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Era uma vez….

Um País,
Um Rei,
Um Povo,
e … uma vontade colectiva.
E… assim começa a nossa História!!
Origens da 1ª República em Portugal
 O Ultimato Inglês (1891): a cedência
do governo português face ao
ultimato,
veio a provar a fragilidade das
colónias portuguesas, isto agravou a
Mapa Cor-de-Rosa
crise política;
 Difusão das ideias republicanas e socialistas: criação
de 2 partidos políticos: partido republicano e o partido
socialista, sendo o partido republicano o mais apoiado;
Origens da 1ª República em Portugal
 Crise económico-financeira :
Razões da Queda da Monarquia
A maior parte da população vivia mal


Humilhação sentida
pela cedência ao


Atraso do
 Ultimato
desenvolvimento
agrícola e industrial

Promessas do
Partido Republicano

O País tinha grandes



dívidas
Capacidades
 governativas do rei
eram questionadas

Grande agitação e falta de liberdade


 1ª Tentativa (fracassada) de implantar
a República na cidade do Porto

 D. Carlos dissolveu o Parlamento e


nomeou João Franco em 1906

DITADURA
MILITAR –
(1907-08)
POLÍTICO-SOCIAL: ECONÓMICO-FINANCEIRO:

 Tensão social;  Falência de empresas e


bancos;
 Ultimato inglês – 1890;
 Endividamento do Estado;
 Partido Republicano –
 Adiantamentos reais;
1876;
 Aumento da inflação,
dos impostos e do custo de
vida.
Subida ao trono de D. Manuel II,
1908-1910, com 18 anos, e demite
João Franco.

A família real é alvo de um ataque


quando regressava a Lisboa, vinda de
Vila Viçosa.
Morrem o rei D. Carlos e o príncipe D. A monarquia foi incapaz de
Luís Filipe.
resolver a grave crise do reino.
AS FORÇAS
REPUBLICANAS
E MONÁRQUICAS
DEFRONTAM-SE
MAS SAEM
VITORIOSAS AS
PRIMEIRAS
A FAMÍLIA REAL FOGE
PARA A ERICEIRA E DAÍ
PARA O EXÍLIO EM
INGLATERRA.
JOSÉ RELVAS
PROCLAMA A
REPÚBLICA DA
VARANDA DA
CÂMARA
MUNICIPAL DE
LISBOA
FESTEJOS DE 5 DE OUTUBRO DE
1910 - AVENIDA DA LIBERDADE,
LISBOA
FESTEJOS DE 5 DE OUTUBRO
DE 1910 - ALDEIA DE
BEIJÓS,VISEU

E … O RESTO DO PAÍS ACEITOU, ADERIU E COMEMOROU …


Implantação da República – 5 de Outubro de 1910

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•Alegoria à proclamação da República

•1- Bombardeamento do Palácio das necessidades pelas tropas republicanas;


•2- Fuga do rei D. Manuel II para a Inglaterra;
•3- Prisão dos padres jesuítas pelos republicanos;
•4- Barricadas republicanas na Rotunda;
•5- Desembarque da marinha no Terreiro do Paço;
•6- Proclamação da república na Câmara Municipal;
•7- Visita do Governo Provisório aos revolucionários acampados na Rotunda
Uma vez implantada a República, foi constituído um
governo provisório, presidido por Teófilo Braga. Este
governo elaborou a Constituição de 1911 e preparou a
eleição do 1º Presidente da República – Manuel de Arriaga.

Teófilo Braga Manuel de Arriaga


UMA CONSTITUIÇÃO …

1911

Em 28 de 1911 realizaram-se eleições para a Assembleia


Constituinte que tinha como função elaborar uma nova Constituição.

-A Constituição Republicana ficou conhecida como a Constituição de


1911 pois foi aprovada a 19 de Agosto desse ano.
Segundo a Constituição republicana:
-Todos são iguais perante a lei;
-A expressão do pensamento é livre;
-Separação dos poderes: legislativo, executivo e judicial;
-Congresso podia escolher e demitir o Presidente da
República;
- O Governo só podia entrar em vigor se detivesse
maioria parlamentar.
Legislativo Executivo Judicial

Parlamento Presidente da Governo Tribunais


República

Câmara dos Governo Parlamentarista


Senado
Deputados
Criação de novos símbolos nacionais:
Autores da Bandeira Republicana: As 5 Quinas - 5 reis mouros que D.
Columbano, João Chagas, Abel Botelho Afonso Henriques venceu na batalha de
Ourique.
Os 7 Castelos - as localidades
fortificadas que D. Afonso Henriques
conquistou aos Mouros.

Os pontos dentro das Quinas


representam as 5 chagas de Cristo.

A esfera armilar - o mundo que os


navegadores portugueses descobriram
nos séculos XV e XVI.
O vermelho simboliza a coragem e o
sangue dos Portugueses mortos em
combate.

