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Período da
História
compreendido
1.Do fim do Império ao ano Mil: os espaços do entre a queda
do Império
Cristianismo
Romano do
Ocidente em
1.1- A transformação do mundo romano
476, e a
conquista de
A “queda do Império Romano”, decorrendo da
Constantinopl
transformação de um “império pagão” num “império a pelos
cristão”, desenvolveu-se ao longo de mais de um século. Turcos
Quando Constantino (274-337) subiu ao poder em 305, Otomanos,
encontrou um império fragilizado e fraccionado, envolvido em 1453.
em guerras, lutas políticas e intrigas internas. A divisão
imposta entre Império do Ocidente (a metade latina Teocracia:
governada por Maximiano) e o Império do Oriente (a Sistema
metade grega governada por Diocleciano), com o propósito político em
de reorganizar o Estado, foi o primeiro passo para a sua que os
governantes,
desagregação. Com a invasão da Itália em 312, Constantino
considerados
prosseguiu a sua luta contra os Césares orientais
uma
insubmissos até restabelecer a unidade do Império, emanação de
Constantino tomou duas decisões que produziram Deus,
consequências extraordinárias, não só no colapso gradual acumulam os
do Império, como também na evolução da história da arte poderes
ocidental: a oficialização do Cristianismo, reconhecendo a temporal e
sua importância como factor de aglutinação cultural, e a espiritual.
transferência da capital para Bizâncio, em 323, cidade
grega que passou a chamar-se Constantinopla, numa
região de forte implantação cristã.
395 - Divisão do Império Romano em Império Romano Ocidental (com sede em Roma) e
Império Romano Oriental (Império Bizantino, com sede em Constantinopla), pelo Imperador
Teodósio.
404 - a Bíblia é traduzida para o latim (língua romana): é a Vulgata (tradução da bíblia usada
até hoje nas traduções para o português, em uso na Igreja Católica Romana).
410 - Roma é saqueada por Alarico I, rei dos visigodos. [Em 387 Roma já havia sido saqueada
pelos Gauleses]
476 - Fim do Império Romano Ocidental, com a deposição do último imperador do Ocidente,
Rómulo Augusto, na cidade de Ravena, por um grupo de mercenários germânicos.
494 - O Papa Gelásio publica sua "Teoria dos dois Gládios" (ou seja: teoria das duas espadas
ou poderes, do estado (político) e o da igreja (espiritual). Para o Papa Gelásio é a Igreja que
detém o poder espiritual (superior) e que concede ao rei/imperador/governante o poder
político (do estado).
496 - Conversão de Clóvis, rei dos Francos, Dinastia Merovíngia: atribui sua vitória sobre os
Alamanos ao Deus de sua esposa, Clotilde, que era católica romana, ou seja, o Deus dos
cristãos. Não somente o rei Clóvis mas todos os seus soldados e súbditos "se convertem" ao
catolicismo. Fato que possibilitou muito poder à Igreja Romana ao longo de todos os séculos
que se seguiram.
529 - O imperador Justiniano (Império Bizantino) manda fechar a famosa Academia Platónica
de Atenas (que "simbolicamente" simbolizava a Idade Antiga Clássica, a Grécia Clássica).
Naquele mesmo ano, São Bento de Núrsia funda a primeira Ordem Religiosa medieval, a
Ordem dos Beneditinos (os monges seguem a Regra da Ordem, ou seja, pertencem ao
chamado Clero Regular). As ordens religiosas marcaram a Idade Média (depois dos
beneditinos vieram muitas outras). A ordem dos beneditinos existe ainda hoje.
622 - o profeta Maomé defende o monoteísmo contra o politeísmo das autoridades de Meca.
Perseguido foge para Iatreb, que passou a se chamar Medina ("a cidade do profeta"), onde
fundou uma comunidade de seguidos da nova religião, os muçulmanos. Conhecido como
Hégira, esse episódio marca o início do Islão (também o início do calendário islâmico).
Segundo a doutrina cristã, não era necessário ver para crer. A natureza
abstracta, invisível e inefável de Deus, fundada na fé e na espiritualidade do
ser, dispensava o suporte das imagens que, enquanto matéria, se
corrompiam e degradavam. Para os cristãos só o espírito era perpétuo. E,
deste modo, à arte já não interessava representar a realidade, ou o “mundo
visível”, para voltar a assumir as funções que já tivera nas culturas pré-
clássicas: a de um talismã. Para o cristão, a única relação com a realidade
física e material era o martírio, através de cujo sofrimento o homem se
transcendia e aproximava de Deus.
Embora hoje muito danificada, a pintura foi a arte figurativa mais usada no
período paleocristão. Iniciou-se nos nichos sepulcrais das catacumbas, onde
se definiram técnicas, composições, temáticas e simbologias. Daí passou
para a decoração das igrejas, preenchendo o interior das absides maiores e
das cúpulas de cobertura, com frescos de cores suaves em que as figuras
e ornamentos vegetais se inscreviam em áreas geométricas demarcadas
por linhas de cor. As composições eram planas e lineares, mantendo-se, tal
como na escultura, a tendência para o abandono da profundidade espacial;
para a simplificação dos corpos; e para um aumento da expressividade em
detrimento do realismo visual (olhos grandes e penetrantes, gestos formais
e simbólicos…). Esta última característica acentuou a espiritualidade e
transcendência das figuras e dos temas. Estes reproduziram com mais
frequências cenas do Novo Testamento como o baptismo de Cristo (alusão à
conversão), Cristo como Bom Pastor, Cristo rodeado pelos Apóstolos ou
pelos quatro Evangelistas, acompanhados ou representados pelos símbolos
animais – o tetramorfo - , Cristo em ascensão.
O mosaico bizantino