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Determinação Potenciométrica Da Concentração Micelar Crítica de Surfactantes Uma Nova Aplicação Metodológica No Ensino de Química PDF
Determinação Potenciométrica Da Concentração Micelar Crítica de Surfactantes Uma Nova Aplicação Metodológica No Ensino de Química PDF
INTRODUO
Surfactantes ou agentes tensoativos so molculas anfiflicas,
que se associam espontaneamente em soluo aquosa, a partir de
uma determinada concentrao. Apresentam uma regio apolar e
outra polar, ou inica, e podem ser divididos em neutros ou inicos.
Os tensoativos inicos podem ser catinicos ou aninicos ou, ainda,
anfteros, quando ambas as cargas esto presentes no surfactante.1
Em solues diludas as molculas dos surfactantes apresentam-se
dispersas, enquanto que em solues mais concentradas organizamse em agregados moleculares, que geralmente contm de 50 a 100
molculas, denominados micelas.
A principal razo que leva os monmeros de surfactantes a se
associarem sob a forma de micelas a diminuio da rea de contato
entre as cadeias hidrocarbnicas do surfactante e da gua.1
A concentrao onde se inicia o processo de formao das micelas, micelizao, denominada concentrao micelar crtica (cmc),
que uma propriedade intrnseca e caracterstica do surfactante a
uma dada temperatura e concentrao eletroltica.2 So as micelas as
responsveis pela catlise micelar e pela solubilizao de gorduras.
Durante a formao dos agregados, os grupos hidroflicos (cabeas) dos surfactantes ficam muito prximos, gerando uma repulso
eletrosttica que se ope ao processo de micelizao, conforme ilustrado na Figura 1. Nessa etapa, os contra-ons desempenham um papel
fundamental: blindam a carga do agregado e diminuem o potencial
eltrico, provocando repulso entre as cabeas dos monmeros.1,2
O processo de formao dos agregados ocorre num intervalo
pequeno de concentraes e pode ser detectado pela variao brusca
produzida em determinadas propriedades fsico-qumicas da soluo em
funo da concentrao do surfactante, como mostrado na Figura 2.3
Os mtodos normalmente utilizados na determinao de cmc de surfactantes so a condutimetria e a tensiometria. Neste trabalho prope-se
utilizar a potenciometria como alternativa ao estudo de surfactantes.
*e-mail: niserizzatti@hotmail.com
Figura 1. Ilustrao dos fenmenos de adsoro lquido-gs, lquidoslido, formao de micelas e solubilizao que ocorrem em solues de
surfactantes
Potenciometria
Os mtodos potenciomtricos so baseados nas medidas do potencial das clulas eletroqumicas na ausncia de correntes apreciveis.
Desde o incio deste sculo, tcnicas potenciomtricas so utilizadas
para a localizao dos pontos finais nas anlises por mtodos titulomtricos.4 A potenciometria tambm tem sido utilizada como um
mtodo pelo qual as concentraes dos ons so obtidas diretamente
do potencial de um eletrodo de membrana seletivo a on. Tais eletrodos
so relativamente livres de interferncia e proporcionam medies
rpidas e convenientes para determinaes quantitativas de ctions e
nions.5 O desenvolvimento da potenciometria em eletrodos seletivos
a ons uma rea de grande interesse, sendo utilizada em larga escala
para a determinao de ons em ambientes aquosos.6
Eletrodos seletivos a ons so definidos como sensores eletroqumicos que monitoram variaes de atividade inica em soluo,
sendo o potencial do eletrodo descrito pela Equao de Nernst4
(Equao 1):
E = Eo (0,0592/n).log aA
(1)
519
520
Rizzatti et al.
Quim. Nova
RESULTADOS E DISCUSSO
Mudanas nas propriedades da soluo, quando do incio da
formao das micelas, orientam discusses envolvendo fenmenos
de superfcie e colides. Assim, a cmc pode ser determinada pelo
estudo de vrias propriedades, como condutividade eltrica, tenso
superficial e potencial, empregadas nesse estudo.
Em baixas concentraes, os monmeros de surfactantes encontram-se em equilbrio em soluo e adsorvidos nas interfaces.1 Com
o aumento da concentrao, a adsoro aumenta formando monocamada de surfactante, saturando a superfcie da soluo. Neste ponto,
a adio de surfactantes provoca agregao da parte hidrofbica das
molculas de surfactantes resultando em micelas, agregados de 50 ou
mais monmeros, que adotam a forma esfrica, conforme a Figura 1.
Acima da cmc no existe um aumento significativo no nmero
de monmeros isolados e, conseqentemente, a fora de coeso
das molculas da superfcie pouco modificada, no se observando
efeitos significativos sobre a tenso superficial da soluo. No caso
da condutividade eltrica, a partir da cmc o acrscimo menor,
pois os aglomerados micelares conduzem menos que os respectivos
monmeros individuais.
A Figura 4 ilustra o perfil da curva condutimtrica. O ponto de
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CONCLUSES
cmc
Condutimtrica
Tensiomtrica
Potenciomtrica
0,0084 mol L
0,0085 mol L
-1
-1