O verde simboliza a esperança.


Realizações da 1ª República:
 Novas medidas políticas:
- Instauração de uma
democracia parlamentar;
- Constituição de 1911.

 Criação de novas Leis:


- Leis da Família;
- Lei da Separação da Igreja do
Estado;
- Lei da Greve.
Laicização Ensino Legislação Social
-Autorização e
- Lei da separação da - Instrução obrigatória regulamentação da greve;
Igreja e do Estado; e gratuita para todas as
crianças dos 7 aos 12 -Descanso semanal
- Expulsão das ordens anos; obrigatório;
religiosas
-Fundação das -Limitação do horário de
- Proibição do ensino Universidades do Porto trabalho (8 por dia 48
religioso nas escolas; e de Lisboa; semanais);

- Registo civil -Formação de - Estabeleceu-se a


obrigatório. professores igualdade entre filhos
legítimos e ilegítimos;
- Criaram novas escolas
do ensino primário e - Protecção na doença, na
técnico (escolas invalidez e na velhice;
agrícolas, comerciais e
industriais). -Construção de bairros
operários.
Realizações da 1ª República:
Economia: Inflação

- Fraca Industrialização;
- Predomínio da agricultura;
- Balança comercial deficitária;
- Desvalorização da moeda;
- Inflação;
- Maior utilização de adubos e importação
de máquinas, para o desenvolvimento da
agricultura;
- Desenvolvimento dos transportes e
comunicações.
- Panorama geral negativo
Realizações da 1ª República:
Sociedade:
- Legislação social que beneficiou essencialmente
o operário;
- Classe média foi a mais afectada pela inflação;
- Extinção dos títulos nobiliárquicos;
- Espírito anticlerical: perda de influência do clero
na sociedade portuguesa;
Espírito anticlerical
Realizações da 1ª República:
Educação e cultura:
- Criação de Jardins Escola João de
Deus;
- Obrigatoriedade do ensino
primário;
- Desenvolveu-se o ensino técnico;
- Fundação das Universidades de
Lisboa e do Porto;
- 1ª travessia aérea do Atlântico Sul
(Lisboa - Rio de Janeiro)
- Avanços na Medicina,
Matemática e Astronomia.

1ª travessia aérea do Atlântico - Sul


Dificuldades da acção governativa da 1ª República:
 Apesar das grandes expectativas de evolução do país com a 1ª
República, esta não conseguiu proporcionar a esperada estabilidade
e progresso.
Os principais problemas foram:
 Instabilidade política:
 - 45 governos e 8 presidentes em
apenas 16 anos;
 - As agitadas sessões do Parlamento,
algumas envolvendo pancadaria;
 - As divergências dentro do Partido
Republicano, que se dividiu entre
conservadores e radicais.

Caricatura de uma sessão do parlamento


Dificuldades da acção governativa da 1ª República:
 Agravamento da situação económico-financeira:

- Aumento da inflação
e dos impostos;
- A perda do poder de
compra.

 Agitação social:

- Sucessivas greves que


desorganizavam o país;
- Desemprego.
Dificuldades da acção governativa da 1ª República:
Participação de Portugal na 1ª Guerra Mundial:
- Muitasperdas humanas;
- Aumento da inflação;
- Acentuação dos problemas.

Entrada de Portugal na 1ª Guerra Mundial. Em


1917, as primeiras tropas portuguesas, do Corpo
Expedicionário Português, seguiam para a guerra
Grande número de mortos e de incapacitados na Europa, em direcção à Flandres. Portugal
durante a 1ª Grande Guerra envolveu-se, depois, em combates em França
Corpo Expedicionário Português - CEP
1917 Partiram 55mil homens para França Juntaram-se ao Exército Inglês

Batalha de La Lys

Em 9 de Abril de 1918 7mil homens morreram


Situação Após Guerra
 36 mil mortes em França e em África;
 Portugal acentuou a crise e dificuldades económicas;
 No entanto ganhou reconhecimento internacional;
 Participou na Conferência de Paz;
A Crise Social e Económica na 1ª República
 Aumento da Inflação;

 O povo e as classes médias


estava descontente;

 Haviam cada vez mais


greves;

 Com as Aparições de Fátima,


a Igreja Católica ganhou
mais relevância, o que fez
com que muitas pessoas
ficassem contra as medidas
laicizadoras.
Dificuldades da acção governativa da 1ª República:
 O descontentamento geral, levou ao
golpe de estado de 28 de Maio de
1926.
 O general Gomes Costa iniciou esta
revolta em Braga. Foi instaurada
uma ditadura militar.

