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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade Diretoria de Educação Integral, Direitos Humanos e Cidadania Coordenação-Geral de Educação Ambiental
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade Diretoria de Educação Integral, Direitos Humanos e Cidadania Coordenação-Geral de Educação Ambiental
Assunto:
O rgo Gestor da Poltica Nacional de Educao Ambiental (criado pelo artigo 14 da Lei n 9.795/99 e
regulamentado pelo artigo 4 do Decreto n 4.281/02) integrado pela Diretoria de Educao Ambiental
do Ministrio do Meio Ambiente DEA / MMA e pela Coordenao-Geral de Educao Ambiental
CGEA / MEC. Na educao formal, este rgo Gestor tem o desafio de apoiar professores a estimularem
uma leitura crtica da realidade, sendo educadores ambientais atuantes nos processos de construo de
conhecimentos, pesquisa e interveno cidad com base em valores voltados sustentabilidade da vida
em suas mltiplas dimenses.
A LDB trata da educao ambiental intrincada cidadania em outros artigos. O artigo 35 assevera que o
ensino mdio, etapa final da educao bsica, (...) ter como finalidades: (...) III o aprimoramento do
educando como pessoa humana, incluindo a formao tica e o desenvolvimento da autonomia
intelectual do pensamento crtico. Assim tambm o artigo 36 que, ao determinar que os currculos do
ensino fundamental e mdio tenham uma base em comum a ser complementada por uma parte
diversificada exigida pelas caractersticas regionais e locais da sociedade, prev, em seu 1 - os
currculos a que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente, (...) o conhecimento do mundo
fsico e natural e da realidade social e poltica, especialmente no Brasil.
3
A Poltica Nacional de Educao Ambiental PNEA foi regulamentada pelo Decreto n 4.281, de
25.06.2002.
O Programa Vamos Cuidar do Brasil com as Escolas envolveu mais de 20 mil professores em
seminrios presenciais. A I Conferncia Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente (2003) envolveu
16 mil escolas, 6 milhes de participantes em 4067 municpios e a II Conferncia Nacional InfantoJuvenil pelo Meio Ambiente (2006) envolveu 11 mil e quinhentas escolas e 3 milhes de participantes.
Mister considerar a crescente demanda por diretrizes por parte das Secretarias de
Estado de Educao e pelos educadores no Brasil. Esta demanda restou sistematizada:
a) no documento Proposta de Diretrizes e a Poltica de Regulamentao para o
Tratamento da Educao Ambiental de forma transversal na plataforma curricular,
resultante dos trs Encontros Nacionais de Representantes da Educao Ambiental nas
Secretarias Estaduais e Municipais de Educao, realizados em 2000, 2001 e 2004, e
do I Encontro Nacional de Representantes de Educao Ambiental das Secretarias
Estaduais e Municipais de Meio Ambiente, em 2004; e b) no documento intitulado
Reflexes dos Representantes das Comisses Organizadoras Estaduais COEs da II
Conferncia Nacional Infanto-juvenil pelo Meio Ambiente II CNIJMA sobre a
Poltica de Educao Ambiental, elaborado durante a realizao da II CNIJMA.
Atualmente, grande parte dos estados da federao j possui ou est elaborando
sua Poltica Estadual de Educao Ambiental, seus Programas Estaduais de Educao
Ambiental e criaram, por meio de legislao, Comisses Interisntitucionais de Educao
Ambiental - CIEA e vm debatendo estratgias para a implantao da Educao
Ambiental no ensino formal, na formao dos professores e no processo de
institucionalizao da Educao Ambiental pelas reas gestoras.
O rpido crescimento da Educao Ambiental nos estabelecimentos de ensino
aparece na anlise dos dados do Censo Escolar5 desenvolvida pela SECAD e o Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira (INEP), de 2001 a 2004.
Os dados nos quadros abaixo apontam para a universalizao da Educao Ambiental
nos sistemas de ensino.
Segundo dados do Censo da Educao Bsica, existiam, em 2001, cerca de
25,3 milhes de crianas matriculadas com acesso Educao Ambiental. Em 2004,
este total subiu para 32,3 milhes. Nesse perodo, a taxa de crescimento do nmero de
escolas que oferecem Educao Ambiental foi de 28%.
