Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Gênero, Sexualidade e Educação
Gênero, Sexualidade e Educação
RESUMO
intolervel conviver com um sistema de leis, de normas e de preceitos
jurdicos, religiosos, morais ou educacionais que discriminam sujeitos
porque seu modo de ser homem ou de ser mulher, suas formas de
expressar seus desejos e prazeres no correspondem quelas nomeadas
como "normais". Esse um sentimento comum entre as estudiosas/os
que sabem da relevncia de se refletir sobre questes de gnero e
sexualidade. No entanto, embora sejam inegveis as afinidades polticas
entre os/as intelectuais que se dedicam a tais estudos, so muitas e
distintas as formas de conceber o que fazer face a tal horizonte poltico.
A diversidade terica e metodolgica, bem como a pluralidade de prticas
pedaggicas ou de interveno, so discutidas e compreendidas, neste
artigo, como indicadoras da vitalidade desses campos disciplinares,
simultaneamente tericos e polticos. Conceitos recorrentes, tais como
gnero, sexualidade, corpo e poder so contemplados nesta anlise.
1 Este texto foi apresentado, oralmente, como "trabalho encomendado" do GT Gnero, sexualidade e educao na 29 Reunio Anual da Anped, em Caxambu, MG, em 2006.
2 Doutora em Educao. Professora titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS). Colaboradora convidada do Programa de Ps-Graduao em Educao da UFRGS.
Fundadora e membro do Grupo de Estudos de Educao e Relaes de Gnero (GEERGE).
guacira.louro@gmail.com.
Educao em Revista. Belo Horizonte. n. 46. p. 201-218. dez. 2007
202
INTRODUO
Em um episdio da srie televisiva Law and order, um grupo de
policiais julgado por homicdio doloso, por haver deixado de atender ao
pedido de auxlio de um colega policial que havia sido atingido (e, em
seguida, morto) por um bandido. Esse colega era gay. A cena do
julgamento mostra a acusao apontando para inmeros antecedentes de
preconceito e discriminao que os rus tinham em relao vitima, e a
defesa apela para o fato de que os rus (policiais) haviam demonstrado
sentimentos coerentes com os da maioria das pessoas. Para apoiar seu
argumento, a defesa chama um psiquiatra que afirma que a homofobia
um sentimento comum, bastante freqente, especialmente entre homens.
Interpelado pelo promotor, o psiquiatra explica que a manifestao de
Educao em Revista. Belo Horizonte. n. 46. p. 201-218. dez. 2007
203
204
205
206
207
208
209
210
211
212
213
214
215
216
217
218
Recebimento: 22/06/2007
Aprovao: 10/09/2007
Contato:
Guacira Lopes Louro
Av. Paula Gama, 110
Bairro Farroupilha
Porto Alegre - RS
Cep: 90046-900
guacira.louro@gmail.com