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ARGUMENTAGAO JURIDICA Técnicas de persuasao légica informal Victor Gabriel Rodriguez Martins Fontes SaoPaso 2005 ors nat steiner Mp ete com Indice Intrxtugio (aos professes. Preficio 1 Aargumentagio existente. Um minimo escorgohistrico 1H, Oargumento. Ostrestipos de discurso Adsputa entre dois certos ‘Argumento.e verdade ‘Os objetives e os meios da argumentagao. CCaractersicas da argumentacio, IL Argumentagio e fundamentagio. Pensan= ‘dono ouvinte (O diseurso centifico Um corte de casimira 7 Argumentacio x fundamentago:a dstingio relativa, ‘Uma etema desvantagem: o ponto de vista goin 0 menos em tod a Europa, A argumentagio parca perfeita. Com boa vontade, po- do-se entender que o argumentante,procurando comprovar ‘2 veracidade dos efeitos do contato das cultura, apresen- tou um argumento histérico: os comenttios de Napoledo, Assim como nas conquistas napolednicas, a guerm ata, {que & a tecnologica, implica imposigio da cultura domi ante 3 dominada, Mas ndo é bem isso 0 que esta escrito diz o autor que o general francés a observava o fendmeno da eculturagio hegemdnica, Eentao pergunta se: se Bona- parte jd comentava 0 fenémeno, como afirmar que ele te ‘nha surgido pela moderna tecnologia de comunicagio? (Ora, o argumentohistrico, que parecia excelente ¢ evita ‘ia, plo mado como aprsentado no texto acaba por decors tira tese, ao invés de comprové-la, O “argumento” (@ revelia da vontade do autor) demonstrou que a aculturagao ‘exist independentemente dos medemos moe de comnts ‘le, Ou sea, 0 inverso do que afirmava sua tese, a 30 ser {que se possaimaginar Napoledo Bonaparte falando no te Tefone mavel e navegando na intemnet. Nao bastam a0 argumentante as boas idéias, pois elas lever ser entravadas em um percursocoerente, ue peri ta ao destinatrio compreender, comodamente, que sere cada um dos arguments artculades, Seo interlocutor not ver plena compreensio da utiidade de cada um dos argu- mentos, odiscurso tera falhas de coeréncia No exemplo acima, a coerénca atingu nivel grave, a contadigo, Entrtanto, ras vezes se percobe um argumen Co ARUMENTAAO RON to contraditério, mas a mera auséncia de contradigio no implica necessariamente boa coeréneia. Isto porque ela 3¢ desenvolve em diversos nives, no transcorrer do pereurso atgumentatwo, ‘Sua importancia seréanalsada adiante. Coeréncia e percurso 0 texto abaino é fragmento do poema “IJuca-Pirama", de Gorgalves Dias’. Nee, 0 velho Tupi guerreio amaldicoa seu filho, ao saber que ele fora aprsionado peles indios Timbiras, porque chorara diante da morte: Tu chorste em presenga da morte? [Na presenga de exrantioschoraste? [Nie descondeocovarde do forte ois choaste, mou fino ao és! Poss tu descendente maldito Deuma tribo de nobres guerra, lmplorando cus ferastetos, Sete pros devs Amor. Pssas tu isoladona terra, Sem artimo e sem pita vagando, Rejetado da morte ne guera, Rejetado dos homens na pe, Ser das gonteso expecto exerodo encontres mor ns mulheres, Teus amigos, se amigos tere, Tenham alma inconstante fla! ba (Que a teas pasos a teva se tone: ‘Marchem prado alr desta, Eo regato que limp coe ‘Mais te acenda vesano ur, ‘Suas guns depressa se lorner, 7 sin ino. 5850, PRodiesS4o DISCURSWAECOFRENCIA 6 ‘Ao contacto dos ibis sedent, Lago impure de vermes noentos, Dade fj com asco eter ra ‘SE maldto,esozinho na tera: Pois que tanta ilerschepate, (Que em presenga da morte orate Tu, xo, cn kon Irado com a revelaggo de havo filho se acovardado diante do inimiga eter sido “ejetado da morte na quer” ‘3%, 0 velho indo passa a amaligos-lo.Enretanto, para Sustenar a graidade de seus vatiinios, suas maldigdes, procua primetoretiar-The a congo defho, paraiso, argumenta afirmando que “no descende 0 covarde do fone” Fora de seu contexto, © agumento € flacoso, pois dora uma ida que patece fala, embors com algum ini Ce de probabidade.Eprovivel que um pal corajno tena ‘um sho também valente, mas sso no atorza dizer se, em hipotese alguma, que um pai valente no poss er un ‘descendente medroso ‘A afimagio “nio descende 0 covarde do forte” ndo tem nen valor fra do poema. Cietifcamente no pas: sa de um absutdo: em uma aga de investiga de pater midade, eta ndo poeria ser negada ao afemarse io po- der haver reagio bolgica entre covades © destemion, tentando-se leva a ter qu somente um pa nedros po. devia grar um Bho patie Mas no poema 3 iia perfet funciona como prin Jor, merecers também algumas ericas, que se fardo sem _queterofascar a importanca impar que ele revela em nos $0 cotidiano. Aautoridade Muitas das verdades que aceitamos estio baseadas n0 conhecimento de autoridades. Se procuramos saber a pre ‘isto do tempo, confiamos na opinigo de autoridades, de ARGUMEWTO DE AUTORIDADE 109 capers x meeorloga. pata que os pssem um di reco que, ois, cem noni conhecmento igo, mao Somos capazes de eter Do mesmo modo se moe um problema de sie, consitamos um mio especast, procurando nos far em sus concsdeserecomendaies Eiante do quar lice que ee nos estabelee ps pedi ‘ames, stbmetdon 3 waiacin de tos espeiisas que ovedizam. Acetamos na opin do mésico edo meteo- ‘loista porque coninmos, de aig modo, qu eles 0- mente venham lang maniextages und de ober ‘ogbesienffcas apcadas realiadeclocad sa ene O corpo do pacientes coneigaes cimstiess de uma repiso a uma pce expecta, ‘Dentro esse conceto, em tm mundo em gus ada vex mais, noo conheiment esretase em aprofunda- Incnto sobre dress to ais expects (no mln so ml tm mito doe acters nos oi pssado or meio

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