Caricatura do Golpe de Estado


– 28.Jan.1926
Dificuldades da acção governativa da 1ª República:

 Em 1932, António de
Oliveira Salazar, tornou-
se chefe de governo.
 Em 1933 foi aprovada
uma nova Constituição
que lançou as bases do
Estado Novo.
OS PRESIDENTES…
PRIMEIRA REPÚBLICA

MANUEL DE ARRIAGA TEÓFILO BRAGA BERNARDINO MACHADO


(1840 - 1917) (1843 - 1924) (1851 - 1944)
JOÃO DO CANTO ANTÓNIO JOSÉ DE MANUEL TEIXEIRA
ALMEIDA GOMES
E CASTRO (1862 - 1934)
(1866 - 1929) (1860 - 1941)
SEGUNDA REPÚBLICA … “ESTADO NOVO”
AMÉRICO TOMÁS (1894 - 1987)

ANTÓNIO OLIVEIRA SALAZAR

JOSÉ MENDES CABEÇADAS ÓSCAR CARMONA


(1883 - 1965) (1869 - 1951)
GOMES DA COSTA (1863 - 1929)
25 DE ABRIL…

1
9
7
4

SEMPRE!
TERCEIRA REPÚBLICA …

RAMALHO EANES (1935-…)

ANTÓNIO SPINOLA (1910 - 1996) COSTA GOMES (1914 - 2001)

CAVACO SILVA (1939 - ...)

MÁRIO SOARES (1924 - ...) JORGE SAMPAIO (1939 - ...)


DEMOCRACIA
Ideário Republicano
1. Interesse Colectivo
A palavra "República", significa "coisa" (Res) "pública (algo que faz parte do
património comum). Este é o lema central do republicano: colocar o
interesse comum acima dos interesses colectivos, velando para que a
comunidade saia beneficiada e não apenas alguns. Os interesses
particulares são legítimos e devem ser respeitados, mas não se podem
sobrepor aos interesses da colectividade.

2. Equidade
O ideário republicano, forjado na lutas contra os regimes absolutistas e
ditatoriais, assumiu como matriz a exigência do primado da Lei, perante a
qual todos são iguais. Ninguém está acima da Lei. A primeira missão do
Estado republicano é garantir a imparcialidade e equidade na aplicação
da leis da República.

3. Laicismo
A luta contra a intolerância religiosa conduziu os republicanos a defenderem
a separação entre a Igreja e o Estado, proclamando a liberdade religiosa.
4. Legitimidade Democrática
A República, sendo um regime político que a todos pertence, deve assentar
na mais ampla participação dos cidadãos na vida comunitária. O
exercício do poder tem que ser periodicamente legitimado pelo votos dos
cidadãos. Ora, sendo estes beneficiários do Bem Comum, têm igualmente
o dever de contribuir com o seu esforço e inteligência para a
prosperidade da comunidade de que fazem parte. Nada pior para um
regime republicano do que um sistema político que limite a participação dos
cidadãos ou favoreça a perpetuação do poder das mesmas pessoas (recusa
de cargos vitalícios).

5. Projecto Colectivo
Uma comunidade republicana só pode subsistir se os seus membros se
sentirem como fazendo parte de uma colectividade que não renega as
suas origens, história e símbolos colectivos, mas que também trabalha
para que as novas gerações venham a herdar uma comunidade mais
próspera em todos os sentidos, dando desta forma continuidade a uma obra
de génese colectiva.
Os republicanos participaram no mais abrangente magma cultural dos
ideais de modernização da Sociedade portuguesa que chega aos finais
do século XIX com enormes factores de atraso: uma fraca e
incipiente industrialização, uma altíssima taxa de analfabetismo ou
uma ruralidade muito marcante.

O ideário republicano em Portugal passou sobretudo pelo projecto de


uma nova cidadania e foi profundamente marcado pelas grandes
clivagens da viragem para o século XX e marcaram os programas
políticos dos fundadores da Iª República:

-a redefinição dos símbolos nacionais num clima de mobilização


nacionalista;
-a laicidade do Estado;
-o aprofundamento do parlamentarismo ou o alargamento da
participação e dos direitos políticos e sociais.
Muito deste ideário não seria cumprido ou, mesmo que
levado a cabo no plano legislativo, só se realizaria
efectivamente muitas décadas mais tarde.

No plano da participação política, por exemplo, o


sufrágio universal só se concretizará com o 25 de
Abril de 1974, contrastando com as medidas de
laicidade do Estado, como o registo civil obrigatório,
implementado logo em 1911.

O “direito à assistência pública” e outros direitos


sociais consagrados na Constituição tiveram uma
realização muito limitada, nomeadamente no Ensino e
na Saúde pública, grandes bandeiras da elite política
da época.
OBRIGADA PELA VOSSA ATENÇÃO.

ESCOLA EB 2,3 PROF. DR. MOTA PINTO – LAJEOSA DO DÃO


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

NATÁLIA COELHO/ODETE FIGUEIREDO

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