2001
2002
2003
2004
Brasil
71,72
81,19
86,33
94,95
Norte
54,84
67,00
76,25
92,94
Acre
15,43
20,14
22,61
85,77
Amazonas
87,35
89,76
95,07
93,89
Amap
62,58
80,79
93,41
97,30
Par
43,36
60,43
71,18
93,12
Rondnia
56,43
60,43
66,90
89,96
Roraima
37,90
58,98
69,60
89,74
Tocantins
58,97
76,52
88,50
95,45
Nordeste
64,10
74,43
80,35
92,49
Alagoas
64,10
80,08
91,05
94,07
Bahia
60,16
68,35
72,49
90,21
Ceara
91,98
86,84
96,71
99,87
Maranho
63,65
75,81
76,70
85,46
Paraba
63,12
83,09
84,83
96,44
Pernambuco
48,70
59,48
65,31
92,29
Piau
46,35
77,81
94,98
91,80
71,26
76,84
83,91
92,28
Sergipe
68,06
92,83
90,80
95,53
Sudeste
80,17
89,04
92,62
96,93
Esprito Santo
91,42
97,56
98,64
99,47
Minas Gerais
77,35
91,09
94,23
97,90
Rio de Janeiro
82,00
90,32
94,44
95,03
So Paulo
79,99
86,49
90,34
96,91
Sul
81,58
87,88
91,76
96,93
Paran
79,68
85,63
88,37
95,60
81,68
88,09
94,03
97,69
Santa Catarina
84,75
91,45
93,76
97,93
Centro-Oeste
71,60
82,16
87,56
95,80
Distrito Federal
71,48
78,30
84,67
98,34
Gois
91,30
92,95
92,11
96,04
43,46
70,34
89,41
96,07
Mato Grosso
57,33
74,41
80,04
93,63
Fonte: Inep/MEC
(...)
4. o Meio Ambiente;
- Resoluo CEB n 3, de 26 de junho de 1998 Institui as Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Mdio:
Art.10 A base nacional comum dos currculos do ensino mdio ser
organizada em reas do conhecimento, a saber:
(...)
II Cincias da Natureza, Matemtica e suas Tecnologias, objetivando a
constituio de habilidades e competncias que permitam ao educando:
a) Compreender as cincias como construes humanas, entendendo como
elas se desenvolvem por acumulao, continuidade ou rupturas de
paradigmas, relacionando o desenvolvimento cientfico com a
transformao da sociedade;
(...)
d) compreender o carter aleatrio e no determinstico dos fenmenos
naturais e sociais e utilizar instrumentos adequados para medidas,
determinao de amostras e clculo das probabilidades;
(...)
j) entender o impacto das tecnologias associadas s cincias naturais na sua
vida pessoal, nos processos de produo, no desenvolvimento do
conhecimento e na vida social;
(...)
III Cincias Humanas e Tecnologias, objetivando a constituio de
competncias e habilidades que permitam ao educando:
(...)
c) Compreender o desenvolvimento da sociedade como processo de ocupao
de espaos fsicos e as relaes da vida humana com a paisagem, em seus
desdobramentos poltico-sociais, culturais, econmicos e humanos;
(...)
g) entender o impacto das tecnologias associadas s cincias naturais na sua
vida pessoal, nos processos de produo, no desenvolvimento do
conhecimento e na vida social
- Processo n 230001.000188/2005-02 - Reexame do Parecer CNE/CP n
05/2005 que trata da reviso das Diretrizes Curriculares para o curso de
graduao em Pedagogia Resoluo:
Art. 2 As Diretrizes Curriculares para o Curso de Pedagogia aplicam-se (...)
(...)
2 - O curso de Pedagogia, por meio de estudos terico-prticos, (...)
propiciar:
(...)
II a aplicao ao campo da educao, de contribuies, entre outras, de
conhecimentos como o filosfico, o histrico, antropolgico, o ambientalecolgico, o psicolgico, o lingstico, o sociolgico, o poltico, o econmico,
o cultural.
