mas moldada nesta seara pelos princpios e regras prprios do Direito Tributrio.
Sob o especfico prisma constitucional, receita bruta pode ser definida como o ingresso
financeiro que se integra no patrimnio na condio de elemento novo e positivo, sem
reservas ou condies.

Desse posicionamento decorrem algumas consequncias que merecem destaque:

1) No o princpio contbil que norteia a tributao pelo PIS/COFINS, a


natureza da verba auferida.

Isso tem expressiva importncia na medida em que as novas regras contbeis


criaram inmeras novas receitas que devero ser cuidadosamente filtradas para fins dessa
incidncia particular.

So exemplos as subvenes de investimento e as receitas de vendas de imveis a


construir.

2) Antigas receitas tambm merecem acurado exame, como as reverses de


provises e as variaes cambiais, doravante submetidas ao crivo de ingresso financeiro que
se integra ao patrimnio na condio de elemento novo e positivo, sem reservas ou
condies.

3) Receitas de equivalncia patrimonial no so ingressos financeiros, donde no


serem taxados;

4) Na permuta tambm no h ingresso financeiro, nem elemento novo e


positivo, h mera substituio de ativos, e

5) O mesmo raciocnio vale, dentre outros, para indenizaes reparatrias de


danos materiais ou morais, e as desapropriaes.
Plinio J. Marafon Roberto P. Fragoso

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