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A ATORA
Elisabetb R o n d a
Professora e pesquisadora do Ncleo de Estudos
e Projetos em Comunieaio (Nepcom), da Escola de Comunicao da UFFU. Editora da revima
Comunieajlo & Pdftica, do Centro Brasileiro
de Es-s
Latino-Americanos.
A
Tal efeito pode ser produzido quando a divulgao desses contedos aparece associada a outros fatores como, por exemplo, predisposies psicolgicas - indivduos que
so, por natureza, mais agressivos - e convvio em ambientes sociais cujo universo de
valores propiciem a existncia de frouxos
controles s erupes dos atos violentos, ou
mesmo que os valorizem positivamente.
Destaque da violncia
2. A mdia apropria-se da violncia e
do crime como matria-prima de seus programas jornalsticos e ficcionais.
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8. A televiso tece identidades. Por isso, um olhar mais atento sobre ela mostra
que h uma televiso dos ricos e uma televiso dos pobres, para falar de maneira grosseira e dicotmica. Essa segmentao est
presente nos gneros e estilos dos programas
para os pobres, os de auditrio, por exemplo;
nos horrios da programao (das 18h s
22h, esta a mais popularesca, de um modo
geral); e no estilo das emissoras (SBT e Globo tm pblicos com perfis scio-econmicos diferentes e, portanto, diferentes programas dirigidos a cada um destes perfis).
Isto mostra que a televiso tem uma frmula j pronta para diferenciar segmentos e operar construes imaginrias e
identificatrias sobre ricos, pobres e suas
respectivas estigmatizaes.
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9. A relao entre os jovens e a violncia aparece na mdia tambm de forma estigmatizadora. Pois so os jovens os principais atores e vtimas do crime. Mas so eles
tambm os responsveis pela emergncia de
uma crtica social que no est hoje to
acentuadamente nos sindicatos e nos movimentos sociais que ganharam enorme expresso nos anos 80. Uma caracterstica importante dos anos 90 que a crtica social ,
sobretudo, a expresso de um sentimento de
excluso social. E ser jovem, pobre (e negro) ser o excludo preferencial. experimentar a excluso de forma muito perversa,
pois tais excludos so julgados economicamente desnecessrios, politicamente incmodos, socialmente ameaadores e considerados passveis de serem fisicamente exterminados. Da advindo que as suas identidades no so construdas pela insero no
mundo do trabalho mas a partir da situao
de excludncia. Dentre outras formas, o
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