(...)
meio ambiente, captando os vrios sentidos que os grupos sociais lhes atribuem,
numa perspectiva transdisciplinar;
6. Insero da Educao Ambiental no Projeto Poltico-Pedaggico dos
estabelecimentos de ensino de forma multi, transdisciplinar e interdisciplinar, como
um plano coletivo da comunidade escolar e acadmica;
7. Promoo de espaos estruturantes nas escolas e comunidades (baseados no
conceito de crculos de cultura Paulo Freire), que incentivem a participao da
comunidade escolar no planejamento e gesto de projetos de conservao,
preservao e recuperao ambientais voltados para a melhoria da qualidade de
vida, combatendo prticas relacionadas ao desperdcio, degradao e consumismo;
8. Promoo de observao, percepo, levantamento de hiptese e registro da
realidade ambiental, para a construo do conhecimento na escola a partir das
experincias tradicionais e dos saberes multidisciplinares como cincias, artes,
educomunicao entre outros;
9. Incentivo uma viso de mundo humanista e interpretativa, contextualizada
historicamente e baseada no reconhecimento e respeito das diferenas, e na
cooperao, democracia, justia social, liberdade e sustentabilidade;
10. Abordagem da Educao Ambiental que propicie uma postura crtica e
transformadora de valores, de forma a reorientar atitudes para a construo de
sociedades sustentveis, reconhecer o protagonismo social e colocar o prprio
educando como componente, agente da gesto sustentvel e beneficirio da
repartio de recursos do meio ambiente.
Conforme Resoluo CNE/CEB 4/99 e seus quadros anexos das reas profissionais.
Minerao
1.
Informtica
1.Incluso de atividade curricular ou projetos interdisciplinares voltados educao
ambiental e para a responsabilidade socioambiental;
2.Incentivo ao desenvolvimento de softwares e tecnologias voltadas metodologia
pedaggica da Educao Ambiental, sensibilizao ambiental e educao para a paz e
abordagem de temas ambientais afetos atividade, como o descarte e destinao final
de lixo eletrnico.
Qumica
1.Promoo de estudos sobre produo limpa e sustentvel, saneamento, controle,
sistemas de tratamento e disposio final de resduos, zoneamento ambiental, avaliao
de impactos ambientais, regime jurdico-ambiental da propriedade urbana e rural,
unidades de conservao, espaos territoriais protegidos, fauna, sade ambiental, gesto
da gua e dos recursos energticos, certificaes ambientais, economia verde, tributao
ambiental e outros temas de relevncia socioambiental relacionados atividade
industrial qumica.
Transporte
1.Promoo de estudos sobre modais, rodovias (faixa de preservao/segurana), fluxos
e impactos de deslocamentos ou migraes locais e pendulares (cidades dormitrios),
transportes e energia alternativos, produo limpa e sustentvel, saneamento, controle,
disposio final de resduos, zoneamento ambiental , avaliao de impactos ambientais,
regime jurdico-ambiental da propriedade urbana e rural, transporte em unidades de
conservao, proteo da fauna, sade ambiental e outras atividades relacionadas .
III.3. Diretrizes Educao Superior
1.Promoo do enfoque da sustentabilidade em seus mltiplos aspectos, por meio de
atividade curricular/disciplina/projetos interdisciplinares obrigatrios que
promovam o estudo da legislao ambiental e conhecimentos sobre gesto
ambiental, de acordo com o perfil profissional dos diversos cursos de bacharelado,
licenciatura, graduao tecnolgica e seus respectivos cursos de ps-graduao.
2.Fomento a pesquisas voltadas construo de instrumentos, metodologias e
processos para a abordagem da dimenso ambiental que possam ser aplicados aos
currculos integrados dos diferentes nveis e modalidades de ensino.
3.Acompanhamento avaliativo da incorporao da dimenso ambiental na Educao
Superior de modo a subsidiar o aprimoramento dos projetos pedaggicos e a
elaborao de diretrizes especficas para cada um de seus mbitos.
4.Fomento e estmulo pesquisa e extenso nas temticas relacionadas Educao
Ambiental;
5.Incentivo promoo de materiais educacionais que sirvam de referncia para a
educao ambiental nos diversos nveis de ensino e modalidades de ensino e
aprendizagem;
6.Participao em processos de formao continuada e em servio de docentes.
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